domingo, 29 de novembro de 2009
sábado, 28 de novembro de 2009
No ano de 1999, durante as celebrações da Missa do Vaqueiro,no sitio Lajes,em Serrita ,no Sertão Central de Pernambuco, surge o CORAL ABOIOS, uma idéia genial dos integrantes do Quinteto Violado,que participam desde os anos 70 daquele espetáculo de fé e bravura. O Quinteto musicou as rezas de sol da missa,obra de autoria do médico e poeta Caruaruense Janduhy Filizola e fez registro das canções no LP Missa do Vaqueiro (1972). Dois dos integrantes do Coral Aboios,Cicero Mendes e Chico Justino,já participavam dos rituais da missa ,como aboiadores. O grupo já tinha se organizado como Associação de artesões, na manufatura do couro,trabalho coordenado pela Fundação Quinteto Violado.Durante as jornadas de trabalho, encontraram na música , no aboio do vaqueiro,(uma espécie de canto para aquietar,para apaziguar,para incitar o gado para o curral,ou orientar a boiada ao longo das estradas poeirentas),a comunhão da tristeza e alegria do sertanejo,e assim receberam o convite para formação do coral,sobre a batuta do saudoso Toinho Alves, e assim se fez o CORAL ABOIOS,o grupo é composto por onze vaqueiros do semi-árido,guardando as caracteristicas originais das vozes e da triste melodia peculiar no interior do nordeste,eles traduzem o elemento mais determinante da sua cultura: a religiosidade. O grupo já viajou pelo país mostrando seu trabalho,apresentou-se no Rio e em Sampa,com a atríz Marília Pêra,no espetáculo ALÉM DA LINHA D'AGUA. O Coral prepara o lançamento do quarto CD, que terá as participações de alguns artistas consagrados da região,Flávio Leandro,foi o primeiro a ser convidado,os trabalhos anteriores foram produzidos e gravados no estúdio Matulão do quinteto violado no Recife, desta vez o coral optou por produzir o quarto CD , e gravar nas cidades de Salgueiro-PE eJuazeiro do Norte-CE. Desta forma o CORAL ABOIOS vai cantando a alegria e agruras do vaqueiro nordestino para o vasto mundo ouvir.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Nos idos anos da década de 50, o agricultor e músico ,Dedé do cantinho, fez história no Sertão Paraíbano com sua sanfoninha Alemão Honnek de oito baixos,sua graça e a habilidade com que executava aquele pequeno e complexo instrumento musical,ainda vive nos corações e mentes dos sertanejos de Itaporanga,que compartilharam de tantas festas,tantos sambas sem horários. Um dia Dedé partiu, sua voz calou ,mas sua herença musical não se perdeu no tempo, sua sanfona pé-de-bode,reapareceu nos palcos da vida, nas mãos da genial Lucyane,bisneta de Dedé.que logo cedo assumiu esse legado. e foi para capital da provincia estudar música aos oito anos de idade, num conservatório,lá ela estudou piano,baixo e violão,mesmo destino das duas irmãs com formação musical clássica,filhas de um casal de músicos, receberam boa formação, e assim trilharam por outros caminhos profissionais a sanfoneira Lucyane é estudante do curso de Direito, Larissa,que toca zabumba e violino, é acadêmica de medicina,mesmo curso da irmã caçula Lizete,que toca flauta transversa, a prima Fabiane Fernandes(filha do também músico,Bedé de Natércio)que no grupo toca Cavaquinho e viola de 10 cordas,tal qual o também primo Francisco Filho, que executa percussão tem formação musical clássica. Mas, como o pop não poupa ninguém, cairam no forró,para alegria de todos e felicidade geral da nação nordestina e assim o couro comeu,em defesa da música regional. Complementando o Clã Brasil: nos arranjos de base e violão o sr. José Hilton Alves (Badú) , um cara de sorte,ao lado de Maria José,que toca triangulo e faz vocal, são os país das garotas. Tem cinco CDs e dois DVDs nos cinco anos de exitência do grupo ,os dvd's ,todos gravados em João Pessoa no Teatro Paulo Pontes. o grupo já percorreu quase todo país,e com algumas turnês internacionais na bagagem,o grupo tocou em Paris,LondresLisboa e Milão.tocou recentemente em Berlim,no festivalWasserMusik,na casa da culturas do mundo. O grupo concluiu a turnê nos dias 25 e 26 de agosto,com show na Estônia. Na gravação do primeiro DVD do Clã,teve as participações de Sivuca, Marinês,maestro Marcos Cezar e Parafuso,ex-zabumbeiro do grupo três do Nordeste. o grupo preza por um trabalho acústico e de qualidade, com a batuta de suas jovens multi-instrumentistas, com influências de Jackson do pandeiro ,Gonzagão e Dedé do Cantinho.
William Veras de Queiroz 2009 D.C -Santo antonio do Salgueiro-Pernambuco.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
LULA , O FILHO DO BRASIL ( O FILME )
sábado, 21 de novembro de 2009
Dr. RAIZ, O SOM MADE IN CARIRI
William Veras de Queiroz- 2009 D.C Santo Antonio do Salgueiro-PE.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
QUE NUNCA FOI NUMA ESCOLA...
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
No Canto da sala,uma rabeca inerte e calada,as digitais que fazia som partiu para o silêncio,não há mais encanto ou canto na sala, e assim se fez o sono da rabeca.Nesta sexta-feira,se vivo fosse o Mestre de cavalo Marinho e de Maracatú rural,o brincante,Manoel Salustiano Soares,faría 64 anos ,parte deles dedicados ao folguedo popular. Menino de engenho, nasceu em 12 de novembro de 1945, no engenho Oiteiro alto, no município de Aliança ,na zona da mata norte de Pernambuco.Filho de um rabequeiro respeitado,João Salustiano Soares e de Dona Maria Tertonila da Conçeição, a infância do Mestre Salú, não diferenciava dos tantos meninos de engenho,onde o sol nasce mais cedo com o apito da usina, e assim, o sofrimento também chegou cedo na vida do menino salú,cortanto cana,cambitando,limpando mato,carreando pelo canavial, a semana era de luta no campo e no final -de- semana tinha a preocupação de ir para os espetáculos populares como cavalo marinho,ciranda, maracatú e mamulengo. O Mestre Salustiano,foi ator.cantor, compositor e artesão. é fundador do maracatú rural Piaba de Ouro. Foi considerado uma das maiores autoridades em cultura popular Pernambucana.Foi secretário estadual de cultura do último Governo de Miguel Arraes, no ano de 2007 foi homenageado pelos seus 54 anos de carreira, recebeu o titulo de patrimônio vivo de Pernambuco. O mestre deixou uma trupe de rebentos que defendem com orgulho o legado de cultura popular,Maciel Salú,Dinda Salú e tantos outros não deixarão o banco de cavalo marinho nem o baque solto que vem dos canaviais em silêncio.o mestre fez da Ilumiara Zumbi(Cidade Tabajara em Olinda) o seu templo cultural e os discipulos dizem amém todo sábado com sambada de maracatú.William Veras de Queiroz,19/11/2009 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE.
sábado, 14 de novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Corria os anos 20 no nordeste brasileiro,entre volantes e cangaço, quando a lei era no braço,Lampião e seu bando atormentavam e saqueavam as cidades do sertão, as investidas, não eram aleatórias, para que isso acontecesse,era feito um estudo minúscioso da região a nível de estratégia para uma possível invasão e condições sócio-econômica favoráveis das cidades para o saque. num certo dia,resolveram atacar a cidade de Mossoró,situada no oeste do estado do Rio Grande do Norte,na chapada do apodí,cortada pelo rio apodí-mossoró. cidade abastada,tendo nas salinas,sua punjança econômica,traria para o bando um grande retorno financeiro,porém no campo estratégico a cidade não era da simpatia de Virgulíno, pois tinha uma igreja de cinco torres,que aumentaría o poder de fogo e de resistência dos sitiados.mas o lado financeiro pesou na balança do cangaço e assim foram ao desafio que era invadir e saquear mossoró. o prefeito tinha conhecimento da possível ação do cangaço,mas a população estava inclédula. Numa tarde fria de 13 de julho de 1927,lampião e seu bando chegaram com a chuva, ao ouvirem os primeiros disparos,teve que pensasse que sería trovão, o prefeito Rodolfo Fernandes,recebeu do próprio Virgulíno um ultimato cobrando 400 contos de réis prá deixarem a cidade em paz. Naquele dia mossoró só dispunha de 20 soldados. a resistência foi articulada pelo prefeito e se entrincheiraram como puderam na torre da igreja,em meio as sacas de algodão. no combate cerrado o bando de Lampião perdeu dois dos seus destemídos homens,ouve o recuo do bando, os cangaceiros,colchete,que foi atingido por um tiro e veio a falecer e Jararaca atingido no peito e braço e foi capturado pela volante. Com a captura, assim teve inicio o calvário de José Leite dos Santos(jararaca),que tinha 26 anos. O cangaceiro Penou por 4 dias na cadeia pública da cidade,ferido e sofrendo torturas, na noite de 18 de junho,foi levado para o cemitério . o seu algoz e a guarda que o conduzia, obrigaram o cangaceiro a cavar a própria cova, o soldado João Arcanjo o sangrou, mas a noticia que correu sertão afora é que Jararaca foi enterrado vivo. Alguns dizem que o cangaceiro morreu de sede,clamando por um copo d'agua. Mesmo tanto tempo depois de sua morte,seja pelos diferentes rumos que a história toma,seja pela religiosidade pura e simples do povo,Jararaca é venerado por milhares de pessoas no nordeste que acreditam que o cangaceiro é milagroso. Todos os anos no dia 2 de novembro,dia de finados o túmulo de Jararaca é, de longe o mais visitado da cidade. Apesar de mais pomposo e imponente, o túmulo do prefeito Rodolfo Fernandes,herói da resistência,pouco é lembrado pelo povo. Ainda hoje é possível ver as marcas de balas na torre da igreja e em outros prédios da cidade,deixando esse registro para a história, o que foi a resistência ao bando de Lampião, e a saga de Jararaca.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
ZABÉ DA LOCA, A DIVA DO PÍFANO
Com seu inseparável pífano, Isabel Marques da Silva, passou os dias da sua infância e juventude trabalhando no campo. Nasceu em 1924,na cidade pernambucana de Buíque, no vale do rio Ipanema, ainda menina, mudou-se para o município de Monteiro no sertão da Paraíba.Sem chance de frequentar escola, aos 7 anos , aprendeu a tocar pífano com o irmão Aristides, do qual, já adulta, não soube mais do paradeiro. Dos 15 irmãos, Zabé viu morrer 8,de fome,sede e doenças. Pequena com 1 metro e meio de altura,olhos azuis,teve que conviver com o assédio dos donos das fazendas que trabalhou quando jovem.Por conta desta situação, engravidou e deu a luz uma menina.Mais tarde encontrou seu companheiro, Delmíro, de quem teve três filhos e ficou viúva em 1966. Logo em seguida perdeu a casa e foi morar com a família numa gruta(loca)
na serra do tungão (PB),onde passou longos 25 anos da sua vida. Precisando trabalhar na roça , e não tendo com quem deixar as crianças,cavava um buraco no chão,sob a sombra de uma árvores, cobrindo-os com trapos ,para que ficassem ali protegidas até o fim da jornada de trabalho. Dali surgiram o apelido que carrega até hoje e também a inspiração para sua música. A artista ,também conhecida como a "Rainha do Pífe". Atualmente mora no assentamento Santa Catarina, no município de Monteiro, porém, sua casa fica a 10 minutos da loca que ainda hoje costuma frequentar, o local continua intocável e deve se transformar num ponto de visitação turística e de preservação cultural.
Na roça,Zabé,tocava nas festas sem nada receber.Até ser descoberta pelo programa Biblioteca rural Arca das letras,do Ministério do Desenvolvimento Agrário(MDA) que no processo de implantar bibliotecas e incentivar a leitura no campo,também identifica as potencialidades culturais das comunidades rurais. O reconhecimento do seu talento,lhe rendeu um CD. Patrocinado pelo MDA, por meio do projeto Dom Helder Câmara que atua no sertão nordestino. O CD é parte da série Cantos do semi-árido,do MDA e contou com a produção do Quinteto Violado. O disco foi gravado no assentamento,em estúdio móvel. O disco foi lançado em dezembro de 2003 ,numa grande festa em Afogados da Ingazeira,no sertão do Pajeu,durante o lançamento nacional do programa Arca das Letras e da série cantos do semi-árido,com a presença do então ministro Gilberto Gil. Dona Zabé é apreciadora de uma boa "dosa",cachaça, não consegue fazer uma refeição se não tiver feijão na mistura e não fica sem o seu cigarrinho. Fala bem pouco,mas não perde a oportunidade de dar " umas cantadas" nos "moços" que dividem palco com ela. Que o diga o multi-instrumentista carioca Carlos Malta que produziu o último disco dela. Segundo a própria Zabé, "é buníto todo". Além de produzir, Malta faz participação no álbum, assim como Maciel Salu,filho do saudoso Mestre Salustiano,Cacau Arcoverde, junto com os músicos do grupo River Douglas ( zabumba), Pito ( prato) setenta(caixa) e Júnior (caixa). Durante as gravações faleceu o pífeiro e compositor Beiçola,filho adotívo dela. É justamente com Beiçola que também era conhecido como o "músico de mãos tortas" que Zabé tocava uma das melhores faixas do álbum ," Queima." E assim, pequena,frágil, carregando no rosto os longos anos de exposição ao sol e na mão uma enxada, Zabé da loca é o retrato da nossa cultura popular e das tradições que parte
do país teima em querer esquecer. E hoje Zabé anda pífando por outras bandas. Foi uma das atrações em 2003 do festival de Brincantes no Recife ,no ano seguinte fez parte do projeto " Da idade do mundo ", neste mesmo ano tocou com Carlos Malta no (CCBB) centro cultural Banco do Brasil,em Brasilia, e em junho com Hermeto Pascoal no forum mundial de Cultura, em São Paulo onde foi efusivamente aclamada,merecendo atenção especial dos participantes estrangeiros,no mesmo período,apresentou-se no espaço Cultural Sérgio Pontes, na cidade do Rio de Janeiro, em 2008 tocou no Sesc-Pompéia em Sampa e no planetário da Gávea na cidade maravilhosa, em 2009 aos 85 anos, Zabé ,ganhou o prêmio da música Brasileira,categoria revelação pelo CD " Todo Bom" no canecão no RJ, emocionando a platéia,que a aplaudiu efusivamente de pé. A artista já é sucesso nas pistas de dança do Rio de Janeiro; através das produções do DJ Mam, tem uma página no myspace e vários videos no you tube,comprovando que não existem barreiras de geração, e geografia na sua arte. A vida de Zabé da loca sem a música, seria um erro.
William Veras de Queiroz-Santo Antonio do Salgueiro-PE.
MATÉRIA PUBLICADA NESTE BLOG NO DIA 9 DE NOVEMBRO DE 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
Uma voz Angelical,coisas de CÉU
Céu é hoje uma das cantoras mais badaladas da MPB,mais ainda é ouvida e vista por pouca gente.com trabalho novo na praça,CD VAGAROSA . nesse disco ela passa com louvor pelo teste do segundo disco, um trabalho que ela,diz,queria soando mais orgânico, e que tivesse o minímo de percussão. o resultado foi uma música brasileira contemporânea,com sonoridade e timbres modernos,que foge do padrão "emepebezão". quase todas as canções tem andamento suave,malemolente,com influência do reggae e Nação Zumbi(cujos integrantes participaram do disco) . Céu canta acompanhada pelo multi-instrumentista Guilherme Ribeiro na guitarra,teclados e acordeon , Lucas Martins(baixo),Bruno Buarque(bateria) e o DJ Marco nas pick up' s. A voz suave e o carisma garante grandes apresentações que prioriza o repértório de VAGAROSA, além de canções do disco de estreia (2005), além de algumas músicas da predileção da cantora. De repente, ela pode sacar do fundo do baú um Ray Charles ou uma Betty Carter vintage,que escutava outrora na infância e que ainda estão na sua preferência. Ela sempre canta nos seus shows a música VISCO DE JACA ( já gravada por nomes como Martinho da Vila), CANGOTE,( um dos reggaes do CD,lançada primeiro num EP, nos EUA). os shows de Céu costumam primar pela simplicidade. Nada de vestidos de estilistas famosos,cenários bombásticos. A música é o que predomina na apresentação desta Paulista,sem preconceitos contra estilos. Ela canta rap,rock,funk,samba,reggae,sem fugir do pop. isso foi o que vi no começo do ano na sua apresentação no Abril pro Rock na capital da provincia,na Veneza Americana.
William Veras de Queiroz- Santo Antonio do Salgueiro- PE.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
AVISO AOS NAVEGANTES: A PRÓXIMA MATÉRIA É COM O GRUPO ZABUMBEIROS CARIRIS DE JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Numa noite quente de verão,dos últimos dias do ano da graça de 2006,prá ser preciso 26 de novembro. deixei a provincia de Santo Antonio do Salgueiro,com lua nova no céu,e parti na noite sertaneja na companhia dos Padres Domingos Malan.Natel e do gaucho Adenir Fumagalli e mais quinze penitentes.seguimos estrada afóra entre rezas e benditos quebrando o silencio que a noite do sertão nos reserva, em busca de Juazeiro do Norte na região do Cariri Cearense,tinhamos pela frente 150 quilometros a ser percorridos numa caminhada tortuosa.e assim incorporei o penitente sertanejo, e fui atrás das respostas que nos reserva a fé que carregamos no Padim Ciço. ô qui caminho tão longo,só tem pedra e areia,valei-me meu PadimCiço e a Mãe de Deus das candeias. com o sol inclemente,areias escaldantes,os dias eram de sacrificios e infindaveis pelo pó das veredas,riachos morrendo de sede,as folhas secas pelo chão entre galhos ressequidos,a vida não mandava sinais na terra êrma, só as cercas do latifúndio que pareciam cercar o nada e a desolação ou a ganancia dos homens que nos comprimiam e eram nossa companhia durante todo trajeto. senti de perto o quanto a caatinga no ciclo da estiagem é inóspita ao viajante ou penitente,tres longos dias,que pareciam uma eternidade para estrupiados romeiros,senti o desespero da sede que é algo indescritivel ,a ausencia da cobertura vegetal que só encontravamos nas frondosas sombras do juazeiro a árvore mãe do sertão. a sensação de desolação só nos deixou na transição da caatinga com a vegetação da floresta nacional do Araripe, onde está situado grande parte do cariri. a bela paisagem do brejo de altitude e os contornos da chapada do Araripe nos levou até as portas do Juazeiro de onde muito longe já viamos a imponente estátua do Padre Cicero Romão Batista, o santo dos nordestino,apesar de todo sofrimento a experiencia foi válida e levarei comigo até meus últimos dias , já que me confrontou mais uma vez com os fatores que exprime a angustia do Sertanejo, um povo castigado pela ação da natureza e dos homens. os relatos desta viagem estão no diário,viagem a terra da mãe de Deus(N.S das Dores/Padroeira de juazeiro do norte). neste dia 2 de novembro as estradas sertanejas estão repletas de Romeiros,Juazeiro recebe por estes dias uma média de 500,000 mil nordestinos que vão referenciar o Santo dos pobres,que foi vitima da incompreenssão da igreja católica e que vive no coração dessa gente humilde, lá deixarão os seus agradecimentos pelos milagres recebidos numa celebração a vida e a fé do povo do semi-árido.
William Veras de Queroz. Santo Antonio do Salgueiro-PE.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Quantas vezes da janela do passado o menino maluquinho de Belo Jardim no agreste Pernambucano viu o riacho Bituri de enchente e correndo valente galopando para o rio una em busca do oceano,e num dia qualquer ele desceu a serra das Russas e foi ver o mar na capital da provincia.garoto hiperativo,o pobre menino rico,filho de Pai magistrado não via com contentamento o legado hierárquico que o reservava o mundo da elite agrestina,era que o novo juiz da familia não tinha mesmo era juizo.e assim vivia em conflito com seu mundo. a música, o libertou. saiu de Pernambuco em 1989 para passar dois anos na França,tocando percussão nas ruas e no metrô de Paris, na volta ao Brasil aportou no Rio de Janeiro,chegou a animar o som de uma gafieira ao lado de Jovelina Perola Negra.voltou para o Recife,onde se integrou a nova cena musical que a cidade respirava,tornou-se um mangue-boy,fez parte da primeira formação da nação zumbi,mandando ver no couro das alfaias,ao lado de Chico Science,Renato L e Fred 04,virou um dos incones do movimento mangue,depois migrou para a banda da ilha grande a Mundo Livre S.A de Fred 04 onde foi percussionista por alguns verões. cansou do som das guitarras distorcidas e do baque-virado do maracatú do manguebeat,pegou um ita no norte e foi pro Rio morar,figuraça que é,logo misturou as tintas com a global Alessandra Negrini,entrou no circuito de Sampa e caiu na graça dos notivagos e da galera descolada da Paulicéia desvairada.se interessou pela música eletronica e resgatando ritmos brasileiros e fundindo-os ao som eletronico e daí veio o samba prá burro, seu primeiro albúm solo de 1998,eleito o melhor do ano pela Associação Paulista de criticos de artes. de lá para cá foram mais tres discos de músicas inéditas: Condom Black em 2001 e Sem gravidade em 2003 e MTV apresenta Otto, que até então era trabalhado por Otto Maximiliano Pereira,essa semana ele acabou de lançar o seu mais novo trabalho,Certa manhã acordei de sonhos intranquilos, um som maneiro desse descendente de Holandês com Indio,que traz maracatú com drum'n'bass e forró com rap. no DVD de Otto tem a participação especial do rapper MV Bill na música Cuba . Otto na sua tragetória já embalou uma festa dos integrantes da Oassis em Londres. o bicho que pula está de volta com sua inquietude e trabalho novo na praça.
William Veras de Queiroz-Santo Antonio do Salgueiro-PE.