CABELOS DE SANSÃO, TIAGO ARARIPE

TIAGO ARARIPE,CABELOS DE SANSÃO

Quando Menino,na cidade do Crato,Região do Cariri,sul do ceará. Ele era atipico as brincadeiras tão peculiar aos moleques de cidades interioranas. O menino Tiago era um estranho no ninho,amava os Beatles e as bandas cabaçais,era um leitor, e já demostrava suas inclinações com as artes, tocava violão, e andava com um gravador em punho a pedido do avô,folclorista ,para registrar o som das bandas Cabaçais do Cariri (Banda de pifanos),reisados e Maneiro-pau, durante os festejos da região.O menino cresceu, foi embora para o Recife, estudar arquitetura. Pouco Tempo,depois, surgiu na cena cultural da Veneza Americana,no Coletivo Nuvem 33, com Laboratório de sons estranhos, o grupo mais performático daquele movimento udigrudi, onde também fazia a trilha sonora para grupos teatrais daquela cena cultural. Participou da Woodstock do Agreste (Feira Experimental de Artes),em Nova Jerusalém,com bandas como: Tamarineira Village(Ave Sangria), Lula cortes,Flaviola e o bando do sol e tantas Outras bandas . Mas a cidade do Recife já estava muito pequena para os projetos de Araripe,que em 1973 foi para Sampa,lá ajudar a formar a banda papa poluição, que marcou época na cidade. Por lá gravou o LP Cabelos de Sanção,que tinha o dito -cujo, na capa, nú cavalgando um leão. O disco apresentava uma sonoridade inovadora,a fusão de ritmos nordestinos com outros sons, foi um dos primeiros discos independentes do país. Por lá,ele também gravou um compacto com TomZé, Tiago esteve envolvido na maioria das manifestações musicais da paulicéia desvairada,que acabaram desaguando no inicio dos anos 80,no que se chama vanguarda paulistana.Mudaram as estações, e Tiago desiludido com a música,virou publicitário de oficio,voltou para o nordeste e ficou entre Fortaleza e Recife. Até que num certo dia, no final dos anos 80,Zeca Baleiro estava espiando as novidades numa loja de discos do Rio de Janeiro,quando levou um susto: um velho LP com um cabeludo nu cavalgando um leão na capa, um som inovador. O tal cabeludo era o Cearense Tiago Araripe, a primeira audição foi amor a primeira vista, de lá para cá , Zeca não sossegou enquanto não conheceu o ilustre pessoalmente. uma certa vez, aproveitando um show em fortaleza, mandou que a produção localizasse Tiago. O homem que apareceu à sua frente era um respeitavel senhor de óculos,calvo e discreto no vestir,muito diferente do cabeludo pelado da capa do disco. Mais a voz suave e doce, que um dia, Augusto de Campos,comparou a dos trovadores provençais,continuava a mesma. E o talento de compositor também,Zeca e Tiago tornaram-se parceiros. E logo depois o Maranhense resolveu relançar Cabelos de Sansão,o disco que tanto o tinha impressionado, pelo selo Saravá Discos de sua propriedade. Daquele encontro prá cá, os dois não pararam de compor,e já tem projeto de Tiago em execução, para a felicidade dos amantes da boa música e da MPB.

William Veras de Queiroz 2009 D.C Santo Antonio do Salgueiro -Pernambuco.

GENTILEZA GERA GENTILEZA

"Feito louco pelas ruas,com sua fé,Gentileza o profeta,e as palavras,calmamente semeando o amor à vida,aos humanos". Ele Talvez tenha sido o último de uma estirpes de loucos-profetas que habitam as cidades do Brasil. Barbas longas,vestes brancas,cabelos grisalhos,estandarte na mão e palavras de simpatia e afeto. Assim era o Profeta Gentileza,ou para ser preciso,José Datrino,esse era seu nome de pia,Paulista da cidade de Cafelândia,que o viu nascer no ano da revolução russa,num 11 de abril de 1917,tinha 11 irmãos,teve uma infância pobre e de muito trabalho no campo,puxava uma carroça vendendo lenha para ajudar no parco orçamento familiar,foi amansador de burro brabo para o transporte de cargas,tinha um comportamento atipico,por volta dos 13 anos de idade,passou a ter premonições sobre sua missão na terra, na qual acreditava que um dia,depois de constituir familia,filhos e bens,deixaria tudo em prol da missão. seus pais quase morreram de preocupação com tal comportamento,que chegaram a suspeitar que o filho sofria de algum tipo de loucura,chegando a recorrer a curandeiros espirituais. Durante uma das maiores tragédias circenses do mundo, ocorrida em Niterói, no dia 17 de dezembro de 1961,houve um grande incêndio no Gran Circus Norte -Americano. Mais de 500 pessoas morreram neste incêndio,a maioria,crianças. Na antevéspera de Natal,seis dias após o acontecimento,José acordou alegando ter ouvido "vozes astrais", segundo suas próprias palavras,que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar exclusivamente ao mundo espiritual. O profeta que era um bem-sucedido comerciante,pegou um dos seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e hortas sobre as cinzas do incêndio em Niterói,local que um dia foi palco de tantas alegrias,mas também de muita tristeza. aquela foi sua morada por quatro anos.lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras Agradecido e Gentileza. Foi um consolador voluntário,que confortou as familias das vitimas da tragédia com suas palavras de bondade.Daquele dia em diante,passou a se chamar José Agradecido ou Profeta Gentileza. A partir de 1980,escolheu 56 pilastras do viaduto do cajú,que vai do cemitério do cajú até a Rodoviária do Novo Rio,numa extensão de aproximadamente 1,5 Km. Ele encheu as pilastras do viaduto com escrições verde-amarelo propondo sua critica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização. Durante a ECO92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passava os representantes dos povos e incitava-os a viverem a Gentileza e aplicarem a Gentileza em toda Terra. Faleceu aos 79 anos de idade,na casa de familiares,em Mirandopolis-SP,no dia 29 de maio de 1996. Com o decorrer dos anos,os murais foram danificados por pichadores e vandalos e depois cobertos por uma tinta cinza,sob muitas criticas a Prefeitura do Rio de Janeiro, resolveu recuperar os painéis das pilastras e criou o projeto Rio com Gentileza. Hoje, treze anos após o desaparecimento do último Profeta urbano ,o Rio de Janeiro e o mundo recente-se por sua obra e seus ideais. Precisamos urgentemente viver e praticar o mundo segundo o Profeta Gentileza,Viva Gentileza,Gentileza gera Gentileza,FELIZ NATAL.

William Veras de Queiroz 2009 D.C Santo Antonio do Salgueiro-PE.

FILHOS DE JOÃO: ADMIRÁVEL MUNDO NOVO BAIANO

Filme dirigido pelo estreante Henrique Dantas,Filhos de João é um primo pobre de Lula,o filho do Brasil e de 2 filhos de Francisco. Com orçamento muito baixo(custou 21 mil para ser rodado e R$ 212 mil para ser finalizado),com limitações técnicas que,no entanto ,pouco importa e até são incorporadas ao espirito do assunto tornando-se involuntariamente uma solução estética. Filhos de João,também não é mais um documentário sobre o grupo Novos Baianos. Primeiro porque foca na influência do músico baiano João Gilberto sobre o também Juazeirense Galvão,Moraes Moreira,Paulinho Boca de Cantor,Baby Consuelo,Dadi,os hermanos Pepeu Gomes,Didi e Jorginho,Gato Felix.Bola e Charles Negrita. E tem uma participação efetiva de Outro artista baiano,Tom Zé( O filho de João e sobrinhos de José). Em segundo lugar, o doc se diferencia por estabelecer um diálogo importante com o pouco conhecido cinema baiano,que gerou bons longas-metragem como Superoutro,de Edgar Navarro; Meteorango Kid,Herói Intergaláctico, de André Luiz Oliveira. Os filmes relacionados são tão psicodélicos quanto a própria tragetória da dos Novos Baianos, e cujas cenas são incorporadas ao doc. Através de depoimentos dos integrantes da banda e afins como Armandinho(Dodô & Osmar) e Solano Ribeiro(cineasta) entre outros, o filme conta a história da banda desde o surgimento, na Bahia,sempre reforçando a influência de João Gilberto, até os último dias ,na cidade maravilhosa, onde viviam juntos em um sistema só comparado ao marxismo de Fidel ou a uma comunidade hippie, ecleticos,também eram um time de futebol, que chegou a ser contratado para jogar( e não tocar) na Veneza Americana, donde levaram uma sonora goleada no estádio do Arruda por 11 a 1 do meu querido Clube Naútico Capibaribe. Em alguns relatos que li sobre o filme. o longa deixa claro que os Novos Baianos viveram muito bem os anos 70. no doc desmistifica a rixa entre pernambucanos e baianos, e mostra que a música dos dois estados estão ligadas de outros carnavais.

Por William Veras de Queiroz 2009 D.C Santo Antonio do Salgueiro- Pernambuco.

A VOLANTE DO SARGENTO BEZERRA

" A Madrugada nunca encontra o homem a onde o crepúsculo o deixou." Mas quis o destino,que naquela fatídica madrugada fria do dia 28 de julho de 1938,na fazenda do Angico,em Poço Redondo,Sergipe, o Sargento João Bezerra e sua volante confrontasse com Lampião e seu bando no local denunciado. Aquele foi o dia da volante,pontificando a saga do cangaço no sertão Nordestino. No ano de 2004 na Bahia de São Salvador,sob a liderança do Serratalhadense, Carlinhos Pajéu,conterrâneo de Virgulino ,surge a Banda A volante do sargento Bezerra, que trouxe na sua concepção arranjos e tendencias da nova MPB,mantendo a essência ritmica em perfeita combinação com elementos de vários ritmos do mundo. Com uma base musical regional acrescentada de elementos da música pop, a soma de tudo isso é um som que não deixa ninguém parado por onde passam. O regional sintonizado com o vasto mundo. Quando surgiu no cenário musical da boa terra,foi o centro das atenções e participou de alguns eventos importantes,como o projeto música no parque,forum cultural mundial na terra da garôa e VI Mercado Cultural Latino Americano. A Volante do Sargento Bezerra realizou várias apresentações nas principais casas de Salvador,cidades do Interior e em Sampa. Teve como destaque as temporadas no galpão cheio de assunto-BA,SESC SENAC Pelourinho-BA e Grazie a Dio em SP,eleita pela revista Veja como uma das melhores casas de São Paulo.Em Salvador destaca-se dois grandes shows,um com Armandinho e Aroldo Macêdo.onde a cultura da música da Bahia foi exposta com a mistura do "Pop Nordestino" da Volante com a guitarra Baiana de Armandinho,outro com o sanfoneiro Dominguinhos,no projeto sua nota é um show,onde a Volante fez a concha acústica-TCA em peso cantar seu "hit" da janela pro terreiro,encerrando o ano levando uma canção de amor para todos se lembrarem. Ainda em 2007, a volante fez apresentações em Sampa no CTN-Centro de tradições Nordestinas,SESC-Ipiranga,SESC-Pompéia(projeto prata da casa) sendo escolhida como uma das melhores bandas da temporada desse projeto. Em novembro de 2007,concorrendo com o show "mais mundo " arrebatou três dos seis prêmios aos quais foi indicado para o maior prêmio de música do Nordeste,Trófeu Caymmi;melhor banda,cantor revelação e melhor direção artistica. A volante teve uma grande baixa no seus quadros quando perdeu o vocalista Carlinhos Pajéu,que deixou o grupo para fazer carreira solo. O Pernambucano Carlinhos, era o compositor do grupo, executava instrumentos,vocalista e era declamador. A volante do Sargento Bezerra,pega emprestado o nome do algoz de Virgulino e do seu Bando e em nenhum momento faz apologia aos que achavam que eliminando o corpo do Hobby-Hood do Sertão,sucumbiriam sua história,o compromisso do grupo é com bons serviços prestados a nova Música Popular Brasileira.

William Veras de Queiroz 2009 D.C Santo Antonio do Salgueiro- Pernambuco

PASTORIL PROFANO DO VELHO BARROSO

" Quando o velho entra, o povo gosta,se não tivesse o velho para contar piada,conversar com o pessoal,ninguém vem ver. A enchente do povo,eu digo que é a mesma, principalmente quando o velho é famoso. O pessoal gosta é de safadeza. A policia é que não gosta. Ela não dá jeito nas mulheres nuas no mar,mas basta o velho dizer umas coisinhas mais forte para ter que dar explicações" essa foi mais uma das tantas defesas ou "explicações " de José Menezes de Moraes, O Velho Barroso nas delegacias da vida, quando dizia ou encenava umas "coisinhas mais forte". Na verdade o Velho Barroso,foi o mais safado dos safados velhos do pastoril profano de Pernambuco e dessa forma fez história no folguedo. Ele nasceu no Recife,em 16/09/1904, no bairro de Afogados,foi um dos maiores animadores de pastoril do estado. Conheceu o folguedo aos 12 anos de Idade,quando participou de um pastoril religioso,ocasião em que ganhou o apelido de Almirante Barroso:

-quando comecei a dançar,em 1916,no largo do Manoel doido, por trás da rua Imperial,no Recife,onde havia muita animação,eu participava do presépio. A distinção entre presépio e pastoril é que o primeiro é dançado por crianças. E o pastoril por adultos. Aos 15 anos já participava do pastoril de ponta -de-rua(pastoril profano) e, pouco tempo depois,criou seu próprio grupo que passou a apresentar espetáculos por vários municípios Pernambucanos,principalmente na zona da mata. Barroso,foi contemporâneo de outros velhos de pastoril do Recife como Amaro Canela de Aço,Frutica,Jatobá,Leopoldo,Crocodilo, Meira,Catota,Ferrugem,Carrapicho,Palmeira,Aroucha. Ex- operário de um moinho no Recife, o velho Barroso viveu, mesmo, foi de sua arte,ainda que precariamente. Ele fez da pobreza uma alegria para sobreviver , que se renovava a cada apresentação e que tudo começava com um Natal. Viva O Velho Barroso e o Pastoril profano.

William Veras de Queiroz 2009 D.C Santo Antonio do Salgueiro-Pernambuco.

COMADRE FULORZINHA, VOU VOLTAR ANDANDO

Comadre Fulorzinha é uma figura lendária que protege as florestas da zona da mata Pernambucana, o espirito de uma cabocla de longas madeixas,ágil,que vive nas matas protegendo a natureza da ação desenfreada dos caçadores,que gosta de ser agraciada com mel e fumo prá dar umas baforadas. Qualquer semelhança com a caipora é mera coincidência. Tem personalidade zombeteira,algumas vezes cruel, em outras benevolente. Dizem as más línguas que a dita-cuja, desce a madeira em que adentra suas matas sem levar um fuminho como oferenda e como não bastasse ainda enrola a língua do malfeitor . Como se ver a comadre não é brincadeira ! Furtiva,seu assovio se torna mais baixo quando mais próxima ela estiver,parecendo estar distante. dizem que a distinta, também gosta de fazer tranças e nós em crina e rabo de cavalos,que ninguém consegue desfazer,somente ela, isto é,se for, digamos,subornada com fumo e mel. Dizem,também,ser vista a distancia em forma de bola de fogo. Comadre Fulorzinha também é uma banda recifense que nasceu em 1997,na efervescência do manguebeat , que tem nas canções influências de cantigas e ritmos regionais do nordeste ,como a ciranda praeira,coco e baião com múltiplas influências. A primeira formação do grupo tem como base a percussão e vozes, na primeira formação nos idos de 1997, tinha Alessandra Leão, Renata Mattar, Isaar e Karina Buhr. Algumas das integrantes partiram para carreira solo e só restou Karina Buhr a frente da comadre. Mudaram as estações e o grupo trocou a manguecéia por Sampa. com nova formação,seis integrantes e usando instrumentos diversos como saxofone,violão,flauta,gaita,cavaquinho ,rabeca,ilú,bombo,zabumba,congas e djembê,criando uma nova linguagem e cheia de personalidade. o grupo gravou o primeiro CD em 1999(CPC-Umes) e em 2003 o disco chamado Tocar na Banda(Ybrasil/Trama). o grupo fez várias turnês pelo país e internacionais. O grupo teve participações em trabalhos de DJ Dollores,Mundo Livre S/A, Eddie, Bonsucesso samba clube e Erasto Vasconcelos, além de participações em projetos como Baião de Veremundo(2000),disco-tributo a Luiz Gonzaga, Pernambuco em concerto III e IV e music from Pernambuco. Na terra da garôa o grupo tem feito trilhas sonoras e teatro, entre os quais Bracantes e Os Sertões,dirigidos por Zé Celso Martinez Correa," A Máquina" do Pernambucano João Falcão,Deus é Brasileiro , de Cacá Diegues e Narradores de Javé, de Eliane Caffé. Em 2000 e 2001 fez sua primeira turnê internacional no Canadá,USA,Bélgica,França e Suíça,participou do festival Strictly Mundial e mercado cultural em Salvador. Em 2003 tocou na noite de encerramento do fórum Social Mundial, em Porto Alegre, na Fête de la Musique,em Paris, em 2005,tocou em Berlim/Alemanha no Teatro Volksbühne,integrando o show música mistiça e gravou o programa Ensaio da TV Cultura. O Comadre Fulorzinha com sua nova formação e sediado em SP,gravou recentemente o Disco Vou Voltar Andando, após cinco anos longe dos estúdios, o terceiro CD de forma independente, o disco foi prensado no formato SMD(semi metal disc,tecnologia nova e que barateia os custos,sem nenhuma perda na qualidade ,possibilitando o CD ser vendido ao público pelo preço de R$ 5,00). Nesse novo CD,novas experiências se refletem no acréscimo de detalhes de viola,beat box, pifano e até cavaquinho usado com pedal,tudo numa integração perfeita com a inspirada base percussiva do grupo. O CD tem 10 faixas,todas de autoria de Karina Buhr, marcando um novo tempo na história do grupo, que muitos acreditavam ter sucumbido, e que este seja a entrada prá tantos outros do Comadre.

William Veras de Queiroz 2009 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE.

RAIMUNDO CARREIRO,GANHA O MACHADO DE ASSIS

O Menino Bébé de Seu Raimundo,lá da praça da Matriz de Santo Antonio,que morava em frente ao coreto da Freguesia do Salgueiro,venceu o Machado de Assis,uma das oito categorias do prêmio Literário Fundação Biblioteca Nacional voltado a categoria romance,por Minha alma é irmã de Deus,lançado este ano durante a Bienal Internacional do livro de Pernambuco, que prestou homenagem ao autor. Essa é a segunda vez que Raimundo Carreiro ganha a premiação da Biblioteca Nacional. A primeira foi em 1995,com o romance Somos pedras que se consomem. " O prêmio significa o coroamento de um esforço de muito tempo-dias ,meses,anos de trabalho e ansiedade. Mas, no atual momento histórico brasileiro,representa também a possibilidade de sua obra ser mais conhecida pelo leitor,para quem,afinal,o livro é escrito. De um lado,pela cobertura da mídia; e,de outro,pelo reconhecimento," explicou o autor. Minha alma é irmã de Deus, traz o estágio mais apurado da técnica literária de Raimundo Carreiro,mas uma técnica que não deixa de lado o prazer da leitura. Será que Carreiro pensa no leitor na hora de escrever ? "Sim,penso tanto no leitor que criei,ou tentei criar, o conceito da sofistificação com simplicidade.Ou seja, a obra deve ser lida sem a necessidade de grande esforço,mas no seu interior estão escondidas as técnicas mais sofisticadas.Quem fez isso com enorme habilidade foi Machado de Assis", relata o autor. E o autor já prepara novo romance. O titulo provisório é Eu hoje estou triste até a morte,que traz como protagonista um personagem até então secundário,Alvarenga.

William Veras de Queiroz 2009 D.C - Santo Antonio do Salgueiro- Pernambuco.

VELHO FACETA, FEZ HISTÓRIA NO PASTORIL PROFANO

Dezembro, no sertão Nordestino, a caatinga veste-se do mais belo verde para receber o Natal e o Menino Deus,na zona da mata a pequenina cigarra dá inicio a sua ópera natalina ,as cidades litorâneas festejam o Baile do Menino Deus com seus pastoris coloridos de azul e vermelho e suas belas Dianas, e, é nesta festa de luzes,cores e alegrias, que surgem os pastoris profanos com seus velhos safados e suas Pastoras desentoadas dando brilho aos festejos com canções de duplo sentido. Uma das figuras mais representativas do pastoril profano de Pernambuco,era Constantino Leite Moisakis, o "Velho Faceta", que nasceu no dia 8 de Janeiro de 1925, na cidade de Carpina,na zona da Mata Pernambucana,depois de ter vivido a glória no pastoril, faleceu em agosto de 1986. Contrariando a vontade do seu pai, Constantino tornou´se velho de pastoril e até morrer trabalhou para manter viva essa tradição típica do Estado de Pernambuco. Acredita-se que o pastoril surgiu no final do século XIX como uma "nova estratégia" para atrair candidatos à iniciação sexual. Um show de variedades, onde mulheres eram apresentadas ao público. "Simbolicamante, o pastoril infantil ou a lapinha pregava e sugeria o ideal da Imaculada Conceição; o Pastoril -de- porta de rua (profano), ao contrário, defendia o ideal revulucionário do prazer e do sexo sem concepção",descreve o livro "Pastoril profano de Pernambuco." Não faltam nomes para o pastoril profano; "Pastoril de Jornadas soltas", "Pastoril de cebolas", " Pastoril de velhos", "Pastoril de Mulheres" " Pastoril-de-ponta de rua ", " Pastoril -de-mulé de vida", muitos pastoris adultos ficaram conhecidos pelo nome dos velhos que os comandavam, como o " Pastoril do velho Futrica" , "Pastoril do Balalaica", "Pastoril do Velho Barroso", irmão de Faceta e bastante popular. O Pastoril do velho Faceta ,também era conhecido como "Rosa branca". Tradicional, o velho Faceta manteve sempre as regras originais no seu pastoril. Numa apresentação que começava às oito da noite e só terminava de madrugada, o velho dividia o palco com suas pastoras cantando,dançando e dizendo piadas,sempre com temperos picantes. Faceta não gostava de se apresentar em centros mais desenvolvidos,preferia os pequenos povoados ,onde a população sabia participar das brincadeiras. O Velho Faceta fazia shows interativos. Alguns pagavam ao velho para dizer impropérios contra outras pessoas que participavam da apresentação. E ele mandava,entre outros: lençol de bixiguento,suvaco de aleijado, pancada na canela. Hoje o Pastoril profano é quase memória, relembrado por poucos, entre eles, o velho mangaba e o ator Walmir Chagas, que trás sua luz e seu humor para o brilho do natal dos nossos dias.

William Veras de Queiroz 2009 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE.

NAÇÃO ZUMBI,MEU MARACATÚ PESA UMA TONELADA ...

As velhas paredes do casario do Recife antigo e o chão do Marco zero da cidade, vão tremer quando as guitarras distorcidas e as alfaias quebrarem no baque virado do maracatú de uma tonelada do NZ. Os malungos sobem ao palco para a gravação do primeiro DVD da banda,na abertura da Feira Música Brasil 2009,que vai até o próximo domingo. A apresentação tem a participação de Arnaldo Antunes,Paralamas do sucesso ,Siba e Mundo Livre S/A. Comemorando os 15 anos de carreira fonográfica iniciada com um dos melhores discos do século passado-DA LAMA AO CAOS, com o saudoso Chico Science liderando os vocais do grupo que surgiu no Recife na década de 90 a partir da fusão do grupo Loustal, banda de rock pós-punk, com o bloco de samba reggae Lamento Negro, e originalmente chamava-se Chico Science & Nação Zumbi. O lider e vocalista da banda o cantor e compositor Chico Sciense,fundou,junto com a banda Mundo Livre S/A,o Movimento Manguebeat.No ano de 1991,em Olinda, aconteceu o primeiro show da banda com o nome provisório de "Loustal & Lamento Negro", numa festa chamada "Black Planet ." Neste mesmo ano Chico Science e Fred ZeroQuatro(do grupo Mundo Livre) escreveram um release, que acabou virando um manifesto do Movimento Manguebeat, o manifesto dos caranguejo com cérebro,que tem como simbolo uma antena parabólica cravada na lama. No dia 2 de Fevereiro de 1997, dia de Iemanjá, um domingo de carnaval, Chico Sciense, partiu dessa prá melhor num acidente automobilistico no complexo de Salgadinho ,entre Recife/Olinda. Foi um grande choque ,cogitou-se o fim da banda e do movimento Mangue,mas Jorge du peixe,que tocava alfaia,assumiu os vocais, e o grupo seguiu em frente. A Nação passou por várias mudanças no seu line-up até chegar nos nossos dias,com um entra e sai de músicos. A NZ levou o seu som prá os quatro cantos do vasto mundo, e agora chegou a vez de contemplar os mangue-boys com um DVD gravado na Manguecéia.

William Veras de Queiroz 2009 D.C -Santo Antonio do Salgueiro-PE.

PROGRAMAÇÃO:

Parque Aza Branca

Exú - Pernambuco

7 de Dezembro(segunda-feira)

Bandas de pifanos de Ipubi,Exú,Moraes e Bom Jesus

Pedro Brigido e Antonio Santana

Coral Aboios de Serrita,Sotaque Nordestino,Três do Cariri,Josi Batista e Chico de Jardim

8 de Dezembro(Terça-feira)

Antonio Lisboa e Edmilson Ferreira,Edvaldo Zuzu e Severino Dionisio,Gilberto Alves e Luciano Leonel,Valdir Teles e Raulino Silva,Daniel Olimpio e Chico Deassis,João Lourenço e Hipolito Moura,Ivanildo Vilanova e Eaimundo Caetano

10 de Dezembro(Quinta-Feira)

Caminhada da sanfona,Horta Sanfoneiro,Toinzinho da Sanfona,Expedito Vieira,Luiz de Losinha,Bebê Camilo,Anisio Cazuza e Antonio do boné,Nelson do forró ,Neguinho do acordeon,Chico Felix e Bilica, Aula espetáculo com Ariano Suassuna,Grupo panela do forró, Toinho do Baião,grupo suor e Cia ,Lulika dos Palmares e Pessoa Nascimento.

11 de Dezembro(sexta-Feira)

Epitácio Pessoa,Jaiminho do Exú,Luizinho Calixto ,Flávio Leandro,Targino Gondim,Familia Gonzaga e Jorge de Altinho.

12 de Deazembro(sexta-Feira)

DiJesus,Seguidores do Rei,Carolina com K,Dominguinhos,Waldonys e Flávio José.

13 de Dezembro(Domingo)

Targino Gondim,Geraldo Azevedo,Chá cutuba,Mauro do acordeon,Epitácio Pessoa ,Joquinha Gonzaga,Luizinho Calixto e Joãozinho do Exú,Bia Marinho e em canto em poesia,Josildo Sá,Agostinho do Acordeon,Projeto pé de serra e Aí, Nádia Maia,Petrúcio Amorim,Rogério Rangel ,Israel Filho, Irah Caldeira ,Maciel Melo e Fim de Feira e Joquinha Gonzaga.

JESSIER QUIRINO, O DOUTOR DA POESIA

Ele fez da poesia,régua e compasso,e assim,as aspirações e os desejos aconteceram com a agilidade métrica de uma sextilha nos planos de um repentista de viola e na vida desse arquiteto por profissão,poeta por vocação e matuto por convicção. Nasceu no ano da graça de 1954 nas terras do planalto da Borborema, na desenvolvida Campina Grande, Paraiba, tornou-se um cidadão de Itabaiana por adoção on de reside desde 1983,filho mais novo da prole dos Quirinos,estudou em Campina Grande até o Ginásio no Instituto Domingos Sávio e no Pio XI. Fez o curso cientifico no Recife no colégio Esuda e fez Faculdade de Arquitetura na UFPB em João Pessoa,concluindo o curso em 1982. Apesar da agenda artistica Literária sempre requisitada, ainda atua na arquitetura, tendo obra espalhada por todo nordeste,principalmente na área de concessionárias de automoveis. Na área artistica, é autodidata como instrumentista(violão) e fez o curso de desenho artistico e desenho arquitetônico. Na área de literatura, não fez nenhum curso e trabalha a prosa, a métrica e a rima como um mero domador de palavras. Prenchendo uma lacuna deixada pelos menestréis do pensamento popular Nordestino, o poeta Jessier Quirino tem chamado a atenção do público e da critica,principalmente pela presença de palco,por uma memória extraordinária e pelo varejo das histórias,que vão desde a poesia matuta,impregnada de humor,neologismo,sarcasmo,amor e ódio,até causos,coco,cantorias musicais,piadas e textos de nordestinidade apurada. dono de um estilo próprio,"domador de palavras"-até discutido em sala de aula - de uma verve apurada e de um extremo preciosismo no manejo da métrica e da rima, o poeta, ao contrário do repentista que se apresenta em duplas,mostra-se sozinho feito boi de arado e sabe como prender a atenção do distinto público. nos espetáculos com fundo musical,apresenta-se acompanhado de musicos de primeira grandeza,entre os quais, dois filhos, que dão um tom solene e majestoso ao recital. Apesar de muitos o considera-lo um humorista,opta pela denominação de poeta,onde procura mostrar o bom humor e a esperteza do matuto sertanejo,sem, no entanto fugir ao lirismo poético e literário.

William Veras de Queiroz 2009 D.C -Santo Antonio do Salgueiro-Pernambuco

BAIÃO MAIS EU, MATUTANDO...

Os Quatro filhos de Antoin de Jeromi,seguiram por caminhos opostos aos que são reservados ao destino comum dos sertanejos do semi-árido Nordestino,no clã dos Oliveiras não houve o fatidico dia da partida ou despedidas , numa data perdida de um ano qualquer, dia pertinente a angústia e a incerteza dos que deixam seu berço e seu lar para uma aventura nas terras frias do sudeste brasileiro a bordo das rodonaves ou tribus da Viação Itapemirim. Eles permaneceram nas terras do sitio gernó em Bodocó ou, em Ouricuri no sertão Pernambucano,na defesa da nossa cultura e do legado do pai tocador ,que desde de cedo levava os garotos para tocar e para o convivio da música nos sambas de noites sem fim pelo Araripe afora, e para livrar um ou dois cachês em detrimento de outros músicos e assim levar algo a mais para o orçamento familiar. Os meninos cresceram,aprenderam a lição, e aquele passado vive em tudo que tocam agora, a leveza e a poesia das canções vem dos pássaros, das flores,dos elementos naturais da caatinga que surge na voz de Neudo,na sanfona de Elmo,nos ritmos de Cyelda(triangulo) e Nenem(zabumba),um disco acústico,com cheiro da terra,o forró tradicional e a música de qualidade ganharam com a emersão do Baião Mais Eu,que lançou o seu primeiro disco MATUTANDO em 2008, este CD é quase um trabalho autoral, todas as músicas são de Neudo e Elmo,com uma única parceria em duvideodó e com a música desengano que tem a participação do poeta cantador Flávio Leandro autor da música,conterraneo de Bodocó,cidade que tem revelado grandes nomes para a MPB, a exemplo do meu amigo e genial violonista Ednaldo Queiroz que mora em New York, o Cantor e compositor Leninho, os músicos do Sanfonéia(que residem no Recife). Com composições belas e inteligentes,com boas interpretações e um instrumental competente,quero fazer justiça ao trabalho apresentado pelo grupo até então,vejo o CD Matutando, do Baião mais Eu, como o que de melhor aconteceu nesses últimos tempos na música tradicional forró pé -de-serra a nivel de grupo. Mais os quatro filhos de Antoin de jeromi,deram pru mundo, e assim tornou possivel ouvir as canções do disco através da internet: www.palcomp3.com.br/baiaomais eu, www.garagemmp3.com.br/baiaomais-eu ,www.nacaocultural.pe.gov.br/cd-do-baiao-mas-eu,eles continuam no mato matutando e sabem que ainda tem muito desafios pela frente e assim seguem pela poeira da estrada com a certeza de chegada.

William Veras de Queiroz 2009 D.C - Santo Antonio do Salgueiro - PE.

BULE BULE, O CANTADOR DO SAMBA RURAL BAIANO

Nasceu neguinho de roça, num distantante 23 de outubro na pequenina Ipacaetá(Próximo a Feira de santana), uma região que fica na porta do sertão e próximo do Recôncavo Baiano,seu nome de pia(Batismal), é Antonio Ribeiro da Conçeição,Bule Bule. Cresceu ouvindo o samba rural do sertão e do recôncavo,além dos repentes de violas sertanejo. Refletindo a estrutura psico-social do patriarcalismo tipíco do nordeste,Bule Bule não esconde a paixão pela figura do pai, o tiraneiro Manoel Muniz,que faleceu em 1996, aos 81 anos de idade. Poe ele , que era sambador,lhe ensinou as artes e traquejos da essência sertaneja que ele somou à vivencia com os repentistas e seus versos de cordel. É considerado um legitimo defensor de gêneros musicais nordestino,como as chulas do sertão,cocos,martelos, agalopados,xotes ,marcha de pé-de-serra e repentes. Consegue unir o lado negro e mouro da cultura do sertão com alguns elementos da cultura do recôncavo. Escritor de cordéis,Bule Bule é sinônimo de celebração Nordestina em alta voltagem,mas desplugado da tomada. Muitos dos camponeses da região de Bule Bule,vão cortar cana-de-açucar,quando voltam com a influência da chula típica do Recôncavo,mas sincopada e menos "gritada" do que a chula rural sertaneja. Desagregado da indústria cultural,Bule bule fez sua carreira de cantador e sambista longe da lógica e do ritmo alucinado da indústria cultural. Rodou o interior da Bahia e diversos estados do nordeste e do Brasil como artista popular regional. Bule Bule escreveu diversos cordéis de tom contemplativo existencial e, também de cunho politico. Durante o regime militar fez diversos cordéis clamando por liberdade de justiça social. Até cordel de fundo ecológico ele confeccionou . Em, 1982, ele fez " peço para não acabar com o raso da Catarina", no sertão da Bahia que iria servir de depósito de lixo atômico nos anos 70. o cordel se utiliza do imaginário sertanejo para defender a natureza. Depois de atravessar a década de 70 viajando pelos sertões,Bulu BUle só consegue fazer o registro de sua arte em 1979, através do álbum coletivo com o cantador baiano Zé Pedreira. Em 1993, recebe das mãos da Prefeita Lidice da Mata, o titulo de cidadão honorário de Salvador,um reconhecimento ao seu valor cultural. No mesmo ano lança o livro de cordel " Cacimba Nova", em 1995, grava um CD " fome e vontade de comer" ,com o parceiro,cantador e violeiro Antonio Queiroz ". Sentido a vontade de atuar em outras frentes como aglutinador,funda em 1997, o Intituto de Pesquisa, Estudos e ensino da Cultura Popular do Nordeste(IPECPON), o objetico é que o centro venha a servir em diversas cidades da Bahia como local de pesquisa e formação de grupos ligados e a cultura de raiz Nordestina. Em 1999, lançou o show "Só não deixei de Sambar". Bule Bule tem fé que a arte genuína é derivada da vivencia e essência de cada ser humano,sem ter nenhuma relação aos modismos da vida moderna. Seguindo sua sina artistica, vai levar seu canto, suas chulas rurais e repentes para tentar suas inserção dentro do segmento da MPB uma vez que sua arte, é nordestina genuína e traz o dom universal do homem cantador da vida.

William Veras de Queiroz 2009 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE.

GREGÓRIO BEZERRA, A HISTÓRIA DE UM VALENTE ( O FILME)

As gravações do longa-metragem , dirigido por Claúdio Barroso,um Paulistano,que mora a vinte na Veneza Americana, e produzido por Germano Coelho(Camará Filmes),começou a ser gravado no Palácio do Campo das Princesas,no Recife. Conta a história do velho comunista,que com idade de 4 anos trabalhava na lavoura de cana para ajudar a família; com oito perdeu os pais. O pai aos sete anos de idade ,e a mãe aos 9 anos, Gregório Lourenço Bezerra,nasceu em 13 de maio de 1900,na cidade de Panelas no agreste Central de Pernambuco. aos dez anos de idade chega ao Recife de bondes e lampiões a gás,onde se torna menino de rua e passa a vender jornais até descobrir o sindicato da construção civil. Em 1930 ele se filia ao Partido Comunista,depois de já ter sido preso,solto e de ter servido o exército. No Rio de Janeiro conhece Luiz Carlos Prestes,de que se torna amigo e parceiro de luta, e pouco tempo depois é eleito deputado federal em Pernambuco.Mas em 1947 Gregório é vitima de uma cilada que o obriga a cair na clandestinidade. Depois de nove anos circulando no país como anônimo e defendendo as causas dos trabalhadores,ele volta ao Recife em 1957. O filme retrata a vida de um ativísta político a partir desse ano até 1964,quando é preso novamente,dessa vez pela ditadura militar.Gregório morreu em 1983 em São Paulo,mas deixou um legado social e político que passa a ser revisto na telona. Quando volta ao Recife em 1957 ele se legaliza perante o Exército e se engaja na campanha de Miguel Arraes para o governo do estado. até que Gregório tem um estalo e volta para a zona da mata sul,onde repassa todo aprendizado dos anos de clandestinidade. Além de Olinda,Recife e Fernando de Noronha onde esteve preso, o filme deverá ser rodado em cidades como Água Preta,Palmares,São Benidíto do sul e Igarapeba. Orçado em 3,9 milhões,os produtores continuam captando recursos,por ser um filme de época o orçamento ficou apertado. A cena em que o comunista é torturado em praça pública pela ditadura não poderá,por exemplo ser gravada na praça de Casa Forte,cenário original do triste episódio,por conta da atualidade da arquitetura que circunda a praça. A tortura será uma das últimas cenas,será filmado em frente a Prefeitura de Olinda. " O roteiro é muito forte e a idéia é fazer do filme uma aventura política,uma persequição policial. Gregório sempre foi persequido,seja por latifundiário,usineiro,militares ou americanos", fala o cineasta sobre sua mais nova obra.

William Veras de Queiroz 2009 D.C - Santo Antonio do Salgueiro- PE.