terça-feira, 24 de setembro de 2019

Agnaldo dos Santos

Agnaldo Manuel dos Santos foi um grande escultor baiano que teve sua obra considerada como uma continuidade no Brasil da escultura africana. Ele nasceu em 1926 na Ilha de Itaparica e faleceu em Salvador em 1962, aos 35 anos. Antes de ser artista Agnaldo trabalhou como lenhador e fabricante de cal. O primeiro contato com o mundo artístico se estabeleceu quando ele foi contratado como ajudante e aprendiz no ateliê do artista soteropolitano Mário Cravo Jr. Trabalhando com Mario teve acesso aos materiais e técnicas usados pelo artista, assim como às fontes de inspiração da arte africana. Agnaldo iniciou-se na escultura incentivado por várias pessoas como Wilson Cunha, Pierre Verger, José Valladares e Lênio Braga.

A obra de Agnaldo é essencialmente produzida a partir da madeira e é de natureza antropomórfica. Suas peças são marcadas por uma grande variedade temática: vai da religiosidade afro-brasileira aos temas católicos, embora tenha a África como tema sempre presente em cada uma das suas peças. Por outro lado, a arte de Agnaldo difere da africana por diversas razões. Segundo o escritor, pesquisador e crítico de arte Clarival do Prado Valadares (1918-1923), a obra de Agnaldo "não pode ser entendida como filiação a uma determinada estilística regional africana: Agnaldo era senhor de meios expressionistas de absoluta originalidade". Agnaldo possuía um estilo único e característico; ele não obedecia ao estilismo de qualquer sociedade africana, ele criou um estilo próprio.

Agnaldo dos Santos, título desconhecido, madeira. Reproduçao fotográfica Escritório de Arte.

Em 1957 participou da IV Bienal de São Paulo, ano em que montou sua primeira individual, na Petit Galerie, Rio de Janeiro. Em 1959 e 1961, participou do Salão Nacional de Arte Moderna. Sua obra integra o acervo do Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ) e de diversos outros museus brasileiros. Em 1987, sua obra esteve presente na mostra Brésil Arts Populaires (Paris - França).

 Agnaldo dos Santos, título desconhecido, madeira. Reproduçao fotográfica BAHIAFLANEUR.

Agnaldo dos Santos, mae e filho, madeira. Reproduçao fotográfica Lordello e Giobbi Leiloes.

 Agnaldo dos Santos, máscara, madeira. Reproduçao fotográfica Lordello e Giobbi Leiloes.

Agnaldo dos Santos, título desconhecido, madeira. Reproduçao fotográfica Lordello e Giobbi Leiloes.

Agnaldo dos Santos, título desconhecido, madeira. Reproduçao fotográfica Portal Artes.

Agnaldo dos Santos, título desconhecido, madeira. Reproduçao fotográfica Portal Artes.

Agnaldo dos Santos, Nossa Senhora, madeira. Reprodução fotográfica Galeria Estação, São Paulo, SP. Foto: João Liberato©


Agnaldo dos Santos, título desconhecido, madeira. Reprodução fotográfica Lordello & Giobbi Leilões.


Agnaldo dos Santos, título desconhecido, madeira.


Agnaldo dos Santos, título desconhecido, madeira.


Agnaldo dos Santos, título desconhecido, madeira.


Agnaldo dos Santos, cabeça, madeira.


Agnaldo dos Santos, Oxossi, madeira.


Agnaldo dos Santos, Cristo, madeira.



segunda-feira, 23 de setembro de 2019



Público prefere filmes pernambucanos no Cinema São Luiz

Só este ano, seis longas-metragens pernambucanos tiveram estreia no equipamento cultural. “Bacurau”, há três semanas em cartaz, já atraiu mais de 13.400 espectadores


Fernando Figueirôa - Secult-PE/Fundarpe
 Fernando Figueirôa - Secult-PE/Fundarpe
São Luiz também lidera a bilheteria nacional do filme “Bacurau”, que já alcançou mais de 300 mil espectadores no Brasil
Considerado como a casa do cinema pernambucano, o Cinema São Luiz recebeu em 2019 a estreia de seis filmes produzidos por cineastas do estado: “Organismo”, de Jeorge Pereira; “Divino Amor”, de Gabriel Mascaro; “Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes; “Parquelândia”, de Cecília da Fonte; “A Serpente”, de Jura Capela; e “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Somente neste ano, cerca de 20 mil expectadores foram até o São Luiz conferir as produções pernambucanas no audiovisual. Desses seis filmes, quatro receberam incentivo do Governo de Pernambuco, por meio do Funcultura Audiovisual.
“Esse número reflete a política cultural desenvolvida pelo Estado para fomentar o setor do audiovisual. Além dessas estreias, o São Luiz também se prepara para receber no final deste ano a 21ª edição do FestCine, que no ano passado contou com a presença de mais de quatro mil pessoas durante as sessões das mostras competitivas – todas com filmes pernambucanos”, declara o secretário Estadual de Cultura, Gilberto Freyre Neto.
Fernando Figueirôa - Secult-PE/Fundarpe
 Fernando Figueirôa - Secult-PE/Fundarpe
Dos seis filmes pernambucanos exibidos no São Luiz este ano, quatro contam com incentivo do Funcultura Audiovisual
“Estamos diante de uma perspectiva nacional em que a arte e a cultura terão um papel muito importante nessa resistência. A partir desses seis filmes pernambucanos podemos discutir vários temas que são de extrema importância para a sociedade, e boa parte deles foram produzidos com incentivo do Governo de Pernambuco”, ressalta Marcelo Canuto, presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
“Bacurau”, o recordista de público dos filmes pernambucanos exibidos no São Luiz, já foi visto por 13.400 pessoas até a última terça-feira (17/09). O São Luiz também lidera a bilheteria nacional do filme, que já alcançou mais de 300 mil espectadores no Brasil. “Divino Amor” segue em segundo lugar. Em terceiro lugar está “Estou me guardando para quando o carnaval chegar”. Os três longas, além de “Parquelândia”, contam com incentivo do Funcultura Audiovisual em pelo menos uma das etapas de produção.
Fernando Figueirôa - Secult-PE/Fundarpe
 Fernando Figueirôa - Secult-PE/Fundarpe
Desde 2015 o São Luiz possui um projetor digital Barco 23B 4K, além de um servidor digital e processadores e amplificadores de som para formato Dolby 7.1
De acordo com Geraldo Pinho, responsável pela programação do Cinema São Luiz, a procura por estreias no equipamento cultural se tornou algo recorrente desde 2015. “Notamos uma procura maior quando o São Luiz inaugurou seu novo projetor digital Barco 23B 4K, com capacidade de projetar filmes em 3D, além de um servidor digital e novos processadores e amplificadores de som para formato Dolby 7.1. Esse equipamento nos coloca no mesmo nível das melhores salas de cinema comercial do País”.
HISTÓRICO - Inaugurado no dia 6 de setembro de 1952, o São Luiz tornou-se um dos mais emblemáticos cinemas do Recife, prezando por essa arte em sua concepção clássica, com exibição em cineteatro. Hoje o Cinema São Luiz é o de mais rica concepção artística e arquitetônica do Recife e um dos últimos cinemas de rua do país. Em 2008, o prédio foi tombado como monumento histórico e em 2010 foi adquirido pelo Governo de Pernambuco.



                 CARLOS ZENS

Em 1983, ingressou na Banda Sinfônica da cidade de Natal.

No ano de 1986 fez o primeiro recital de flauta e piano na capital potiguar.

Entre os anos de 1988 e 1989 integrou a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. Ainda em 1989, participou da "3º Semana Nacional de Música Brasileira", na cidade de Vitória, Espírito Santo, apresentado-se ao lado da pianista Adriana Francato. Participou também do "V Festival Nossa Música", realizado pela Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo.

Em 1992, passou a atuar no "Projeto Escola Aberta", da Fundação do Desenvolvimento para Educação, na cidade de São Paulo, apresentando oficinas culturais. Dois anos depois, em 1994, participou de homenagens a Tom Jobim no programa "Nas Quebradas do Sertão", apresentado pelos radialistas Amorim Filho e Expedito Duarte, na Rádio Bandeirantes. No ano seguinte, atuou no "Projeto Seis e Meia", em Natal, com o compositor paraibano Vital Faria.

No ano 1996 lançou o primeiro CD, "Potyguara", uma produção independente, no qual interpretou, entre outras, as músicas "Água marinha", "Alma rosa" e "Amizade", todas de sua autoria. No mesmo ano, participou do "Projeto Seis e Meia", em Natal, apresentando-se ao lado de Roberto Menescal e Wanda Sá. Em seguinda, em 1997, apresentou-se no "Projeto Pixinguinha", no Rio de Janeiro juntamente com Nelson Sargento e Família Roytman. No mesmo ano, lançou o CD "Potyguara", no Espaço Cultural Píccolo, na Vila Madalena, em São Paulo. No mesmo período, apresentou-se no programa "Viola minha viola", de Inezita Barroso na TV Cultura de São Paulo. Em 1998, participou da "V Bienal da Fotografia", em Citta di Loreto, na Itália, apresentando-se ainda em Roma, Ancona, Recanati, Civitanova e Ímola. No mesmo ano, participou do "Projeto Seis e Meia", em Natal, dividindo show com Hermeto Pascoal, no "IV Encontro de Cultura Popular do Rio Grande do Norte". Em 1999, recebeu o "Prêmio Hangar" na categoria "Melhor Instrumentista do Ano". No mesmo ano, participou do projeto "Gereba Convida", na Serenata da Umes (SP), em noite dedicada ao compositor potiguar Sebastião Barros (K-ximbinho), cujas obras interpretou. Também no mesmo ano participou do CD "Nação Potiguar", homenagem aos 400 anos da cidade de Natal, tocando ao lado de Oswaldinho do Acordeom e interpretando "Eu quero é sossego", de K-Ximbinho e Hianto de Almeida. No show do mesmo projeto atuou ao lado do músico Itamar Assunção.

Em 2000, voltou a ser escolhido o "Instrumentista do Ano" e recebeu o segundo "Prêmio Hangar". No mesmo ano, apresentou-se no "Festival da Música Brasileira - Sud Sul", na cidade de Sanary, na França, com o grupo Oficina Potiguar Choro & Cia.

Em 2001, participou do "Projeto Cultural Banco do Nordeste", em Fortaleza, no Ceará. Na mesma época, participou do "Circuito Cultural Banco do Brasil", em Natal e do "Festival de Inverno de Guaranhuns", em Pernambuco. Ainda em 2001, participou do CD "Canto do Seridó", de Elino Julião e recebeu o prêmio de "Melhor Show Instrumental". Também no mesmo ano, lançou o CD "Carlos Zens o tocador de flauta", interpretando "Bem brasileiro", "Cordão dos pastores", "Sons da Amazônia" e "K-Ximbinho sempre", todas de sua autoria, além de um arranjo que juntou "Primavera", de Vivaldi e "Asa branca", e Luiz Gonzaga numa mesma música. Participou do projeto "Seis e Meia", no qual dividiu o palco com Paulo Moura.

Em 2002, a convite de Vera Santana, fez as transcrições e direção musical do CD "Canta meu boi", de Mestre Manuel Marinheiro, trabalho aprovado no "Projeto Petrobras Música".

No ano de 2004 lançou o CD "Fuxico de feira", no qual interpretou "Royal Cinema" (Tonheca Dantas), "Um canto pra Natal" (Augusto Frankelin), "Escadaria" (Pedro Raimundo), "Brocoió" (c/ Carlos Cruz), "Minha saudade" e "Panela de mel", ambas em parceria com José Lucas. O disco ainda contou com as participações especiais de Lia de Itamaracá em "Cirandando pela praia" e ainda de Dominguinhos e Mingo Araújo na faixa "Cabeceiras", parceria com Dácio Galvão.

Em 2005 participou do "Projeto Pixinguinha" que começou no Rio de Janeiro, onde gravou o espetáculo no Auditório Radamés Gnattalli, na Rádio Nacional e show inicial na Sala Funarte Sidney Miller, partindo depois para uma turnê nacional com o projeto. Neste mesmo ano foi o ganhador do "Troféu O Poti", sendo um dos vencedores do "Prêmio Cultural Diário de Natal" na categoria "Música". Sua esposa Antônia Rodrigues o representou na entrega do troféu, por estar em turnê do "Projeto Pixinguinha", apresentando-se ao lado de Lia de Itamaracá, no Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Cine Teatro Guarany de Triunfo apresenta programação com três filmes nacionais e um cubano

Agenda inclui duas produções pernambucanas: a ficção “Divino Amor”, de Gabriel Mascaro, e o documentário “Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes

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“O Menino no Espelho” é baseado em obra de Fernando Sabino
Mais importante sala de cinema do interior do Estado, o Cine Teatro Guarany, equipamento cultural gerenciado pela Secult-PE/Fundarpe, retoma as exibições nesta semana com três filmes nacionais, dois deles pernambucanos, e um cubano. As sessões trazem “O Menino no Espelho”, do mineiro Guilherme Fiuza Zenha; “Os Últimos Dias em Havana”, do cubano Fernando Pérez; Divino Amor, do pernambucano Gabriel Mascaro; e “Estou me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar”, do também pernambucano Marcelo Gomes. Os ingressos custam R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). Às quintas-feiras, nas sessões CineSesc, a entrada é gratuita.
Baseado no livro homônimo do escritor mineiro Fernando Sabino, no qual inseriu memórias de sua infância em Belo Horizonte da década de 1930, “O Menino no Espelho” retrata as aventuras do menino de oito anos que tem a criatividade aguçada e a consequente mania de travessuras. O filme voltado para o público infantil se destaca pelo ritmo menos acelerado que o comum para essa faixa etária.
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A atriz Dira Paes protagoniza o filme “Divino Amor”
Exibido pela primeira vez na mostra competitiva do Festival de Sundance, em janeiro deste ano, “Divino Amor” se passa no ano de 2027 e traça um futuro distópico para o Brasil, depois que o País se torna uma teocracia. O filme é protagonizado pela atriz Dira Paes, que interpreta Joana. A personagem é uma religiosa fervorosa que trabalha mediando divórcios.
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“Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar” é ambientado na cidade pernambucana de Toritama
Produzido pela Carnaval Filmes, o documentário “Estou me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar” mostra o envolvimento dos moradores de Toritama, no Agreste pernambucano, com a produção de jeans no Brasil e com o Carnaval. O filme dirigido por Marcelo Gomes estreou nacionalmente em julho deste ano dentro da Sessão Vitrine, projeto de distribuição coletiva da Vitrine Filmes, que lança um título por mês.
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“Últimos Dias em Havana” conta a história de dois amigos enquanto mostra panorama da Cuba atual
“Os Últimos Dias em Havana” apresenta um panorama da Cuba atual enquanto conta a história dos personagens principais, Miguel e Diego, que são amigos e moram juntos. Miguel trabalha como lavador de pratos e sonha em morar nos Estados Unidos. O mote da película serve de pano de fundo para abordar dificuldades enfrentadas pela população da ilha.
SEMANA DE 19 A 25 DE SETEMBRO

O MENINO NO ESPELHO
(Brasil, 2014, 78 minutos)
Gênero: Drama | Direção: Guilherme Fiuza Zenha | Elenco: Lino Facioli, Mateus Solano, Regiane Alves
Classificação Etária: Livre
Sinopse: Belo Horizonte, anos 1930. Fernando (Lino Facioli) é um garoto de 10 anos que está cansado de fazer as coisas chatas da vida. Seu sonho era criar um sósia, que ficasse com estas tarefas enquanto ele poderia se divertir à vontade. Até que, um dia, é exatamente isto que acontece, quando o reflexo de Fernando deixa o espelho e ganha vida.
Dias e horários: quinta-feira (19), 13h30

OS ÚLTIMOS DIAS DE HAVANA
(Cuba, 2018, 92 minutos)
Gênero: Drama | Direção: Fernano Pérez | Elenco: Jorge Martinez, Patricio Wood, Yailene Sierra
Classificação Etária: 14 anos
Sinopse: Miguel vive em Havana, Cuba, e passa seus dias sonhando em conseguir seu visto e ir para Nova York. Ele vive com outro homem, Diego, portador de HIV. A relação dos dois amigos é totalmente abalada quando o visto de Miguel é liberado.
Dias e horários: quinta-feira (19), 19h

DIVINO AMOR
(Brasil, 2018, 101 minutos)
Gênero: Ficção | Direção: Gabriel Mascaro | Elenco: Dira Paes, Julio Machado, Teca Pereira
Classificação Etária: 18 anos
Sinopse: Brasil, 2027. Uma devota religiosa usa seu ofício num cartório para tentar dificultar os divórcios. Enquanto espera por um sinal divino em reconhecimento aos seus esforços é confrontada com uma crise no seu casamento que termina por deixá-la ainda mais perto de Deus.
Dias e horários: sexta-feira (20): 18h30 | sábado (21): 16h30, 20h30 | domingo (22): 18h30

ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR
(Brasil, 2018, 85 minutos)
Gênero: Documentário | Direção: Marcelo Gomes
Classificação Etária: 10 anos
Sinopse: Na cidade de Toritama, considerada um centro ativo do capitalismo local, mais de 20 milhões de jeans são produzidas anualmente em fábricas caseiras. Orgulhosos de serem os próprios chefes, os proprietários destas fábricas trabalham sem parar em todas as épocas do ano, exceto o carnaval: quando chega a semana de folga eles vendem tudo que acumularam e descansam em praias paradisíacas.
Dias e horários: sexta-feira (20): 20h30 | sábado (21): 18h30 | domingo (22): 16h30, 20h30
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Mostra “João Câmara: trajetória e obra de um artista brasileiro” entra em cartaz no MEPE

A exposição sera inaugurada nesta quinta-feira (18), às 19h30


Andréa Rêgo Barro/Divulgação
Andréa Rêgo Barro/Divulgação
O projeto expográfico apresenta um conjunto representativo das obras do artista
O Museu do Estado de Pernambuco (MEPE) inaugura nesta quinta-feira (18), às 19h30, a exposição “João Câmara: trajetória e obra de um artista brasileiro”. A mostra, que fica em cartaz até o dia 29 de setembro no equipamento cultural, oferece ao público o contato com um conjunto representativo das pesquisas visuais desenvolvidas pelo artista por meio de um vigoroso conjunto de pinturas em grande formato.
Fomentador e articulador do circuito artístico nordestino, Câmara tinha apenas 18 anos quando realizou sua primeira exposição individual no XI Salão do Estado de Pernambuco (1962), em Recife. O artista frequentou o curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco (1960). Em 1962, o jovem artista montou seu primeiro ateliê juntamente com Hélio Feijó. Um ano depois, cursou xilogravura com o Henrique Oswald, sob orientação de Emanoel Araujo na Escola de Belas Artes de Salvador. É também no ano de 1963 que participou da exposição Artistas do Nordeste, com curadoria de Lina Bo Bardi. João Câmara teve uma participação importante na reinstalação da Sociedade de Arte Moderna de Recife (SAMR) e ainda na instalação da Galeria de Arte e do Atelier Coletivo do Mercado da Ribeira (1964) e do Atelier 10 (1966), também em Olinda, além da Oficina Guaianases de Gravura, em Recife (1974).
A presença de Câmara dentro do circuito nordestino também se deu por meio da crítica de arte, escrevendo para dois jornais consagrados: na coluna “Arte e outras”, entre o período de 1966 a 1969, e no Diário de Pernambuco e de 1966 a 1967, onde manteve uma coluna no Jornal do Commércio de Pernambuco. Em 1965, durante a ditadura, teve uma de suas obras confiscadas pela polícia política, sob alegação de “ofensa à Religião, aos costumes, à Revolução e às entidades democráticas”. Na década de 1970 realizou diversas exposições individuais em galerias do Rio de Janeiro tais como Bonino, Ipanema e Degrau.
A trajetória do artista se destaca desde suas primeiras participações, onde foi agraciado com o 1º prêmio de pintura e o 2º de desenho, no Salão Universitário de Belo Horizonte e ainda o 1º prêmio de pintura, no Salão de Pernambuco (ambos em 1962). Câmara teve uma sala Especial na I Bienal da Bahia, Salvador, obtendo prêmio de aquisição (1966). Recebeu a comenda da Ordem do Rio Branco – Grau de Oficial (1987). Foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República do Brasil, Grau de Comendador (1991).
Além do Prêmio Clarival do Prado Valladares (2004). O conjunto de sua obra inclui três séries temáticas: Cenas da Vida Brasileira (10 pinturas e 100 litografias), Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (diversas litografias, um tríptico, 10 pinturas, 70 gravuras, 22 montagens e 3 objetos) e Duas Cidades (38 pinturas e 18 objetos). Para além das três séries, compõe, desde os anos 60, um grande repertório de obras não seriadas.
A obra de João Câmara tem suscitado ensaios críticos em diversos momentos de sua trajetória. Para Almerinda da Silva Lopes, “O artista coloca-se como narradorreinventorde fatos e situações vividos, sentidos, conhecidos e imaginados. Com total liberdade, transita por diferentes meandros da história política, da arte e da mitologia, revitalizando referências e imagens que pareciam soterradas nos porões de nossa memória. Submete-os e transforma-os pela ação de sua imaginação, experiência e intenção, em novos códigos visuais e em linguagem artística. Ao transformar imagens e acontecimentos, procura inseri-los numa outra realidade, onde espaço e tempo cronológico, passado e presente, verdade e invenção não se colocam como opostos, mas são fundidos ou passam a significar grandezas de uma mesma ordem. Assim, uma das práticas mais comuns detectadas na ação camariana é a de recorrer ao passado para dialogar e questionar o presente, rompendo com a ideia de tempo.” É sem dúvida uma arte densa e desestabilizadora a que surge a partir da gestualidade de João Câmara, e essa arte será exposta em sua grandiosidade.
O projeto João Câmara: Trajetória e Obra de um artista brasileiro prevê como desdobramentos, a produção de um catálogo que incluirá, também, registros da exposição e um encontro com o artista moderado por um crítico de arte, aberto ao público em geral. Esse encontro acontecerá em São Paulo e no Recife, no período de cada uma das exposições. Para mediar os conteúdos expositivos junto aos visitantes, a equipe de educadores do Museu Afro Brasil construirá roteiros específicos, adequados aos diferentes segmentos de público e faixas de idade e, no Museu do Estado de Pernambuco uma equipe de educadores será especialmente contratada, para a mesma finalidade.
Serviço
Exposição João Câmara: trajetória e obra de um artista brasileiroQuando: quinta-feira (18), às 19h30.
Onde: Museu do Estado de Pernambuco – MEPE  (Av. Rui Barbosa, 960 – Graças, Recife)
Visitação: A mostra fica em cartaz até o dia 29 de setembro, de terça a sexta-feira, das 9h às 17h; sábados e domingos, das 14h às 17h.