terça-feira, 30 de novembro de 2021

Fundarpe entrega diploma de Patrimônio Vivo ao Grupo de São Gonçalo de Itacuruba

O Grupo Cultural e Religioso Guardiões(ãs) de São Gonçalo de Itacuruba recebeu, no último final de semana, o diploma de Patrimônio Vivo de Pernambuco dentro da programação de atividades em comemoração ao Dia da Consciência Negra, realizado pela Confraria do Rosário de Floresta, na última sexta-feira (26) e sábado (27). A solenidade contou com a participação de representantes da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco (CEPPC/PE). O Grupo Cultural e Religioso Guardiões(às) de São Gonçalo de Itacuruba foi um dos selecionados da XV edição do edital Registro de Patrimônio Vivo de Pernambuco. “Em 2020, a Confraria do Rosário, irmanada com o São Gonçalo de Itacuruba, resolveu indicar e ajudar o grupo a concorrer no Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco, até porque este é um grupo que conserva a cultura e a parte religiosa da dança de São Gonçalo. Organizamos toda a documentação e pleiteamos o reconhecimento, que foi agraciado”, explica João Luiz, rei perpétuo e representante legal da Confraria do Rosário de Floresta.
“O reconhecimento do Grupo Cultural e Religioso de São Gonçalo de Itacuruba como Patrimônio Cultural Vivo do Estado é motivo de orgulho para Pernambuco, pois este título é uma forma de valorização e incentivo a cultura de um povo que a mantém viva por gerações. Por essa razão, fizemos questão de realizar a entrega do diploma de Patrimônio Vivo diretamente nas mãos dessa importante manifestação cultural pernambucana. Parabenizo todos que fazem o grupo, uma inspiração de fé e resistência”, destaca Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe. A programação contou com apresentações culturais, inauguração dos novos espaços da sede e visitação ao Museu da Confraria do Rosário da Floresta, além de outras atividades. No sábado (27), por exemplo, aconteceu uma reunião entre representantes da Fundarpe e do CEPPC/PE com fazedores de cultura e diretores municipais de Cultura da região. O objetivo foi realizar uma escuta sobre os problemas e necessidades de quem atua na cultura na microrregião de Itaparica. Também no sábado (27), houve a apresentação de alguns seminários e palestras, como o “O papel dos Patrimônios Vivos na preservação do patrimônio cultural de matrizes afro-brasileira em Pernambuco”, ministrado por Marcelo Renan, coordenador de Patrimônio Imaterial/Fundarpe.
São Gonçalo – O grupo representa para a microrregião de ltacuruba uma manifestação de fé, cultura e resistência as maiores adversidades que um município e seu povo passaram através dos tempos. A existência desta manifestação remota a mais de cem anos, quando a atual ltacuruba era no distrito do município de Floresta e posteriormente de Belém do São Francisco. Por isso a forte ligação entre os dançadores(as) e tocadores(as) nas rodas de São Gonçalo, pois estes tinham e tem laços de família e até moradia nestes municípios.
Patrimônio Vivo - O número de bolsas anuais concedidas aos mestres, mestras e grupos da cultura popular pernambucana, por meio do edital do Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco (RPV-PE), ampliará de seis para dez em 2022. A mudança faz parte da Lei 17.489/2021, de autoria do Governo de Pernambuco, e aprovada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), com publicação no Diário Oficial na última sexta-feira (26). O anúncio do Projeto de Lei 17.489/2021 foi feito este ano pelo governador Paulo Câmara no Dia Nacional do Patrimônio, celebrado no dia 17 de agosto, durante a programação da 14ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, com o anúncio e titulação dos seis novos Patrimônios Vivos anunciados este ano: Mestre Luiz Antônio (Barro – Caruaru), Maria Jacinta Sampaio da Silva (Mestra de Reisado – Santa Maria da Boa Vista), Marliete Rodrigues (Barro – Caruaru), Velho Xaveco (Pastoril – Recife), Mãe Beth de Oxum (Coco – Olinda), Caboclinho União 7 Flexas (Goiana).

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Jornal o Globo, 5 deoutubro de 1975 O último dos cangaceiros do nordeste vai ser solto Depoimento de Marcos Alexandre da Costa, vulgo Curió transcrito por Antonio Correa Sobrinho Preso desde 1945, Curió está na Penitenciária Agrícola de Itamaracá, trabalhando no viveiro e recebendo Cr$ 30,00 por semana, mas, antes disso passou 27 anos na antiga Casa de Detenção de Recife. Embora ele conte uma história diferente, os registros da Penitenciária mostram que Curió foi condenado por quatro crimes – e não por sua atuação no bando de Virgulino Ferreira – pois todos os crimes foram praticados após a morte de Lampião e a dispersão do bando. Dos quatro processos que envolvem o nome do ex-cangaceiro, dois são por assassinatos praticados em Alagoas e no Maranhão e os outros dois por furto e latrocínio nos municípios, pernambucanos de Canhotinho e Nazaré da Mata. Mas Curió declara que antes de 1945 esteve preso em Alagoas porque se entregou: - Foi no mesmo ano em que a Polícia matou Lampião – explica Marcos Alexandre da Costa – eu e mais 19 jagunços resolvemos nos entregar ao comandante do II Batalhão de Polícia de Alagoas, porque o bando tinha ficado sem chefe e nós queríamos acabar com as perseguições. Fiquei preso dois anos, até 1940, e depois o Presidente da República mandou soltar todo mundo. Aí viajei para São Paulo e foi entre as visitas que vinha fazer aqui no Nordeste que pratiquei os quatro crimes, porque faziam pilhérias comigo. Curió acha que somente com emprego certo poderá terminar a vida tranquilo e parado num lugar porque desde menino sempre gostou de andar pelo mundo.
Curió aos 34 anos, quando entrou pra cadeia... GANHAS O MATO Ele entrou para o bando de Lampião em 1934, com 27 anos, mas antes morava em Recife e negociava com cereais no Mercado de São José. O desejo de viver andando pelo mundo e o fato de ter matado duas pessoas durante uma briga levaram-no a sair da capital pernambucana e “ganhar o mato”. Em Alagoas encontrou o bando de Lampião e, através de Velocidade, Pinga Fogo e Santa Cruz todos seus amigos e cangaceiros, foi logo aceito no bando para trabalhar como cargueiro, “a pessoa que ia fazer as compras quando o bando parava em alguma cidade”.
O cabra Velocidade após as entregas - Com o grupo eu fiquei até o dia em que mataram o chefe. Ganhei o nome de Curió porque gostava muito de subir em árvores, feito passarinho. Curió conta que no dia da morte de Lampião estava dormindo juntamente com 21 cangaceiros a uma distância de um quilômetro do local onde se encontrava o chefe, Maria Bonita e mais nove jagunços. - A Polícia matou todos eles e nós, quando ouvimos os tiros e corremos para lá só tinha gente morta, as cabeças de Lampião e Maria Bonita cortadas; mas tudo foi traição do tenente João Bezerra, que se dizia amigo do chefe e tinha jogado dados com ele no mesmo dia em que cometeu o crime. ... E após 30 anos de prisão, esperando a sonhada liberdade. ATAQUES DO GRUPO Com o bando de Lampião, o ex-cangaceiro viajou por quase todo o Nordeste, “desde a Paraíba até São Luiz do Maranhão e tudo feito a pé ou a cavalo”. Mas sobre os ataques do grupo às cidades em que chegava. Curió nada explica. Diz apenas: - Lampião só matou para se defender e era amigo de todo mundo, dos policiais e dos fazendeiros, andando livre por todo canto. Para Curió, Lampião é um ídolo; honesto, corajoso “e também não gostava muito que a gente andasse com mulheres porque tinha medo que começasse a falta de respeito”. - Dinheiro – afirma Curió – foi coisa que nunca faltou. Lampião sempre dividia tudo com os jagunços, mas nada era roubado. Sempre ganhava o dinheiro e eu acho que os fazendeiros era os que davam, sem precisar brigar. Ele não se arrepende do tempo do cangaço, somente dos crimes que cometeu depois. Acha que a vida de lutas no sertão era uma aventura onde “se matava para não morrer”. Postado por Kiko Monteiro às 00:14 Nenhum comentário: Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no Twitter Compartilhar no Facebook Compartilhar com o Pinterest Marcadores: 1934, A vida após o cangaço, cangaceiros, Cangaço, Curió, Lampião, Velocidade segunda-feira, 6 de abril de 2020 A mulher no cangaço

Advogado e romancista pernambucano, José Paulo Cavalcanti é eleito para ABL

A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu, nesta quinta-feira (25), seu mais novo membro: o advogado e romancista pernambucano José Paulo Cavalcanti, 73 anos. Eleito com 21 votos, o escritor passa a ocupar a cadeira 39, vaga desde o falecimento do acadêmico e vice-presidente Marco Maciel, em junho deste ano. A cadeira já pertenceu aos membros: Oliveira Lima (fundador) – que escolheu como patrono Francisco Adolfo de Varnhagen –, Alberto de Faria, Rocha Pombo, Rodolfo Garcia, Elmano Cardim, Otto Lara Resende e Roberto Marinho. “José Paulo Cavalcanti é um renomado estudioso de Fernando Pessoa, tão íntimo e intenso, como se fosse parente espiritual do poeta. Ensaísta e pesquisador refinado, a biografia que ele redigiu sobre Pessoa circula nos quatro cantos da Terra. José Paulo entra para a ABL com o passaporte da literatura. Ou talvez com mais de um documento, se considerarmos os heterônimos de pessoa, que assombram e iluminam o novo Acadêmico eleito”, declarou o presidente da ABL, Marco Lucchesi. PERNAMBUCO NA ABL - Além de José Paulo Cavalcanti, a ABL conta atualmente com a participação de quatro acadêmicos pernambucanos: Geraldo Holanda Cavalcanti, Evaldo de Cabral de Mello, Evanildo Becharra e Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça. ACADÊMICO ELEITO - José Paulo Cavalcanti Filho nasceu no Recife no dia 21 de maio de 1948. É advogado formado pela Faculdade de Direito do Recife (1971). Foi secretário-geral do Ministério da Justiça e Ministro (interino) da Justiça no governo do ex-presidente José Sarney e também Presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), da EBN (depois Empresa Brasil de Comunicação- EBC), e do Conselho de Comunicação Social (órgão do Congresso Nacional). Consultor da Unesco e do Banco Mundial, ocupa atualmente a cadeira 27 da Academia Pernambucana de Letras. É membro da Ordem dos Advogados do Brasil, Diretor do Escritório de Advocacia José Paulo Cavalcanti, do Instituto dos Advogados de Pernambuco, e do Instituto dos Advogados Brasileiros. É também membro do Instituto de Direito Comparado Luso Brasileiro, Advogado do Instituto Brasileiro de Estudos do Direito, Ministério da Justiça e do Conselho Pernambuco Pacto 21. É consultor da Secretaria da Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco e do Congresso Nacional. José Paulo Cavalcanti ainda é romancista e possui mais de 18 títulos escritos, alguns já publicados no exterior. Também é um conhecedor profundo da obra do escritor português Fernando Pessoa. Em 2012, conquistou o prêmio José Ermírio de Moraes, pelo livro “Fernando Pessoa – uma quase autobiografia”. Também conquistou o primeiro lugar na Bienal do Livro e no Prêmio Jabuti. É vencedor do Prêmio II Molinello, na Itália. Recebeu, ainda, premiações na Romênia, Israel, Espanha, França, Holanda, Alemanha, Rússia, Inglaterra e Estados Unidos.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Cavalo Marinho Estrela de Ouro circula por várias escolas públicas do Estado

Iniciando as comemorações do ciclo natalino, o Cavalo Marinho Estrela de Ouro, de Condado, promoverá, entre os dias 23 e 26 de novembro, uma grande circulação por escolas da Rede Estadual de Ensino das quatro macrorregiões pernambucanas (Metropolitana, Mata, Agreste e Sertão). Intitulado de “Aula-Espetáculo No Passo e No Compasso do Cavalo Marinho”, o projeto, que conta com incentivo do Governo do Estado, por meio dos recursos do Funcultura, objetiva promover aos espectadores um contato direto com uma das riquezas da diversidade cultural de Pernambuco. A iniciativa, além de promover a salvaguarda da manifestação cultural, irá realizar um intercâmbio artístico em cada município contemplado, contando com a participação de um grupo cultural. Nesta circulação, o público irá presenciar a participação de três Patrimônios Vivos: Gonzaga de Garanhuns, do Reisado de Garanhuns; Assis Calisto, do Samba de Coco Raizes de Arcoverde; e o Cavalo Marinho Estrela de Ouro, de Condado. Dentro de cada aula-espetáculo acontecerá explanações dos elementos que compõem a manifestação cultural, a exemplo dos principais personagens, trajes, dança e musicalidade e ainda interações com o público. Uma apresentação também será realizada, ao som do banco, orquestra composta por rabeca, ganzá, pandeiro, bage de taboca e zabumbas. Serviço Aula-Espetáculo No Passo e no Compasso do Cavalo Marinho Cavalo Marinho Estrela de Ouro EREFEM Polivalente de Abreu e Lima Abreu e Lima / Metropolitana Norte Interação artística: Ciranda / Grupo Nova Maricota 23/11/2021 – terça-feira / 15h EREM Monsenhor Abílio Américo Galvão – EMAAG Palmares / Mata Sul Interação artística: Maracatu / Nação Erê do Una 24/11/2021 – quarta-feira / 10h ETE Ariano Vilar Suassuna Garanhuns / Agreste Meridional Interação artística: Reisado / Gonzaga de Garanhuns 25/11/2021 – quinta-feira / 10h Escola João Rodrigues Cardoso Águas Belas / Agreste Meridional Interação artística: Tribo de Índio / Tlaka Fulni-ô 25/11/2021 – quinta-feira / 15h EREM Carlos Rios Arcoverde / Sertão do Moxotó Interação artística: Coco Raízes / Samba de Coco Raízes de Arcoverde

Site reúne acervo audiovisual de comunidades quilombolas pernambucanas

O site Tankalé – Acervo Audiovisual Quilombola de Pernambuco será lançado no próximo dia 27/11 (sábado), às 15h, em celebração ao mês da Consciência Negra. O novo endereço (www.tankale.com.br) foi desenvolvido com o incentivo do Governo do Estado, por meio dos recursos do Funcultura, e disponibilizará vídeos produzidos ao longo dos últimos 15 anos pelas comunidades quilombolas pernambucanas. Para estreia do projeto, está programada uma com uma roda de conversa virtual que juntará quilombolas e parceiros, e será transmitida na página do Tankalé no Facebook (facebook.com/paginatankale). A maior parte desse conteúdo histórico estava guardado em cerca de 200 fitas de filmadoras Mini-DV, com diversos registros e entrevistas da equipe do Crioulas Vídeo, de Conceição das Crioulas (Salgueiro-PE). Também integram o acervo gravações realizadas em oficinas de vídeo do projeto Tankalé, no percurso por algumas comunidades do estado de Pernambuco. Tankalé, em iorubá nagô, significa “contar pra todo mundo”. Esse foi o nome dado ao projeto de formação para o autorregistro audiovisual quilombola, que desde 2006 promoveu oficinas para jovens de quilombos pernambucanos. Articulando debates sobre história oral, memória coletiva, patrimônio cultural e direitos, em oficinas de produção audiovisual, o Tankalé buscou aprimorar as possibilidades de construção autônoma dos discursos quilombolas em vídeo. Para Felipe Peres Calheiros, coordenador do projeto, “a oportunidade de se comunicar também com o vídeo e de preservar suas memórias audiovisuais é estratégica para o povo quilombola, pois o acesso a esses conteúdos pelas atuais e futuras gerações pode colaborar com a continuidade de lutas ancestrais pelos direitos à terra, à vida, à saúde, à educação e à liberdade, entre tantos outros negados ainda hoje aos quilombos brasileiros”. De forma coerente com os princípios do Tankalé, de busca pela autonomia e de valorização da perspectiva quilombola, a digitalização das fitas com o material audiovisual, que agora estará disponível no site, foi realizada no próprio quilombo de Conceição das Crioulas, pela equipe do Crioulas Vídeo. Kêka Oliveira, integrante do Crioulas Vídeo, educadora em diversas oficinas de vídeo do Tankalé e pesquisadora na equipe de criação do site, afirma que “com o projeto tivemos a oportunidade de resgatar e não perder as nossas vivências, a memória do nosso povo, e foi um desafio ver pessoas naquelas fitas que estiveram na luta conosco por direitos e que agora não estão mais entre nós”. Mas, fora o desafio emocional, o projeto, iniciado em 2017, também enfrentou dificuldades em relação ao acesso aos equipamentos de digitalização, cada vez mais raros no mercado, ao estado de conservação de fitas e à própria situação da pandemia e de isolamento pelo qual passaram as comunidades quilombolas em defesa da saúde de seus integrantes.
Além do Facebook, o site conta com um perfil no Instagram (projetotankale) e um canal no Youtube (www.youtube.com/channel/UCwt8Ov8aHpkgxbB-40CjCcQ), e oferecerá a possibilidade de envio de novos vídeos a fim de seguir atualizando e ampliando o acervo que fica disponível para acesso irrestrito pela Internet. Serviço Lançamento do site Tankalé – Acervo Audiovisual Quilombola de Pernambuco Quando: 27 de novembro de 2021 (sábado), às 15h Transmissão pela fan page: facebook.com/paginatankale

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Espetáculo “No Rastro do Encantado” estreia em Belo Jardim

A Escola Antenor Vieira, em Belo Jardim, foi palco para a pré-estreia do espetáculo “No Rastro do Encantado”, que foi encenado sexta-feira (19), 19h30. Já nos dias 24, 25 e 26, a peça, graças ao incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura, chega à zona rural do município com seis apresentações, contemplando escolas de Água Fria, Vila Raiz, Serra dos Ventos, Taboquinha, Xucuru e Sítio Palha. Realizada pelo Coletivo Poeira, a peça conta a história de Encantado, o boi preferido do Capitão, que foge dos cuidados de Bastião e Matheo. Com o objetivo de trazer o boi de volta, os dois amigos seguem em uma jornada enfrentando os perigos da noite, malassombros e a própria morte. Para enriquecer a narrativa, o grupo de teatro conta com elementos da cultura popular nordestina e nacional, dando ênfase às heranças criativas de europeus, africanos e indígenas. Trata-se de um espetáculo para a rua e espaços públicos, composto por intervenções musicais, bonecos e máscaras. Buscando descentralizar o teatro na cidade, o Coletivo Poeira direcionou a programação para a zona rural. “A gente quer levar teatro onde ele não consegue chegar efetivamente. Ele precisa ser democrático e acessível. Esse é o nosso maior desafio, mas a gente está chegando lá”, relata a atriz e produtora executiva do espetáculo, Cíntia Souza. Entre os dias 24 e 26 de novembro, as escolas municipais beneficiadas serão: Joaquim Medeiros, Tenente João Cordeiro, Manoel Teodoro, Escola do Campo de Taboquinha, Luiza Leopoldina e Luiz Pereira. “O teatro é uma atividade bastante rica para crianças. Assistir teatro auxilia a desenvolver atenção focada, imaginação, ferramentas de observação, espontaneidade e favorece a criatividade”, explica a professora de teatro e também atriz do espetáculo, Marília Azevedo. Programação completa 19/11 – Sexta-feira Pré-estreia Escola Antenor Vieira – 19h30 20/11 – Sábado Estreia restrita para convidados Sesc LER Belo Jardim – 16h30 24/11 – Quarta-feira Escola Joaquim Medeiros (Distrito de Água Fria) – 10h Escola Tenente João Cordeiro (Vila Raiz) – 15h 25/11 – Quinta-feira Escola Manoel Teodoro (Distrito de Serra dos Ventos) – 10h Escola do Campo de Taboquinha (Distrito de Taboquinha) – 15h 26/11 – Sexta-feira Escola Luiza Leopoldina (Distrito de Xucuru) – 10h Escola Luiz Pereira (Sítio Palha) – 15h TAGS:BELO JARDIM

HELENA MEIRELES, FOI A DAMA DA VIOLA

Helena Meirelles,nasceu no dia 13 de agosto de 1924, em Bataguassu,no estado do Mato Grosso. Foi uma violeira, cantora e compositora brasileira, reconhecida mundialmente por seu talento como tocadora da denominada viola caipira (às vezes denominada simplesmente viola). Helena Pereira Meirelles cresceu rodeada de peões, comitivas e violeiros. Fascinada pelas violas caipiras, a família não permitia que aprendesse a tocar, o que acabou fazendo por conta própria, às escondidas. Aos poucos ficou conhecida entre os boiadeiros da região. Casou-se por imposição dos pais aos 17 anos, abandonando o marido pouco tempo depois para juntar-se a um paraguaio que tocava violão e violino. Separou-se novamente e, resolvida a tocar viola em bares e farras, deixou os filhos dos dois casamentos com pais adotivos e ganhou a estrada até encontrar o terceiro marido, com quem viveu por mais de 35 anos.
Depois de desaparecer por mais de 30 anos, foi encontrada bastante doente por uma irmã, que a levou para São Paulo, onde foi "descoberta pela mídia" a partir de uma matéria elogiosa na revista norte-americana "Guitar Player". Apresentou-se em um teatro pela primeira vez aos 67 anos, e gravou discos em seguida. Foi escolhida em 1993 pela Guitar Player como uma das "100 mais" por sua atuação nas violas de 6, 8, 10 e 12 cordas.Sua música é reconhecida pelas pessoas nativas do Mato Grosso do Sul, como expressão das raízes e da cultura da região.
Faleceu no dia 28 de setembro de 2005, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, vítima de parada cardiorrespiratória aos 81 anos. Prêmios e honrarias · Em 1993, foi eleita pela revista americana Guitar Player (com voto de Eric Clapton), como uma das 100 melhores instrumentistas do mundo, por sua atuação nas violas de seis, oito, dez e doze cordas. · Em 2012, foi incluído na lista 30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão (Categoria: Raízes Brasileiras) da revista Rolling Stone Brasil. FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Meirelles

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Torre Malakoff exibe exposição Orixás, Mestres e Folhas a partir deste sábado (20)

A Torre Malakoff, no Bairro do Recife, equipamento cultural gerenciado pela Secult-PE/Fundarpe, recebe a exposição Orixás, Mestres e Folhas, de Hermes Costa Neto, integrando as atividades em celebração ao mês da Consciência Negra. A cerimônia de abertura acontecerá neste sábado (20), às 19h, com as presenças do Pai Iguaracy de Oxum e os Ogans do Ylê Axé Oxóssi Guangoubira. A exposição ficará disponível de 21 de novembro deste ano até 5 de janeiro de 2022, com visitação aberta ao público. O projeto conta com patrocínio do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura. O material é composto por 82 fotografias impressas em gabardine, através de técnica de sublimação e apresenta uma visão muito particular dos ritos de matriz africana, com objetivo de desmistificar a visão preconceituosa sobre essas celebrações. As imagens são obtidas através de câmera fotográfica analógica e em preto e branco, do acervo do fotógrafo que se dedica ao tema há mais de 20 anos. Além das fotos, é possível conhecer a sala dos orixás, com exposição das vestimentas das festas de santo e, ainda, uma sala de projeção em vídeo, onde serão exibidos mini documentários que falam alguns segredos dos orixás. “Esse projeto é dedicado aos povos de terreiro, praticantes da religião do candomblé. Nossos agradecimentos vão para todos os terreiros e zeladores de santo, que perpetuam as tradições religiosas africanas no estado”, agradece Costa Neto, fotógrafo e idealizador do projeto. Serviço: Exposição Orixás, Mestres e Folhas, de Hermes Costa Neto, na Torre Malakoff Endereço: Praça do Arsenal, S/N, Bairro do Recife – Recife Quando: 21 de novembro de 2021 até 5 de janeiro de 2022 Visitação: Terça a sexta, das 11h às 17h | Sábados e domingos, das 14h às 17h Telefone: (81) 3184.3180 E-mail: torre.malakoff@gmail.com Entrada gratuita

Água Preta sedia o 7º Festival Arte na Usina

A Usina Santa Terezinha, sediada na cidade de Água Preta (Mata Sul), vai promover a sétima edição do do Festival Arte na Usina, que acontece entre 17 e 21 de novembro, com oficinas, apresentações musicais, e feiras de artesanato e gastronomia. A programação ocupará Pátio de Eventos da Usina Santa Terezinha, na Usina de Arte e nas Escolas João Vicente de Queiroz e Terezinha Pessoa de Queiroz. Os shows acontecem de quarta-feira (17) a sábado (21), sempre a partir das 20h, reunindo nomes que movimentam a cena musical do entorno da Usina Santa Terezinha. “Cerca de 90% da programação musical será comandada pelos artistas locais em um propósito que dialoga com o tema do Festival deste ano, ‘A arte reage’. Essa reação se dá a partir de estímulos para que a cultura e tradições presentes no nosso entorno tenham espaço e oportunidades de seguirem adiante”, pontua Bruna Pessoa de Queiroz, presidente da Usina de Arte. Sobem ao palco, Violeiro do Brega, JJ e Banda, Luana Flor e Marcos de Araújo, Kelly Rosa, Rafael Menezes, Desdobrado trio, Banda Fim de Feira, Zé Linaldo e Banda, DJ Neto e Carrapatos de Xexéu. No segmento de oficinas, o artista visual Raoni Assis comandará uma Aplicação Prática de Grafite com alunos das escolas, buscando tornar o ambiente escolar mais acolhedor a partir de intervenções realizadas pelos estudantes ao tempo que estimula a relação de pertencimento. Já o estrelado pesquisador e doutor em Artes Visuais Nei Vargas conduzirá uma formação com professores das escolas da região com foco em abordagens transdisciplinares que os docentes podem realizar em aulas-passeio no Parque Artístico Botânico da Usina de Arte. Junto do local onde acontecerão os shows, o Espaço Colaborativo Armazém Sebrae reunirá os artesãos e empreendedores gastronômicos locais para comercializarem seus produtos a partir de consultoria e treinamentos realizados previamente pelo Sebrae-PE. O evento será finalizado com a tradicional cultura da Cavalgada na Mata Sul do Estado, no domingo (21). A Safra 2021 do Festival Arte na Usina conta com o apoio da Prefeitura de Água Preta, Consulado da Áustria e Sebrae-PE. Sobre a Usina de Arte - Instalado onde funcionou a Usina Santa Terezinha (maior produtora de álcool e açúcar do Brasil nos anos 1950), na cidade de Água Preta, Mata Sul de Pernambuco, projeto Usina de Arte conecta arte, cultura e meio ambiente, criando um museu de arte contemporânea ao ar livre, dentro de um Parque Artístico Botânico. Nele, estão instaladas mais de 35 obras de nomes como Geórgia Kyriakakis, Saint Clair Cemin, José Spaniol, Juliana Notari, José Rufino, Flávio Cerqueira, Bené Fonteles, Hugo França, Paulo Bruscky, Marcelo Silveira, Liliane Dardot, Marcio Almeida, Frida Baranek, Artur Lescher, Carlos Vergara, Júlio Villani, Iole de Freitas e Vanderley Lopes. Em meio a um trabalho de reflorestamento com cerca de 10 mil plantas de mais de 600 espécies, em uma área de mais de 33 hectares, o Parque Artístico Botânico é eixo central da iniciativa que irriga outras ações de desenvolvimento para a criação de estruturas para geração de renda e valor para a comunidade de 6 mil moradores no entono do projeto. São exemplos a escola de música, biblioteca e centro de conhecimento público com mais de 5 mil títulos, FabLab com terminais de computadores conectados à internet, impressoras em 3D e cortadora a laser para projetos da comunidade, além de parceria com as unidades escolares no apoio de novas práticas pedagógicas. O objetivo é estimular o turismo, e a consequente atividade econômica na região da Mata Sul de Pernambuco por meio do estímulo ao empreendedorismo na localidade, que viu nascer em seu entorno um total de dez restaurantes, pousada, pesque-e-pague, centro de artesanato, guias para passeios ecoturísticos, camping e a cultura de hospedagens domiciliares. Recentemente, o parque recebeu as obras “Banquete da Terra” da artista paulista Denise Milan, e “Nadir quase uma ilha” e “Athar”, do brasiliense Tulio Pinto. Nos próximos meses, a Usina de Arte terá como novidade as instalações “Paisagem”, de Regina Silveira, “Jardim Frágil”, do cubano Carlos Garaicoa, “Campo da Fome” de Matheus Rocha Pitta e “Obelisco” de Bruno Faria. Shows Quarta-feira (17/11) Violeiro do Brega JJ e Banda Quinta-feira (18/11) Luana Flor e Marcos de Araújo – voz e violão Kelly Rosa – A Rosa e o Violão Rafael Menezes e sua sanfona Sexta-feira (19/11) Desdobrado trio Banda Fim de feira Sábado (20) Zé Linaldo e Banda DJ Neto Carrapatos de Xexéu TAGS:

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Curta-metragem “Chico e Flor – A lenda do Rio Opará” estreia em Petrolina

O Rio São Francisco é cenário da história protagonizada pelos personagens Chico (Rafael Moraes) e Flor (Camila Rodrigues). Gravado e produzido em Petrolina, no sertão de Pernambuco, com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura, “Chico e Flor – A Lenda do Rio Opará” será exibido gratuitamente nos dias 19, 28 e 29 de novembro em Petrolina-PE, respectivamente nas comunidades da Ilha do Massangano, Rio Corrente e José e Maria e soma-se à produção audiovisual da região tendo a infância como público-alvo principal. “Chico e Flor – A Lenda do Rio Opará” conta a história de Chico, um barqueiro que vive sozinho em seu barco ancorado na margem de um rio e sonha um dia poder navegá-lo para realizar sua grande missão: enfrentar os monstros e as lendas para reencontrar seus pais. Chico tem como amiga a jovem Flor, uma garota corajosa que adora ouvir as histórias e as fantasias desse barqueiro. A dupla passa a tarde a imaginar aventuras cheias de encantos e mistérios em hipotéticas viagens rio acima e rio abaixo. Em um desses encontros, Chico decide contar para Flor a história da origem do Rio Opará, também conhecido como Rio São Francisco, utilizando uma máquina do tempo deixada por gerações passadas de sua família. A história do Rio Opará vai aquecer o desejo de Chico em encarar sua missão, e a corajosa Flor incentivará o início dessa aventura. O curta, que é uma adaptação do espetáculo teatral “Chico e Flor contra os monstros na Ilha do Fogo” para as telas do cinema, é produzido pela Abajur Soluções Artísticas e pela Cia Biruta de Teatro, com direção de Antonio Veronaldo, direção de fotografia de Fernando Pereira, direção de arte de Cristiane Crispim e Leticia Rodrigues, trilha sonora original de Moesio Belfort, sendo todos/as artistas e trabalhadores/as da cultura que atuam no sertão pernambucano e fortalecem a cena cultural dessa região.
O projeto visa proporcionar ao público, sobretudo às crianças, o acesso à diversidade e pluralidade cultural do estado de Pernambuco, atendendo a uma demanda, inclusive, da sua formação, que versa sobre o respeito e reconhecimento da diversidade cultural do país, pois sabemos que na maioria das vezes esse público é apresentado somente a produções audiovisuais que narram culturas hegemônicas eleitas como globais e pouco acessam as narrativas do imaginário local pela falta de investimentos no conhecimento plural. É também pensando na ampliação da democratização desse acesso que as exibições do curta se darão em bairros periféricos e na Ilha do Massangano, comunidade ribeirinha de Petrolina. E para ampliar ainda mais o acesso, o projeto se propõe a oferecer a tradução em Libras, reafirmando a importância de que pessoas com deficiência auditiva sejam incluídas nos processos de democratização cultural. Serviço Exibição do curta-metragem “Chico e Flor – A lenda do Rio Opará” Dias: 19/11/21 (sexta-feira), às 18h30 – Ilha do Massangano (Petrolina-PE) 28/11/21 (domingo), às 16h – Cine Teatro CEU das Águas (bairro Rio Corrente – Petrolina-PE) 29/11/21 (segunda-feira), às 19h – Associação das Mulheres Rendeiras (Bairro José e Maria – Petrolina-PE) Entrada Gratuita

domingo, 14 de novembro de 2021

Repente é registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil

Uma das referências da identidade nordestina, o Repente foi reconhecido, nesta quinta-feira (11), como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil durante a 98ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Durante a reunião, os 22 conselheiros aprovaram por unanimidade o registro da manifestação cultural. Também conhecida como Cantoria, a manifestação reúne verso, rima e oração, consideradas como os fundamentos do Repente. Os cantadores e cantadoras distribuem-se nas capitais e no interior dos Estados do Nordeste e, também, nas regiões para onde houve migrações da população nordestina. Com o reconhecimento do Conselho Consultivo do Iphan, o Repente foi inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão, e se soma a outros 12 bens imateriais de Pernambuco registrados: Baianas de Acarajé, Feira de Caruaru, Frevo, Roda de Capoeira, Mestres de Capoeira, Maracatu Nação, Maracatu de Baque Solto, Cavalo Marinho, Teatro de Bonecos Popular do Nordeste – Mamulengos, Caboclinho, Literatura de Cordel e Ciranda do Nordeste. “Em Pernambuco, temos como uma das representantes do Repente nossa Patrimônio Vivo Mocinha de Passira. Vale destacar também que, em dezembro deste ano, o Conselho Consultivo do Iphan avaliará o pedido de registro das Matrizes do Forró, o que significa que Pernambuco pode encerrar o ano com 14 bens registrados, mostrando a força da cultura do nosso Estado”, ressaltou Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe. “A poesia, o canto, a musicalidade, a profissão dos cantadores compõem o Repente, agora salvaguardados pelo Iphan, que terá o apoio da Secult-PE e Fundarpe na preservação deste bem cultural”, destacou Gilberto Freyre Neto, secretário Estadual de Cultura. REGISTRO - O pedido de registro do Repente foi formalizado no ano de 2013 pela Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno. Desde então, o Iphan, autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, iniciou o processo de registro, que culminou no dossiê de registro, produzido em parceria com o Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UNB). “Repente é poesia. Cantada e improvisada. Em linhas gerais, é um diálogo poético em que dois repentistas se alternam cantando estrofes criadas naquele instante ao passo em que se acompanham com toques de violas”, destaca o dossiê de registro do bem, que listou mais de 200 contatos entre repentistas, associações e apologistas, público com grande familiaridade junto ao Repente. O dossiê elaborado também documenta mais de 50 modalidades de repente, dentre as quais estão os versos heptassílabos, cuja acentuação tônica obrigatória está na sétima sílaba, e decassílabos, em que o acento obrigatório está na terceira, sexta e décima sílabas de cada verso.
“É motivo de grande alegria ter as rimas e os versos do Repente adentrando o rol do Patrimônio Cultural do Brasil, tanto por sua importância histórica quanto pela beleza da poesia e da música da manifestação”, comemorou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, que também preside o Conselho Consultivo. HISTÓRIA - Há registros da prática do Repente desde meados do século XIX nos Estados de Pernambuco e Paraíba, conforme fontes históricas. As ocorrências mais antigas têm origem na Serra do Teixeira, na Paraíba. No início do século passado, a manifestação teve importante papel na difusão do rádio na região. Até então, a maior parte dos repentistas tinha origem rural, vivendo no interior e cantando para plateias camponesas. Uma realidade que se transformou na década de 1950, com os cantadores se fixando nas cidades à procura de ferramentas que auxiliassem a atuação do repentista, especialmente o rádio e o correio. Aos programas radiofônicos, no decorrer das décadas de 1980 e 1990, se somaram a gravação de discos e a realização de festivais – mantendo a origem rural dos poetas. Mais recentemente, a internet se tornou mais uma ferramenta para a divulgação de cantorias e festivais. por portaculturape

DUDU FALCÃO

Carlos Eduardo Carneiro de Albuquerque Falcão (Dudu Falcão) nasceu em 14 de junho de 1961 no Recife, Pernanbuco. É cantor e compositor da Música Popular Brasileira. O primeiro registro como compositor foi em 1988, quando Nana Caymmi lançou “Deixa eu cantar” e “Era tudo verdade”, ambas de sua exclusiva autoria, no LP “Nana”.
Com mais de 200 canções gravadas por diversos artistas, muitas das quais incluídas em trilhas sonoras de novelas e minisséries da Rede Globo, em 2009, lançou o CD “Dudu Falcão”, primeiro registro fonográfico como intérprete de sua obra. No repertório, “Paciência”, “Crença” e “O silêncio das estrelas”, todas com Lenine, “Questão de hora” e “O bem e o mal”, ambas com Danilo Caymmi, “Canções de Rei” (c/ Max Viana), “Melhor lugar” (c/ Jorge Vercillo), “Quando eu falo de você”, “Diz”, “Coisas que eu sei”, “Samba pequeno”, “A musa que me quer assim”, “Sobre nós dois” e “Você não poderia surgir agora”.
Produzido por Max Viana, o disco contou com a participação de Jorge Vercillo (voz em “Melhor lugar”) e da cantora italiana Chiara Civello (em "Diz”), e ainda de Mú Carvalho (piano em “Sobre nós dois”), Daniel Jobim (piano em “Samba pequeno”), Alessandro Kramer (acordeom em “Quando eu falo de você” e “Melhor lugar”), Lenine (violão em “O silêncio das estrelas”), Josué Lopes (saxofone em “O silêncio das estrelas”), Max Viana (arranjo em “Canções de Rei”) e Roger Henri (arranjo em “A musa que me quer assim”, flautas e cordas em “Canções de Rei”).
Constam da relação de intérpretes de suas canções Maria Bethânia (“Nem a lua, nem o sol, nem eu”), Ana Carolina (“Quem de nós dois”, entre outras), Ivete Sangalo (a versão “Somente eu e você”), Milton Nascimento (“Paciência”), Gal Costa (“Caminhos do mar”), Maria Rita (“Feliz”), Jorge Vercillo (“Ciclo” e “Melhor lugar”, entre outras), Elba Ramalho (“Entre o céu e o mar”, entre outras), Simone (“Paciência”), Danni Carlos (“Coisas que eu sei”, indicada ao Grammy Latino em 2008), Luisa Possi (seis músicas no CD “Bons ventos sempre chegam”), Emílio Santiago (“O bem e o mal”), entre vários outros. Sua música "Problemas" feita em conjunto com Ana Carolina e Chiara Civello está na trilha sonora da novela "Fina Estampa".

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

O ATAQUE DE LAMPIÃO E SEU BANDO DE CANGACEIROS A FAZENDA MORADA NOVA,PAU DOS FERROS,RN

No ano de 2010 soube do desenvolvimento do “Projeto Território Sertão do Apodi – Nas Pegadas de Lampião”, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Norte – SEBRAE/RN, do qual a gestora era a competente consultora Kátia Lopes. Fui ao seu encontro soube que Kátia planejava criar um grupo para percorrer o mesmo caminho palmilhado por Lampião e seus cangaceiros, como parte de um amplo reconhecimento histórico. Ali estava uma oportunidade imperdível de conhecer esse caminho e o que restava de sua memória. Foi realmente um momento muito especial e um trabalho maravilhoso. Depois de 2010 eu tive a oportunidade de percorrer esse caminho em mais outras quatro ocasiões. As duas primeiras oportunidades, em 2012 e 2014, foram com pessoas que me contrataram para conhecer trechos no Rio Grande do Norte, com foco nas áreas da Serra de Martins e de Mossoró. Já em 2015 estive percorrendo esse antigo caminho dos cangaceiros durante dezessete dias. Desta vez partindo da cidade cearense de Aurora, adentrando depois em território paraibano, percorrendo na sequência todo trecho potiguar e encerrando na cidade cearense de Limoeiro do Norte. O objetivo da jornada de 2015 foi à realização da película Chapéu Estrelado, um documentário de longa metragem da Locomotiva Produções Cinematográficas, do Rio de Janeiro, sendo dirigido pelo mineiro Silvio Coutinho, com roteiro de Iaperi Araújo e produção de Valério Andrade e o autor desse texto, esses últimos potiguares. Apesar de filmado com esmero em sistema 4K, com interessantes depoimentos, esse documentário nunca esteve no circuito de festivais e, afora algumas exibições em rede nacional através da TV Brasil, ele foi pouco visto pelo grande público. A razão principal foi o falecimento precoce do diretor Sílvio Coutinho, ocorrido no ano de 2018, em decorrência de um ataque cardíaco fulminante, ocorrido no Rio de Janeiro.
Trajeto dos cangaceiros em 1927, em um mapa do Exército Brasileiro, em escada de 1:100.00, com as propriedades invadidas marcadas. Existe um erro no mapa, pois um dos locais atacados foi denominado como “Carícia”, quando o certo é “Caricé”. A última oportunidade se deu em 2017, quando uma grande parte do trajeto com o artista plástico e fotógrafo Sérgio Azol. Potiguar de nascimento, mas radicado há muitos anos na capital paulista, Azol me chamou para percorremos esse caminho visando o desenvolvimento de uma exposição fotográfica a ser realizada em São Paulo. Ele clicou as paisagens, as vivendas e as pessoas de forma magistral. Aquela era a segunda oportunidade que percorria o sertão nordestino com Sérgio Azol, tendo tido oportunidade em 2016 de visitar importantes locais ligados a história do Cangaço na Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Em 2020 essa jornada foi transformada em livro – 1927 – O Caminho de Lampião no Rio Grande do Norte. – Ver – https://tokdehistoria.com.br/2020/08/26/autor-natalense-refaz-caminho-de-lampiao-pelo-rio-grande-do-norte/ Agora apresento um pouco do que vi! Os Caminhos a Seguir Essa memória se inicia em um sábado, dia 11 de junho de 1927, o segundo dia de Lampião e seus cangaceiros em solo potiguar.
Antiga casa do Sítio Cascavel, zona rural de Pilões – Foto – Rostand Medeiros Em meio a um grande lajedo ao norte da atual cidade potiguar de Marcelino Vieira, os cangaceiros vão acordando e se preparando para seguir a sua jornada em direção a Mossoró. Após acordarem parte em direção aos Sítios Cascavel e São Bento, cujas terras em dias atuais são parte do município potiguar de Pilões. Depois atacam os Sítios Poço Verde, Poço de Pedra e a Fazenda Caricé, do prestigiado pecuarista Marcelino Vieira da Costa. Sobre o assalto ao Caricé vejam esse texto que escrevi, onde trago alguns detalhes do episódio – https://tokdehistoria.com.br/2019/02/10/marcos-de-religiosidade-no-caminho-de-lampiao-no-rio-grande-do-norte/
Punhal de um cangaceiro deixado no Sítio Poço de Pedra, zona rural de Pilões-RN – Foto – Rostand Medeiros A partir da velha Fazenda Caricé, mesmo a distância, já é possível visualizar o grande maciço rochoso que formam as Serras de Martins e de Portalegre, onde se encontram alguns dos pontos de maior altitude do Rio Grande do Norte, com locais que ultrapassam os 800 metros. Essas duas grandes elevações se interpunham diante daqueles viajantes que seguiam em direção a Mossoró vindos do extremo oeste da Paraíba. Para os cangaceiros continuarem em busca do seu alvo principal, vários caminhos se colocavam a disposição. O matreiro Lampião, certamente secundado por Massilon, o mais experiente de todos aqueles bandoleiros em relação aos caminhos potiguares, perceberam que teriam de optar por um desses caminhos. O primeiro trajeto poderia ser: subir a Serra de Martins, passar pela cidade homônima e descer do outro lado da elevação. Bastava seguir pelo antigo caminho que ligava essa cidade até a Vila de Alexandria. Segundo as pessoas da região, partes do antigo trecho dessa estrada ainda existem, fazendo parte da atual rodovia estadual RN-075.
Aspecto dos caminhos dessa região – Foto – Rostand Medeiros. O segundo caminho, caso o grupo desejasse seguir em direção a Mossoró sem passar pela cidade de Martins, poderia ser feito do seguinte modo: cavalgar até a extremidade oeste do grande maciço rochoso. Nesse caso, os cangaceiros fatalmente chegariam próximo de Pau dos Ferros. Então, depois de passar ao lado da serra, eles percorreriam a antiga estrada que seguia pela cidade de Apodi e, depois de vários quilômetros, chegariam a Mossoró. Teoricamente, esses dois caminhos não trariam maiores problemas para um viajante comum. Entretanto, aquele estranho grupo de homens armados poderia ser classificado de tudo, menos de “viajantes comuns”. Desde a saída do bando no Ceará, os celerados deixaram de lado a discrição, passando para a prática aberta de toda sorte de delitos, chamando a atenção das autoridades potiguares. Inclusive, essas autoridades já tinham entrado em contato e combatido o grupo na Caiçara. Mesmo com a derrota da polícia estadual naquele entrevero, Lampião sabia que a qualquer momento as forças do governo potiguar poderiam dar o devido revide. Se decidissem subir a serra, poderiam facilmente esbarrar em um piquete de homens armados, já previamente alertados. Como o bando tinha poucos recursos humanos e bélicos para realizar combates contínuos, esse possível confronto poderia infringir sérios problemas aos cangaceiros na tentativa de galgar a grande serra.
Rostand Medeiros diante da capela da Fazenda Caricé, zona rural de Marcelino Vieira – RN em 2015 – Foto – Silvio Coutinho. Se o bando seguisse próximo da cidade de Pau dos Ferros, a maior e a mais policiada da região, para depois trotarem em direção a Apodi (uma cidade invadida por Massilon apenas um mês antes), fatalmente homens armados poderiam estar aguardando o grupo em um desses locais, ou nos dois. Aí os resultados desses novos tiroteios poderiam ser extremamente negativos. Deve-se levar em consideração que, além da polícia potiguar, Lampião se preocupava igualmente com a polícia de outros estados no seu encalço, principalmente a paraibana. Lampião na Fazenda Morada Nova Havia outra alternativa: era possível contornar o grande maciço através da extremidade mais a leste dessas elevações, passando por um caminho que os levariam para a Vila de Boa Esperança, atual município de Antônio Martins. O grupo de bandoleiros então se afastaria de áreas onde presumivelmente haveria mais atividade policial, poderiam então alcançar zonas teoricamente mais desprotegidas e possivelmente ainda não alertadas da presença deles na região. Esse caminho se mostrava mais promissor!
Casa da Fazenda Morada Nova, zona rural de Pau dos Ferros – RN – Foto – Rostand Medeiros. Contudo, aparentemente, essa decisão não deve ter ocorrido antes ou durante a passagem pela Fazenda Caricé, pois, logo depois da saída da propriedade do fazendeiro Marcelino Vieira, os cangaceiros seguiram primeiramente na direção sudoeste, apontando para a cidade de Pau dos Ferros. Após rápida cavalgada, surgiu o próximo alvo daquela jornada insana – A Fazenda Morada Nova. Quando visitei essa propriedade pela primeira vez em 2010, ali encontrei a senhora Firmina Aquino de Oliveira, então com 95 anos de idade, e sua nora Maria Ivaneide de Aquino. Ivaneide era neta de Antônio Januário de Aquino, antigo dono do lugar, que teve a difícil missão de receber Lampião em 11 de junho de 1927.
Lampião Elas me informaram que não tinham conhecimento se o parente já falecido possuía laços de amizade, ou de inimizade, com o cangaceiro Massilon. Igualmente não souberam comentar se a chegada do bando se deu a uma indicação desse celerado, ou se a casa dos seus antepassados foi atacada simplesmente por ter sido um alvo que surgiu à frente do grupo. Entretanto, essas senhoras relataram que antes do bando chegar à casa de Aquino, que não mais existia em 2010, eles arrombaram uma residência onde vivia um trabalhador da propriedade, que juntamente com sua família fugiu para o mato. Logo os bandidos pararam diante da casa grande da Fazenda Morada Nova. Além do proprietário, na casa estavam sua mulher Raimunda Nonato de Aquino, seu filho Cosme e suas três belas e jovens filhas, Raimunda, Arcanja e Maria. Segundo Sérgio Augusto de Souza Dantas (Lampião no Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada, 1ª edição, págs. 119 e 120), foi exigido alimentos e dinheiro ao dono da Fazenda. Antônio Aquino era um produtor próspero, sendo apontado inclusive como dono de um engenho de açúcar e aguardente. Diante da beleza das moças, alguns cangaceiros logo se mostraram interessados nas meninas. Sérgio Dantas relatou que Aquino pediu proteção a Lampião, que prontamente refreou os ânimos da cabroeira e o próprio chefe chegou a pedir desculpas ao pai das jovens pela falta cometida pelos seus homens. Após varejarem toda a casa e retirarem o que os interessava, a malta de bandidos seguiu viagem.
A Foto As senhoras Firmina e Maria Ivaneide comentaram que a passagem do bando causou extrema comoção entre os membros da família Aquino. Todavia, Antônio Januário se sentiu até mesmo com “sorte”, pois, apesar de ter havido perda material com o saque praticado, o fato das suas filhas não haverem sofrido qualquer tipo de violência, principalmente sexual, foi considerado um resultado extremamente fortuito diante da extrema gravidade do problema. No dia 11 de novembro de 1928, um domingo, quase um ano e meio depois da passagem dos cangaceiros, Antônio Januário reuniu sua família em um estúdio fotográfico de Pau dos Ferros para a realização de um interessante instantâneo. Essa fotografia, que trago com exclusividade e conseguida a partir do material original, possui no verso a seguinte frase “Uma pequena lembrança que ficará para sempre”.
Bando de Lampião, após o ataque a cidade de Mossoró em 1927. Nela é possível ver Antônio e sua esposa Raimunda sentados em um pequeno sofá de madeira e vime, em uma posse de tranquilo comando de suas vidas e de sua prole familiar, que se encontravam todos presentes. De pé, logo atrás do móvel é possível ver Cosme, tendo a sua direita suas irmãs Maria e Arcanja e ao seu lado esquerdo Raimunda. Essa última e Arcanja trazem dois objetos que escaparam das mãos dos cangaceiros – são dois belos crucifixos com corrente e pedras. Depois de observar milhares de fotos antigas, ao longo de vários anos de pesquisas, posso comentar que, a exceção de Dona Firmina, todos os outros participantes do instantâneo se vestem com roupas modernas para os padrões sertanejos do interior potiguar da década de 1920. Inclusive suas filhas, onde é possível ver Maria e Arcanja utilizando saias acima do joelho, apesar de estarem com meias. Antônio e Cosme igualmente seguem um padrão de vestimenta masculina bem moderna para a época. Ao olhar detidamente essa foto, vejo o registro de uma família que aparentemente superou o susto causado pelo bando de Lampião. Violeiros Cantam a História do Assalto A senhora Ivaneide me comentou em 2010 que nessa propriedade era comum a apresentação de cantadores de viola afamados da região e até de outros estados. Mesmo com o crescimento das bandas de forró eletrônicas, da televisão e outros meios de entretenimento, na época essas cantorias de viola possuíam público cativo na comunidade. Casa da Fazenda Morada Nova em 2010. Reparem os bancos feitos de troncos de carnaúba, utilizados para a comunidade assistir duelo de cantadores de viola. Ao fundo o maçiço da Serra de Martins – Foto – Rostand Medeiros. Ela narrou que era praxe as pessoas do lugar transmitirem para os violeiros visitantes os acontecimentos testemunhados pela família Aquino em 1927 e o que eles sabiam do ataque do grupo de cangaceiros a Mossoró. Com isso, solicitava-se que esses artistas transformassem as histórias ouvidas em uma cantoria tipicamente nordestina. Já as estradas existentes entre as propriedades Caricé e a Fazenda Morada Nova foram sem nenhuma dúvida o pior trecho percorrido para a realização deste trabalho. As maiores dificuldades se encontravam na já rotineira falta de sinalização, mas principalmente no péssimo estado de conservação desses caminhos. A Fazenda Morada Nova está localizada em um ponto extremamente afastado de áreas urbanas. A cidade de Pau dos Ferros fica a cerca de 24 quilômetros de distância, já a zona urbana de Pilões se encontra a 16 quilômetros e a cidade de Antônio Martins a 19. Entretanto, o melhor acesso utilizado é a partir de Antônio Martins, onde o motorista percorre oito quilômetros de asfalto da rodovia federal BR-226 e depois segue por mais 11 quilômetros de estradas vicinais. Contudo, nesse caso, existe a imprescindível necessidade de contar com a ajuda de uma pessoa da região que conheça o trajeto. Nesse caso eu contei com o apoio do amigo Chagas Cristóvão, da cidade de Antônio Martins. Junto a Chagas Cristóvão, da cidade de Antônio Martins, na Fazenda Morada Nova. Atualmente, Pau dos Ferros é a principal cidade da Região do Alto Oeste Potiguar, com uma população acima de 30.000 habitantes, estando a 389 quilômetros de distância de Natal, ocupando uma área de aproximadamente 260 km² e possuindo uma história bem antiga. Acredita-se que a toponímia Pau dos Ferros foi criada a partir de uma determinada árvore. Essa árvore certamente devia ser um excelente local para repouso e com ótima sombra, onde vaqueiros viajantes, utilizando ferro em brasa, deixavam marcado no seu tronco as marcas do gado sob sua responsabilidade. Em uma época onde as fazendas não tinham arames farpados e o gado era criado solto, essa prática serviu para esses trabalhadores conhecerem as marcas de outras propriedades. Isso tornava mais fácil a identificação dos animais perdidos nos pastos e a realização de troca das reses encontradas. Não é difícil imaginar como essa árvore ficou bem conhecida na região. Logo ao seu redor se fixaram pessoas e isso deu início a uma pequena comunidade. Já sobre a questão da posse da terra, consta que no ano de 1733, por ocasião da morte do Coronel Antônio da Rocha Pita, foi doada a sesmaria de Pau dos Ferros a seus filhos e herdeiros. Um deles, Francisco Marçal, foi a pessoa que mobilizou os que ali viviam para erguer uma capela em 1738. Somente através da Resolução Provincial nº 344, de 4 de setembro de 1856, Pau dos Ferros tornou-se um município, sendo desmembrada da cidade serrana de Portalegre. Foto – Rostand Medeiros. Na trajetória do bando em direção a Mossoró, ao se aproximar dos contrafortes da Serra de Martins, o caminho percorrido por Lampião passou onde atualmente estão localizadas as áreas territoriais das cidades de Serrinha dos Pintos, Antônio Martins, Frutuoso Gomes, Lucrécia e Umarizal. Por Rostand Pescado no Tok de História

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Serra Talhada promove quarta edição da Festa Literária

Serra Talhada promove quarta edição da Festa Literária Com incentivo do Funcultura, o evento será realizada de 23 a 26 de novembro na Estação do Forró. As atividades serão gratuitas Postado em: Funcultura | Música 08/11/2021 DivulgaçãoDivulgação As atividades vão acontecer dentro da Estação do Forró de Serra Talhada As mais diversas linguagens artísticas estarão presentes na Festa Literária de Serra Talhada (FLIST), que acontecerá de 23 a 26 de novembro, na Estação do Forró da cidade. A quarta edição do evento reunirá literatura, música, dança, cinema e teatro em apresentações que vão transbordar os elementos culturais do sertão do estado, encantando moradores do local e turistas. A literatura estará na base da produção e vai transpassar toda a programação da FLIST, que já tem nomes como Ivanildo Vila Nova e Rogério Menezes confirmados. A iniciativa conta com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura. De acordo com Cleonice Maria, uma das coordenadoras do evento, a FLIST vai ser realizada de forma presencial e virtual, por meio dos sites da Fundação Cabras de Lampião e da Prefeitura de Serra Talhada. “O evento vai ser realizado nos horários da manhã, tarde e noite, e haverá higienização completa do ambiente nos intervalos entre uma sessão e outra”, diz ela. Cleonice ressalta ainda que, com a pandemia da Covid-19, a FLIST seguirá as recomendações dos órgãos sanitários competentes. O encontro contará com diversas palestras, mesas de diálogos, conferências, contações de histórias, lançamentos de livros, além de apresentações com artistas de reconhecimento local e nacional. Jorge Filó, Marcos Godoy, Vera Ferreira, Anildomá Willans de Souza, Ferreira Júnior e Adriano Marcena, Clênio Sandes, Sebastião Dias, e Zé Carlos do Pajeú são alguns dos grandes nomes com participações já confirmadas no evento. A FLIST ainda abre espaço para os shows de Assisão, As Severinas, Jéssica Caitano e Coco Trupé de Arcoverde. Grupos de dança e teatro também estarão na programação como Filhos do Sol, Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, Cia. Artística Pajeú de Danças, Trupe Teatral Espantalho com “A peleja de Severo para nnganar a morte”, “As Beatas do Pau Oco”, “O Casamento”, “A Chegada de Lampião no Inferno”, “Decripolou Totepou”. Além disso, performances serão apresentadas durante todos os dias da festa. A Mesa de Glosa não pode faltar numa programação sertaneja que se preze e chega com uma trupe de grandes poetas. Já no Cine Clube Lampião, serão exibidos filmes produzidos na região, com artistas e técnicos do sertão. “A proposta é comunicar a percepção de que a criação, em suas diversas linguagens e interpretações, surge a partir da necessidade de soltar as amarras da realidade. Por meio do fazer artístico, a realidade é transformada e recriada. E, com isso, a natureza humana passa a ser vista em suas singularidades”, concluiu Cleonice Maria. Além de ser um ambiente para vivenciar a arte, a FLIST será um espaço de construção de políticas do livro, da leitura, da literatura e de bibliotecas, onde haverá momentos de escuta da sociedade e das entidades envolvidas com a área. A ideia dessa miscelânea artística é valorizar a cultura local, onde há tantos poetas que lidam com a literatura por meio da oralidade. A Secretaria Municipal de Educação irá disponibilizar um bônus para os professores adquirirem livros, como forma de incentivar os escritores e também de contribuir com a leitura e os estudos dos docentes. Durante o evento, a organização vai espalhar obras literárias pela cidade, com o mesmo objetivo, ou seja, de incentivar a leitura. Ao final, os livros deverão ser entregues na Biblioteca Pública Municipal Cecílio Tiburtino. A FLIST é uma produção da Fundação Cultural Cabras de Lampião, em parceria com a Prefeitura Municipal de Serra Talhada, com a Secretaria Municipal de Educação e com a Fundação Cultural de Serra Talhada. A programação completa da FLIST já está disponível nos sites: www.cabrasdelampiao.com.br e www.serratalhada.pe.gov.br.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Fred Jordão inaugura a exposição fotográfica “Sertão”, no Mercado Eufrásio Barbosa

O fotógrafo pernambucano Fred Jordão abre, nesta quinta-feira (4), às 19h, no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, a sua mais nova exposição. “SERTÃO”, que conta com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura, apresenta uma visão diferente do estereótipo de terra seca e rachada com carcaças de bichos mortos e pobreza gritante. Imagens de uma região verdejante, ancorada nas chuvas, e apontando para as transformações por que passa este território tão presente no imaginário coletivo. Para o artista, o Sertão do século XXI reúne não só a idealização de um espaço consagrado pela literatura regionalista como o território das ausências e reconhecido repositório de tradições e guardião de saberes, mas também um Sertão Contemporâneo e conectado com o mundo globalizado. “Vejo o Sertão como um território repleto de inquietações e ebulições. As transformações que vêm acontecendo nas últimas décadas criaram camadas distintas – o velho e o novo, o moderno e o arcaico convivem numa simbiose original. O Sertão permanece tradicional e ao mesmo tempo desperta moderno”, resume Jordão. Fruto de um trabalho que vem sendo construído desde a década de 90, a exposição inclui fotografias do livro “Sertão Verde – Paisagens” (2012), do documentário “Sertão Século 21″ (em produção), além de sucessivas viagens e pesquisas desenvolvidas pelo autor durante os últimos 25 anos. Sertão é composta por 110 fotografias, em formatos variados e impressas em canvas. Arqueologia Contemporânea, Cartografia, Sertão Verde e Retratos são os Espaços/Ensaios que fazem parte da expografia desta que é a oitava mostra do fotógrafo. Ele publicou vários livros, entre eles, o “RECIFE”, finalista do Prêmio Jabuti 2020. A exposição no mais novo espaço cultural de Olinda conta com audiodescrição (Com Acessibilidade Comunicacional) e respeitará todos os protocolos de segurança sanitária estabelecidos pelas autoridades governamentais para eventos culturais. O design de exposição e peças gráficas são de autoria de Carla Gama e as ampliações fotográficas foram feitas no Atelier de Impressão. A produção executiva do projeto é de Maria Rosa Maia. “Sertão” segue em cartaz até o dia 4 de fevereiro de 2022. A mostra conta com o apoio da Cepe Editora e do Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, por meio da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe), ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. O horário de visitação vai de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. O AUTOR - Com formação em jornalismo, Fred Jordão conheceu o Sertão no final da década de 80 quando atuou em alguns dos principais veículos de comunicação do País. As pautas, via de regra, eram todas relacionadas à seca, à fome, e à miséria. “O interesse da mídia, era sempre pelos estereótipos que representavam a seca no sertão”. Foi nos anos 1990, durante as filmagens do Longa Metragem Baile Perfumado e em trabalhos de documentação técnica para Codevasf e Articulação do Semi-Árido (ASA), que começou a despertar para os ciclos de chuva no Sertão, descobrindo uma região repletas de vida e riquezas. Por vários anos percorreu a região do semi-árido nordestino, do Piauí a Bahia, sempre durante os períodos de chuva. Foi também durante estas longas viagens que compreendeu as mudanças que a chegada da eletrificação rural proporcionava nos lugares mais remotos. Durante as viagens, Jordão resolveu reler os clássicos do regionalismo, Graciliano, Raquel de Queiroz, José Lins do Rego, Euclides e Ariano. Repassando a história do Sertão pelas letras, pelo cinema do cangaço, os retirantes de Portinari, e as músicas de Luiz Gonzaga. “Que sertão era aquele de gente saudável e feliz, que não fazia parte daquele enredo consagrado do sertão de pedra, pau e poeira?”, questionava-se. Em 2012, Jordão editou o livro “Sertão Verde – Paisagens”, com texto de Xico Sá, amigo pessoal de quem recebeu o livro “A Invenção do Nordeste”, do professor Durval Muniz de Albuquerque Jr. “Foi uma grande descoberta. Estava tudo sintetizado ali, de uma forma extraordinária. A cristalização de um estereótipo que já não corresponde à realidade atual. O sertão é outro e poucas pessoas sabem disso”, diz Jordão. “Sertão Verde” mostra, de forma sutil, essas contradições. A partir de então, continuou a fotografar o sertão com os olhos atentos a este momento de transformações. Atualmente, além da exposição em cartaz, desenvolve mais uma parte deste projeto com o documentário Sertão Século 21, com depoimentos de sertanejos sobre que sertão é este que desabrocha no novo século. Serviço Exposição fotográfica “Sertão”, por Fred Jordão Abertura: 4 de Novembro de 2021 (quinta-feira), às 19h Local: Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, Largo do Varadouro, Olinda-PE. Horário de visitação: terça-feira a domingo, das 9h às 17h. Instagram do autor: @fredvjordao Site: www.fredjordao.com.br

Festival “Cena Nova” será gravado no Teatro Arraial Ariano Suassuna

Em novembro de 2021, o projeto “Cena Nova” chega ao Teatro Arraial Ariano Suassuna, no Recife, para gravação com 12 shows e a produção de uma websérie que relaciona a programação com uma pesquisa sobre a atualidade do circuito musical pernambucano. Capitaneada pela Theia Produtores Associados e com curadoria de Guilherme Patriota, toda a ação é realizada com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura. Por conta da pandemia da Covid-19 que ainda está em curso, as apresentações não serão abertas ao público, apenas poucos convidados acompanharão as gravações in loco. O público, posteriormente, acompanhará os 12 episódios da websérie “Cena Nova” com registros das apresentações de artistas/bandas do Sertão, Agreste, Zona da Mata e Região Metropolitana ao lado das falas de agentes profissionais e conhecedores(as) dos nossos cenários musicais, seus conceitos e práticas. Assim, a programação será exibida a partir de dezembro de 2021 no canal da Theia Produtores Associados, no YouTube, trazendo a diversidade de processos criativos nos trabalhos de Marília Parente (Recife), Olegário Lucena (Taquaritinga do Norte), Adalberto (Garanhuns), Us Cafuçu (Garanhuns), Tio Zé Bá (Petrolina), Radiola Serra Alta (Triunfo), Dani Carmesim (Recife), Bruno Lins (Recife), Bule (Recife), 70 mg (Caruaru), Adiel Luna (Carpina) e Larissa Lisboa (Recife). A websérie poderá ser acompanhada gratuitamente, incluindo versões com tradução/interpretação em LIBRAS. “O Cena Nova engloba pesquisa, curadoria, apresentações e produtos audiovisuais em um festival que tem a música como centro, como foco principal. Nossa ideia não é apresentar especificamente uma cena nova, mas sim um recorte dessa cena musical atual em Pernambuco, aliada a discursos múltiplos de artistas, técnicos, jornalistas, produtores e outros profissionais envolvidos no mercado da música, com o sentido de valorizar seus trabalhos, suas falas e seus conceitos individuais em prol de um cenário coletivo que por muitas vezes é visto como disforme ou desunido”, diz o curador Guilherme Patriota. Em toda a dinâmica programada, a curadoria, os shows, as entrevistas e o audiovisual se complementam e atendem aos objetivos de uma pesquisa que coloca em foco distintas compreensões sobre como nossa cena musical é formada. Será que interessa apenas descobrir “novos(as)” artistas? O que artistas, técnicos(as), produtores(as) e especialistas têm a dizer sobre nosso mercado e suas formas de inserção e exclusão? A partir desses e outros questionamentos, foi possível a parceria de Guilherme Patriota, como curador, com a socióloga Laura Sousa para idealização do projeto ainda em 2019, procurando abordar narrativas e percepções que desvelam diferentes formas de pensar o que a música pernambucana ativa como novidade, como estamos enfrentando a pandemia de Covid-19, a quem interessa a supervalorização do “novo”, de que maneira as relações entre música e sociedade fazem a cena e quais as expectativas para a produção musical em Pernambuco. Para os organizadores, a oportunidade de trazer falas e opiniões dos que fazem nossa cena é fundamental para contribuir no amadurecimento da produção independente no Estado. “Tecer questionamentos sobre o conceito de cena ou mercado musical que vivenciamos nos leva à escuta de artistas e profissionais que assumem diferentes funções e experiências em muitos processos coletivos. Dessa maneira, a curadoria e o festival em si se colocam em contínua pesquisa que também é exposta ao público. Evitando uma percepção fechada sobre o tema, toda a proposta busca alimentar-se de diálogos e diversidade de contextos, projetando caminhos para desdobramentos e novas versões da ação”, diz Laura Sousa. A curadoria é resultado, sobretudo, de uma profunda vivência do mercado da música independente e autoral em nosso Estado, envolvendo diferentes contextos culturais, segmentos musicais e perspectivas profissionais. A grade abarca distintas gerações, destaca a forte potência das ações de mulheres em várias frentes do circuito local e afirma a complexidade estética de nossas cenas. Da oralidade tradicional de Adiel Luna, do setentismo do 70 Mg, da força poética de Adalberto, do folk rock sertanejo de Bruno Lins, dos synths da Bule, do blues baião de Olegário Lucena, da visceralidade de Dani Carmesim, da contemporaneidade do Radiola Serra Alta, da potencia vocal de Marília Parente, do feeling de Larissa Lisboa, do swing de Us Cafuçu ao reggae roots da Tio Zé Bá, tudo conflui em uma cena nova, inventada ou não, como um recorte composto na sua forma de gerar e incitar criações e influências.
Além das potências musicais que o festival reúne, a programação ocupa o Teatro Arraial Ariano Suassuna reconhecendo a importância desse aparelho cultural como espaço que proporciona um contato intimista com a arte e que trará uma atmosfera especial aos registros das apresentações e entrevistas. As gravações ocorrerão nos dois primeiros finais de semana de novembro e todos os detalhes e informações sobre a websérie e seu lançamento poderão ser conferidos nas redes sociais da Theia Produtores Associados (@theiaprodutores). Serviço “Cena Nova” – Festival de Música e websérie ocupa o Teatro Arraial Ariano Suassuna Quando: Novembro de 2021 Local: Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, nº457, Boa Vista, Recife – PE) Lançamento da Websérie “Cena Nova” Quando: Dezembro de 2021 e janeiro de 2022 Plataforma: Canal da Theia Produtores Associados no YouTube. TAGS:FESTIVAL CENA NOVA

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

ZAMBIAPUNGA

O termo tem origem,provavelmente,no nome do Deus supremo dos Candomblés,ou seja,Zamiapombo.É caracterizada pelo uso de búzios gigantes,enxadas e outras ferramentas agricolas,que são tocadas como instrumentos de percussão pelos componentes Zambiapunga caracteriza-se,também,como um divertimento das pessoas envolvidas,que saem,de madrugada,com o intuito de acordar a população com sons dos instrumentos.Por quase quatro séculos a economia do Brasil colô,e posteriormente imperial,foi sustentada pela exploração da mão-de-obra escrava africana.
Estes africanos foram trazidos à força para o novo mundo e, por não serem culturalmente homogêneos,trouxeram sua diversidade de linguistica,religiosa,social e politica para o Brasil, o que contribuiu decisivamente para nossa riqueza cultural.O Zambiapunga de Nilo Peçanha,é uma manifestação atual da cultura popular baiana cuja origem liga-se profundamente a aspectos culturais importados do continente negro. Zambiapunga é um grupo de homens mascarados que saem às ruas de Nilo Peçanha tradicionalmente na madrugada do 1º de novembro,dia de todos os santos,véspera de finados,vestindo roupas coloridas feitas com panos e papeis de seda e percutindo instrumentos peculiares como enxadas enxadas,cuícas rústicas,búzios e tambores.
É provável que o Zambiapunga do baixo-sul baiano era ou integrava um ritual religioso de uma parcela dos africanos escravizados.Para entendermos esse aspecto é necessário fazermos uma análise etimológica do termo "zambiapunga" e enumerarmos alguns aspectos da religiosidade dos povos cujo termo citado se liga:os Bantos. Zambi ou Nzambi-a-Mpungu é o deus supremo do povo bantos do Baixo Congo.A relação entre a palavra "zambiapunga" e o Deus supremo de africanos é a primeira evidência da origem religiosa do folguedo atual. Para compreendermos a segunda evidência da origem religiosa do Zambiapunga é necessário falarmos um pouco sobre os bantos e sua religiosidade. Os bantos,cujas línguas possuem uma origem e,por isso,o termo "Banto" delimita um grupo linguístico africano e não uma etnia,vivem em todo o território abaixo do equador. A data tradicional do Zambiapunga ir às ruas de Nilo Peçanha é a madrugada de 1º de novembro,dia de todos-os-santos e véspera de dia de finados.Nestes dois dias a população local volta sua atenção para a lembrança de seus mortos que são homenageados com flores ,velas e missas.Não existia momento mais propício do calendário católico para um cortejo que refletia uma religiosidade baseada na ancestralidade ir às ruas. Outra evidência do caráter religioso inicial do grupo é o significado do termo "Mpungu" de Nzambi-a-Mpungu. Segundo vocabulário por Aires Machado Filho e reproduzido por Nei Lopes,a palavra "Mpungu" é provavelmente sinônima de "defunto". Yeda Pessoa traduz,por sua vez,"nzambi" ampungu" como o grande espirito e "saami ampunga" como os grandes ancestrais. "Mpungu","ampungu" ou "anpumga" são palavras bantos que se refere aos mortos,aos antepassados,o que evidencia a relação da origem do Zambia APUNGA atual com a religiosidade Banto. Com o tempo o caráter religioso se perdeu e permaneceu uma bela manifestação da cultura popular. O Zambiapunga ficou inativo em Nilo Peçanha cerca de 20 anos(entre as décadas de 1960 e 1980) sendo revitalizado em 1982 pela professora Lili Camardelli e seus alunos do Ginásio de 1º Grau Adelaide Souza. Após essa revitalização o Zambiapunga nilopeçanhense tornou-se uma das maiores manifestações folclóricas do Estado da Bahia.Sua importância é refletida na participação do grupo em eventos internacionais(ECO 92 e PERCPAN); por ter sido capa de periódicos internacionais(New York Times) e por ter sido tema de diversos documentários e programas de TV("Brasil Legal " ,produzido pela Rede Globo e exibido em 01/07/1997; "Caretas e Zambiapunga", produzido pelo IRDEB; "Nilo Peçanha e o Zambiapunga," produzido pela TV Salvador e exibido em maio de 2001; " Na Carona ", produzido pela Rede Bahia e exibido em 2001,entre outros.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Mamulengueiros retomam noitadas na Zona da Mata homenageando seus mestres

Mestres do mamulengo fecham o mês retomando atividades presenciais, com uso de máscara e distanciamento obrigatórios, em quatro dias de apresentações na Zona da Mata pernambucana. De quinta-feira (28) a sábado (30), o projeto Cada Mamulengo Tem Sua Cantoria levanta a brincadeira em Glória do Goitá homenageia os mestres mamulengueiros Zé de Vina, Zé Lopes e Vitorino. As apresentações serão gratuitas, voltadas para pessoas de todas as idades, com transmissão ao vivo pelo instagram @armorial_ic e intérprete de libras nos dias 28 e 30. A mestra Cida Lopes e o mestre Gilberto Lopes (também conhecido como Bel) serão os grandes responsáveis por conduzir as brincadeiras do Mamulengo Teatro Riso e Mamulengo Riso do Povo respectivamente. Filhos do mestre Zé Lopes, e discípulo direto do mestre Zé de Vina no caso de Bel, a dupla é prova viva de que o mamulengo se atualiza a cada geração sem perder sua essência. “É pelo empenho de mestres como os homenageados da programação, com uma vida inteira dedicada a transmitir os saberes do mamulengo, que esta arte secular vem sendo salvaguardada, seguindo adiante mesmo em um cenário tão atribulado e agravado pela pandemia”, diz o artista, produtor cultural e pesquisador, Alex Apolonio, idealizador do projeto. Cada Mamulengo Tem Sua Cantoria tem investigado o vasto repertório de personagens, loas e cantorias dos mestres mamulengueiros Zé Lopes, Zé de Vina e Vitorino. “Por meio da promoção de apresentações artísticas, gravação de brincadeiras e depoimentos, bem como digitalização de acervo dos mestres, fazemos o trabalho de fomentar, escoar e registrar esta importante manifestação cultural que vem sendo repassada há tanto tempo através da cultura oral. A ideia aqui é gerar não apenas capital intelectual, mas sobretudo rentabilidade financeira para a comunidade mamulengueira. Todas as movimentações desta pesquisa vão culminar em uma publicação para fortalecer a memória da arte dos mamulengueiros no Estado”, comenta Alex. A pesquisa cultural, que é incentivada pelo Governo de Pernambuco, por meio do Funcultura, e conta com a realização da produtora Armorial Interações Culturais, que já vem destacando a produção dos mamulengueiros desde 2018 e colocou uma lupa na experiência desses artistas durante a pandemia. “Infelizmente nesse meio tempo, além de atravessarmos um período extremamente difícil para o setor cultural, ainda perdemos os mestres Zé Lopes e Zé de Vina. Contudo, essa fatalidade e desejo de honrar a memória dos nossos mestres nos deu ainda mais forças para seguir adiante com o projeto, e cá estamos, com uma programação voltada para enaltecer o mamulengo pernambucano e três de seus mais expressivos mestres”. Para saber mais da pesquisa, clique em @armorial_ic. Serviço: Cada Mamulengo Tem Sua Cantoria De quinta (28) a sábado (30), em Gloria do Goitá Transmissão ao vivo pelo @armorial_ic 28/10 às 20h: Mamulengo Riso do Povo – Rua Canavieira, bairro Nova Glória 29/10 às 17h: Mamulengo Riso do Povo – Sítio Mufumbo 30/10 às 7h: Mamulengo Riso do Povo – Feira Livre 30/10 às 20h: Mamulengo Teatro Riso – Sítio Palmeira fonte: portalculturape