ZÉ DANTAS, O POETA MATUTO
Luiz Gonzaga dizia que receber a visita dele no Rio de Janeiro,era ter a unipresença do distante sertão nordestino,ele era o matuto autêntico,com ele o sertão entrava pela minha porta,tinha cheiro daquela gente,tinha cheiro de bode." Assim descrevia o rei do baião os encontros que teve nas terras do sudeste com José de Sousa Dantas Filho(Zé Dantas), compositor e poeta, que nasceu em 27/02/1921 na pequena Carnaíba PE,cidade encravada no sertão do Pajéu.
Em 1938 ensaiava suas primeiras composições e escrevia crônicas sobre folclore para a Revista Formação, do Colégio Americano Batista, do Recife PE.
Cerca de nove anos depois conheceu Luiz Gonzaga, de quem se tornou parceiro.
Em 1949 formou-se em medicina no Recife e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro, especializar-se em obstetrícia. Ainda em 1950, Luís Gonzaga gravou suas composições, em parceria, Vem, morena, A dança da moda, o xote Cintura fina e o seridó Forró do Mané Vito, grande sucesso, na Victor, enquanto os Quatro Ases e Um Curinga lançavam o coco Derramaro o gai, na Odeon. Um ano depois, Luís Gonzaga gravou da dupla o baião Sabiá.
Em 1953 participou com o parceiro e com Paulo Roberto do programa No Mundo do Baião, na Rádio Nacional, do Rio de Janeiro. Outro destaque dos dois, O xote das meninas, foi gravado em 1953, na Victor, por Ivon Curi, cantor que lançaria ainda, com grande sucesso, Farinhada, desta vez sem parceria.
De 1955 data o rojão Forró de Caruaru, interpretado por Jackson do Pandeiro, em disco Copacabana. Diretor folclórico da Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, teve várias de suas composições com Luís Gonzaga regravadas por este em 1958.Longe da terrinha do pajéu das flores, Zé Dantas faleceu durante as águas de março da Guanabara no distante ano de 1962,no dia 3,na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
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