Geraldo Teles de Oliveira, o GTO, é um dos mais famosos e importantes escultores mineiros. Ele nasceu na cidade de Itapecerica em 1913, mas ainda criança se mudou para Divinópolis. Autodidata, antes de se tornar escultor foi servente de pedreiro, guarda sanitário e guarda noturno. Seu primeiro trabalho surgiu de um sonho em 1965 e a partir de então ele passou a considerar sua obra como um legado divino e uma missão. GTO passou a infância e a juventude em Divinópolis. Aos 28 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como moldador, funileiro e fundidor. Em 1951 retorna a Divinópolis onde conseguiu emprego como guarda noturno do Hospital São João de Deus. A pedido do padre da cidade esculpiu uma imagem para a igreja do Bom Jesus. Descoberto por um arquiteto mineiro sua peças foram logo sendo comercializadas por galerias de arte de todo o Brasil. O artista morreu em 1990 deixando uma vasta produção artística.
GTO criou um estilo próprio e muito peculiar para sua obra. Ao esculpir, soltava a imaginação, talhava a própria história e da comunidade onde vivia. Suas peças retratam figuras humanas, de forma esquemática e repetida, aliadas aos símbolos geométricos do circulo e do retângulo. A pluralidade de suas figuras termina por construir imagens de grande equilíbrio e unidade formal. Nas Rodas Vivas de GTO, o centro é comumente sugerido, mas quase nunca configurado, como nas mandalas orientais. A multiplicidade de figuras resulta numa trama que as dissolve no ritmo dos cheios e vazados. Nos blocos formados pelas figuras, a rede humana toca-se pelas extremidades, mãos, pés, cabeças, formando elos infinitos. A mão espalmada, ou tocando outra figura é o grande elemento de ligação entre os corpos. A riqueza de detalhe é tanta que ainda impressiona colecionadores do Brasil e do exterior.
GTO, título desconhecido, madeira. Reprodução fotográfica Galeria Estação, SP.
Foto: Germana Monte-Mór©
Foto: Germana Monte-Mór©
GTO, título desconhecido, madeira. Reprodução fotográfica Escritório de Arte.
GTO, título desconhecido, madeira. Reprodução fotográfica Galeria Estação, SP.
Foto: Germana Monte-Mór©
Foto: Germana Monte-Mór©
GTO participou de várias exposições no Brasil e no exterior dentre elas: X BISP, SP (1969); I Salão de Arte Contemporânea, BH (1969); Biennale Formes Humaines, Musée Rodin, Paris, França (1974); Sala Especial na XIII BISP (1975); I Salão de Artes Plásticas do CEC, Palácio das Artes, BH (1978); Bienal de Veneza, Itália (1980). Participou, entre outras, das seguintes exposições coletivas: Copacabana Palace juntamente com Rodelnégio Gonçalves Neto e Júlio José dos Santos, RJ (1968); Exposição de Arte Ingênua, BH (1968), 1ª Semana de Arte, Divinópolis (1969); O Processo Evolutivo da Arte em Minas, Palácio das Artes (1970); Brasil Export 73, Bruxelas, Bélgica (1973); Galeria Montparnesse, Paris (1974); II Festival Mundial e Africano de Arte e Cultura Negra, Lagos, Nigéria (1977); Mitos e Magia, Bienal Latino-Americana, SP (1978); Galeria Bonino, RJ (1980); Art Brut, Cine Metrópole, BH (1985); Arte em Madeira, Museu do Folclore, RJ (1986); I e II Madeira à Moda Mineira¸ Galeria Trem de Minas, RJ (1987-88); Coletiva promovida pela Vale do Rio Doce, RJ (1990); Centro Cultural UFMG- 10 Anos, Centro Cultural UFMG, BH (1999). Sua primeira mostra individual foi na Galeria Guignard, BH (1967), fez várias mostras em Divinópolis, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e em cidades do exterior. Foi realizada exposição póstuma durante a 31º Semana de Folclore: Cinco anos sem novos sonhos de GTO, Galeria Paulo Campos Guimarães, BH (1995). GTO tem obras na Igreja do Senhor Bom Jesus, Divinópolis; Prefeitura de São João del-Rei, MG; Museu Mineiro, Fundação Clóvis Salgado e MAP, BH; Casa de Cultura, RJ.
GTO, título desconhecido, madeira. Reprodução fotográfica Galeria Estação, SP.
Foto: Germana Monte-Mór©
Foto: Germana Monte-Mór©
Sobre o artista e sua obra foram realizados dois filmes de curta metragem: O Escultor dos Sonhos, de Camillo de Souza Filho e A Árvore dos Sonhos, de Carlos Augusto Calil. Em 1977 a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, lançou um selo postal veiculando um de seus trabalhos, dentro da série dedicada ao II Festival de Arte e Cultura Negra e Africana.
A obra de GTO está sendo perpetuada pelo seu filho Mario Teles e seu neto Geraldo Fernandes.
Referências bibliográficas:
- Frota, LC. Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro – Século XX. Aeroplano Editora, Rio de Janeiro, 2005.
GTO, título desconhecido, madeira. Acervo do Pavilhão das Culturas Brasileiras, São Paulo, SP. Reprodução fotográfica.
GTO, título desconhecido, madeira. Reprodução fotográfica Palácio de Leilões.
GTO, título desconhecido, madeira. Reprodução fotográfica autoria desconhecida.
GTO, título desconhecido, madeira. Reprodução fotográfica autoria desconhecida.
GTO, título desconhecido, madeira. Reprodução fotográfica Jacques Ardies.
GTO, título desconhecido, madeira. Acervo do Pavilhão das Culturas Brasileiras, São Paulo, SP. Reprodução fotográfica.
GTO, título desconhecido, madeira. Acervo do Pavilhão das Culturas Brasileiras, São Paulo, SP. Reprodução fotográfica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário