A lenda do Bumba-meu-boi conta que um rico fazendeiro possuía um boi muito vistoso e bonito, que inclusive sabia dançar. Pai Chico, um trabalhador da fazenda, rouba o boi para satisfazer sua mulher Catarina, que está grávida e sente uma forte vontade de comer a língua do boi. Enquanto Pai Chico está matando o vistoso boi é preso a mando do rico fazendeiro. Os pajés curam o boi e descobrem a real intenção de Pai Chico, que era de satisfazer sua mulher Catarina que está grávida. O fazendeiro perdoa Pai Chico e celebra a saúde do boi com uma grande festividade.
A festa do Bumba-meu-boi surgiu no nordeste do país no século XVIII como uma forma de crítica à situação social dos negros e índios e suas crenças religiosas, mais especificamente no Estado do Piauí, pois a região onde hoje se situa o Piauí começou a ser povoada por vaqueiros que vinham da Bahia em busca de novas pastagens para o gado. Ainda hoje a figura do vaqueiro é marcante e faz parte da cultura piauiense, além de ser um personagem típico no estado.
A lenda Bumba-meu-boi mescla sátira, comédia, tragédia e drama, demonstra sempre o contraste entre a fragilidade do homem e a força bruta de um boi. Esta essência se originou da lenda de Catirina e Pai Francisco, origem nordestina, que sofreu adaptação à realidade amazônica. Dessa forma, reverencia o boi livre e nativo da floresta Amazônica, bem como a alegria, sinergia e força das festas coletivas indígenas.
Os personagens do bailado são humanos e animais. Os femininos são representados por homens travestidos. O Capitão é o comandante do espetáculo. Há também Mateus e Catirina, personagens bastante conhecidos que apresentam os bichos, cantam e dançam de forma engraçada, divertindo muito o público. Fazem parte ainda do elenco: Bastião, a pastorinha, a dona do boi, o padre, o doutor, o sacristão, Mané Gostoso, o Fanfarrão, a ema, a burrinha, a cobra, o pinica-pau e ainda os personagens fictícios: o Caipora, o Babau, o morto carregando o vivo e o Jaraguá.
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