P oeta de cordel Antônio Ferreira da Cruz
Ele nasceu na cidade de Ingá (PB), em 1876. Foi operário e contramestre de tecelagem numa fábrica de tecidos até os anos 30, quando se tornou cantador e poeta.
Há pouca bibliografia sobre esse cantador, visto não ser, naquela época, comum a feitura desses registros. O que se tem são informações transmitidas oralmente por outros poetas e também por pesquisadores interessados. Algumas de suas obras foram catalogadas sem a referência de autor, diante do fato de ter, muitas vezes, assinado com Antonio F. da Cruz ou simplesmente Antonio Cruz.
Usou o acróstico ANTONIOFERREIRA, o que gerou ainda mais controvérsias sobre a autoria de seus folhetos. Inspirou vários outros poetas que compuseram, de memória, muitas cantorias, desafios e pelejas envolvendo suas apresentações. A mais conhecida, composta pelo poeta João Ferreira de Lima - Discussão de dois poetas, Antônio da Cruz com Cajarana.
É constantemente citado em vários folhetos como um dos maiores cantadores de sua época. Autor de inúmeros folhetos, composto de 8, 12, 16, 24 e 32 páginas, setissilábicas. Entretanto, destacou-se como glosador em décassílabos, na modalidade de martelo agalopado e mourão de oito pés dentre outras.
Também abordou temas e personalidades religiosas como Frei Damião em A grande profecia de Frei Damião ao povo brasileiro; e dentre as pelejas encontramos Peleja de Antonio F. da Cruz com Manoel dos Santose Peleja de Antonio F. da Cruz com Manoel Barauna Neto. Sua verve de poeta não deixou de fora os grandes romances, como Nequinho e Adelina ou a marreca encantada.
O poeta Manoel Camilo dos Santos, no folheto Os dois amantes no cárcere, de 1954, fez, em sua última página, uma advertência intitulada A um mentiroso, em que cita o nome de Antonio da Cruz, dentre outros que tiveram sua autoria usurpada.
Por Maria Rosário Pinto
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