quarta-feira, 8 de setembro de 2021

MESTRE PACHECO CANTADOR

Jairo da Silva Dornellas, Nasceu 16 de fevereiro de 1969 em Recife, filho de João Geraldo Dornellas, Olindense, e Leonilda da Silva Dornellas, Paraibana. Jairo desde criança admirador da cultura popular tendo em si adquirido as raízes culturais de seu avô Joaquim Amaro, que era pescador e cantador de coco na Paraíba, pai de sua mãe. Mestre Pacheco escutou as primeiras musicas do coco da boca de sua mãe, quando cantava pra ele dormir. Mestre Pacheco Cantador é cantor e compositor de coco de roda, seu estilo e do coco praiano olindense, de um ritmando forte, com muita poesia cheias de rima improvisada e embolada, relatando o cotidiano da vida da pesca e façanhas dos mestres do mar. Por 12 anos viveu e foi um divulgador da cultura popular pernambucana na Europa como; Suíça, Alemanha, Holanda, Itália, Portugal, Espanha, Dinamarca, Suécia e Inglaterra. Estudou Alemão, Dinamarquês e Inglês, reconhecido oficialmente mestre na arte da capoeira, e como bom na arte do coco de roda.
Inicio-se na capoeira em 1986. Em 1992 foi Zurich na Suíça para ensinar capoeira e estudou Alemão por um ano, em 1995 em Copenhagen Jairo foi vocalista do grupo dinamarquês “Guerra e Paz” onde cantava e tocava percussão, em 1996 ainda na Dinamarca foi percussionista da banda “Yes Brasil” onde tocou percussão em um concerto com o grande guitarrista escandinavo Christian Sievert. Foi back vocalista e percussionista da banda “Axé Brasil” junto com o cantor e compositor baiano Gil Felix, e fez um curso da língua Dinamarquesa. Em 1997 foi para Colônia na Alemanha onde continuou com seus trabalhos com capoeira e participou como ritmista de grupos de Pagode e Samba Reggae local. Em 1998 voltou a Olinda e gravou o primeiro cd de musicas de capoeira angola de Olinda”Angoleiros de Olinda”, e continuou com seu trabalhos culturais em comunidades e escolas de Olinda, Sitio Histórico, Ouro Preto e Peixinhos. Em 2000 Iniciou um trabalho de coco com o falecido Mestre Dedo pescador, que era cantador de coco, como também seu parceiro de pescaria em Olinda. Jairo em 2004 foi a Londres, e la fundou o grupo “Coco do Reino” junto com os Percussionistas Lucas Amorim e o inglês Sam Alexander,. Em 2005 gravou em Londres do CD do Coco do Reino, com 12 faixas composta por Pacheco (Olinda to London) lançado em Olinda no Mercado da Ribeira 8 de outubro 2005. Apresentou-se no Glastonbury Festival 2005, o maio festival da Inglaterra, e representou o Brasil com um grade concerto “Coco de Roda e Maracatu” com a marca “ Coco do Reino – led by great Mestre Pacheco, traditional songsmith from the beaches of Olinda Pernambuco “. Pacheco apresentou-se varias vezes no Clube Guanabara - London, o maior clube brasileiro da Inglaterra, e fez vários shows em Pubs diferentes, em cidades Inglaterra e , como também foi vocalista e compositor do * Maracatu Estrela do Norte de Londres *. Mestre Pacheco Faleceu na quinta-feira,dia 2 de setembro de 2021, aos 52 anos, deixando um grande vazio na cultura popular.
Participações: Novembro 2004 “Show Samba de Coco Verde“ no Notting Hill Arts Club - Londres. Julho de 2005 “Show Coco de Roda e Maracatu” no Glastonbury Festival – o maior da Inglaterra. Fevereiro 2005 "Show do Maracatu Estrela do Norte de Londres” no Guanabara Londres. Outubro de 2005 “Lançamento do CD Olinda to London Coco do Reino” no Mercado da Ribeira - Olinda. 27 de fevereiro 2006 “Show Samba Coco” no Guanabara – Londres. 29 de maio 2006 Evento Batmacumba para o projeto Ruas e Praças de Recife, Show voluntario” grupo Coco Raízes de Olinda” no Notting Hill Arts Club – Londres. 8 de julho 2006 “Show do grupo Coco Raízes de Olinda” no ICA the Mall – Londres. Fundado do Grupo Pe de Jurema de Londres. 13 de janeiro 2008 realizou festa de coco em tributo ao Mestre Dedo do coco” no Ateliê de J.Calazans – Olinda. 2009 Fundador do Grupo Coco de Praia / Olinda, junto com Arnaldo do Coco. Fevereiro 2009 “Show do Coco de Praia’’Carnaval de Olinda. 17 de maio 2009 “ Show livre do grupo Coco de Praia” Praça do Amaro Branco – Olinda. Fundou o Grupo Batuque da Terra, em parceria com a cantora Morena Rosa. 25 de Junho 2010 show Sao João de Olinda com grupo Coco de Praia. 26 de Junho 2010 show Arraial Santo Antonio –Ouro Preto Olinda com Coco de Praia. 28 de Junho 2010 convidado no coco de D.Glorinha – Amaro Branco/Olinda. 2010 Participou do Projeto A HORA do COCO com Selma do Coco. Janeiro 2010 produtor do grupo Arnaldo do Coco, do bairro do Amaro Branco. Carnaval 2010 Realizou o Cortejo do Coco de Praia/Olinda. Carnaval 2011 Realizou o Cortejo do Coco de Praia/Olinda. 2011 Atuou no show Arnaldo do coco como musico e produtor no Pólo do Guadalupe em Olinda no carnaval 2011. 2010 Fundou o grupo Batuque da Terra junto com a cantora e compositora Morena Rosa e realizou um cortejo no carnaval 2011 em "Atrações Itinerantes" no Amparo e Ribeira – Olinda. 2011 show com Coco de Praia , grupo Arnaldo do coco – São João no Fortim / Olinda. 2011 Participou com Coco de Praia no 12º Encontro Pernambucano de Coco/ Porto de Galinhas e, Show com Grupo Arnaldo do Coco em Rio Formoso/PE. 2011 Participou da Roda de Mestres do Coco Pernambucano, relizada em em Olinda Pontezinha/PE (12º Encontro Pernambucano de Coco) Centro Cultural Farol da Vila. Carnaval 2012 Realizou o Cortejo do Coco de Praia/ Olinda. Carnaval 2012 participou com Coco de Praia em Olinda, Pólo do Amaro Branco. Carnaval 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 – Olinda. São João do Recife 2014. - Encontro de Coco de Olinda Fundarpe 2013, 2014, 2015, 2016, 2017. São João de Pernambuco/Recife 2014 – 2015 – 2016 - 2017, na Rua da Moeda, Casa da Cultura (02), Olinda. Carnaval de Pernambuco 2016 – 2017, 2019 em Olinda e João Alfredo. Carnaval de Pernambuco 2018 (Dia Estadual do Coco – Torre Malakoff) Fonte: Farol da vila.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

JADIR JOÃO EGIDIO

A grande repercussão da escultura de G.T.O., na década de 1960, estimulou outros artistas de Divinópolis a desenvolver e mostrar seu trabalho. O de Jadir João Egídio possui completa autonomia formal e expressa a sua religiosidade de maneira única. Nele, retratos de homens e mulheres próximos, do seu convívio do dia-a-dia, assumem a gravidade do sofrimento e do silêncio de muitas imagens da escultura românica, afinidade que ele denota sem haver jamais tomado conhecimento desse capítulo da história da arte ocidental. Jadir passou a meninice na área rural. Em 1960 transferiu-se para a cidade, onde trabalhou como carroceiro até 1977. Nesse ano, sentiu um forte impulso para cortar pequenas toras de madeira e criar objetos e figuras. Desde então, exerce o ofício de escultor, já tendo produzido mais de 500 peças em sua oficina doméstica.
Concentra-se especialmente na escultura de santos, figuras da cultura regional e pessoas próximas do seu afeto. Talha o bloco de madeira com grande vigor, enfatizando suas linhas de força em volumes compactos. Também realiza altos relevos, como Santas Ceias, que levam a marca expressiva e o apuro formal de sua mão.
Em 1986 participou da Sala do Artista Popular n. 22, “Escultores de Divinópolis”, do hoje Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, no Rio de Janeiro. Seu trabalho tem sido objeto de crescente procura pelos grandes centros de arte em São Paulo e no Rio. “Pequeno dicionário do povo brasileiro" Lélia Coelho Frota.

domingo, 5 de setembro de 2021

Paulo Rafael 1955 - 2021 faleceu Paulo Rafael, guitarrista de Alceu Val...

PAULO RAFAEL, O MAGO DA GUITARRA

Paulo Ramiro Rafael Pereira,nasceu em 11 de julho de 1955, em Caruaru, no agreste central de pernambuco. Os primeiros contatos com a música foram através de simples relance vivenciado por ele quando criança. Uma radiola em casa onde seus pais tinham sempre discos de músicas cubanas, seresta, frevo, românticas orquestradas, NELSON GONÇALVES E LUIZ GONZAGA. E de quebra uma loja de discos na mesma rua que sempre a família visitava.
Outro ritmo que penetrou seu consciente foram as BANDAS DE PÍFANO DE CARUARU, que deixou marcas para um futuro que Paulo rafael iria fazer proveito. Sua irmã compra um violão que ele logo o adota. Paulo rafael tinha um primo que tinha uma guitarra. Vendo aquele instrumento ficou totalmente maravilhado, porém só ia ter oportunidade de pegar em uma só no Recife, no início dos anos 70.
Outra influência bastante significativa, ele tinha um tio comerciante que também era maestro regente em uma das duas orquestra existentes na cidade. Nisso tinha passe livre entre os músicos. Saiu de Caruaru e iniciou sua carreira artística nos anos 1970, em Recife, PAULINHO chega a Recife no início dos anos 70. Na rua que morou já conheceu o ESPETACULAR LAILSON DE HOLANDA, que já tocava um contra-baixo aqui acolá e também era e é cartunista, então já saíram as primeiras ideias. Mas foi com outro maluco da cidade que PAULINHO afinou as ideias: ZÉ DA FLAUTA, que também já tava dando seus primeiros sopros literalmente. Com essa galera começa as influências internacionais, tipo BEATLES, JETHRO TULL, KING CRIMSON e etc! Daí tiveram a ideia de formar um trio! Antes mesmo da ideia se tornar realidade LAILSON foi morar nos Estados Unidos, estudar no sistema intercâmbio estudantil. Um ano e pouco depois LAILSON tá de volta e o trio PHETUS é formado. PAULINHO no violão e viola, ZÉ DA FLAUTA flauta e pífano e LAILSON no baixo. No entanto vieram as decepções. Os caras queriam tocar músicas renascentista e medievais, o que de imediato a turma ali nas imediações não aprovou! Então o PHETUS mau começou, acabou. Com o fim da PHETUS! LAILSON DE HOLANDA junto a LULA CÔRTES (in memorian ☆09/05/1949 / + 26/03/2011) lançou, em 73, o álbum SATWA, álbum de conceito psicodélico com grandes influência das nossas músicas nordestinas. Enquanto isso PAULINHO e ZÉ DA FLAUTA viviam batendo perna no Recife a procura de se encaixarem em tantas outras bandas da cidade.
Antes de continuar vou abrir um parenteses que só vai dar certo aqui! (em meados dos anos 50 foi fundada em Recife a fábrica de discos ROZENBLIT, parque industrial que causava inveja nas fábricas do eixo RIO-SÃO PAULO. O parque industrial da ROZENBLIT tinha de tudo. Estúdio de gravação, máquinas de prensar discos, os antigos bolachões de vinil, e o parque gráfico, que por sinal era enorme, e a logística de distribuição! A ROZENBLIT também se destacava por bater de frente com as grandes gravadoras, por contratar artistas de todo país para gravar e sair com o selo ROZENBLIT de qualidade. Outra façanha da gravadora era licenciamento para discos de artistas internacionais aqui no Brasil! Já no começo dos anos 70 a ROZENBLIT se viu em declínio, foi aí que o LULA CÔRTES teve a brilhante ideia de pegar todos os malucos artistas da cidade e transformar as dependências da ROZENBLIT em tudo! Artistas musicais lançando discos, grupo de teatro se apresentando nos galpões, poetas de toda estirpe usando o parque gráfico para lançar seus livros... É dessa forma, no declínio, que sai os discos mais raros hoje em dia, a exemplo de SATWA, já citado em cima, PAÊBIRU (LULA CÔRTES E ZÉ RAMALHO), NO SUB-REINO DOS METAZOÁRIOS (MARCONI NOTARO), O BANDO DO SOL (FLAVIOLA). Voltando ao PAULINHO, na capital pernambucana tava se formando o movimento UDIGRUDE (uma espécie de TROPICÁLIA, de JOVEM GUARDA ou para tempos mais próximos um MANGUE BEAT). Foi daí que surgiu a banda de grande relevância pernambucana no início com o de TAMARINEIRA VILLAGE (SE PRONUNCIA VILLAGE EM PORTUGUÊS, NÃO EM INGLÊS). Com pouco tempo trocaram o nome para AVE SANGRIA (DIZ A LENDA QUE ELES FORAM FAZER UNS SHOWS NA PARAÍBA E LÁ, SE ENCONTRANDO COM UMA CIGANA, ELA OS CHAMOU DE AVES SANGRIAS. PRONTO! NOME TROCADO... LENDAS).
A banda tinha em sua formação MARCO POLO (vocais), IVSON WANDERLEY (guitarra solo e vilões), PAULO RAFAEL (guitarra base, sintetizador, violão e vocais de apoio), ALMIR DE OLIVEIRA (baixo), ISRAEL SEMENTE PROIBIDA (bateria) e AGRÍCIO NOYA (percussão). Com esta formação sai o único disco da banda, o já pronunciado AVE SANGRIA. IM MEMORIAN: ISRAEL SEMENTE PROIBIDA (bateria), falecido em 1990. AGRÍCIO NOYA (percussão), falecido em 2015. IVSON WANDERLEY - IVINHO (guitarra), falecido em 2015.
Com poucos shows e com música censurada (SEU WALDIR) faixa com temática homossexual (a atriz e cantora Marília Pera usou esta faixa em um de seus musicais mundo afora, que tinha no reco-reco o grande MUSSUM, aquele mesmo dos Trapalhões, Na época ele não fazia parte do quarteto. A repreensão militar caiu em cima, então a banda se desfez. Mas deixou uma fita cassete de um show ao vivo no Teatro Santa Isabel, que só foi ver a luz 40 anos depois, em 2014, com a volta da AVE SANGRIA ou quatro dos seis integrantes originais. Com o fim da AVE SANGRIA, em 1974, boa parte de seus integrantes foram tocar com ALCEU VALENÇA, menos o vocalista MARCO POLO e o baixista ALMIR DE OLIVEIRA. O resto debandou pra banda do ALCEU, que até ali já tinha gravado dois discos: QUADRAFÔNICO (1972), com GERALDO AZEVEDO, e MOLHADO DE SUOR, primeiro disco solo do cantor (1974). Pra defender a música VOU DANADO PRA CATENDE (musicada por ALCEU), do poeta ASCENSO FERREIRA, para o festival da canção da REDE GLOBO em 1975, ALCEU formou uma banda de peso. ALCEU (violão), ZÉ RAMALHO (viola de doze cordas) e LULA CÔRTES (tricórdio), mais o que restou da AVE SANGRIA completando a banda.
Assinou a produção musical de "O baile perfumado", filme de Lírio Ferreira e Paulo Caldas. Compôs e executou a trilha incidental de "Pátria amada", filme de Tisuka Yamasaki. Participou, como compositor e instrumentista, da trilha sonora dos CDs de poesia de Neide Arcanjo e Ascenso Ferreira e do CD de poemas infantis de Clarice Lispector recitados por Chico Anísio Atuou, como instrumentista, em discos de Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Lobão (songbook de Gilberto Gil), Kleiton & Kledir, Marina Lima e MPB-4, entre outros. Escreveu o arranjo da faixa "Vaca profana", de Caetano Veloso, gravação de Gal Costa.
Como produtor musical, foi responsável pelos discos "Geraldo Azevedo, ao vivo", "Geraldo Azevedo, ao vivo - vol. 2" e "Futuramérica", de Geraldo Azevedo, e "Cavalo-de-pau", "Anjo avesso" e "Estação da luz", "Rubi", "Mágico" (gravado na Holanda) e "Andar, andar", de Alceu Valença. Lançou, na década de 1990, os discos instrumentais "Orange" (1992) e
"Vagalume" (1995). É um dos integrantes, juntamente com Marcio Lomiranda e Taryn Szpilman, da banda Eletro Fluminas. FONTE: LUIZ CARLOS GOGA (MEUS CDs DO PAULINHO E MEUS MIOLOS) LIVRO: HERÓIS DA GUITARRA BRASILEIRA (QUE POR SINAL DE 178 PÁGINAS SÓ TEM UMA DEDICADA A PAULO RAFAEL!)

Paulo Rafael - Orange

sábado, 4 de setembro de 2021

MOSTRA CULTURAL DOS DISTRITOS COMEÇA NESTE SÁBADO(4), EM SERRA TALHADA.

O mês de setembro celebrará a força e a tradição da cultura popular do sertão do Pajeú. Com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funculura, começa neste sábado (4) a programação da Mostra Cultural dos Distritos, ação que promoverá circulação com uma trupe de artistas pelos distritos e comunidades da zona rural de Serra Talhada. O evento contará com exibição de filmes em curta-metragem, apresentação de xaxado, capoeira e percussão. A produção da Mostra Cultural dos Distritos é da Fundação Cultural Cabras de Lampião. O projeto conta ainda com apoio da Prefeitura Municipal, através da Fundação Cultural de Serra Talhada. Entre as atrações destaca-se a participação do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, o grupo Capoeira Muzenza e a percussão do Mestre Nilsão. Além das apresentações, serão exibidos os filmes Papo Amarelo – O Primeiro Tiro, Lampião e o Fogo da Serra Grande e Lampião e a Cadeia de Vila Bela. Para mais informações e contatos acesse o site: www.cabrasdelampiao.com.br ou pelo e-mail: cabrasdelampiao@gmail.com. As apresentações serão realizadas em espaços abertos, seguindo o calendário abaixo: Dia 4 de setembro de 2021 (sábado) – Xiquexique Dia 9 de setembro de 2021 (quinta-feira) – Santa Rita Dia 11 de setembro de 2021 (sábado) – Bernardo Vieira Dia 15 de setembro de 2021 (quarta-feira) – Tauapiranga Dia 16 de setembro de 2021 (quinta-feira) – Logradouro Dia 18 de setembro de 2021 (sábado) – Água Branca Dia 21 de setembro de 2021 (terça-feira) – Caiçarinha da Penha Dia 23 de setembro de 2021 (quinta-feira) – Varzinha Dia 25 de setembro de 2021 (sábado) – São Miguel Dia 28 de setembro de 2021 (terça-feira) – Poço da Cerca Fonte: portalculturape.

EM SUA SEGUNDA EDIÇÃO, FESTIVAL COCO DE ENGENHO GANHA PROGRAMAÇÃO VIRTUAL

André Pina/DivulgaçãoAndré Pina/Divulgação O evento vai reunir grupos da Zona da Mata e do Agreste Tendo como grande anfitrião o grupo Coco da Mata, o 2º Festival Coco de Engenho ganhará uma versão virtual neste ano. Agendado para acontecer entre os dias 8 e 12 de setembro, o evento cultural conta com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura, e é dedicado à poesia, dança, arte e preservação da tradição da cultura popular do coco de roda de origem dos antigos engenhos de cana de açúcar da região da Zona da Mata Norte pernambucana. Durante cinco dias, o público vai poder assistir, festejar e curtir vários shows de grupos culturais de coco de roda, de importantes cidades de Pernambuco, como Nazaré da Mata, Aliança, Goiana, Lagoa de Itaenga, Tracunhaém e Limoeiro. A transmissão será realizada por meio do canal do festival no Youtube, de forma gratuita. Para assistir, acesse: www.youtube.com/channel/UC4lllgpQTLGfQe9s0JjpAyg. Entre as atrações, estão dez grupos de coco de roda: Flores do Coco, da Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam), Coco Luz do Sol, Coco da Yá, Coco de Roda Canavial e Mestre Zé de Teté. Também integra a grade cultural, o Coco de Derval, Coco Mano de Baé, além do Mestre Biu do Coco e o grupo cultural Biu Caboclo. Serviço 2º Festival Coco de Engenho Quando: 8 a 12 de setembro de 2021

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

CIRANDA DO NORDESTE RECEBE DO IPHAN O TÍTULO DE PATRIMÔNIO IMATERIAL DO BRASIL

Cristiana Dias/Secult-PECristiana Dias/Secult-PE O Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) da Ciranda do Nordeste identificou 28 grupos em Pernambuco O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou, na manhã desta terça-feira (31), o registro da Ciranda do Nordeste como Patrimônio Imaterial do Brasil. A decisão aconteceu durante a 97ª reunião do Conselho, transmitida pelo canal do Iphan no YouTube. Durante a reunião, que segue pela tarde, também será apreciada a renovação do Frevo como Patrimônio Imaterial por mais dez anos. O pedido para registro da Ciranda do Nordeste no Iphan foi feito pelo então governador Eduardo Campos, em 2014, por meio da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), responsáveis pela produção do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC). Os documentos foram elaborados entre novembro de 2012 e maio de 2014 e envolvem grupos de todo o Estado. Pesquisadores qualificados e com conhecimento prévio sobre o tema da Associação Respeita Januário foram os responsáveis pela construção do INRC, que é composto por um relatório analítico, um vídeo documentário, fichas de identificação, registros audiovisuais e um dossiê. Como resultado da pesquisa, foram localizadas informações sobre 28 grupos de cirandas em Pernambuco. Em 2019, a Secult-PE/Fundarpe realizou outra ação para o registro da Ciranda do Nordeste como Patrimônio Imaterial do Brasil, com coleta de assinaturas durante a Fenearte – que naquele ano homenageou a ciranda.
Jan Ribeiro/ Secult PE - FundarpeJan Ribeiro/ Secult PE - Fundarpe Secult/Fundarpe foi a responsável pela solicitação do registro da Ciranda do Nordeste como Patrimônio Imaterial “Com o registro, a Ciranda do Nordeste fica inscrita no Livro das Formas de Expressão e têm garantido o reconhecimento, a valorização e a salvaguarda de um conjunto de bens culturais, saberes, fazeres e formas de expressão que representa. O registro deste bem contribui para o apoio, o fomento e a apreensão de sua importância para a identidade e história do povo pernambucano e brasileiro”, destaca Gilberto Freyre Neto, secretário de Cultura de Pernambuco. “As informações referentes às recomendações de salvaguarda dos bens registrados, como melhoramento de sede, espaços para apresentação, oficinas, entre outras ações que o fortaleçam, estão contidas nos inventários. Isto é um instrumento que o Estado, e os próprios grupos, possuem a partir de agora para trabalhar pela permanência e fortalecimento dos grupos”, afirma Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe. O INRC da Ciranda do Nordeste ficará disponível para consulta na biblioteca da Fundarpe e também compõem o banco de dados do Patrimônio Cultural Imaterial do Iphan. REUNIÃO DO CONSELHO - Durante a reunião, o Conselho Consultivo do Iphan decidiu também sobre a revalidação do Frevo (PE), do Tambor de Crioula do Maranhão (MA) e o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras (ES). Antes do encaminhamento para deliberação do Conselho, os processos de revalidação dos três bens culturais passaram por consulta pública e os pareceres de reavaliação foram apreciados pela Câmara Setorial do Patrimônio Imaterial do Iphan. A revalidação deve ser realizada pelo menos a cada dez anos e tem como finalidade tanto investigar sobre a atual situação do bem cultural, como levantar informações, averiguar a efetividade das ações de salvaguarda, verificar mudanças nos sentidos e significados atribuídos ao bem, entre outras questões. Além disso, a revalidação também visa subsidiar as ações futuras de proteção e valorização do patrimônio imaterial.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

6º CINE JARDIM ANUNCIA FILMES VENCEDORES DE SUAS MOSTRAS COMPETITIVAS.

Miguel Vassy/DivulgaçãoMiguel Vassy/Divulgação Dirigido por Geraldo Sarno, o filme “Sertânia” é o grande vencedor da sexta edição do festival de cinema Dezenas de filmes passaram pela sexta edição do Cine Jardim – Festival Latino-americano de Cinema de Belo Jardim, que anunciou os premiados no último sábado (28). As atividades do festival, sediado originalmente na cidade de Belo Jardim, no interior pernambucano, começaram no dia 9 de agosto com oito oficinas voltadas ao audiovisual, em sua maioria remotas. Segundo Leo Tabosa, diretor do festival, o Cine Jardim já faz parte do calendário cultural da cidade e, mesmo com as restrições impostas pela pandemia, a programação ofereceu experiências de cinema diversas para o público.
O júri da Mostra Competitiva de Longas-metragens Brasileiros, formado pelo diretor e roteirista Allan Ribeiro, pelo cineasta e professor Bertrand Lira e pela atriz, roteirista e diretora Fernanda Chicolet, consagraram SERTÂNIA, dirigido por Geraldo Sarno, como o melhor filme do ano. A coprodução Bahia/Ceará também recebeu os prêmios de melhor montagem para Renato Vallone, melhor concepção de som e melhor atuação para a dupla Julio Adrião e Vertin Moura. O longa-metragem pernambucano CASA, de Letícia Simões, saiu com os prêmios de melhor direção e melhor trilha sonora. Também foram premiados o roteiro de VERMELHA, de Getúlio Ribeiro, e a imagem de VIL, MÁ, de Gustavo Vinagre. O longa A MULHER DA LUZ PRÓPRIA, de Sinai Sganzerla, recebeu o Prêmio Especial do Júri Oficial e o Prêmio do Júri Popular. Já a Mostra Competitiva de Curtas-metragens Latino-americanos teve como jurados o diretor e roteirista Eduardo Mattos, a pesquisadora e produtora executiva Gabriela Saldanha e a atriz, curadora e produtora Majeca Angelucci. O troféu de melhor filme foi para animação pernambucana NIMBUS, de Marcos Buccini, que também conquistou o Prêmio Edina Fujii no valor de R$ 6 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinária da empresa Naymovie. Outras sete obras dividiram os demais prêmios da competição. O Júri Jovem, formado por participantes da Oficina de Crítica de Cinema do festival, reconheceu o curta-metragem CADEIA ALIMENTAR, de Raphael Medeiros, que recebeu também o prêmio Mistika Post com R$ 4 mil em serviços de pós-produção. A votação do Júri Popular consagrou MEMÓRIAS DE QUINTAL, de Lorena D’Avila e Simony Leite Siqueira.
Além das mostras principais, o VI Cine Jardim também organizou outros cinco programas paralelos. O júri oficial da Mostra Diversidade de Voos, formada por filmes que contribuem para a humanização dos corpos trans em espaços de poder na nossa sociedade, foi formado pela atriz e performer Divina Núbia e pela realizadora audiovisual Mariana Luiza, que concederam o Troféu Roberta Gretchen Coppola de melhor curta-metragem para PIU PIU, de Alexandre Figueirôa. Para o júri popular, o destaque ficou com o paraibano BATOM VERMELHO SANGUE, de R.B. Lima.
As Mostras Rotas de Imigração, Voo Livre, Revoada e Passarinho foram avaliadas pelo público por meio de votação nas plataformas de exibição do Cine Jardim. Os vencedores foram, respectivamente, ELEVADOR (PB), de Heleno Florentino; AZUL (PE), de Tauana Uchôa; HOJE SOU FELICIDADE (PE), de João Luís e Tiago Aguiar, e VENTO VIAJANTE (CE), realizado pelos Alunos do Projeto Animação Ambiental, Escolas Municipais de Icapuí – CE. Por fim, o Prêmio de Aquisição Elo Company, que se compromete a representar o filme comercialmente em território nacional pelo período de 12 meses, ficou com o curta-metragem mineiro ANGELA, de Marília Nogueira.
PREMIADOS – VI CINE JARDIM MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS MELHOR FILME: SERTÂNIA (BA/CE), de Geraldo Sarno PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: A MULHER DA LUZ PRÓPRIA (SP), de Sinai Sganzerla MELHOR DIREÇÃO: CASA (PE), de Letícia Simões MELHOR ATUAÇÃO: JÚLIO ADRIÃO e VERTIN MOURA em SERTÂNIA (BA/CE) MELHOR IMAGEM: VIL, MÁ (SP), de Gustavo Vinagre MELHOR ROTEIRO: VERMELHA (GO), de Getúlio Ribeiro MELHOR MONTAGEM: Renato Vallone por SERTÂNIA (BA/CE) MELHOR TRILHA SONORA: CASA (PE), de Letícia Simões MELHOR CONCEPÇÃO DE SOM: SERTÂNIA (BA/CE), de Geraldo Sarno JÚRI POPULAR: A MULHER DA LUZ PRÓPRIA (SP), de Sinai Sganzerla MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS LATINO-AMERICANOS MELHOR FILME: NIMBUS (PE), de Marcos Buccini PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: 23 MINUTOS (MG), de Rodrigo Beetz e Wesley Figueiredo MELHOR DIREÇÃO: REBENTO (BA), de Vinícius Eliziário MELHOR ATUAÇÃO: TEUDA BARA em ANGELA (MG), de Marília Nogueira MELHOR IMAGEM: EPIRENOV (Argentina), de Alejandro Ariel Martin MELHOR ROTEIRO: BAILE (SC), de Cíntia Domit Bittar MELHOR MONTAGEM: ATORDOADO, EU PERMANEÇO ATENTO (RJ), de Lucas H. Rossi dos Santos e Henrique Amud MELHOR CONCEPÇÃO DE SOM: EX-HUMANOS (PE), de Mariana Porto JÚRI POPULAR: MEMÓRIAS DE QUINTAL (ES), de Lorena D’Avila e Simony Leite Siqueira JÚRI JOVEM: CADEIA ALIMENTAR (RJ), de Raphael Medeiros MOSTRA DIVERSIDADE DE VOOS JÚRI OFICIAL: PIU PIU (PE), de Alexandre Figueirôa JÚRI POPULAR: BATOM VERMELHO SANGUE (PB), de R.B. Lima MOSTRA ROTAS DE MIGRAÇÃO JÚRI POPULAR: ELEVADOR (PB), de Heleno Florentino MOSTRA VOO LIVRE JÚRI POPULAR: AZUL (PE), de Tauana Uchôa MOSTRA REVOADA JÚRI POPULAR: HOJE SOU FELICIDADE (PE), de João Luís e Tiago Aguiar MOSTRA PASSARINHO JÚRI POPULAR: VENTO VIAJANTE (CE), dos Alunos do Projeto Animação Ambiental, Escolas Municipais de Icapuí – CE SOBRE O CINE JARDIM O Cine Jardim – Festival Latino-Americano de Cinema de Belo Jardim é uma janela destinada à divulgação da produção cinematográfica latino-americana, à profissionalização de jovens por meio do audiovisual e à democratização dos bens culturais. O Festival de caráter competitivo e visa premiar filmes latino-americanos de curtas-metragens e longas-metragens brasileiros das mostras competitivas. É importante ter esta janela aberta no interior, especialmente para compreender e apreciar outros mundos reais e possíveis, que na mágica tela branca projetam-se infinitas possibilidades de encontros e intercâmbios com um único compromisso, fazer deste mundo um mundo mais humano e mais perto de todos nós.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

História das Batalhas, Serra Grande se consolidou como a maior vitória.

por Fernando Maia - Repórter
Na casa para onde os feridos na batalha de Calumbi foram levados, se vê a Serra Grande, local em que Lampião obteve a sua maior vitória no cangaço Calumbi (PE). O enfrentamento motivou o ex-policial, pesquisador e colecionador Lourinaldo Teles a escrever, após seis anos de pesquisa, o livro “A maior batalha de Lampião- Serra Grande e a invasão de Calumbi”, o que valeu na época para Virgulino Ferreira o título de Imperador do Sertão. Para se ter uma ideia do material conseguido por Lourinaldo, ele coleciona mais de 300 projéteis retirados da serra onde foi travada a luta, além de cartuchos vazios, a maioria encontrados com um detector de metais. Nos cálculos do escritor, pelo menos cinco mil tiros foram deflagrados no evento no qual Lampião demonstrou toda a sua condição de estrategista.
Lourinaldo Telles (Foto Blog Cariri Cangaço) Quando tomou conhecimento que o major Theófiles Torres seria nomeado comandante geral das forças volantes do interior pernambucano, Lampião, já sabendo que o principal objetivo do militar era prendê-lo ou matá-lo, buscou uma maneira de desmoralizá-lo. No dia 24 de novembro, sequestrou Pedro Paulo, o Mineirinho, representante da Shell na região. Seguiu para a Serra Grande, entre os municípios de Flores, de quem Calumbi se emancipou em 1964, e Serra Talhada. No local, além de ser acostumado a acampar, tinha no entorno vários coiteiros.
Lampião enviou uma carta para as autoridades de Serra Talhada exigindo uma quantia em dinheiro para liberar Mineirinho. A Polícia foi até o local do sequestro para levantar pistas. Enquanto isso, o cangaceiro e seu bando praticavam ataques e sequestros na região, numa indisfarçável tentativa de levar as volantes ao local onde cerca de 116 homens estavam entrincheirados. Segundo o pesquisador, oficialmente a Polícia contava com 296 soldados, mas o número real seria 350, contra 116 cangaceiros. Num confronto que começou às 8 horas da manhã e foi concluído às 17 horas, o saldo foi o seguinte: 10 mortos e 14 feridos entre as forças policiais. Nenhum cangaceiro saiu ferido. “Esse é o relato oficial. Entretanto, consegui encontrar pelo menos mais um outro policial que faleceu, conforme depoimento de seus familiares. Foi uma batalha extraordinária. Lampião estava armado até os dentes com o arsenal que recebeu em Juazeiro do Norte. Do outro lado, estava toda a elite da Polícia de Serra Talhada. É considerada a maior batalha de Lampião, pelo número de envolvidos, de mortos e feridos e munição deflagrada, pelo menos uns cinco mil tiros, se contarmos em torno de dez balas por homem”. Na companhia de Lourinaldo, visitamos a casa de Zé Braz, no Sítio Tamboril, onde os feridos ficaram. “Sete dos mortos foram enterrados numa cova coletiva, depois que os três primeiros foram colocados em sepulturas individuais. Os 14 feridos vieram para cá. Esse pilão aqui é o original. Aqui os pintos eram jogados e o pilão era usado para triturar as aves junto com água. O preparo era dado aos feridos. A crendice popular indicava que aqueles que bebessem e não vomitassem escapavam; do contrário, morreriam. O certo é que todos os pintos do sítio foram sacrificados nesse dia”. De cima da linha férrea da Transnordestina, Lourinaldo aponta para a região onde os homens de Lampião se entrincheiraram. “O local é conhecido até hoje como Serrote de Lampião. Era o ponto perfeito. Do alto da serra, se via tudo o que se passava embaixo. Além disso, existiam olhos d´água e muitos animais para a caça. Outro fator importante: vários amigos de Virgulino, antes de ele entrar para o cangaço se tornariam seus coiteiros. Por ali, quando adolescente, ele levava e trazia mercadorias para negociar em Triunfo e outras cidades com os irmãos, conhecendo cada centímetro daquela terra. Enfim, ele escolheu o território ideal para desafiar as forças oficiais”. Polêmica Embora reconheça em Lampião um “homem astuto, extremamente estrategista e inteligente”, Lourinaldo contesta o entendimento de que o Rei do Cangaço, capaz de práticas cruéis contra seus inimigos, jamais abusou de mulheres. “No meu primeiro livro, já citei um caso envolvendo uma mulher casada. A pedido da família, o nome não foi mencionado. Entretanto, brevemente lançarei outra publicação, intitulada “Lampião, o Imperador do Sertão”, no qual narrarei dois outros abusos, também de mulheres casadas. Já recebi a autorização das famílias para citar os nomes e o farei”. Lourinaldo destacou que o que mais lhe impressionou na história do Rei do Cangaço “foi sua capacidade de liderar mais de cem bandidos da pior espécie”. Sobre o fato de policiais utilizarem os mesmos métodos de tortura praticados pelos cangaceiros, o pesquisador disse não haver a menor dúvida disso e tem uma explicação. “Muitos personagens estiveram dos dois lados. Quelé do Pajeú, por exemplo, foi inspetor de Polícia em Triunfo (PE). Saiu da Polícia para se tornar cangaceiro de Lampião, com quem se desentendeu. Abandonou o bando e foi ser sargento na Polícia da Paraíba. Corisco era soldado do Exército. Quando saiu, entrou para o cangaço”.
Coleção O pesquisador possui em sua coleção particular, além de centenas de balas e cartuchos encontrados na Serra Grande e até em Angicos, punhais que pertenceram aos cangaceiros Joaquim Teles de Menezes, Meia-Noite e Félix Caboge. Mas uma arma tem um valor inestimável. É a que Luiz Pedro, considerado braço direito de Lampião, matou acidentalmente Antônio, irmão de Virgulino. O fuzil é o mesmo com o qual Antônio pousa em suas pernas para a famosa foto de Lampião e o restante da família, em Juazeiro do Norte. O escritor e colecionador conta que todos estavam bebendo e jogando baralho no acampamento, quando Antônio bateu na rede onde Luiz Pedro estava deitado com o fuzil engatilhado. A arma disparou um tiro certeiro em Antônio. Tal era a confiança de Lampião em Luiz Pedro que poupou sua vida, mesmo ele tendo tirado a do próprio irmão. O fuzil foi deixado por Luiz Pedro na casa de uma irmã, chamada Elvira, que, muitos anos depois da sua morte, entregou a arma a Lourinaldo. Publicado originalmente no Jornal Diário do Nordeste Postado por Kiko Monteiro às 01:27