ARMANDINHO: O FILHO ELÉTRICO DO TRIO, HOMENAGEADO DO CARNAVAL DE SALVADOR-BA
"A criação do Trio Elétrico mudou a história da música brasileira". É assim que o compositor Armandinho, observa a invenção da máquina de fazer alegria que hoje invade ruas do Brasil inteiro não só durante os dias de Carnaval, mas em micaretas por diferentes cidades de Norte a Sul. Filho de Osmar - parceiro de Dodô, inventores do Trio Elétrico - o músico viu de perto a evolução da fóbica e hoje consegue enxergar de maneira crítica, as veredas por onde passam os caminhões de se fazer música. Em comemoração aos 60 anos da invenção, Armandinho é um dos homenageados no Carnaval de Salvador. Convidado para participar da entrega da chave da cidade para o Rei Momo na próxima quinta-feira (11), às 17h, no Circuito Campo Grande, o músico conta que levará a Fobica original para a cerimônia. "Ela não poderia deixar de aparecer. Vamos tirá-la do Museu e levá-la com todo cuidado para a rua", disse Armandinho, lembrando que a fobica original está hoje guardada no Museu da Música no Abaeté. Ele acredita que a data não poderia nunca passar em branco, mas impõe cuidados ao falar sobre o assunto. "Essa história das cordas e da proporção que os trios tomaram mexem muito com a gente. Meu pai e todos nós, já achávamos agressiva a imposição das cordas. É uma maneira de dividir as pessoas. Eu não concordo com isso até hoje", confessou. Em entrevista exclusiva ao Terra, Armandinho falou sobre a angustia que sente em relação ao esquecimento dos criadores do Trio pelos jovens brasileiros, dos seus projetos futuros e também de como a criação do Trio Elétrico mudou a forma de se fazer música no Brasil. Confira a entrevista na íntegra que Armandinho concedeu ao portal Terra. O que mudou com a invenção do Trio Elétrico? Armandinho: Mudou a história da música brasileira, hoje o cenário é movido pela música baiana, mexeu na estrutura musical toda. E como tudo o que faz sucesso tem também o lado ruim, de ocasião, tem muita coisa ruim, mas você destaca uma coisa ou outra boa. EU diria que boa principalmente na parte rítmica. A gente mudou o estilo de banda em 1980. Antes eram as bandas de fanfarra, de festas de clube e o Trio tinha aquela percussão forte com tarol. Desejamos inserir o que chamo do "Rock Brasileiro". A concepção de banda com contrabaixo, atualizando a sonoridade, a música do trio elétrico e em seguida Moraes Moreira, que chegou cantando uma música e outra, foi o embrião da música feita hoje em dia. Depois que Moraes colocou voz na guitarra baiana, chegaram Carlos Monte e aí começou a história toda com Bel Marquez, Durval Lelis e principalmente Luiz Caldas, o Rei do Axé... Logo em seguida veio Daniela Mercury, a rainha e assim o axé aconteceu. Mas o axé lapidado, por que o que se faz hoje e chama de axé é grosseiro. Daí em diante, a história se abriu para todos os estilos, todos os ritmos. Como você observar hoje o Carnaval de Salvador? Armandinho: Essa galera de 20 anos para cá não sabe da própria história. Toda essa vida/história é contada em música, principalmente com as músicas de Moraes Moreira desde a invenção do Pau Elétrico nos anos 40 até os dias de hoje, por que Moraes não para de fazer música. Mas essa turma que sai hoje nos blocos não tem noção do que isso significa, é uma pena. Eles nem ouvem. E o carnaval se tornou um mercado, uma industria, uma pena. Fale um pouco sobre o repertório que vocês preparam para o Carnaval de Salvador. Armandinho: A gente tem um repertório tradicional que conta a história do trio elétrico desde o começo até os dias de hoje. Ele é feito com música instrumental e os clássicos. É como Caetano Veloso falou, "o trio carnavaliza tudo pela frente e busca os mais populares e os mais clássicos". É esse o nosso repertório, um passeio vertiginoso pela música que vem de Dodô e Osmar. Como sou filho de Osmar, o pai da guitarra baiana, eu trago todo esse princípio musical que a gente até hoje conserva. Do que você sente mais saudade? Armandinho: Do encontro de trios da Praça Castro Alves, era o grande momento, mas o Carnaval foi crescendo e perdeu isso. Trio Elétrico é um sucesso, meu pai já via isso ele dizia, que loucura, a gente começou com um carrinho e hoje é esse gigante. Confira os horários e locais das apresentações de Armandinho durante o Carnaval de Salvador: Sábado (13): Campo Grande a partir das 17h Domingo, Segunda e Terça na Barra, a partir das 19h.
"A criação do Trio Elétrico mudou a história da música brasileira". É assim que o compositor Armandinho, observa a invenção da máquina de fazer alegria que hoje invade ruas do Brasil inteiro não só durante os dias de Carnaval, mas em micaretas por diferentes cidades de Norte a Sul. Filho de Osmar - parceiro de Dodô, inventores do Trio Elétrico - o músico viu de perto a evolução da fóbica e hoje consegue enxergar de maneira crítica, as veredas por onde passam os caminhões de se fazer música. Em comemoração aos 60 anos da invenção, Armandinho é um dos homenageados no Carnaval de Salvador. Convidado para participar da entrega da chave da cidade para o Rei Momo na próxima quinta-feira (11), às 17h, no Circuito Campo Grande, o músico conta que levará a Fobica original para a cerimônia. "Ela não poderia deixar de aparecer. Vamos tirá-la do Museu e levá-la com todo cuidado para a rua", disse Armandinho, lembrando que a fobica original está hoje guardada no Museu da Música no Abaeté. Ele acredita que a data não poderia nunca passar em branco, mas impõe cuidados ao falar sobre o assunto. "Essa história das cordas e da proporção que os trios tomaram mexem muito com a gente. Meu pai e todos nós, já achávamos agressiva a imposição das cordas. É uma maneira de dividir as pessoas. Eu não concordo com isso até hoje", confessou. Em entrevista exclusiva ao Terra, Armandinho falou sobre a angustia que sente em relação ao esquecimento dos criadores do Trio pelos jovens brasileiros, dos seus projetos futuros e também de como a criação do Trio Elétrico mudou a forma de se fazer música no Brasil. Confira a entrevista na íntegra que Armandinho concedeu ao portal Terra. O que mudou com a invenção do Trio Elétrico? Armandinho: Mudou a história da música brasileira, hoje o cenário é movido pela música baiana, mexeu na estrutura musical toda. E como tudo o que faz sucesso tem também o lado ruim, de ocasião, tem muita coisa ruim, mas você destaca uma coisa ou outra boa. EU diria que boa principalmente na parte rítmica. A gente mudou o estilo de banda em 1980. Antes eram as bandas de fanfarra, de festas de clube e o Trio tinha aquela percussão forte com tarol. Desejamos inserir o que chamo do "Rock Brasileiro". A concepção de banda com contrabaixo, atualizando a sonoridade, a música do trio elétrico e em seguida Moraes Moreira, que chegou cantando uma música e outra, foi o embrião da música feita hoje em dia. Depois que Moraes colocou voz na guitarra baiana, chegaram Carlos Monte e aí começou a história toda com Bel Marquez, Durval Lelis e principalmente Luiz Caldas, o Rei do Axé... Logo em seguida veio Daniela Mercury, a rainha e assim o axé aconteceu. Mas o axé lapidado, por que o que se faz hoje e chama de axé é grosseiro. Daí em diante, a história se abriu para todos os estilos, todos os ritmos. Como você observar hoje o Carnaval de Salvador? Armandinho: Essa galera de 20 anos para cá não sabe da própria história. Toda essa vida/história é contada em música, principalmente com as músicas de Moraes Moreira desde a invenção do Pau Elétrico nos anos 40 até os dias de hoje, por que Moraes não para de fazer música. Mas essa turma que sai hoje nos blocos não tem noção do que isso significa, é uma pena. Eles nem ouvem. E o carnaval se tornou um mercado, uma industria, uma pena. Fale um pouco sobre o repertório que vocês preparam para o Carnaval de Salvador. Armandinho: A gente tem um repertório tradicional que conta a história do trio elétrico desde o começo até os dias de hoje. Ele é feito com música instrumental e os clássicos. É como Caetano Veloso falou, "o trio carnavaliza tudo pela frente e busca os mais populares e os mais clássicos". É esse o nosso repertório, um passeio vertiginoso pela música que vem de Dodô e Osmar. Como sou filho de Osmar, o pai da guitarra baiana, eu trago todo esse princípio musical que a gente até hoje conserva. Do que você sente mais saudade? Armandinho: Do encontro de trios da Praça Castro Alves, era o grande momento, mas o Carnaval foi crescendo e perdeu isso. Trio Elétrico é um sucesso, meu pai já via isso ele dizia, que loucura, a gente começou com um carrinho e hoje é esse gigante. Confira os horários e locais das apresentações de Armandinho durante o Carnaval de Salvador: Sábado (13): Campo Grande a partir das 17h Domingo, Segunda e Terça na Barra, a partir das 19h.
Rosemary Borges Xavier-2010-Cajueiro-Recife-PE
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