DONA SANTA- A DONA DO CARNAVAL
Maria Júlia do Nascimento, a Dona Santa ou Santinha, a mais conhecida rainha dos maracatus recifenses, nasceu no dia 25 de março de 1877, no pátio de Santa Cruz, no Recife-PE. Filha e neta de africanos tinha no sangue o ritmo da zabumba e do "baque virado" do maracatu. Ainda em vida Dona Santa já era um mito. Quando morreu em 1962, aos 85 anos, virou uma deusa, uma lenda. A maior rainha dos MARACATUS PERNAMBUCANOS teve sua trajetória marcada pelo apreço à cultura afro-brasileira e ao maracatu, sua vida foi marcada pela paixão ao carnaval. Antes de reinar absoluta nos maracatus, Dona Santa batalhou como plebéia e marcou o seu nome no carnaval da época. Participou de congadas (dança de origem africana), das troças Missangueira e Verdureira e fundou a troça Rei de Ciganos, que depois se tornaria o Maracatu Porto Rico do Oriente, que existe até hoje. Apaixonada pela ritualística do maracatu de baque virado e pelo som do tarol e da alfaia, se tornou a rainha do Maracatu Leão Coroado. Lá, se apaixonou e casou com João Vitorino. Quando ele virou rei do Maracatu Elefante, Dona Santa não teve dúvidas; saiu do Leão Coroado e foi para o Elefante. O Elefante se apresentava na segunda-feira de carnaval. Desfilava com um vestido à moda européia do século XIX, feito de seda, veludo, cetim, bordado com lantejoulas, miçangas e fios dourados. Levava um espadim (ou cetro) de metal com o qual abençoava seus “súditos”, além do cetro, usava uma coroa, capa de gola alta, sapatos de salto fino, brincos, anéis, pulseiras e broches e segurava em uma das mãos uma calunga ou boneca de cera que simboliza as rainhas mortas. Com tudo isso ainda conseguia dançar, ou melhor, rodopiar em apenas um pé. Ao contrário do que muitos acham; Dona Santa só viria a ser coroada rainha do Maracatu Elefante em 1947, aos 59 anos. Filha de Oxum e Ialorixá, Dona Santa driblou a repressão religiosa da ditadura Vargas, ao utilizar os ensaios do maracatu para realizar cerimônias do candomblé. O Maracatu Elefante, fundado em 1800 é considerado o mais antigo do país, conheceu o reinado soberano de Dona Santa por 16 anos. A dona do Carnaval residiu no bairro de Ponto de Parada- periferia de Recife-PE, na Rua Couto Magalhães. Parte de minha família teve o privilégio de ser vizinha desta grande e inesquecível divulgadora do Carnaval de Pernambuco. Dona Santa, foi homenageada no Carnaval Multicultural de Recife em 2005, deixou registrado que todo o acervo do Nação Elefante deveria ser doado ao Museu do Homem do Nordeste, o que aconteceu em 1964. Anos depois, já em meados da década de 80, outra figura feminina de destaca nos carnavais recifenses, Dona Madalena, que coloca novamente o Maracatu Nação Elefante nas ruas da cidade.
Maria Júlia do Nascimento, a Dona Santa ou Santinha, a mais conhecida rainha dos maracatus recifenses, nasceu no dia 25 de março de 1877, no pátio de Santa Cruz, no Recife-PE. Filha e neta de africanos tinha no sangue o ritmo da zabumba e do "baque virado" do maracatu. Ainda em vida Dona Santa já era um mito. Quando morreu em 1962, aos 85 anos, virou uma deusa, uma lenda. A maior rainha dos MARACATUS PERNAMBUCANOS teve sua trajetória marcada pelo apreço à cultura afro-brasileira e ao maracatu, sua vida foi marcada pela paixão ao carnaval. Antes de reinar absoluta nos maracatus, Dona Santa batalhou como plebéia e marcou o seu nome no carnaval da época. Participou de congadas (dança de origem africana), das troças Missangueira e Verdureira e fundou a troça Rei de Ciganos, que depois se tornaria o Maracatu Porto Rico do Oriente, que existe até hoje. Apaixonada pela ritualística do maracatu de baque virado e pelo som do tarol e da alfaia, se tornou a rainha do Maracatu Leão Coroado. Lá, se apaixonou e casou com João Vitorino. Quando ele virou rei do Maracatu Elefante, Dona Santa não teve dúvidas; saiu do Leão Coroado e foi para o Elefante. O Elefante se apresentava na segunda-feira de carnaval. Desfilava com um vestido à moda européia do século XIX, feito de seda, veludo, cetim, bordado com lantejoulas, miçangas e fios dourados. Levava um espadim (ou cetro) de metal com o qual abençoava seus “súditos”, além do cetro, usava uma coroa, capa de gola alta, sapatos de salto fino, brincos, anéis, pulseiras e broches e segurava em uma das mãos uma calunga ou boneca de cera que simboliza as rainhas mortas. Com tudo isso ainda conseguia dançar, ou melhor, rodopiar em apenas um pé. Ao contrário do que muitos acham; Dona Santa só viria a ser coroada rainha do Maracatu Elefante em 1947, aos 59 anos. Filha de Oxum e Ialorixá, Dona Santa driblou a repressão religiosa da ditadura Vargas, ao utilizar os ensaios do maracatu para realizar cerimônias do candomblé. O Maracatu Elefante, fundado em 1800 é considerado o mais antigo do país, conheceu o reinado soberano de Dona Santa por 16 anos. A dona do Carnaval residiu no bairro de Ponto de Parada- periferia de Recife-PE, na Rua Couto Magalhães. Parte de minha família teve o privilégio de ser vizinha desta grande e inesquecível divulgadora do Carnaval de Pernambuco. Dona Santa, foi homenageada no Carnaval Multicultural de Recife em 2005, deixou registrado que todo o acervo do Nação Elefante deveria ser doado ao Museu do Homem do Nordeste, o que aconteceu em 1964. Anos depois, já em meados da década de 80, outra figura feminina de destaca nos carnavais recifenses, Dona Madalena, que coloca novamente o Maracatu Nação Elefante nas ruas da cidade.
Texto adaptado por: Rosemary Borges Xavier-2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco
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