VITAL FARIAS, O CANTADOR DE TAPEROÁ
Quis o destino na sua benevolente grandeza,que a pequena Taperoá,cidade encravada no Cariri Paraíbano,fosse o berço de Ariano Suassuna e Vital Farias.dois grandes expoentes da cultura popular. Foi no sitio Pedra D'agua ,num 23 de janeiro de 1943,num cenário verdejante do brejo do cariri,que Vital Farias deu o ar da graça e encerrou o ciclo produtivo do clã dos Farias, ele, foi o último da prole de quatorze irmãos. Foi no sitio onde nasceu que Vital fez os primeiros estudos ,alfabetizado pelas irmãs mais velhas,lendo folhetos de cordel.Logo depois, começou seus contatos com a cidade de Taperoá,onde cursou o primário no grupo Escolar Felix Daltro,Fez exame de admissão e parte do Ginásio na Escola Professor Minervino Cavalcante,viveu em Taperoá até a conclusão do ginasial. Aos 18 anos foi para a capital da provincia(João Pessoa),onde sentou praça na infantaria,no 15° Regimento do Exército. Quando do término do serviço militar ,ele continuou em JP,e foi estudar no Lyceu Paraibano em plena ditadura militar. Nesse periodo começou a estudar violão por conta própria e logo estava compondo e se sentia um cantador,pois suas origens reclamavam da cultura e do seu povo,e trazia na suas memórias desde criança,muitas cenas em Taperoá e nos sertões vizinhos da profunda covardia do sistema capitalista que esmaga e oprime o trabalhador. Mas,por força das circunstâncias "Lei da sobrevivencia" formou um conjunto de Iê-Iê-Iê com Floriano,Cecikio Ramalho e Golinha ao estilo Beatles,que na época incendiou com suas canções o mundo inteiro. Apesar disso,Vital não esqueceu as cantigas do seu povo,das ladainhas,incelenças e cantilenas e paralelamente desenvolvia um trabalho onde contenplava suas origens. Vital foi professor do estado ,na década de 70, no Conservatório de Música de João Pessoa ,onde ministrou aulas e teorias de violão por música. Participou no Teatro Santa Rosa de vários trabalhos teatrais:ora como músico,ora como ator ,ora criador. Realizou alguns trabalhos de cinemas, com essa experiência,anos depois já no eixo Rio-Sampa, participou do premiadissimo filme O HOMEM QUE VIROU SUCO(1° lugar no Festival de Moscou - 1981) atuou como diretor musical e roteirista poético. Em 1975,"partiu prá cidade garantida/proibida, prá arranjar meio de vida,Margarida",e assim, ele aportou na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Onde participou de vários e importantes eventos artísticos, participou da peça do diretor Luiz Mendonça, A CHEGADA DE LAMPIÃO NO INFERNO juntamente com Pedro Osmar companheiro de viagem e ex-aluno,Elba Ramalho,Cátia de França,Tânia Alves,Tonico Pereira,Imara Reis,Madame Satã,Hélio Guerra,Joel Barcellos e outros.A primeira canção gravada de Vital Farias foi É MÃE,em parceria com Livardo Alves e gravada por Ari Toledo.Por outro lado seguia seu sonho de poeta-cantador ,compondo e participando das questões politicas e sociais do seu país,chegando a participar da peça GOTA D'AGUA de Chico Buarque de Holanda e Paulo Pontes. Foi aprovado no vestiblar da CESGRANRIO,onde foi aprovado para o curso da Faculdade de música,onde se formou em 1981. Teve orientação de arranjos e regencia de Radamés Gnatali.Vital,por ser um cantador bisexto,nunca teve muitas parcerias. a não ser com Liverdo Alves e Jomar Souto, com a obra Eu sabia,sabiá,ainda na Paraíba e depois no Rio de Janeiro com Salgado Maranhão,com que morou na casa do estudante universitário em Botafogo. Sua obra sofreu censura da ditadura militar,pelo compromisso de suas canções com a verdadeira arte cidadã. Em 1978,grava seu primeiro LP VITAL FARIAS.Laureado por toda critica brasileira,inclusive por a maior autoridade da critica especializada no país José Ramos Tinhorão- historiador e critico do Jornal do Brasil O segundo LP,surgiu dois anos depois,TAPEROÁ. Vital resolveu parar de gravar por algum tempo para se dedicar aos estudos,durante todo esse tempo,Vital continuou lendo,debatendo,fazendo palestras e cantorias. Em 2002,produziu o disco de estréia de sua filha Giovana,com 15 composições de sua autoria e lançou o disco VITAL FARIAS AO VIVO E AOS MORTOS VIVOS,nesse mesmo ano recebeu o titulo de cidadão do Rio de Janeiro,Em 1982,gravou o LP SAGAS BRASILEIRAS,dois anos depois,participou do LP CANTORIA,com Elomar,Geraldo Azevedo e Xangai,gravado ao vivo no Teatro Castro Alves em Salvador. Em 1985,participou do CANTORIA 2,com os mesmo companheiros de palco do disco anterior,nesse mesmo ano gravou DO JEITO NATURAL. O trabalho desse tipico cantador Caririzeiro ,como é do conhecimento de todos nós é um trabalho polêmico no que concerne ao humano.politico,social , e ecologico
WILLIAM VERAS DE QUEIROZ 2010 D.C- SANTO ANTONIO DO SALGUEIRO-PE.
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