A MORTE DO VAQUEIRO
" Quis o destino tão ferino,desalmado fez finado,o maior vaqueiro desse mundo..." Raimundo Jacó estava enfrentando mais um desafio na sua profissão,desta feita no sertão Central de Pernambuco,no sitio Lajes,em Serrita. Era o mais novo contratado daquela propriedade rural,vaqueiro afamado,a noticia da chegada de Raimundo ao sertão central correu caatinga afora. Jacó não contava em ter como companheiro de trabalho um desafeto,Miguel Lopes.Mas seguiu superando os problemas pessoais e desempenhando um reconhecido trabalho.Raimundo era responsavel pela guarda do rebanho do patrão e Miguel pelo rebanho da patroa. Entre os dois já havia uma forte rixa,pois Miguel sentia inveja das qualidade do companheiro. E Assim quis o destino que os dois partissem juntos com as últimas horas daquela madrugada fria do dia 8 de julho do distante 1954, num mesmo desafio, à procura de uma rês perdida na caatinga e de estimado valor e famosa por suas astúcias animais. a rês pertencia a patroa e enconta-la era a palavra de ordem do dia,decretada pelo sisudo patrão. Com os primeiros sinais do novo dia,a rês foi alcançada por Raimundo Jacó. Miguel chegou logo depois e se deparou com ele calmamente fumando o seu cigarro e sentado próximo do açude do Sitio Lajes, a rês amarrada e seu fiel companheiro cachorro ao seu lado.Vendo aquela cena Miguel não se conteve e num ataque de fúria,desferiu um golpe com uma pedra na cabeça de Jacó. Pontificando a breve história do maior vaqueiro do sertão nordestino.Naquele dia o sertão estremeceu de pranto e dor. O cavalo partiu em disparada e chegou na sede da fazenda sozinho para o espanto dos patrões. O companheiro e fiel cachorro guardou o corpo do vaqueiro até ser encontrado,em seguida fez todo trajeto do sepultamento e lá ficou até sua morte por sede e fome guardando o túmulo do seu amigo Jacó. Quanto a Miguel Lopes houve o processo mais foi arquivado pela justiça dos homens por falta de provas.O acusado alegou ser incocente e assim o caso do acidente nunca foi esclarecido. Hoje, em todo sertão, cresce o mito em torno do seu nome,consagrado como protótipo do vaqueiro,simbolo de dedicação e coragem. Tudo que agora eu conto,eu ouvi um dia do meu povo no sertão.
PRÓXIMA EDIÇÃO: A MISSA DO VAQUEIRO.
William Veras de Queiroz 2010 D.C - São José de Piranhas -PB
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