domingo, 1 de outubro de 2017

                       


TÚLIO BORGES

Natural de Brasília, pianista por formação, Túlio Borges compõe desde a adolescência. Em 2010, é premiado em diversos festivais nacionais e lança seu primeiro disco . O álbum Eu venho vagando no ar apresenta canções autorais e rende elogios de grande parte da crítica nacional, como Tárik de Souza e Zuza Homem de Mello, além do prêmio de melhor cantor independente pela Rádio Cultura de São Paulo e a nominação de um dos 50 melhores discos do ano pela Revista Manuscrita

.         
Em 2014 grava seu segundo álbum, Batente de Pau de Casarão. Dedicado à cidade pernambucana de São José do Egito, conhecida com capital da poesia, o disco é repleto de parcerias com poetas nordestinos, como Climério Ferreira (PI), Jessier Quirino (PB), Afonso Gadelha (PB) e José Chagas (MA).O trabalho é escolhido como um dos 3 melhores discos brasileiro do ano,pelo site " Melhores da Música  Brasileira.



Produtor musical em diversos projetos,Túlio Lança em 2017 o seu 3º álbum,"
Cutuca meu peito incutucável",exclusivamente sobre a paixão. Ainda em 2017,entra em estúdio com seu mais novo projeto "O Maior beliscão de alicate",arranjado com inequivocas influências  da música eletrônica,do rock aleternativo e do jazz.
O tradutor brasiliense Túlio Borges cultua a musa como no tempo da delicadeza. “Nunca quis trabalhar com música com medo de perder o prazer de tocar”, confessa ele, que estréia, aos 29 anos, no belo e multifacetado disco “Eu venho vagando no ar”, após um longo namoro com a arte. Estudou piano na Escola de Música de Brasília, gravou jingles, integrou uma jazz band e um grupo vocal escolar quando morou nos EUA, onde excursionou e ganhou festivais. Embora compusesse desde a infância, só aos 23 anos, morando em Londres, começou a compilar a obra (tinha quase 40 canções) que gravaria na volta ao Brasil. Aqui, passou a participar de festivais e, dentre outros prêmios, ficou em primeiro lugar no Sesc de Brasília e em segundo na Semana da Canção Brasileira, em SP. Com seu primeiro CD, foi escolhido pela Rádio Cultura de São Paulo, o melhor cantor de 2010, entre as produções independentes.

Em um destes festivais conheceu a cantora carioca Vytória Rudan com quem passou a dividir o palco. No disco, ela é sua parceira tanto no sedutor samba “Paraty” (“Ela tem algo mais/ coisa que nada no mundo faz/ trazer paz pra um coração”), cevado por cuíca, tamborim e violão, quanto no fado/tango “Zorro” (“Eu quero amar você e vou/ mas tenho que aprender quem sou/ achar dentro de mim o mapa”), onde a dupla contracena no vocal de forma intensa.
Quem também divide o microfone com Túlio é D. Inácia, que o criou e trabalha com a família há 35 anos. “É na vida talvez quem mais tenha me influenciado”, analisa. “Era ela quem trazia o negro e o popular, o nordeste e as histórias para dentro de casa”, conta. Ela abre o disco com Túlio em “Pontos”, de domínio público; “músicas que eu a pegava cantando enquanto trabalhava, canções que ela nem sabia que sabia de cor, tão doces e melodiosas”.

A piauiense D. Inácia Maria da Conceição sola no último dos pontos. “A idéia era gravá-los com acompanhamento que os valorizassem e que a gravação fosse um agradecimento em vida pela força que Dona Inácia me dá, tão simplesmente com um abraço e um beijo que limpam a alma de tão sinceros e puros”, define o solista.
“Eu venho vagando no ar” (título tirado de um dos pontos) aposta nesta pureza depurada pela urbanidade do talentoso Túlio. Como no abaionado “Trem”, aberto por uma percussão que imita este meio de transporte, e tem um trecho de voz projetada, versado como nas cantorias (“o fogão dos meus desejos fala/ é tão linda que a lindeza estala”). Do regional, Túlio salta ao universal na “jazzy” “Shirley”, profusão de imagens sensuais pontuadas pelo próprio violão do cantor e a guitarra de Genil Castro. Deste clima, ele salta para a não menos envolvente “Birosca”, um samba de cuíca, cavaco, clarineta, violões e o piano de Leandro Braga. “Não pode essa princesa/ da sandália e dos pés lindos demais/ da blusa tomara que caia/ repare o tamanho da saia/ e o estrago que ela faz”.


O samba, a urbanidade e o misticismo são as coisas nossas de “Altar”, pontilhada de imagens fluídas (“Tantos morros e só um Redentor”) e duetada com o compositor fluminense Fred Martins. “Há muito choro em mim/ por mil razões que eu sei/ e mais dez mil que herdei” soma “Toca aí”, etérea, no vocal sensível de Túlio, cerzida pelos violões de Rafael dos Anjos. Já a canção “Sua”, pavimentada pelas teclas do próprio autor em diálogo com as digressões do acordeon de Toninho Ferragutti, está entre as mais arrebatadoras do disco. A teia de palavras de “Cicatriz” (“que saudade me dói, devora/ as lembranças do outono outrora”) atada pelo piano de Leandro Braga, sublinha a comunhão do cantor/autor com sua arte (“as lembranças enramam raízes/ por toda parte”).


O insinuante choro “Oi/ Rio demais”, onde dialogam inesperadas trompa (Yuri Zuvanov) e clarineta (Ademir Junior) com o pandeiro de Amoy Ribas (o mesmo que alicerçou a percussão dos iniciais “Pontos”), prepara o impacto devastador da faixa título, que finaliza o disco. Prefaciada por um pífano suspenso, a letra brilha como uma jóia reluzente, um manifesto deste novo artista singular.
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário