quinta-feira, 30 de novembro de 2017
POETA APOLÔNIO CARDOSO
Quando era criança trabalhava como engraxate ,menino de recado,para ganhar dinheiro e ajudar no orçamento da familiaFilho de Manoel José da Silva e Maria Quitéria Cardoso,nasceu no dia 14 de Dezembro de 1937,em Queimadas,distrito de Campina Grande,na chapada da Borborema,no agreste Paraibano.Seu encontro com a poesia deu-se muito cedo,ele ainda era garoto e ouvia os grandes poetas do sertão como José Gonçalves,José Antonio Barbosa,Patativa do Assaré(todos em memória). Foi daí que começou o interesse pela cantoria, pouco depois estava assoviando pelas ruas de Campina Grande as melodias ouvidas nas violas e cantarolando os versos dos poetas repentistas. após alguns dias estudando as formas de versificação percorrendo os caminhos da poesia e dedilhando a viola,resolveu sair de Campina Grande para morar em Mossoró no Rio Grande do Norte.
Ele foi o único poeta da familia e acredita que foi mesmo um dom de Deus. apolônio Cardoso começou a se apresentar no Programa Retalhos do Sertão na Rádio do Diários Associados da região, a tradicional Rádio Borborema AM de Campina Grande-PB, declamadores,poetas e repentistas,sentiam-se no céu naquele programa. Capitão Mané Coió(Edinaldo Barreto),Gil Gonçalves,Juracy Palhano e Rozil Cavalcante.. Em 1974 formou-se no curso de Dirito pela Universidade Estadual da Paraíba.Também atuou como professor,passou a advogar dois anos depois de formado. Assumiu a Câmara de Vereadores de Campina Grande como o primeiro suplente em 1974. Foi também Delegado nas cidades paraibanas de Juazeirinho,Fagundes e Cacimba de dentro.É membro da Associação Campinense de Imprensa(ACI) e da Associação Paraibana de Imprensa(API). Foi articulista e redator do Diário da Borborema-Campina Grande-PB.
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
“A Noite Insone de Um Palhaço” entra em cartaz no Teatro Arraial Ariano Suassuna
A montagem entra em cartaz nesta sexta-feira (24) e cumpre temporada no equipamento cultural até o dia 16/12, sempre às 20h, nas sextas-feiras e sábados
O Teatro Arraial Ariano Suassuna abre suas portas neste fim de semana para a estreia do espetáculo musical e poético Saudosiar… A Noite Insone de Um Palhaço. Estrelado pelo multiartista Walmir Chagas, mais conhecido como o Véio Mangaba, o monólogo conta a história de um palhaço insone que, em seu quarto de dormir, medita e delira, sobre sua vida e solidão, lembrando durante toda a madrugada de fatos tristes e felizes, amores, sonhos, aventuras e desventuras na sua carreira mambembe.
Com direção de Moncho Rodrigues e produção de Paulo de Castro, a montagem, segundo Chagas, é “fruto de uma residência artística na cidade de Fafe, no norte de Portugal”. “Fiz um laboratório teatral e musical, em terras portuguesas durante os meses de setembro e outubro de 2015, numa parceria da Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), com o Projeto Fafe Cidade das Artes, e o resultado dessa residência artística é o espetáculo A Noite Insone de Um Palhaço, que conta as desventuras de um artista circense, a partir do ponto de vista de alguém que dá a cara a bater todos os dias no picadeiro”, conta o ator. A montagem entra em cartaz nesta sexta-feira (24) e cumpre temporada no equipamento cultural até o dia 16/12, sempre às 20h, nas sextas-feiras e sábados. Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada).
Serviço
Espetáculo A Noite Insone de Um Palhaço
Quando: de 24/11 a 16/12; sextas-feiras e sábados, às 20h
Onde: Teatro Arraial Ariano Suassuna (R. da Aurora, 457 – Boa Vista, Recife – PE)
Quanto: R$ 40 (inteira) | R$ 20 (meia-entrada)
Classificação Indicativa: Livre
Espetáculo A Noite Insone de Um Palhaço
Quando: de 24/11 a 16/12; sextas-feiras e sábados, às 20h
Onde: Teatro Arraial Ariano Suassuna (R. da Aurora, 457 – Boa Vista, Recife – PE)
Quanto: R$ 40 (inteira) | R$ 20 (meia-entrada)
Classificação Indicativa: Livre
terça-feira, 28 de novembro de 2017
DETIMAR Eustáquio Vieira é um dos mais conhecidos e prestigiados mestres da arte popular brasileira. Mineiro de Belo Horizonte (1955), exerceu o oficio de pedreiro, mas foi como ceramista que começou a se destacar no cenário da arte popular brasileira partir dos anos 80, confeccionando pequenas imagens sacras de barro cozido. Passados mais de trinta anos, a arte sacra continua sendo o carro-chefe da arte de Det, como é conhecido entre os amigos. Santos, anjos e querubins são exemplos de como o artista pode se encontrar através da cerâmica natural, sempre em estilo Barroco. Dentre as preferidos do artista se destacam: São Francisco, São Miguel e Santana.
A obra do Aleijadinho tem sido uma das principais fontes de inspiração para Detimar. O artista tem se baseado não só nos trabalhos que viu do Aleijadinho, como também nas inúmeras histórias passadas oralmente. Sua série sobre a vida do mestre do barroco mineiro, pertencente ao acervo do Museu de Congonhas-MG, compõe-se de cenas da vida do Aleijadinho. Detimar retratou o mestre trabalhando com ferros nas mãos; sustentando-se, com dificuldades, no lombo de um jumento; esculpindo um profeta bem maior que ele; agonizando no leito de morte, tendo à cabeceira um anjo que encaminha aquela alma sofrida ao paraíso.
Detimar, Cristo, cerâmica policromada. Reprodução fotográfica, autoria desconhecida.
Detimar, Nossa Senhora, cerâmica. Reprodução fotográfica, autoria desconhecida.
Detimar participou ao longo destes anos de várias exposições pelo Brasil, dentre elas: a mostra coletiva Artistas Populares de Belo Horizonte, no Centro Cultural UFMG, (1996) e a mais recente Mestres da Capital, no Centro de Arte Popular CEMIG em Belo Horizonte, MG (2013).
Contato com Detimar:
Tel: (31) 3486-9353
Detimar, Sagrada Família, cerâmica. Reprodução fotográfica, autoria desconhecida.
Detimar, Anjo querubim, cerâmica. Reprodução fotográfica, autoria desconhecida.
Detimar, São Francisco, cerâmica. Reprodução fotográfica CEART, MG.
Detimar, Cristo, cerâmica. Arquivo pessoal.
Detimar, São Francisco, cerâmica. Reprodução fotográfica CEART, MG.
Detimar, Cristo, cerâmica. Arquivo pessoal.
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Conselho de Preservação aprova pedido de tombamento do edifício do Hotel Central
O Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC) aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (23), o tombamento do edifício do Hotel Central, localizado no centro do Recife (Av. Manoel Borba, 209 – Boa Vista, Recife – PE).
O prédio, que teve sua fachada revitalizada recentemente com recursos do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Funcultura, foi inaugurado em 31 de outubro de 1928, com 80 quartos e 6 apartamentos de luxo, todos eles com telefone, um bar, uma barbearia, uma perfumaria, um salão para senhoras, um restaurante no oitavo pavimento bem como um terraço, na cobertura, de onde se tinha um grande panorama da cidade, graças à sua altura de 35,74m. O Hotel Central teve diversos hóspedes ilustres, como Getúlio Vargas, Orson Welles, Carmen Miranda e até mesmo a tripulação do Graf Zeppelin, nas vezes em que passou pelo Recife. Por ser o local mais alto da cidade, durante muitos anos, nas noites de Réveillon, eram realizadas queimas de fogos de artifício no terraço da cobertura.
Em seu parecer, o conselheiro Rodrigo Cantarelli destacou, com base no exame elaborado pelo corpo técnico da Gerência de Preservação do Patrimônio Cultural da Fundarpe, que o Hotel Central “foi a primeira construção do gênero de grande porte em Pernambuco e foi palco, durante décadas, de um sem número de eventos sociais, envolvendo não só a sociedade recifense, mas de todo o Estado, que de alguma maneira possuem ligações afetivas com o lugar”.
Além disso, o relator destacou que, embora o prédio já “esteja inserido numa área de preservação municipal, a Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural – ZEPH-08 – Boa Vista, desde 1980, a quadra fronteiriça ao Hotel Central, segundo a mais recente legislação aprovada pela Prefeitura do Recife, possui índices urbanísticos altíssimos que poderiam permitir construções que causem interferência na ambiência e na visibilidade do bem em questão”.
Para Cantarelli, o tombamento, além da importância cultural para cidade, reconhece que o edifício do Hotel Central é um marco inegável da verticalização em Pernambuco, uma vez “que inaugurou um novo padrão para a verticalização das cidades pernambucanas que, adaptado pelo mercado imobiliário, se repete até hoje pelas principais cidades do Estado, e que só foi possível de ser realizado graças à adoção do concreto armado associado ao uso de elevadores, provavelmente um dos primeiros instalados na cidade”.
HISTÓRICO - A construção do edifício do Hotel Central se deu a partir de uma iniciativa do empresário greco-suíço Constantin Aristide Sfezzo, que chegou ao Recife em abril de 1922, após uma curta temporada morando na cidade do Rio de Janeiro. Sfezzo logo se inseriu na sociedade pernambucana e, pouco tempo depois de se instalar na capital, casou-se com Judith Adele von Sohsten, filha do rico, porém já falido, comerciante Julius von Sohsten.
Ao final da década de 1920, Constantin Sfezzo, buscando novos investimentos para o seu capital, resolveu construir um prédio de apartamentos para aluguel, especialmente os estrangeiros que estavam se mudando para a cidade naquele momento. Desejando desde o princípio construir um edifício alto, no qual poderia explorar o terreno de forma mais lucrativa, Sfezzo não conseguiu apoio da municipalidade naquele momento, situação somente contornada após um encontro com o urbanista francês Alfred Agache, que, naquele momento, estava visitando ao Recife a convite do Governador Estácio Coimbra.
Embora essa ideia inicial de Sfezzo tenha sido a construção de um edifícios de apartamentos para aluguel, após uma proposta do comerciante George Kyrillos, Sfezzo resolveu transformar o empreendimento num hotel de luxo para atender não somente aos visitantes de fora da cidade, mas também à própria sociedade recifense. Kyrillos, cidadão de origem libanesa, já era dono de um hotel na cidade, o Palace Hotel, inaugurado na praça Maciel Pinheiro em 1925, e também proprietário de lojas de materiais elétricos e sanitários, anunciadas na época como a mais moderna e luxuosa de todo o norte do Brasil.
O local escolhido para a construção do hotel foi um terreno na esquina das ruas Manoel Borba e Gervásio Pires, no bairro da Boa Vista, onde anteriormente existia uma caixa d’água pertencente à antiga Companhia do Beberibe, destinada ao abastecimento d’água dos bairros centrais do Recife. Segundo consta no Exame Técnico realizado pela Fundarpe, tal reservatório ainda existe no subsolo do atual edifício. Após superados os obstáculos iniciais dados pela prefeitura do Recife, no dia 16 de outubro de 1927 o Diário de Pernambuco noticiou o início da construção daquele que viria a ser o primeiro arranha-céus da cidade, que, a época, só possuía edifícios com no máximo quatro pavimentos de altura, utilizando uma tecnologia de ponta: o concreto armado.
A mesma notícia do Diário também nos indica que a autoria do projeto foi do arquiteto italiano Giácomo Palumbo, formado pela Escola de Belas Artes de Paris e radicado no Recife desde 1918, sendo ele o responsável pelo traço de vários edifícios públicos e privados ao longo da década de 1920, como o da Faculdade de Medicina, o Hospital do Centenário e o Palácio da Justiça, bem como um sem número de palacetes e mansões, a exemplo da pertencente ao usineiro João da Costa Azevedo, na esquina da Avenida Conselheiro Rosa e Silva com a Rua Amélia. A construção do prédio ficou a cargo da firma Brandão & Magalhães, também bastante conhecida na cidade, tanto pela construção de edifícios de luxo como pela realização de obras públicas de destaque, a exemplo da restauração realizada na Igreja da Madre Deus, em 1930.
O projeto elaborado por Palumbo está filiado ao movimento conhecido na arquitetura como Ecletismo, do qual ele foi um dos principais expoentes no Estado de Pernambuco. O Ecletismo na arquitetura é caracterizado pela profusão de elementos ornamentais, e o uso de um vocabulário ornamental oriundo dos mais diversos estilos e momentos da história da arquitetura. No Recife esse estilo, que já se fazia presente desde finais do Século XIX, se popularizou com a Reforma do Bairro do Recife, iniciada em fins da década de 1910. Naquele momento, foram edificadas por toda a cidade diversas construções que se tornaram referência para a história da arquitetura brasileira, como, por exemplo, o prédio da Faculdade de Direito do Recife, de autoria do arquiteto francês Gustave Varin, inaugurado em 1912.
No projeto para o Hotel Central, Palumbo tratou a fachada à semelhança de uma coluna, dando destaque a sua base e ao seu coroamento, onde estavam os usos mais nobres e destacados, usando uma decoração mais comedida nos andares intermediários, correspondentes, na planta, ao quartos. No primeiro e no último pavimentos os vãos são tratados com janelas em arco pleno, ao contrário dos pavimentos intermediários que possuem janelas retangulares. Ainda é importante destacar que no pavimento térreo o edifício recebeu um acabamento rusticado, do tipo almofadado, à semelhança de alguns até hoje encontrados no Bairro do Recife e que o próprio Palumbo usou no seu projeto para o Palácio da Justiça. Esse tipo de composição, está ligado ao próprio surgimento da tipologia do arranha-céus moderno, criado a partir da Escola de Chicago, no final do século XIX.
Com o desejo de construir o primeiro hotel de luxo da cidade, Sfezzo não poupou esforços, seja na contratação da equipe responsável pelo projeto e construção do edifício, seja nos materiais e mobiliário utilizados para acabamentos e ornamentação da construção. As notícias de época destacam a presença de um grande lustre de cristal do saguão de entrada e salões envidraçados, além de mordomias bastante modernas, como água encanada e uma central telefônica que atendida a todos os quartos. Lamentavelmente, com a decadência enfrentada pelo hotel a partir de meados da década de 1950, muito desse mobiliário e acabamentos refinados foram perdidos, restando, nos quartos, bem poucos móveis e alguns painéis de azulejos nos banheiros. Tais azulejos, de gosto marcadamente Art Nouveau são de procedência alemã, produzidos na cidade de Gota, estado da Turíngia, pela empresa Porzellan und Fayencenfabrik Fritz Pfeffer, que funcionou entre os anos de 1882 e 1934 e que, a época da construção do Hotel Central, tinha como principal designer de produtos o artista Arnold Viegelmann.
domingo, 26 de novembro de 2017
SOCORRO LIRA
Nasci no ano de 1974, no sítio Silva, zona rural de Brejo do Cruz, Paraíba, Nordeste Brasileiro. Fui batizada Maria do Socorro Pereira e mais tarde fui chamada de Socorro Lira, por causa de meu pai, Zé Lira. Minha mãe se chama Benedita, e foi quem [me] formou a pessoa que sou hoje. Ela trabalhava muito e cantava enquanto trabalhava; sua cantiga preferida era o aboio, o canto dos vaqueiros.
Cresci ali e além de Mãe que cantava e contava histórias lindas, eu ouvia cantoria de viola (repente) pelo rádio, ia aos forrós na casa de Dona Zefa, tocava lata acompanhando meu tio Antônio Gavião, um exímio tocador de Berimbau de Lata.
Quando comecei a freqüentar a escola me interessei bastante pela leitura e a literatura de cordel me foi um grande achado. Tomei gosto pela poesia. Eu queria ser escritora, mas brincava muito e não tinha tempo para a escrita. Hoje trabalho demais e ainda não tive tempo de escrever, a contento, os livros que desejo publicar. Exceto um único que fiz, de poemas.
Com quatorze anos e meio saí da roça e fui morar na cidade, Brejo do Cruz. Então, tive contato com um mundo já tão grande para a medida que eu tinha...que me assustei, de começo. Mas logo tratei de me acostumar com a novidade, com certas “modernidades” que por ali chegavam aclamadas como maravilhas do Sul e do Sudeste do Brasil. Uma delas, a TV, me fascinou muito. Via os cantores e as cantoras nos programas de domingo, achava aquilo uma maravilha.
Nesse momento me envolvo com o movimento juvenil da igreja católica, espaço onde aprendi muito sobre mim e sobre a vida; sobre nossa realidade social, sobre o Nordeste dentro do Brasil. Compreendi que muita coisa precisava mudar. Levantei bandeira do partido político que me encantava e que prometia resolver os graves problemas sociais do povo brasileiro. Engajei-me em movimentos populares. No colégio, fui dirigente de grêmio estudantil. Virei professora e lutei no sindicato. Esse foi, certamente, o momento mais fecundo da minha vida em termos de aprendizado. Refletir sobre o meu país e a América Latina, sobre os problemas ambientais que ameaçam o planeta me fez mais alerta. Compreendi algumas coisas que definiriam meu caminho mais à frente
.
Um pouco depois, em 1995, fui morar numa vila rural de Alagoa Grande onde trabalhei na organização de grupos, principalmente mulheres, com vistas à ocupação de terras naquela região do Brejo Paraibano. Ao mesmo tempo entrei na Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, vindo a me formar no ano 2000 em Psicologia Social. Ainda nesse momento, comecei a estudar violão no Departamento de Artes da Universidade Federal da Paraíba, na mesma cidade
.
Em Campina Grande tive contato com cinema, museus, teatro, música. Conheci pessoas muito generosas que me ajudaram a traçar os primeiros passos na música. Então, um pouco afastada do Sertão, pude voltar o olhar para minha terra e perceber como ela tem valores, como é rica! Se um dia a moeda for caráter e decência - em vez de dinheiro - a gente dali nunca mais será pobre.
Fui atrás desses poetas, dessas cantadeiras, das dançadeiras, dos tocadores, das cirandeiras e coquistas de Caiana dos Crioulos. À medida que me voltava para o meu lugar, mais longe eu via... Muito além dos limites da Paraíba; e vi o Brasil e comecei a enxergar o mundo, agora relativamente pequeno imerso no processo de globalização.
Dentro disso que eu via, ouvia e vivia nos grupos tradicionais, na comunidade, com colegas, amigos e amigas compus cada vez mais canções e vieram os CDs. E veio São Paulo e assim por diante. E junto, a responsabilidade para com essa história que não é somente minha e, sim, coletiva. De modo que minha canção não deverá jamais se afastar dessa motivação inicial que é um certo apaixonamento pela vida e seus motivos. A justiça, a liberdade, o serviço, a compaixão, a paixão, o afeto, o amor irrestrito... para mim essas forças são tão necessárias quanto oxigênio, água e pão. Eternas buscas.
Gostaria que minha estada na Terra fosse útil, especialmente para minha gente do Sertão da Paraíba, do Nordeste e do Brasil, claro. Carrego no coração muitas inquietações. No desejo, também muitos projetos; e coragem, bastante coragem de trabalhar para realizá-los. Confiar nas próprias asas é o que torna possível o voo do pássaro
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A maturidade nos traz a tranqüilidade de quem planta hoje para colher quando bem frutificar. Acreditar no pulso firme do tempo e da natureza é uma lição que só se aprende vivendo.
Socorro Lira
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