quinta-feira, 26 de março de 2020

Memória do cangaço

A valentia de Zé Menino
 

Por Valdir José Nogueira de Moura

Em 10 de julho de 1890, o Governo Provisório do Estado de Pernambuco, usando da atribuição que lhe confere o Decreto nº 7, de 20 de novembro de 1889, resolve criar a Comarca de Belmonte, com sede na povoação de São Francisco, a qual se comporá da Freguesia de Belmonte e do distrito policial da Penha, da Comarca de Floresta. Fizeram-se as necessárias comunicações.

Vila histórica, secular, antigo distrito de Serra Talhada, possui ligação muito forte com o município de Belmonte por ter sido sede de sua Comarca em 1890, e por ter sido sede também do 2º Distrito de São José de Belmonte no ano de 1895, durante a gestão do Prefeito, o Cel. José Pereira de Aguiar (Foto abaixo).



Vinda do primeiro quartel do século XIX, de uma fazenda de igual nome, fundada pelo capitão Francisco Pereira da Silva, a Vila de São Francisco, hoje extinta, existiu como um dos distritos mais prósperos de Serra Talhada, antiga Vila Bela, com grande tino para o comércio. A vila chegou a ter uma feira por semana, onde boa parte dos moradores da região convergia para o lugar para fazer compras e comercializar seus produtos.

Palco de tantas lutas entre Pereiras e Carvalhos, ai entraram em cena: Né Pereira ou Né Dadu, Sinhô Pereira, Luiz Padre, os Futuqué, e outros mais. Porém, é oportuno lembrar de um dos mais curiosos personagens dessa movimentada fase da tradicional peleja entre os velhos clãs do Pajeú: Zé Menino, irmão de Né Dadu e de Sinhô Pereira, o qual era paralítico e vivia sentado em um couro-de-boi, todavia, valente feito uma fera acuada.

Certa vez, em São Francisco, quando a vila foi invadida por 300 homens armados dos Futuqué (os Carvalhos),para acabar com a raça dos Pereira ali existente, o tiroteio teve duração de um dia e meio.

Na defesa, dentro do casarão da família, estavam Né Dadu, seus irmãos (inclusive Zé Manino), seus primos (os Valões) e alguns agregados, ao todo apenas 24 ou 25 pessoas. Isso para enfrentar 300 homens fortemente armados. A salvação deles todos estava na coragem de cada um. Durante certa hora, Né Dadu mandou a tropa preparar os punhais, para morrerem todos num corpo a corpo verdadeiramente suicida. Em auxílio dos acuados, corre o coronel Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba), com sua gente, mas a situação ainda era bastante crítica para os Pereira.

E somente quando surge em campo o cel. Antônio Pereira (filho do Barão do Pajeú), seguido por 19 capangas, fazendo um alarde da gota serena, é que os Futuqué das Piranhas, Umburanas e Várzea do Ú, pensando ser um exército que se aproximava, dão de ré e desistem da luta, por enquanto apenas.


 Cel. Antônio Pereira da Silva

Durante todo o tiroteio, Zé Menino, com um rifle nos braços, quando a coisa fica preta de um lado, pedia que lhe puxassem o couro-de-boi e o colocassem em uma das “torneiras” da casa, e dali mandava fogo contra os Carvalhos (os Futuqué). Quando o negócio apertava do outro lado, puxavam Zé Menino outra vez, para nova “torneira”, e assim, sem fraquejar em momento algum, o herói paralítico lutou durante um dia e meio, sem dormir, sem comer nem urinar.

Zé Menino, cujo nome de batismo era José Pereira da Silva, foi casado com Virtuosa Pereira Nunes (Tiló), filha de Deodato Pereira da Silva e Filadélfia Pereira da Silva. Esta, viúva, faleceu na vila de Bom Nome em 24 de agosto de 1976, aos 89 anos de idade.

quarta-feira, 25 de março de 2020


Carijós: uma manifestação fundada e protegida pela Jurema Sagrada

Patrimônio Vivo de Pernambuco e com 123 anos de existência, agremiação tem história de lutas, conquistas e superações.


Jorge Farias
Jorge Farias
Com 123 anos de existência, Tribo Indígena Carijós é a que ostenta mais títulos no Carnaval do Recife
O caboclo Carijós é uma entidade bastante respeitada e celebrada na Jurema Sagrada, religião de matriz indígena e afro-brasileira, muito comum em terreiros do Nordeste do país. Entre seus feitos de proteção e de cura, está também o de ser o eixo espiritual fundante de uma manifestação cultural que, praticada nas ruas, tem como função primordial enaltecer a própria tradição religiosa que lhe criou. Trata-se do Caboclinho, expressão cultural composta por grupos de caboclos vestidos com roupas e cocares de penas, que saem às ruas num ritual marcado pela dança e música do Perré. Tambores, pífanos, gaitas de taboca e ganzá compõe a percussão.
Entre os caboclinhos de Pernambuco, é famosa a história de um certo estivador, de nome Antônio da Costa, que costumava incorporar, nas sessões de Jurema que participava, o Caboclo Carijós. Um certo dia, recebeu da entidade a orientação de formar um grupo, para que saíssem a festejar essa cultura pelas ruas do Recife, durante o Carnaval. E assim, nascia, em 1897, a Tribo Indígena Carijós, ou Tribo Carijós do Recife. O Caboclo Carijós, patrono da agremiação, está representado no estandarte da agremiação, que contabiliza 123 carnavais. As cores oficiais são o verde e o vermelho, representando, respectivamente, a mata e a guerra.
A agremiação ostenta o maior número de títulos de todos os caboclinhos do Recife. Foi Hexacampeão (1970 a 1975); Tricampeão (1980 a 1982); outra vez Hexacampeão (1987 a 1992); Bicampeão do grupo Especial (2017 a 2018).  Em 2016, foi homenageado pelo 120º aniversário da agremiação, em sessão solene especial na Câmara Municipal do Recife. Ganhou ainda mais força, quando, no mesmo ano, a manifestação do Caboclinho passou a ser considerada “Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil”, título conferido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A Casa do Carnaval, no Pátio de São Pedro, convidou o grupo para expor seus elementos e tradições, evento que culminou com uma disputada roda de debates, intitulada: “Caboclinhos, a Tribo Carijós e a preservação das expressões culturais”.
Jan Ribeiro
Jan Ribeiro
Localizada na Mangabeira, Caboclinho Carijós já tem terreno comprado para construção de uma nova sede
O reconhecimento – em forma de premiações e títulos – só fazia crescer. Em 2017, o grupo foi escolhido para ser o homenageado oficial do Carnaval do Recife, e desfilou neste ano com 220 componentes. Em 2018, a Tribo Carijós foi contemplada na terceira edição do Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia, da Secretaria de Cultura do Estado e Fundarpe. Em 2019 conseguiu mais um importante título: o de Patrimônio Vivo de Pernambuco. O título garante aos seus contemplados uma bolsa, atualmente no valor de R$ 3.200 mil. Com este valor, o grupo consegue manter sua sede e organizar eventos ao longo do ano, como oficinas de figurino, dança e instrumentos.
SONHO COM CABOCLO – Desde a sua fundação, a Tribo Carijós teve seis presidentes. Depois do estivador Antônio da Costa, o mais famoso foi Jefferson Roberto Cosme dos Santos, que pegou o caboclinho em 2011, depois que a agremiação estava há 13 anos sem conseguir desfilar no Carnaval (mas não por isto, acabada). Também foi por meio de mensagem de uma entidade que Jeferson soube que deveria assumir o grupo. Ele conta que teve um sonho, no qual participava de um ritual religioso e, num dado momento, o caboclo aparecia e apontava o dedo para ele.
Jan Ribeiro
Jan Ribeiro
Sob a gestão do Pai Jeferson, falecido em dezembro de 2018, Carijós se reergueu e conquistou títulos e homenagens
Seu entendimento, a partir desse sonho, foi que deveria assumir o Carijós. Consultou o Pai Clóvis, seu tio e liderança espiritual dos caboclinhos, na comunidade da Mangabeira, no Recife, onde está a sede do Carijós.  O homem confirmou a vontade da espiritualidade e, assim, Jeferson passou a liderar o grupo. Sua figura era imponente e despertava o respeito de todos. Jeferson aparecia sempre vestido com seu terno branco, uma guia com as cores da Tribo no pescoço, e um cocar, que considerava sagrado por isto não poderia ser tocado por ninguém. No final de 2018, Jeferson começou a sentir uma dor inexplicável na coxa. Foi para um hospital e ficou internado tomando antibióticos. Depois de vinte dias, apresentando melhoras mas não o suficiente para receber alta, ele desenvolveu uma trombose, depois uma embolia pulmonar que ocasionou uma parada cardiorrespiratória. Ninguém conseguia acreditar que um rapaz jovem, 29 anos, cheio de responsabilidades, planos e sonhos, havia partido assim tão rápido e sem explicação.
“Eu nunca imaginei assumir a tribo de 123 anos, reativada por meu irmão após 11 anos sem estar nos carnavais do Recife. Ele que a levou ao pódio, sendo campeão do Carnaval por vários anos, na sua gestão dele. Eu estava com uma responsabilidade enorme. Farei de tudo para jamais essa chama que Jeferson deixou cair no esquecimento. Tanto o nome dele quanto da Tribo Carijós serão exaltados por mim. O Carijós era a vida dele”, diz Anderson dos Santos, irmão de Jeferson. Ele já presidia o maracatu Encanto da Alegria e só tinha mesmo a experiência administrativa e financeira, mas não sabia muito sobre os preceitos de um caboclinho, quando teve que assumir a agremiação.
Jan Ribeiro
Jan Ribeiro
A cabocla Nanci confirmou que Anderson deveria dar continuidade ao legado do irmão, Pai Jeferson, na condução do Carijós
Anderson não queria assumir, achava que um outro integrante do grupo é quem deveria ficar com a missão. Três meses depois de realizarem o Axexê – cerimônia fúnebre do povo de terreiro –  foram consultar a Jurema Sagrada para terem a resposta sobre a continuidade do trabalho com o Carijós. “A cabocla Nanci veio e disse que o desejo dele era que a Tribo permanecesse entre nós. Eu queria que Pedro assumisse a tribo. Ele já era da tribo. Mas a entidade me escolheu, e tive que aceitar e assumir. Não ia deixar o legado se acabar”, conta Anderson. Ele explica que, na prática, a administração do Carijós atualmente é um colegiado. Não quer ser chamado de presidente e, pela sua vontade, o último presidente da Tribo foi Jeferson.
Jeferson faleceu sem ver ser realizado um dos seus sonhos, o de ver a Tribo Carijós se transformar em Patrimônio Vivo de Pernambuco. “A gente já tinha tentado três anos, e veio em 2019. É o que está ajudando a manter o grupo. Nossa sede é provisória, ao lado do terreiro, que era de Jeferson. Todo recurso da Tribo hoje o principal é o Patrimônio Vivo que capitaliza, seja para manter oficinas, dança, adereços, indumentárias, confecção de instrumentos. E outros recursos é captado por nós. Fazemos apresentações, como FIG em 2019. Depois do Carnaval, também participamos do projeto Outras Palavras. Esse ano aconteceu uma novidade, participamos do Festival de Dança do Recife. Nunca uma tribo de caboclinhos havia participado. Demonstramos como se dança o Perré, Tesoura e Cocá”, conta Anderson.
Apesar da tristeza e incredulidade pela partida prematura de Jeferson, ele conta que o grupo está firme e disposto. No Carnaval de 2020, desfilou com cerca de 330 componentes. Algumas da Mangabeira, outros que vêm do Alto José do Pinho, Bomba do Hemetério, Água Fria, bairros por onde a Tribo Carijós já teve sede, no passado.
Passado o Carnaval, Anderson planeja fazer o que o irmão sempre fazia: reunir os jovens da comunidade e praticar a transmissão dos saberes: ensinar a manusear e tocar os instrumentos que compõe o terno do Caboclinho; pegar corretamente no arco, confeccionar o figurino, saber a história da tribo, como surgiu e como vem se mantendo. “Uma vez no mês estamos indo numa escola da comunidade, nos reunimos com as crianças. Sempre quando tem festividades, também levamos a tribo para as escolas”, conta Anderson.
Outro sonho de Jeferson pode estar perto de ser concretizado: construir a sede própria do grupo. Anderson conta que quando recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, a primeira coisa que fez foi ir contar ao irmão. Comprou flores e foi até seu túmulo, no cemitério de Casa Amarela, dar a notícia e conversar espiritualmente com o irmão. O terreno, que fica ao lado do terreiro de Jurema que protege o Carijós, já está comprado. É lá que será erguida a sede própria da Tribo Carijós do Recife, agora sob a proteção de mais um filho de sua linhagem. “Lá será guardado o cocar de Jeferson, o cocar tem o fundamento religioso dele, e ninguém poderá usar”, determina o irmão.

terça-feira, 24 de março de 2020




GUERRA DA PEDRA DO
RODEADOR


Mais de 180 anos depois que o capitão-general Luís do Rego Barreto, derradeiro governador régio pernambucano, em nome da defesa da ordem monárquica e da religião, mandou sufocar barbaramente um ajuntamento de sem-terras fundado no Sítio da Pedra do Rodeador, em Bonito, município do Agreste pernambucano, a 135 km da capital, pouco se escreveu sobre esse episódio considerado o primeiro movimento sebastianista do País.


Os camponeses do Rodeador criam que com o retorno de D. Sebastião, soberano português morto nos areais marroquinos de Alcácer Quibir, em 1578, em luta contra os filhos de Maomé, uma nova era de felicidade seria inaugurada, e eles, os eleitos, seriam agraciados com a posse da terra, vivendo em um reino repleto de felicidade. No período em que surgiu o ajuntamento, Pernambuco mal havia se livrado dos ferretes provenientes do movimento rebelde de 6 de março de 1817. Por isso, pensou-se que ali se maquinava contra a Coroa e se fomentava uma contra-revolução.
O ajuntamento foi organizado nas terras da sesmaria do Rodeador, de propriedade de João Francisco da Silva, por um desertor das milícias locais, Silvestre José dos Santos, que vinha corrido de Alagoas por professar naquela província a crença sebastianista.


Ao chegar em Bonito entre os anos de 1811 e 1812, em companhia do cunhado Manoel Gomes das Virgens, também um desertor, Silvestre fez alguns acertos verbais com o proprietário daquelas terras para o uso da mesma. Com a chegada da parentela e de outras pessoas que para ali foram atraídas por histórias de riquezas, resolveram ampliar os negócios, originando um arraial que foi designado de Reino ou Cidade do Paraíso Terreal. O acampamento contava com cerca de 150 casebres, todos construídos de palha, cobertos com palhas de catolé. Os habitantes daquele reino sonharam que com o retorno de D. Sebastião a ordem seria invertida: os pobres enriqueceriam; alguns dos líderes da comunidade se transformariam em príncipes, aumentando a fortuna do lugar; o abominável sistema de recrutamento seria abolido; o sepultamento de ricos nas igrejas deixaria de acontecer; os pobres conquistariam a terra, quando, então, um dia, aquele povo sairia dali para comandar o mundo e corrigir as coisas erradas.


Tratando-se por irmãos, os prosélitos se agrupavam em torno de uma irmandade, a do Bom Jesus da Lapa, cujos principais líderes eram Silvestre e seu cunhado Manoel Gomes das Virgens, tidos como Procuradores de Cristo. Abaixo deles, doze indivíduos denominados “sabidos” tinham grande influência nos atos religiosos. O restante do povo era conhecido como “ensinados”. Estes, quando chegassem a mil deveriam marchar daquele sítio numa grande cruzada para libertar os lugares santos de Jerusalém e promover a conversão dos infiéis. Até o rei D. João VI seria ouvido, e caso não se convertesse, haveria guerra entre os dois reis. O local mais representativo para aquele povo era a grande serra, dita Pedra do Rodeador. Em uma de suas encostas, existem algumas cavidades, espécies de abrigos naturais, onde, segundo eles, ouviam-se vozes humanas, manejos de armas, instrumentos tocando. Eis o motivo por que o local era conhecido por “Lugar do Encanto”. Dali sairia D. Sebastião comandando um fabuloso exército para libertá-los da opressão e defendê-los do mal. A imagem de um poderoso exército alimentou os ânimos. Foi um dos fermentos que uniu o grupo e o fez enfrentar as forças comandadas por Luís do Rego na noite de 25 para 26 de outubro de 1820, quando foram rechaçadas.


Rituais sagrados, controles profanos - Entre a irmandade do Bom Jesus da Lapa, foram distribuídas diversas condecorações de fitas coloridas, cada uma possuindo simbologia própria. A encarnada representava a guerra a quem se opunha às leis de D. Sebastião; a azul simbolizava a paz aos que sob aquela lei viviam; a preta representava o dó, o luto e o sentimento; a verde, a esperança dos bens que D. Sebastião iria distribuir aos eleitos no momento de seu retorno. Nos ritos de condecoração dos eleitos, muitas mulheres tinham papel de destaque, fato inédito, pois isso não foi verificado nem na vida profana, muito menos na hierarquia eclesiástica de então. O Reino do Paraíso Terreal era um local como tantos outros.



E, como todos os locais, havia de ter os caminhos do sagrado e do profano. Para coibir os desregramentos, as seduções e os prazeres, comportava a estrutura da comunidade um grupo de procuradores da honestidade masculina e feminina, cujos dignitários se distinguiam do povo por ostentar divisas e rosetas multicores. Suas funções eram velar pelos vestuários e proibir uniões que maculassem a religião. Para a segurança daquele reino, havia um pequeno exército composto de 150 homens, em sua maioria desertores dos exércitos reais, comandados pelo sapateiro Gonçalo Correia. Todo esse efetivo dispunha de armas das mais variadas qualidades: facas-de-ponta, pistolas, espadas, catanas, parnaíbas, bacamartes e espingardas, sendo essas duas últimas as mais expressivas. As revistas das tropas e exercícios militares, ou “Marchas de Deus”, davam-se à noite após o término dos “Santos Louvores”.


O governo provincial, com a anuência da Coroa, mobilizou várias tropas para aniquilar o arraial sebástico. A comunidade começou a ser atacada na madrugada do dia 26 de outubro de 1820. A falta de prudência no manejo das operações de guerra concorreu para que houvesse grandes perdas de vidas entre os camponeses e soldados. Na manhã daquele dia, grande quantidade de feridos e de mortos foi amontoada e incendiada formando uma imensa fogueira. Tais imagens inspirariam o príncipe D. Pedro, futuro Imperador do Brasil, ao enfatizá-las em um manifesto de 1º de agosto de 1822 dirigido à nação, quando se expressou: “Recordai-vos, pernambucanos, das fogueiras do Bonito”.


Escrito por Flavio José Gomes Cabral

segunda-feira, 23 de março de 2020




Mestre Saúba – Um Patrimônio Vivo da arte de criar com as mãos os próprios sonhos

Os brinquedos populares do Mestre Saúba resistem ao tempo e unem gerações em torno dos encantamentos que despertam


PH Reinaux

Mestre Saúba costuma passar o dia na sacada da casa, onde também é seu ateliê, cortando ou montando suas peças
Por Michelle de Assumpção
Numa casinha simples e de poucos cômodos, no bairro de Vila Rica, Jaboatão dos Guararapes, trabalham dois irmãos de mesmíssimo nome: José Antônio da Silva. Dedicam-se ao mesmo ofício; um como criador, o outro como ajudante. Para não confundir, desde pequenos são chamados por apelidos: Saúba e Cocota. O primeiro ficou famoso em todo Pernambuco: é hoje o Mestre Saúba, criador de brinquedos que já alegraram (no passado, bem mais que hoje) a infância de algumas gerações de crianças. Quem nunca brincou de equilibrar um Mané Gostoso no apertar e soltar das hastes de madeira que o prendem? E quem já rodou um Rói-rói até os ouvidos doerem com o zunido do brinquedo?
Quem conhece Saúba de perto, sabe que ele é inseparável do irmão, homônimo. Cocota está fazendo uma pequena reforma que vai ampliar a estrutura da casa em Jaboatão, onde funciona o ateliê dos brinquedos populares de Saúba. Ele também ajuda na colheita da madeira e no corte das peças do irmão artesão. Saúba, aos 66 anos de idade, costuma passar o dia inteiro no primeiro andar da casa, uma sala com portas abertas para a rua, sem qualquer varanda ou sacada. Quem passa pela rua, já de longe avista Saúba sentado na sacada, com as pernas penduradas, tomando um ventinho e entalhando suas peças.
A sua peça preferida é o Mané Gostoso. Com um galho da embaúba, de mais ou menos dois metros, ele faz uns quarenta bonecos articulados. São cinco partes: tronco, duas pernas e dois braços. Todos são furados e amarrados com barbante. O boneco é preso, pelas mãos, a duas hastes de madeira que, pressionadas na base, fazem os bonecos pularem de um lado para o outro, simulando os movimentos de um acrobata.
A rotina do mestre é acordar de madrugada para começar a trabalhar. Às 4h, já está de pé. Toma café e segue para a rotina de fazer os brinquedos. Saúba gosta de ter o estoque sempre bem diverso e com número grande de peças, pois as encomendas, quando chegam, sempre são de uma quantidade razoável de peças. O mestre não gosta de ser pego desprevenido. Só descansa quando viaja. Estando em casa, os Manés Gostosos, Ratinhos, Rói-róis e Borboletas ocupam até o espaço da sua cama. “Ficam lá espalhado. No final do dia, quando vou deitar, ligo a televisão e fico ali amarrando os bonecos, até dar o sono”, conta. No final de cada mês, a produção chega a umas duzentas peças, de cada tipo de brinquedo.
PH Reinaux

Mestre Saúba aprendeu a fazer o Mané Gostoso com a ex-mulher, a cigana Socorro, mãe de seus dois filhos
Depois do Mané Gostoso, que é mais popular, os ratinhos móveis feitos de papel machê são bastante procurados. Para fazê-los, Saúba encaixa uma espécie de carretel debaixo da peça, com uma linha enrolada. Montado o brinquedo, é só puxar a linha por cima do ratinho e, ao soltá-la, o brinquedo se move sozinho. Cocota sabe todos os segredos do irmão. Mestre Saúba nunca segurou as informações que foi adquirindo, até porque, foi observando outros profissionais aprimorou suas técnicas e criou outras.
Mesmo antes de ser titulado Patrimônio Vivo de Pernambuco, em agosto de 2019, Mestre Saúba já cumpria a missão de repassar seus conhecimentos sobre o ofício dos brinquedos populares. Fato que se espera de um verdadeiro mestre. Começou dentro da própria casa. Além de Cocota, seus próprios filhos, Evinha e Carlos José, também aprenderam com o pai. A neta Maria Júlia, de 11 anos, hoje também ajuda a montar Mané Gostoso. Mestre Saúba também passou a ser um artista requisitado em eventos escolares, onde faz curtas demonstrações para alunos do ensino infantil e fundamental.  “Sou sempre chamado às escolas para mostrar como faz para as crianças, e já levo tudo cortado, só para eles pintarem e a gente montar junto. É um boneco muito fácil e todos ficam encantados”, conta.
PH Reinaux

Estoque do Mestre Saúba está sempre cheio com todas as peças de sua coleção, pronto para receber grandes encomendas.
BRINQUEDO NA ROÇA – Mestre Saúba nasceu no município de Pombos, em 10 de março de 1954. Seus pais eram agricultores e, como toda criança que nasce e cresce na roça, não demorou muito para que suas mãozinhas estivessem na lida da enxada. A dificuldade do trabalho no campo crescia proporcional à sua força de menino. Limpou mato, alimentou bichos, cortou cana e aos 14 já carregava uma Maria Fumaça com grandes transportes da cana. A dureza da rotina no campo, que retirou-lhe o direito básico de ir à escola, pelo menos não destruiu a necessidade do brincar e do encantamento.
O trabalho debaixo do sol causticante do Agreste, rendeu ao menino uma pele que não bronzeava, mas ficava rosa, vermelha como uma formiga saúva, ou saúba, como chamava o povo. Daí veio o apelido. Com muito trabalho e pouco tempo, e nenhum dinheiro para divertimentos, o menino Saúba aprendeu a fazer carrinhos de madeira com pedaços de pau encontrados na usina. “Era o que tinham para brincar”. Dali a pouco, estava fazendo por encomenda, para outros garotos da região. “Dia de domingo, a gente brincava de fazer esses brinquedos. Ninguém ensinou. Eu fazia carrinho, rolimã, fazia usina, burrica”, conta. Burrica é uma espécie de “roda-roda”, um pequeno carrossel. Saúba nunca imaginou que levaria aquela diversão como um ofício na vida, mas aos poucos foi se transformando num sonho de aprender cada vez mais, de ser um mestre daquela profissão.
“Eu mesmo fazia com minha inteligência. Não tinha energia na minha mocidade, nós éramos soltos na rua, não tínhamos medo de nada e éramos felizes”, recorda. Caso fosse possível mudar alguma coisa do seu passado, conta que teria insistido para que o pai tivesse o deixado ir à escola. O homem, no entanto, só queria que os seis filhos trabalhassem para ajudar no sustento da família. Hoje, Saúba acredita que é tarde para aprender, mas lamenta por ter sempre que sair acompanhado, de filhos ou parentes, ou não consegue resolver coisas simples do dia-a-dia. “Mãe diz que quem não sabe ler, é cego. Hoje me faz falta. Eu chego em ambiente luxuoso e fico embaraçado”, relata.
Se não sabe ler, por outro lado, Mestre Saúba sabe se comunicar como poucos. Sua inteligência é nata, e sabe disso desde menino, quando inventava brinquedos e brincadeiras. Aos vinte anos, quando o pai morreu, as dificuldades aumentaram e ele veio com a mãe, além de mais quatro irmãos, morar em Jaboatão. Estava disposto a qualquer trabalho. Limpar mato, trabalhar na construção civil, o que aparecesse. Saúba não sabia que seu sonho estava próximo de virar realidade. No primeiro trabalho que conseguiu, precisava carregar e transportar material de construção, com ajuda de um burro. Trabalhou como vigia e como carpinteiro de uma grande construtora.
Continuava fazendo os brinquedos, mas ninguém de seu conhecimento dava muita importância. Estava só, até conhecer a cigana. Maria do Socorro vendia bonecos de madeira em feiras de rua na cidade de Moreno. Saúba, que vivia querendo aprender como se fazia artesanato, sem sucesso em encontrar alguém que lhe passasse os segredos, foi convidado pela cigana para ir até sua casa. Lá, conheceu o pai e a mãe da mulher. Era uma família de artesãos. Saúba casou com a cigana e tiveram dois filhos. Hoje, eles moram em São Paulo e não querem saber de artesanato. “Estão muito bem de vida”, conta o pai.
PH Reinaux

Saúba criou seu próprio transporte, que é usado para buscar a embaúba, numa mata perto de sua casa
Foram dez anos ao lado da cigana Socorro. Foi com ela que aprendeu a fazer o Mané Gostoso e o ratinho. O casal via os brinquedos em feira e faziam igual ou adaptavam. Rodavam por tudo quanto era feira, parques e praças de Pernambuco, onde tivesse criança. “Hoje, o celular está tirando a atenção da criança, mas antigamente elas não podiam ouvir o som do rói-rói ou da borboleta, que ficavam encantadas e queriam ir atrás. Vendemos muito”, conta.
“As borboletas, eu criei depois que me separei da cigana”, lembra Saúba. Ele conta que desenhou e montou a peça junto com o irmão, Cocota. O brinquedo é composto por duas asas de madeira coloridas, que são presas a uma longa haste de madeira com rodinhas. Ao empurrar o cabo, as asas batem fazendo um barulho chamativo.
Atualmente, o mestre deixou de andar por praças e feiras. Por muitos anos, foi figura cativa nas feiras do pátio do Museu do Homem do Nordeste, que lhe deu fama entre os estudiosos da arte popular. Foi nesta temporada que seus caminhos se abriram. Os colégios levavam as crianças para visitar o estande do Mestre Saúba e elas não saíam de lá sem comprar um boneco dele. Dali, era convidado para outros eventos, incluindo as oficinas nas escolas. Circulou muito também pelos mercados da Encruzilhada, Madalena, São José e Casa da Cultura. O povo ouvia de longe o ruído do Rói-rói de Saúba e se aproximava, ciente da riqueza que iria encontrar.
PH Reinaux

Com um galho da embaúba, de mais ou menos dois metros, Saúba faz uns quarenta bonecos articulados de Mané Gostoso
Brinquedos como aquele nunca estariam numa loja do centro ou de um shopping. Encantavam não só as crianças, mas os próprios adultos, que sempre tinham uma história para contar de sua própria infância, quando confeccionar o próprio brinquedo era prática habitual. Hoje em dia, Saúba não circula mais pelas praças, parques, feiras e eventos, como fazia no passado. Por outro lado, sua produção criativa é a mesma. Pelo menos uma vez ao mês, vai numa mata, perto de casa, buscar a embaúba.
Ele próprio criou o transporte usado para a missão. Tem direção, freio, duas rodas e uma pequena caçamba. Desce na banguela até o lugar onde são recolhidos os galhos da planta. Depois, sobe empurrado por ajudantes, de volta à casa/ateliê de Saúba. A madeira vira Mané Gostoso, Rói-rói, Ratinho e Borboleta, que podem ter perdido lugar nas estantes das crianças. No entanto – quanto mais passa o tempo, e Saúba resiste com sua arte – ganham espaço na memória afetiva do povo e na vida de quem entende a importância do brincar que conta sobre nossas tradições, antepassados e histórias.



quarta-feira, 18 de março de 2020



Burro não dá Conselhos.
Sinhô Pereira, chefe de Lampião, e Luiz Padre, seu primo/irmão e fiel escudeiro, eram devotos de Pe. Cícero à quem respeitavam bastante e com quem se aconselhavam, sendo dele os conselhos para deixarem o cangaço e seguirem para Goiás ou Maranhão para uma nova vida. Luiz Padre resolveu seguir o conselho primeiro e antes de abandonar o cangaço e viajar para Goiás visitou Pe. Cícero para se despedir e se aconselhar em sua nova vida. Sendo que, um pouco antes, Luiz Padre para brincar e apurrinhar seu primo Sinhô Pereira, apelidou sua querida burra de cela de Pe. Cícero, mas esta brincadeira chegou aos ouvidos do santo padre, que no momento da despedida de Luiz Padre para Goiás, quando este pediu seus conselhos lhe disse, “Meu filho, desde quando burro dá conselho à alguém!?”. Luiz Padre se encabulou e, todo desconcertado, pediu desculpas pela brincadeira, morrendo de vergonha, sendo enfim abençoado.


 João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce., 13/03/2020.

Secult-PE e Fundarpe divulgam Resultado do Ciclo da Paixões 2020


A Secretaria Estadual de Cultura e a Fundarpe divulgam, nesta sexta-feira (13), o resultado do XII Edital PE de Todas as Paixões – 2020. Ao todo, dez espetáculos vão receber o aporte do Governo de Pernambuco para encenarem, no período da Semana Santa, o calvário de Jesus Cristo, uma tradição muito forte em Pernambuco. Confiraaqui as montagens selecionadas.
Os projetos inscritos foram avaliados por uma comissão formada por pareceristas especializados e pelo corpo técnico da Secretaria Estadual de Cultura. Os espetáculos selecionados receberão valores de acordo com a categoria que se inscreveram. Na Categoria 1 (grande porte), três espetáculos receberão R$ 40 mil; e na Categoria 2 (médio porte), sete espetáculos receberão R$ 30 mil.
Os selecionados deverão apresentar a Documentação Complementar (listada no Anexo II do edital) até o dia 17 de março, sob risco de desclassificação. As orientações acerca dessa etapa serão enviadas por e-mail para os proponentes. Já as avaliações feitas pela Comissão de Seleção poderão ser solicitadas através do e-mail:teatroeopera@secult.pe.gov.br.

segunda-feira, 16 de março de 2020


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Ariano Suassuna

Ariano Vilar Suassuna nasceu no dia 16 de junho em 1927 na cidade da Paraíba, hoje João Pessoa, na época em que seu pai, João Suassuna, era presidente do Estado da Paraíba. Quando seu pai deixou o cargo, a família se mudou para o sertão do Estado; ali Ariano passou grande parte da sua infância, entre os municípios de Sousa e de Taperoá. Em 1943, Ariano e sua família mudaram-se para o Recife, cidade em que viveu até sua morte em 2014. Ariano foi casado com D. Zélia de Andrade Lima, com quem teve seis filhos. Apesar de ser mais conhecido como romancista, dramaturgo e poeta, Ariano Suassuna também foi um grande artista plástico, e é sobre esta faceta do grande mestre que dedicaremos esta publicação.


Ariano Suassuna. FOTO: Leonardo Aversa.

Ariano Suassuna foi sempre um grande defensor e difusor da cultura popular brasileira. Juntamente com um grupo de artistas e escritores, fundou em 1970 em Recife o Movimento Armorial, que tinha como objetivos a construção e a valorização de uma arte erudita essencialmente brasileira, a partir de elementos da cultura popular nordestina. [...] A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos "folhetos" do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus "cantares", e com a Xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados [...], escreveu Ariano em 1975. Segundo o mestre, o termo armorial se referia “a um conjunto de insígnias, brasões, estandartes e bandeiras de um povo, a heráldica é uma arte muito mais popular do que qualquer coisa”. Assim sendo, o Movimento Armorial significava o desejo de ligação com essas heráldicas raízes culturais brasileiras. O Movimento valorizava a pintura, a música, a literatura, a cerâmica, a dança, a escultura, o teatro, a gravura, o cinema, dentre outros. Neste contexto, o Mestre Ariano contribuiu, não somente como um idealizador do movimento e incentivador destas manifestações artísticas, mais também como um destes artistas, sobretudo na literatura, na gravura, na pintura e no teatro.


Ariano e sua esposa D. Zélia. Reprodução fotográfica autoria desconhecida.

A arte plástica de Ariano foi iniciada juntamente com a sua literatura. O mestre costumava ilustrar as páginas de seus manuscritos com motivos florais, figuras fantásticas, dentre outros, que cobriam as margens do papel numa espécie de moldura para o texto. Nos romances A pedra do reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta, decidiu ilustrar ele mesmo os livros. Ao contrário das gravuras tradicionais, as dos seus romances têm papel estrutural na história e normalmente são assinadas por um dos personagens. Mais trade, com o Movimento Armorial, Ariano combinou a iluminura (Técnica praticada na Idade Média, que consistia em uma pintura decorativa aplicada às letras capitulares dos códices de pergaminho medievais) com a gravura, criando assim a iluminogravura, uma espécie de “poesia visual”. Imagens de cavaleiros, animais, brasões, armas, bandeiras, cruzes se misturava à poesia do Mestre e de outros grandes poetas brasileiros, a exemplo de Augusto dos Anjos.
Ariano Suassuna, ilustração do romance A pedra do reino.

Ariano Suassuna, ilustração do romance A pedra do reino.

Na confecção das iluminogravuras, Ariano primeiro produzia uma matriz com suas ilustrações combinadas com poemas manuscritos, feitos em nanquim sobre papel. A partir daí fazia cópias em uma gráfica, através do processo offset e, manualmente coloria os desenhos com tinta guache, óleo e/ou aquarela. O texto era escrito com letras que lembravam as marcas de gado feitas com ferro quente. Baseado nestas marcas, Ariano desenvolveu um trabalho tipográfico ligado à sua heráldica sertaneja: o Alfabeto Armorial.


Tipografia armorial

Ariano Suassuna, A Acauham. A Malhada da Onça, guache sobre impressão offset.

Ariano Suassuna, O mundo do sertão, guache sobre offset.

Ariano Suassuna, A estrada, guache sobre impressão offset.

As iluminogravuras de Ariano eram criações inspiradas na arte popular e rupestre do Brasil. As figuras, humanas ou não, lembram a xilogravura de Gilvan Samico e J. Borges. O sertão sempre presente, é retratado com um lugar sagrado e místico, com seus cavaleiros, profetas, bandeiras e brasões, destacando sua beleza, mas sem negar as suas mazelas. Sobre essa sua faceta de artista plástico, Ariano era muito modesto. Dizia que era um escritor que ilustrava livros. Apesar das ilustrações e iluminogravuras serem mais conhecidas dentro da obra do artista plástico Ariano Suassuna, ele também pintou alguns quadros em tela.


Capa de uma série de iluminogravuras de Ariano Suassuna.

Ariano Suassuna, Lápide, guache sobre impressão offset.

Ariano Suassuna, O reino da Acauhan, guache sobre impressão offset.

Ariano era formado em Direito, pela Faculdade de Direito do Recife, hoje Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na UFPE foi professor durante 31 anos, atuando nos Departamentos de História e de Teoria da Arte e Expressão Artística, onde ministrava disciplinas como Estética, Literatura brasileira e Teoria do Teatro. Ocupou ainda o cargo de secretário de cultura do estado de Pernambuco durante os governos de Miguel Arraes e de Eduardo Campos. Era membro da Academia Brasileira de Letras.

[...] Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa. (Ariano Suassuna, 1927-2014).


Ariano Suassuna, título desconhecido.

Ariano Suassuna, O sono e o mito, guache sobre impressão offset.

Ariano Suassuna, Infância, guache sobre impressão offset.

Ariano Suassuna, O sol de Deus, guache sobre impressão offset.

Ariano Suassuna, O campo, guache sobre impressão offset.

Ariano Suassuna, O amor e o desejo, guache sobre impressão offset.


Ariano Suassuna, A viagem, guache sobre impressão offset.