domingo, 11 de abril de 2010


     BIU ROQUE, E O SOM DOS CANAVIAIS


       Se eu fosse a sua/e não mais uma/as quatros luas eu lhe daría/prá me tornar sua Maria/uma canção eu cantaría/minha resposta ao que ouvi/a mais bela melodia/fui roubar pra minha história/sua poesia de outrora/não por jura ou promessa/nem perdão ou vaidade/debaixo da condesseira / sua Maria de verdade . Letra da música,Valsa para Biu Roque,da Cantora Paulista Céu. Mas a vida nem sempre foi esse céu para esse canavieiro de 72 anos,que quando menino,viu o sol nascer mais cedo nas terras dos engenhos de cana de açúcar em Condado sua     cidade,na zona da mata norte de Pernambuco, o trabalho na palha da cana e a música  andaram pelos mesmo caminhos, desde os 8 anos de idade na vida de João Soares da Silva.hoje residente em Aliança, Biu Roque,tornou-se  ou dos mestres da cultura popular mais respeitados da zona da mata por seu domínio de gêneros musicais tradicionais como o Coco de Roda,Ciranda,Maracatú Rural e as toadas de Cavalo Marinho,além de conhecedor de muitos sambas característico da região. Atualmente lidera o Cavalo Marinho Boi Brasileiro,participa do Maracatú de baque solto Estrela Brilhante de Nazaré da Mata, e integra o grupo Fuloresta, que acompanha  Siba,com o qual já gravou dois CDs independentes e participou de turnês pelo Brasil e Europa,além de exercer fortes influências em diversos grupos e artistas da cena musical de Pernambuco e do Brasil,e de contribuir para diversas pesquisas acadêmicas na área de antropologia,sociologia,etnomusicologia e artes cênicas. Na dissertação "Viva Pareia ! A arte da brincadeira ou a beleza da safadeza:uma abordagem antropológica da estética do Cavalo Marinho",defendida em 2020 no IFCS/UFRJ,pela antropóloga Maria Acselrad, ele é citado diversas vezes dada a relevância de suas informações como homem profundamente conhecedor da brincadeira do Cavalo Marinho. 
  Principal herdeiro da tradição do Cavalo Marinho do Mestre Batista,o grupo Cavalo Marinho Boi Brasileiro,liderado por Biu Roque,ainda conta com sua participação como músico. Sua atuação,sempre muito significativa,contribuiu para o bom relacionamento entre os brincantes.Estimula a participação dos mais jovens,muitos deles,seus filhos,netos e bisnetos. Respeitam o compromisso com a tradição da brincadeira,brincando por cerca de oito horas,sem distanciar da roda,com um vigor de Menino. E assim ele vive seus dias neste  universo dos verdes canaviais da zona da mata pernambucana sobre  a trilha  do banco de Cavalo Marinho,consolidando a história do seu povo e do folguedo popular. 

William Veras de Queiroz 2010 D.C -Santo Antonio do Salgueiro-PE.       

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