sábado, 29 de janeiro de 2011
VESTIRAM-ME ESTA MISERA ROUPA DE PALHAÇO
E PELAS ESTRADAS,SOB TODAS AS NOITES
SOB TODAS AS ESTRELAS.CAMINHO,CAMINHO SEMPRE
VEJO QUE AS MANGAS ESTÃO BEM CURTAS
TAMBÉM AS CALÇAS ESTÃO BEM CURTAS
MAS CAMINHO SEMPRE,SEM CIRCO
SEM TRAPÉZIO
SEM ARENA
SEM AMORES,CAMINHO SEMPRE
ANTES DE MINHAS EXIBIÇÕES
TENHO COMO ESPELHO O ESPELHO DOS GRANDES LAGOS
ONDE SE MIRAM OS FRÁGEIS JUNCOS
ONDE REPOUSAM OS INQUIETOS PIRILAMPOS
MAIS TARDE, QUANDO EU ARRANCAR ENFIM A MÁSCARA
BOIARÁ O AZUL,O BRANCO, O ROXO E O NEGRO
CORES DO MEU DESESPERO,CORES DE TODOS OS RISOS
SOU DE UMA TRUPE ÚNICA NO MUNDO
VESTIRAM-ME UMA ROUPA QUE NÃO É MINHA
E ELA COMPRIME MEU CORAÇÃO,MEU CÉREBRO E MINHA ALMA;
SOU DE UMA TRUPE ÚNICA NO MUNDO
PORQUE MEUS COMPARSAS NÃO COBREM JAMAIS O ROSTO
E TÊM-NO TRANQUILO ATÉ A MORTE
DE MIM ,TODOS RIEM,SOU O PALHAÇO UNIVERSAL
MAS SE PODESSES POR ACASO
OLHAR MINHA FACE NA HORA EM QUE ESCREVO ESTE POEMA
OH, DE CERTO CEGARÍAS ANTE A TANTA BELEZA E TANTA LUZ
DEOLINDO TAVARES
RECIFE-PE.
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