Professor, historiador e folclorista. José Calasans Brandão da Silva nasceu em Aracaju no dia 14 de julho de 1915. Fez estudos primários no Colégio N.S.da Conceição e o curso secundário no Colégio Estadual de Sergipe, antigo Ateneu Sergipense, em Aracaju, concluindo em 1932. Diplomou-se pela Faculdade de Direito da Bahia em 1937. O pendor para a História e o magistério o tornou historiador e professor. Em sua terra foi Catedrático da Escola Normal Ruy Barbosa ensinando também em vários colégios. Ao mesmo tempo, desenvolve suas investigações no Instituto Histórico de Sergipe. Passando a residir na cidade do Salvador, em 1947, prosseguiu nas atividades de sua vocação, como escritor de assuntos históricos e mestre em diversos estabelecimentos de ensino médio (nos colégios Nossa Senhora Auxiliadora, Antonio Vieira e Santíssimo Sacramento) e nas duas universidades: Federal e Católica. Atua nas faculdades de Ciências Econômicas de ambas; e na de Filosofia, da Federal, com a cátedra de História Moderna e Contemporânea. Foi diretor do Departamento Regional do SENAC, na Bahia (1947/1961), onde incrementou o ensino profissionalizante em Salvador, com pioneirismo e a modernidade, que foi buscar na Europa. Hoje preside o Rotary Club. Em Salvador ele desenvolveu o seu lado de pesquisador de História e do folclore, cultivando uma obsessão, chamada Antônio Conselheiro, que começou com a tese O Ciclo Folclórico do Bom Jesus Conselheiro (1950). Obteve o grau de Doutor em Geografia e História em 1951, defendendo, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UFBA, em concurso de livre-docência para História do Brasil, a tese O Ciclo Folclórico do Bom Jesus Conselheiro. Nesta mesma faculdade havendo concorrido à cátedra de História Moderna e Contemporânea, conquistando-a após a defesa e aprovação, em 1959, da tese Os Vintistas e a Regeneração Econômica de Portugal. Chefiou, por longo tempo, o Dep. de História dessa faculdade, tendo exercido sua direção, nos anos de 1974 e 1975. Foi vice-reitor da UFBA de 1980 a 1984. A fascinação pela figura do Conselheiro de Canudos levou o professor José Calasans por todos os lugares em que aquele líder messiânico andou, recolhendo escritos, missais, objetos e memórias de sobreviventes. O conjunto desse material acabou por constituir, em 1983, o Núcleo Sertão da UFBA, instalado no Terreiro de Jesus, em Salvador, e de onde o escritor peruano Mario Vargas Llosa retirou informações fundamentais para o seu romance histórico A Guerra do Fim do Mundo. O Núcleo Sertão, que integra o Centro de Estudos Baianos da UFBA é o centro de pesquisa que reúne o maior patrimônio documental sobre Canudos, em escala mundial, sobre os temas referidos, o qual custodia sua coleção particular e parte do seu arquivo. O Núcleo está instalado atualmente no 3º pavimento da Bib. Central da UFBA. Professor emérito da UFBA, é considerado a maior autoridade em todo o país na temática de Canudos, que estuda há quase 50 anos. Essas pesquisas resultaram nos livros No Tempo de Antônio Conselheiro (1959), Antônio Conselheiro e a Escravidão (1968), Antônio Conselheiro, Construtor de Igrejas e Cemitérios (1973), Canudos: Origem e Desenvolvimento de um Arraial Messiânico (1974), Canudos na Literatura de Cordel (1984), Quase Biografia de Jagunços (1986) e Cartografia de Canudos (1997). Outros livros publicados: Temas da Província (estudos de história e folclore de Sergipe, 1944), Cachaça Moça Branca (1951), A Santidade de Jaguaripe (1952), Euclides da Cunha e Siqueira de Menezes (1957), Os Vintinistas e a Regeneração Econômica de Portugal (1959), Folclore Geo-Histórico da Bahia e seu Recôncavo (1970), A Revolução de 30 na Bahia (1980), Aparecimento e Prisão de um Messias (1988), Miguel Calmon Sobrinho e sua Época (1991), Aracaju e Outros Temas Sergipanos (1992). "Ao lado de uma brilhante carreira acadêmica em todos os sentidos, constrói uma obra marcadamente voltada para o folclore e para a história. No conjunto de suas produções, tudo se centraliza na síntese cósmica em torno da figura messiânica de Antônio Conselheiro, Canudos, Euclides da Cunha, Nordeste e o ciclo dos jagunços. Canudos é o seu núcleo temático, sua linha de pesquisa, sua vida intelectual, sua paixão de estudos", comentou o professor Edivaldo Boaventura em um de seus artigos sobre o mestre José Calasans. Já aposentado, em 1984, o Banco Econômico conseguiu convencê-lo a dirigir o Departamento de Estudos e Publicações do Museu Eugênio Teixeira Leal - memorial do próprio banco. O sucesso deste empreendimento ultrapassou todas as expectativas em todos os setores ativados: arquivo e biblioteca, consultas e exposições, conferências e palestras, outras programações - tudo aberto ao público. Calasans também ocupou as presidências do Instituto Geográfico e Histórico de Sergipe, da Academia de Letras da Bahia e do Conselho de Cultura do Estado da Bahia. Ele tomou posse na Academia de Letras da Bahia em novembro de 1963, em março de 1971 foi empossado presidente. E em junho de 1993 recebeu da Prefeitura e da Câmara Municipal de Canudos o título de Cidadão da Cidade de Canudos. Embora retraído, o cidadão José Calasans Brandão da Silva, ganhou notoriedade e reconhecimento público, traduzido em medalhas e condecorações, a saber: Comendador da Ordem do Mérito da Bahia, Medalha Inácio Barbosa (Prefeitura Municipal de Aracaju), Medalha Visconde de Itaparica (Polícia Militar do Estado da Bahia), Medalha Euclides da Cunha - Casa Euclidiana (São José do Rio Pardo, São Paulo), Medalha Sílvio Romero (Prefeitura do Distrito Federal-RJ), Medalha do Mérito Cultural Castro Alves (Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia), Medalha do Pacificador (Ministério do Exército). Considerado a maior autoridade na História de Canudos e fascinado pelo rico folclore brasileiro, o professor José Calasans confessa que o que mais gosta de fazer é conversar e recitar poesias populares. |
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
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