sábado, 7 de janeiro de 2012

                                                                               


SALVE A VIOLA DE PAULO GABIRU


Na hora imprecisa da tarde a música de Paulo Gabiru nos provoca uma confissão:dificil esquecer o chão da primeira infância. A paisagem que sua música nos revela é agreste,ou seja,uma região de extremos.Sol causticante e rio cada vez menos caudaloso da nossa aldeia,mais precisamente o médio São Francisco.Morro de romarias e rios de incertezas.E saliento que  essa paisagem é provocada  pela própria  música e aqui quero pensá-la  sem as letras incisivas suas e com parceiros.Falo do compositor. O músico autodidata que ele é  executando com singularidade suas composições aliada a uma sensibilidade  autêntica.Há momentos em que o seu cancioneiro pendula entre a canção de motivo amoroso e acordes viscerais. Não há como fixar o homem Paulo Gabiru em palavras.Ele é o exemplo maior de  persona médio São fransciscana que se conta em fala,gesto,vivência e violão.O músico,e digo em sentido  profundo,torna-se inseparável do instrumento,é o caso dele.Caro ouvinte,o convite está feito.Assim descreveu o Poeta baiano João Filho,de Bom Jesus da Lapa,cidade ribeirinha do médio São Francisco, lugar onde o paulista Gabiru escolheu para viver,trocando as águas salgadas do mar da baixada santista pelo doce sabor de viver no rio São Francisco. Na meca dos sertanejos,ele se identificou com a cultural e com o povo barranqueiro e como um pescador tira do "Velho Chico"  o
seu sustento,através das canções e da poesia.  Grande violeiro,segundo Wilson Aragão ,ele é uma das melhores violas do país. De voz suave,e assim reflete nas canções  um lirismo
que transmiti mansidão,mesmo com um tema triste.Ele tem três Cds gravados: Beradeiro,Renascença e     Nobre Barranqueiro. Como tantos outros talentos da Música Popular Brasileira,ainda não aconteceu o reconhecimento deste  músico genial.Mas toda moda é remédio pro seus desenganos, e assim ele vai tocando essa vida marvada.



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