HERMES VIEIRA UM POETA DO PIAUI
Hermes Rodrigues Cardoso Vieira ,nasceu no dia 23 de setembro de 1911,na Fazenda Caiçara,município
de Elesbão Veloso,no Centro-Norte do estado do Piaui. Fez apenas o primário,as dificuldades financeira da família não permitiu a continuidade dos estudos. Ainda criança foi com a família morar na cidade de Palmeiras,de lá foram para Parnaíba e em seguida foram para Teresina,onde reside até hoje. Poeta regionalista dos mais festejados,autor de vários poemas cantados por todo nordeste brasileiro,tem aquela verse contagiante de Catulo da Paixão Cearense e o lirismo fascinante e simples de Hermínio Castelo Branco. Foi no contato com a natureza que descobriu sua poesia durante as pescarias nos rios Parnaíba e Poty ou nas caçadas nas noites de enluaradas na caatinga.Constituía tudo isso em pano de fundo para que nos jogos sutis do raciocínio aflorasse a espontânea,habilidosa e atraente poesia,na linguagem expressiva do homem do campo. Na conclusão dos versos,observa-se a eficácia de estilo próprio,fruto de criação inata,que da escola da vida o tornou autodidata.
Da mágica e do improviso,sua poesia brotava,celebrizando o folclore de sua região: Vosmincê, doutô, conhece,
Ou já viu falá no nome Desse bicho qui aparece
Nos camim quando anoitece,
Qui se chama lubisome" ?!
Nesse cantarolar de estrofes e versos , herdeiro de vocações do homem sertanejo , traduz a expressão ingênua e resignada do sofrido homem do campo, que para amenizar as agruras da vida, carrega no bornal da esperança o terço da fé:" E o mais triste, seu doutô
Pra nóis pobe fregelado
Si acabando aqui e ali,
É si sê fíi dum Brasi,
Dum Brasi civilizado,Dum Brasi riligioso
Dum Brasi de tanto nome
Dum Brasi tão rico e forte
Dêrna o Su até no Norte
E morrê gente de fome !!!A poesia de Hermes brotava nessas circuntâncias,que na visão dos acadêmicos,como J.Miguel de Matos,é " a maior expressão da poesia folclorica do Piaui". Arimatéia Tito Filho fez análise aprofundada do lirismo de Hermes Vieira quando disse" (...) abrangendo aspectos da vida e da natureza,psicologia das gentes,bichos,episódios amorosos e trágicos,cerimônias,amores escondidos,mitos,lendas,supertições,doenças,músicas e anedotas". O professor Josias Clarence Carneiro da Silva também reconheceu a poética: "... o mundo fantasioso de Hermes Vieira é uma colcha de retalhos da vida campestre..." . O professor e escritor Nineas Santos,quando na apresentação do livro PIAUI SERTÃO,desse poeta decantado,fez uma sintese da obra em verso:
Quem já viveu no sertão
Ao ler os versos de Hermes,
Sente brotar emoção
Calada, adormecida,
Nas brenhas do coração."
O poeta e professor piauiense,residente em Fortaleza,Gerardo Carvalho Frota(Pardal),em versos saudou o inesquecivel poeta:
"Fiquei muito impressionado
Quando li Hermes Vieira
É um poeta popular
Que traz em si a verdadeira
E a mais legítima expressão
Cravada neste Sertão
De uma cultura altaneira.
Eu com seu conterrâneo
Me sinto muito orgulhoso
Pena que pessoalmente
Eu não tive o precioso
Prazer de ter conhecido
Hermes Vieira e sentido
Seu poetar valioso
Como aqui no Ceará
Tem a voz do Patativa
No Piauí também tem
Uma voz forte e ativa
Que cantou a vida inteira
O poeta Hermes Vieira
Que se manterá bem viva...
Quando li Hermes Vieira
É um poeta popular
Que traz em si a verdadeira
E a mais legítima expressão
Cravada neste Sertão
De uma cultura altaneira.
Eu com seu conterrâneo
Me sinto muito orgulhoso
Pena que pessoalmente
Eu não tive o precioso
Prazer de ter conhecido
Hermes Vieira e sentido
Seu poetar valioso
Como aqui no Ceará
Tem a voz do Patativa
No Piauí também tem
Uma voz forte e ativa
Que cantou a vida inteira
O poeta Hermes Vieira
Que se manterá bem viva...
Trovador da Roça
Eu sou fio do alto do sertão
Fui vaquêro e tombém fui caçadôr.
Na viola, chorando no meu peito,
No terrêro, ao luá, fui trovadô.
Muitos tôros bravio na caatinga
Com o aboio sereno eu dominei;
Muitos brabo e rebelde coração,
Na viola, ao luá, eu conquista.
Muitos tigre valente, na floresta;
Abati cum certêra pontaria;
Muitas fera de saia de argudão
Dominei cum as minhas canturia.
Té qui um dia, caçando num forró,
Atirei bem no zói de meu afeto;
Desse tiro hoje vejo im meu redó
Quinze fio e noventa e nove neto.
Fui vaquêro e tombém fui caçadôr.
Na viola, chorando no meu peito,
No terrêro, ao luá, fui trovadô.
Muitos tôros bravio na caatinga
Com o aboio sereno eu dominei;
Muitos brabo e rebelde coração,
Na viola, ao luá, eu conquista.
Muitos tigre valente, na floresta;
Abati cum certêra pontaria;
Muitas fera de saia de argudão
Dominei cum as minhas canturia.
Té qui um dia, caçando num forró,
Atirei bem no zói de meu afeto;
Desse tiro hoje vejo im meu redó
Quinze fio e noventa e nove neto.
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