Foto Manoel Ailton Rodrigues
PENITENTES DO SÃO TOMÉ
São Tomé,é uma comunidade quilombola,situada a 90 kms da sede do município de Campo Formoso,norte do estado da Bahia. É neste povoado que durante a Semana Santa,onde segundo a tradição judaico-cristão começa o sofrimento e martírio de Cristo. No São Tomé um grupo de homens simples há décadas seguem à risca a penitência da dor e sofrimento,na própria carne. Num gesto de remissão perante os pecados do mundo dos homens e, ainda aplacar as agruras de Jesus diante do seu calvário. Discretos nas suas estranhas ritualísticas religiosas,eles são bastantes conhecidos. Frequentadores do próprio imaginário popular dos pobres mortais do São Tomé.Conhecidos como seres lendários e quase mitológicos.Mas não pela identidade dos seus integrantes,mas pela existência das suas manifestações,que remontam a décadas. Pertencentes à ordem da Santa Cruz fundada na Itália no século XII por São Francisco;os adeptos da chamada igreja rural laica primitiva conhecidos por uma expressão quase mitológica de " Penitentes ".Estas manifestações ganharam força com o padre Ibiapina ,padre Cicero e Frei Damião. Estranha e Inusitada para os padrões da pós-modernidade o sertanejo conseguir que em pleno século XXI encarnar no corpo e na alma essa crença. Detentores de uma fé inabalável e incodicional ante o sagrado,por isso mesmo revestida de muita entrega e doação espiritual.Prática que,segundo relatos históricos,é originária da idade média nos mosteiros do continente europeu. Os penitentes,trata-se,portanto ,de uma tradição religiosa que por muito tempo marcou profundamente a história do sertanejo e nordestino.E que infelizmente agora,corre sério risco de desaparecer para sempre.Uma manifestação hermética e popular que compõe o cenário da nossa cultura popular.
Manifestações culturais mítico-religiosas permeiam o imaginário popular e contribuem para que as novas gerações conheçam e valorizem a história da humanidade. Destaco como exemplo o ritual dos penitentes, oriundo da Idade Média europeia, que atravessou o Atlântico, servindo de alento e conforto aos homens simples do sertão que acreditam dever sentir na carne a dor e o preço dos seus pecados.
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