terça-feira, 15 de junho de 2010
O MASSACRE DA PEDRA DO REINO
PARTE 2
William Veras de Queiroz 2010 D.C -São José do Rio Piranhas-Paraíba.
PARTE 2
A prolongada estiagem castigava o Sertão Central de Pernambuco. O Reino de Dom João Antonio,estava com os dias marcados.O sofrido sertanejo mais uma vez foi buscar no campo mistico respostas e soluções para os problemas do cotidiano,o tal dia da redenção daquela gente parecia distante e a impaciencia tomava conta daquele reinado,Dom João,que circulava entre seus súditos com uma corôa feita de cipó,encontrou na beberagem, um chá a base de manacá com jurema,um é raiz; e a outra erva,ambos,fortes alucinógenos,servidas durante as cerimônias por João Ferreira,o herdeiro do trono, a paz que a inquietude daquela gente reclamava. O Rei continuava prometendo o chão sagrado do semi-árido sem pobreza,a comunidade vivia nos moldes socialista,onde todos produziam para coletividade.Nos domingos, realizavam-se casamentos,oficializados pelo bispo frei Simão,investido pelo próprio "rei" e depois todos eram obrigados a ouvirem as pregações do "soberano, que dizia que em sonho Dom Sebastião" tinha dito que somente regando as pedras com sangue humano é que ele desencantaría junto com seu reinado e sua catedral. Só assim todos ficariam ricos e todos pretos se tornaríam brancos e velhos tornaríam jovens novamente. E todos que tivessem morridos no sacrificio pelo reino,retornariam ricos,belos e imortais.Com a pressão externa da igreja Católica,fazendeiros e da sociedade, e mais uma vez Dom João Antonio foi convencido pelo Padre Francisco José Correia de Albuquerque a deixar aquela loucura e assim o "rei " atendeu o apelo do Padre e partiu, passando a coroa de rei para seu cunhado João Ferreira, que se torna o mais fanático e cruel rei da pedra bonita. E assim, em 14 de maio de 1838, João Ferreira informou que a noite tivera com Dom Sebastião e este estava muito triste com todos por não realizarem sacrificios para a restauração do seu reino(com muito sangue de humanos e animais tingidos sobre as pedras,caso contrário jamais ressucitaría).O clima de desconfiança era geral entre aqueles miseraveis,que tinham deixado tudo para traz na esperança de uma vida melhor e que agora teriam que pagar com a própria vida o custo de ter uma prosperidade futura e desconhecida,dias de tensão e silêncio habitaram por aquelas terras da velha comarca de vila bela.
William Veras de Queiroz 2010 D.C -São José do Rio Piranhas-Paraíba.
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