terça-feira, 17 de julho de 2018

'Onde Nascem os Fortes': O Sertão do pernambucano George Moura



Recifense está por trás da supersérie da Globo gravada na capital pernambucana e no interior da Paraíba,que chegou ao fim nesta segunda(16),na TV Globo.

O autor pernambucano George Moura escreve a supersérie 'Onde Nasce os Fortes'. / Foto: Estevam Avellar/TV Globo
O autor pernambucano George Moura escreve a supersérie 'Onde Nasce os Fortes'.
Foto: Estevam Avellar/TV Globo

Robson Gomes
Todos os dias, o dramaturgo pernambucano George Moura, de 54 anos, acordava religiosamente às 6 da manhã. Após o café, ele chegava em seu escritório no Rio de Janeiro às 7h30 para dar prosseguimento ao novo mundo de sonhos que, se passava na cidade fictícia de Sertão, onde foi ambientada boa parte da  supersérie da TV Globo,Onde Nascem os Fortes, que ele escreveu junto com Sérgio Goldenberg, trazendo na direção a colaboração do conterrâneo Walter Carvalho e a direção artística de José Luiz Villamarim.
O próprio autor pernambucano explicou um pouco do enredo de sua  produção: “É a história de dois irmãos que viviam no Recife, e gostavam de esportes radicais. Maria (Alice Wegmann) e Nonato (Marco Pigossi) viviam com a mãe Cássia (Patricia Pillar), e eles foram para o Sertão – uma cidade imaginária – em busca de novas trilhas. A mãe não gostava da ideia porque é lá onde ela nasceu e para onde não voltava há mais de 20 anos. Ela nunca explicou a eles, por mais que perguntassem, o porquê de não retornar. Mas eles vão mesmo assim e Maria encontra Hermano (Gabriel Leone), se apaixonam e, de repente, Nonato desaparece”.
O sumiço do personagem de Marco Pigossi, segundo Moura, é o que  movimentou toda a trama. “Maria foi buscar, através dos caminhos legais (polícia, justiça), saber onde ele estava, mas não  conseguiu informações. Então, a vida dela e de Cássia – que quando fica sabendo vai para Sertão – a vida do Hermano e de todas as outras pessoas  se transformaram em função desse desaparecimento. Esse foi o grande ponto de partida”.
Gravada desde outubro de 2017 no Sertão da Paraíba, Recife só sediou dois dias de gravação para as cenas iniciais e flashbacks dos irmãos. As sequências da capital pernambucana foram captadas na semana passada, no Píer Brennand e na Rua da Aurora, e o autor justifica (como se precisasse) o porquê de escolher sua terra natal como um dos cenários reais da trama.
“Eu sou do Recife! (risos) Então, inevitavelmente, tem um ditado que diz: ‘Se você quer se comunicar com o mundo, você tem que ir à sua aldeia’. E embora eu esteja há mais de 20 anos fora do Recife, as histórias que eu conto dialogam com o lugar de onde eu vim. Porque, do ponto de vista afetivo e simbólico, eu tenho uma relação muito forte com essa cidade, e não só com ela, mas também com seus artistas, poetas como João Cabral, Carlos Pena Filho, Manuel Bandeira – que são pessoas que despertaram em mim a paixão pela palavra. Então Recife é importante nesse sentido”, reforça.
 Foram 53 capítulos, numa jornada de 13 semanas. É um volume de história muito grande. Então eu, junto com o Sérgio Goldenberg, temos uma maneira de contar o enredo com poucos personagens, de oito a dez, apenas. Com isso, o grande desafio é verticalizar o drama deles. Eles foram se revelando aos poucos, interagindo com os outros aos poucos, ganhando mais colorido e profundidade. Então, do ponto de vista da narrativa da televisão, é o trabalho mais vertical que eu enfrentei até hoje”, explica.

TRAJETÓRIA

Com sucessos na TV como as séries O Canto da Sereia (2013),Amores Roubados (2014) e a novela O Rebu (2014), o autor garante não pensar diretamente em elenco para as suas produções. “Eu quando escrevo, diferente de outros autores, eu não escrevo para ator. Eu escrevo para o personagem, que precisa fazer sentido dentro daquela história que a gente sonha e deseja narrar”, ressalta.
Com toda a correria do seu dia-a-dia, onde trabalhou com Onde Nasce os Fortes de seis a sete dias por semana, George Moura diz que conceber uma produção como esta é um misto de angústia e prazer, mas a recompensa é maior: “Meu horizonte foi o horizonte do Sertão. Onde fiquei  concentrado e vivendo os últimos meses da minha vida 24 horas por dia”.


Fonte; JC online

Nenhum comentário:

Postar um comentário