Paraibano de Alagoa Grande, Jackson nasceu em 31 de agosto de 1919, no Engenho Tanques, com o nome de José Gomes Filho. Ele era filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão. Através dela Jackson começou a tomar gosto pelo ritmo como tocador de zabumba. Após a morte do pai, José Gomes, no início dos anos 30, a família decide mudar-se para Campina Grande. A pé, Flora e três filhos. José (Jackson), Severina e João, vão tentar uma nova vida, após quatro dias de viagem.
Em Campina Grande, Jackson trabalhou como engraxate, ajudante de padaria e nas noites, tocava no Casino Eldorado, sua madrinha artística, a qual foi homenageada na música Forró em Campina. Na feira central de Campina, conviveu com artistas populares, como coquistas e violeiros. Seu nome artístico originou-se das brincadeiras de criança, ainda em Alagoa Grande, dos filmes de faroeste, no tempo do cinema mudo, onde se autodenominava Jack, inspirado em Jack Perry, artista dos referidos filmes. O apelido pegou, e em Campina Grande, após iniciar como pandeirista ficou conhecido como Jack do Pandeiro, e passando a acompanhar artistas da terra. Mudou-se para João Pessoa nos anos 40 e continuou sua vida de músico tocando em boates e cabarés, sendo, logo a seguir contratado pela Rádio Tabajara para atuar na orquestra daquela emissora, sob a batuta do maestro Nozinho. Quando o maestro Nozinho foi contratado para a Rádio Jornal Comércio-Recife, levou alguns membros da orquestra Tabajara, entre eles Jackson do Pandeiro. Portanto Jackson já chegou em Recife formado no mundo dos ritmos, pois em Campina Grande e João Pessoa entre os anos 30 e 48 passou por zabumba, bateria, bongô, até chegar profissionalmente ao pandeiro.
Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry.[3] A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado.
Somente em 1953, com trinta e cinco anos, Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: "Forró em Limoeiro", rojão composto por Edgar Ferreira.
Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Albuquerque,[1] com quem se casou em 1956, vivendo com ela até 1967. Depois de doze anos de convivência, Jackson e Almira se separaram e ele se casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, com quem viveu até seus últimos dias de vida.
No Rio de Janeiro, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana" e "Um a Um". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval.
O fato de ter tocado tanto tempo no Casino Eldorado aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele. [4] Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino. Sua discografia compreende mais de 30 álbuns lançados no formatoLP. Desde sua primeira gravação, "Forró em Limoeiro", em 1953, até o último álbum, "Isso é que é Forró!", de 1981, foram 29 anos de carreira artística, tendo passado por inúmeras gravadoras.
Morte
Durante excursão empreendida pelo país, Jackson do Pandeiro que era diabético desde os anos 60, morreu aos 62 anos, em 10 de julho de 1982, na cidade deBrasília, em decorrência de complicações de embolia pulmonar e cerebral. Ele tinha participado de um show na cidade uma semana antes e no dia seguinte passou mal no aeroporto antes de embarcar para o Rio de Janeiro. Ele ficou internado na Casa de Saúde Santa Lúcia. Foi enterrado em 11 de julho de 1982 no Cemitério do Cajú, na cidade do Rio de Janeiro, com a presença de músicos e compositores populares, sem a presença de nenhum medalhão da MPB. Hoje seus restos mortais se encontram na sua terra natal (Alagoa Grande) localizado não no cemitério local, mas sim em um memorial preparado em sua homenagem pelo povo alagoagrandense.
“ | Na minha opinião existem duas escolas de canto no Brasil: a de João Gilberto e a de Jackson do Pandeiro. | ” |
Sucessos
- Forró em Limoeiro, Edgar Ferreira (1953)
- Sebastiana, Rosil Cavalcanti (1953)
- A mulher do Aníbal, Genival Macedo e Nestor de Paula (1954)
- Vou gargalhar, Edgar Ferreira (1954)
- Xote de Copacabana, Jackson do Pandeiro (1954)
- Cabo Tenório, Rosil Cavalcanti (1954)
- Um a um, Edgar Ferreira (1954)
- Coco do Norte, Rosil Cavalcanti (1955)
- Forró em Caruaru, Zé Dantas (1955)
- Cremilda, Edgar Ferreira (1955)
- Ele disse, Edgar Ferreira (1956)
- O canto da ema, de João do Vale, Ayres Viana e Alventino Cavalcanti (1956)
- Rosa, Ruy de Moraes e Silva (1956 )
- Falso toureiro, José Gomes e Heleno Clemente (1956)
- Cumpadre João, Jackson do Pandeiro e Rosil Cavalcanti (1958)
- Dezessete na corrente, Edgar Ferreira e Manoel Firmino Alves (1958)
- Cantiga do sapo, Buco do Pandeiro e Jackson do Pandeiro (1959)
- Casaca-de-couro, Ruy de Moraes e Silva (1959)
- Chiclete com Banana, Almira Castilho e Gordurinha (1959)
- Lágrima, Jackson do Pandeiro, José Garcia e Sebastião Nunes (1959)
- Forró de Surubim, Antônio Barros e José Batista (1959)
- Velho gagá, Almira Castilho e Paulo Gracindo (1961)
- Como tem Zé na Paraíba, Catulo de Paula e Manezinho Araújo (1962)
- Samba do birim bim bim, Barbosa da Silva e Paulinho (1964)
- Bodocongó, de Humberto Teixeira e Cícero Nunes (1966)
- Sina de cigarra, Delmiro Ramos e Jackson do Pandeiro (1972)
- Chuchu beleza, João Silva e Raymundo Evangelista (1973)
Discografia[editar | editar código-fonte]
- 1955: Jackson do Pandeiro - Gravadora: Copacabana
- 1956: Forró do Jackson - Gravadora: Copacabana
- 1957: Jackson e Almira - Os Donos do Ritmo - Gravadora: Copacabana
- 1958: Forró do Jackson (1ª coletânea) - Gravadora: Copacabana
- 1959: Jackson do Pandeiro - Gravadora: Columbia
- 1960: Sua Majestade - o Rei do Ritmo (2º Coletânea) - Gravadora: Copacabana
- 1960: Cantando de Norte a Sul - Gravadora: Philips
- 1961: Ritmo, Melodia e a Personalidade de Jackson do Pandeiro - Gravadora: Philips
- 1961: Mais Ritmo - Gravadora: Philips
- 1962: A Alegria da Casa - Jackson do Pandeiro e Almira - Gravadora: Philips
- 1962: ...É Batucada! - Com Jackson do Pandeiro e Almira e o Ritmo Empolgante dos "Ries da Batucada" - Gravadora: Philips
- 1962: O Melhor de Jackson do Pandeiro (3ª coletânea) - Gravadora: CBS
- 1963: Caminho da roça - Jackson do Pandeiro, Almira e Zé Calixto - Gravadora: Philips
- 1963: Forró do Zé Lagoa - Gravadora: Philips
- 1964: Tem Jabaculê - Gravadora: Philips
- 1964: Coisas Nossas - Gravadora: Philips
- 1964: São João no Brejo - Jackson do Pandeiro e Almira, Alventino Cavalcanti, Zé Calixto e Borrachinha - Gravadora: Philips
- 1965: ...E Vamos Nós! - Gravadora: Philips
- 1965: São João no Brejo nº 2 Jackson do Pandeiro e Almira, Alventino Cavalcanti, Zé Calixto e Borrachinha - Gravadora: Philips
- 1966: O Cabra da Peste - Gravadora: Continental
- 1966: Os grandes sucesso de Jackson do Pandeiro (4ª coletânea) - Gravadora: Fantasia
- 1967: A Braza do Norte - Gravadora: Cantagalo
- 1968: Jackson do Pandeiro (5ª coletânea) - Gravadora: Philips
- 1970: Aqui Tô Eu - Gravadora: Philips
- 1971: Jackson do Pandeiro - Série Autógrafo de sucesso (6ª coletânea) - Gravadora: Fontana/Phonogram
- 1971: O Dono do Forró - Gravadora: CBS
- 1972: Sina de Cigarra - Gravadora: CBS
- 1973: Tem Mulher, Tô Lá - Gravadora: CBS
- 1974: Nossas Raízes - Gravadora: Alvorada/Chantecler
- 1975: Os grandes sucessos de Jackson do Pandeiro (7ª coletânea) - Gravadora: Tropicana/CBS
- 1975: A Tuba da Muié - Jackson do Pandeiro e seu conjunto - Gravadora: Alvorada/Chantecler
- 1976: Mutirão - Gravadora: Chantecler/Alvorada
- 1976: É Sucesso - Gravadora: Tropicana/CBS
- 1977: Um Nordestino Alegre - Gravadora: Chantecler/Alvorada
- 1978: Alegria Minha Gente - Gravadora: Chantecler/Alvorada
- 1980: São João Autêntico de Jackson do Pandeiro (8ª coletânea) - Gravadora: Sinter/Polygram
- 1981: O melhor de Jackson do Pandeiro (9ª coletânea) - Gravadora: Chantecler
- 1981: Isso é que é Forró! - Gravadora: Polifar/Polygram
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