BLOCO DA SAUDADE
O Bloco da Saudade, um dos mais tradicionais blocos líricos do carnaval pernambucano, foi criado em 1973, tendo como idealizador intelectual e estético, Antonio José (Zoca) Madureira e o jornalista Marcelo Varella. Nasceu de uma brincadeira entre amigos e a partir de uma marcha carnavalesca composta por Edgard Moraes, em 1962, intitulada Valores do passado, que pretendia reviver carnavais do início do século XX. Os ensaios até a mudança de Zoca para Campina Grande, na Paraíba, eram realizados no quintal da casa dele e de Sevy Madureira com quem era casado. No local, já aconteciam os ensaios do Quinteto Armorial, grupo musical ligado ao Movimento Armorial, no qual Zoca era violonista. No carnaval de 1974, o Bloco da Saudade, com pouco mais de vinte pessoas, saiu à rua, passando antes na casa de Edgard Moraes para homenageá-lo. Entoavam a música Valores do passado que, com a devida autorização do autor, passou a ser o hino do Bloco. A partir daquele ano, era compromisso do bloco passar sempre na casa de Edgard Moraes antes do seu desfile Para que um bloco saia no carnaval é necessário todo um trabalho de administração e organização nos bastidores. Assim, para colocar o Bloco da Saudade na rua foi preciso montar uma orquestra e ter como pagá-la, confeccionar as fantasias, planejar o itinerário, ensaiar um coral. Nos primeiros anos, Sevy Madureira foi a responsável pela administração geral da agremiação. Providenciava o lanche para os acertos de marcha ou ensaios do Bloco, realizados na sua residência, além dos pagamentos das despesas e confecção das fantasias. Em 1976, juntaram-se à orquestra do Bloco da Saudade músicos instrumentistas como Antonio Jaime, Narciso do Banjo, João do Cavaco e Emiliano Araújo, que durante muito tempo deram suporte à orquestra, sob a direção musical de Zoca Madureira. A ordem dos componentes do Bloco nos desfiles era a seguinte: as crianças vinham na frente, seguidas pelas mulheres, depois os homens e por último a orquestra. O Bloco desfilava pelo centro do Recife: Praça Maciel Pinheiro, Rua da Imperatriz, Rua Nova, Pátio de São Pedro e visitava a casa de Badia, no Pátio do Terço. Seu itinerário abrangia ainda os bairros do Cordeiro, Água Fria, Várzea, Afogados, Casa Forte e também a vizinha cidade de Olinda. No início, utilizou-se muito o “assalto”, uma antiga tradição de blocos carnavalescos. Consistia em fazer visitas a diversas residências, cujos proprietários ofereciam bebidas e comidas aos participantes do Bloco. A organização fazia antecipadamente um levantamento de quem poderia ser “assaltado” e definia os locais onde o bloco deveria passar. Para a locomoção dos foliões alugou-se um caminhão e posteriormente um ônibus. Devido ao constante crescimento do Bloco, era preciso aumentar os recursos para bancar as despesas. Criou-se então o chamado livro de ouro, onde se homenageava as pessoas que contribuíam para a agremiação. Também eram realizadas rifas e vendiam-se discos para financiar o Bloco, uma vez que as doações dos membros não eram suficientes. Um short vermelho ou azul e uma camisa branca, com o nome da agremiação foi a fantasia apresentada pelo bloco no seu primeiro desfile pelas ruas do Recife e Olinda. O primeiro estandarte era em cetim vermelho, trazendo o nome do bloco e uma lágrima embaixo. Em 1977, foi confeccionado um outro, em cetim azul. Como, em sendo um bloco, deveria ter um flabelo ou abre-alas, e não um estandarte, o grupo, alertado sobre o equívoco, mandou confeccionar a peça que é sua marca registrada até hoje: uma máscara azul e vermelha com uma lágrima prata. Os blocos carnavalescos, de uma maneira geral, realizam seus acertos de marcha próximo ao período do carnaval. Os eventos servem como ensaios para repassar todo o repertório musical com a orquestra e o coral e arrecadar recursos para bancar as despesas do bloco. Os cinco acertos de marcha ou ensaios realizados pelo Bloco da Saudade são bastante concorridos. É uma das prévias carnavalescas mais importantes da cidade. Milhares de foliões comparecem para cantar frevos-de-bloco e canções que relembram antigos carnavais e celebram as belezas do Recife. O público é bastante variado e a grande maioria já conhece as músicas. Os que ainda não sabem podem aprendê-las comprando os livrinhos que são vendidos com todo o repertório do Bloco. Durante muito tempo os ensaios foram realizados no salão da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), no Recife. A partir de 2006, estão acontecendo nos salões do Clube Náutico Capibaribe, no bairro dos Aflitos. O último ensaio é o conhecido e concorrido Baile do Bloco da Saudade, que conta com a participação de diversos artistas, membros de outras agremiações convidadas, além da já tradicional apresentação de Claudionor Germano, hoje também conta com o compositor Getúlio Cavalcanti, que se tornou o cantor oficial do Bloco da Saudade, considerado um dos mais populares intérpretes da música carnavalesca de Pernambuco. Em janeiro de 2008, foi realizada no Serviço Social do Comércio (Sesc), no bairro de Santa Rita, no Recife, a mostra História do Bloco da Saudade, reunindo fotografias, fantasias, troféus e reportagens de jornais, para marcar os 35 anos da agremiação.
O Bloco da Saudade, um dos mais tradicionais blocos líricos do carnaval pernambucano, foi criado em 1973, tendo como idealizador intelectual e estético, Antonio José (Zoca) Madureira e o jornalista Marcelo Varella. Nasceu de uma brincadeira entre amigos e a partir de uma marcha carnavalesca composta por Edgard Moraes, em 1962, intitulada Valores do passado, que pretendia reviver carnavais do início do século XX. Os ensaios até a mudança de Zoca para Campina Grande, na Paraíba, eram realizados no quintal da casa dele e de Sevy Madureira com quem era casado. No local, já aconteciam os ensaios do Quinteto Armorial, grupo musical ligado ao Movimento Armorial, no qual Zoca era violonista. No carnaval de 1974, o Bloco da Saudade, com pouco mais de vinte pessoas, saiu à rua, passando antes na casa de Edgard Moraes para homenageá-lo. Entoavam a música Valores do passado que, com a devida autorização do autor, passou a ser o hino do Bloco. A partir daquele ano, era compromisso do bloco passar sempre na casa de Edgard Moraes antes do seu desfile Para que um bloco saia no carnaval é necessário todo um trabalho de administração e organização nos bastidores. Assim, para colocar o Bloco da Saudade na rua foi preciso montar uma orquestra e ter como pagá-la, confeccionar as fantasias, planejar o itinerário, ensaiar um coral. Nos primeiros anos, Sevy Madureira foi a responsável pela administração geral da agremiação. Providenciava o lanche para os acertos de marcha ou ensaios do Bloco, realizados na sua residência, além dos pagamentos das despesas e confecção das fantasias. Em 1976, juntaram-se à orquestra do Bloco da Saudade músicos instrumentistas como Antonio Jaime, Narciso do Banjo, João do Cavaco e Emiliano Araújo, que durante muito tempo deram suporte à orquestra, sob a direção musical de Zoca Madureira. A ordem dos componentes do Bloco nos desfiles era a seguinte: as crianças vinham na frente, seguidas pelas mulheres, depois os homens e por último a orquestra. O Bloco desfilava pelo centro do Recife: Praça Maciel Pinheiro, Rua da Imperatriz, Rua Nova, Pátio de São Pedro e visitava a casa de Badia, no Pátio do Terço. Seu itinerário abrangia ainda os bairros do Cordeiro, Água Fria, Várzea, Afogados, Casa Forte e também a vizinha cidade de Olinda. No início, utilizou-se muito o “assalto”, uma antiga tradição de blocos carnavalescos. Consistia em fazer visitas a diversas residências, cujos proprietários ofereciam bebidas e comidas aos participantes do Bloco. A organização fazia antecipadamente um levantamento de quem poderia ser “assaltado” e definia os locais onde o bloco deveria passar. Para a locomoção dos foliões alugou-se um caminhão e posteriormente um ônibus. Devido ao constante crescimento do Bloco, era preciso aumentar os recursos para bancar as despesas. Criou-se então o chamado livro de ouro, onde se homenageava as pessoas que contribuíam para a agremiação. Também eram realizadas rifas e vendiam-se discos para financiar o Bloco, uma vez que as doações dos membros não eram suficientes. Um short vermelho ou azul e uma camisa branca, com o nome da agremiação foi a fantasia apresentada pelo bloco no seu primeiro desfile pelas ruas do Recife e Olinda. O primeiro estandarte era em cetim vermelho, trazendo o nome do bloco e uma lágrima embaixo. Em 1977, foi confeccionado um outro, em cetim azul. Como, em sendo um bloco, deveria ter um flabelo ou abre-alas, e não um estandarte, o grupo, alertado sobre o equívoco, mandou confeccionar a peça que é sua marca registrada até hoje: uma máscara azul e vermelha com uma lágrima prata. Os blocos carnavalescos, de uma maneira geral, realizam seus acertos de marcha próximo ao período do carnaval. Os eventos servem como ensaios para repassar todo o repertório musical com a orquestra e o coral e arrecadar recursos para bancar as despesas do bloco. Os cinco acertos de marcha ou ensaios realizados pelo Bloco da Saudade são bastante concorridos. É uma das prévias carnavalescas mais importantes da cidade. Milhares de foliões comparecem para cantar frevos-de-bloco e canções que relembram antigos carnavais e celebram as belezas do Recife. O público é bastante variado e a grande maioria já conhece as músicas. Os que ainda não sabem podem aprendê-las comprando os livrinhos que são vendidos com todo o repertório do Bloco. Durante muito tempo os ensaios foram realizados no salão da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), no Recife. A partir de 2006, estão acontecendo nos salões do Clube Náutico Capibaribe, no bairro dos Aflitos. O último ensaio é o conhecido e concorrido Baile do Bloco da Saudade, que conta com a participação de diversos artistas, membros de outras agremiações convidadas, além da já tradicional apresentação de Claudionor Germano, hoje também conta com o compositor Getúlio Cavalcanti, que se tornou o cantor oficial do Bloco da Saudade, considerado um dos mais populares intérpretes da música carnavalesca de Pernambuco. Em janeiro de 2008, foi realizada no Serviço Social do Comércio (Sesc), no bairro de Santa Rita, no Recife, a mostra História do Bloco da Saudade, reunindo fotografias, fantasias, troféus e reportagens de jornais, para marcar os 35 anos da agremiação.
Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco
Nenhum comentário:
Postar um comentário