sábado, 30 de outubro de 2010


ZÉ DO MESTRE  E O LEGADO DO COURO

Sob uma atmosfera ressequida no sertão,quando o semi-árido nordestino conviveu com um dos mais drástico ciclo de estiagem, num dia distante, do ano de 1932,nascia num berço pobre do sitio Cacimbinha,zona rural de Salgueiro,o menino José Luiz Barboza. A história deste cidadão se confunde com a de todo sertanejo. Logo cedo o menino Zé,enfrentou as adversidades do universo caatingueiro, e assim, o seu sol nascia mais cedo para as atividades da roça e com o gado. Vaqueiro nato,ele  aboiava as agruras do seu tempo.Herdou do velho pai, Mestre Luiz,como era conhecido na ribeira da Cacimbinha, o oficio da arte no couro e do curtume,legado que agora transfere para Irineu Barbosa,um dos seus rebentos. Zé do Mestre se especializou na confecção de peças da indumentária do vaqueiro,tornou-se um dos mais conhecido artesão de Pernambuco, vive numa luta constante pela preservação da arte e da própria existência do vaqueiro. Com 77 anos de idade,dos quais 72 dedicado ao oficio,ele  produziu mais de três mil indumentárias,muitas delas para Luiz Gonzaga(rei do baião),alguns presidentes da república,rei Juan Carlos ,da Espanha,cantores e artistas famosos e tem peças expostas em galerias de artes e no museu Missionário,no Vaticano. Na sua  casa,a 14 kms de Salgueiro, plantou uma pedra pontiaguda no quintal,que segundo ele,  representa Mestre Luiz, o patriarca dos Barboza,sobre o olhar distante de uma imponente baraúna. Zé do Mestre é um ambientalista,conhecedor da fauna e da flora da caatinga como poucos,sábio e de visão futurista sua casa no sitio cacimbinha é muito frequentado por pesquisadores,alunos e curiosos da região pelo fato de possuir uma biblioteca com 1200kg de livros especificos e raros,doados por um empresário,que atendeu o pedido de Zé do Mestre que não teve oportunidade de estudar. Com a escassez de encomenda de  peças para vaqueiros,ele direcionou seu trabalho a miniaturas,onde é vendindo em Caruarú e na feira de Salgueiro. Ele está sendo homenageado numa exposição audivisual " O Sertão de Zé do Mestre"sobre sua obra e sua arte no Memorial do Couro ,em Salgueiro. A exposição vai passar por Petrolina,Serra Talhada e Gravatá. A exposição foi dividida em quatro ambientes. No primeiro,os visitantes serão apresentados a uma reinterpretação museológica  do ambiente da caatinga. Na segunda sala,aparece o registro do processo de  criação da indumentparia de couro,realizada pelo fotgrafo Josivan Rodrigues. Já no terceiro ambiente,o foco se desloca para o vaqueiro,sua fé e uso,como proteção  contra a vegetação de caatinga,do traje que o caracteriza. Por fim o quarto espaço traz um olhar sobre a vida cotidiana de zé do mestre,que é mostrado junto à sua  familia. A produção e direção da mostra pe de Alice Chitunda. a exposição tem o apoio da Secretaria municipal de Cultura,Funcultura,projeto do pesquisador do artesanato Ticiano Arraes. A exposição ficará até o dia 9 de novembro,no Memorial do Couro.

William Veras de Queiroz 2010 D.C -Santo Antonio do Salgueiro-PE.      

quinta-feira, 28 de outubro de 2010


JOÃO DO MORRO,E O TELEFONE CONFISCADO

João, o sociólogo do cotidiano brasileiro,o antropólogo da periféria. Há cinco carnavais atrás,ele ganhava a vida como açougueiro. Malandro sangue bom,com sua ginga e tiradas bem humorada, sambista carismático e irreverente, caiu na graça da galera descolada da manguecéia.Esse é João Pereira da Silva,30 anos,Pernambucano do Recife,filho de um percussionista da Escola de Samba Galeria do Ritmo,onde aos 14 anos deu os primeiros passos na bateria mirim da escola de samba da comunidade  onde nasceu e vive até hoje Ele desceu o  Morro da Conceição e levou seu som para o asfalto,João é dono de uma visão única e irreverente acerca dos habitos sociais  que o cercam,a um ano formou uma banda "João do Morro e os Cara" e  se tornou cronista da comunidade. Suas letras versam sobre mulheres interessadas em caronas, homossexualidades,alisamento de cabelos,celulares potentes-porém pré pagos,foi assim que se tornou o Rei do Morro,disseminou sua música através de rádios comunitárias e carrocinhas de CDs piratas. Assim,João do Morro Ganhou fama e  virou até personagem de um curta. No Inicio de Novembro,ele desembarca no Rio de Janeiro para participar do Festival Audiovisual Visões Periféricas 2010, onde o documentário " DO MORRO",dirigido por  Rafael Montenegro vai passar na mostra competitiva. Comemorando cinco anos de carreira,ele acaba de lançar na internet sua mais nova canção,Telefone Confiscado.

William Veras de Queiroz 2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE

quarta-feira, 20 de outubro de 2010




CEGO  ZÉ OLIVEIRA E A LUZ DA RABECA


  Zé Oliveira,faz parte de uma estirpes de cegos cantadores que esmolam pelas feiras livres de arruados e pequenas cidades nordestina. Filho de país alagoanos,que como tantos um dia vinheram em devoção ao "Padim Ciço" e não retornaram mais para sua terra. A prole dos Oliveiras aportou no sertão do cariri,em 1904,foram morar no sitio Baixio Verde. Zé Oliveira,foi batizado em Juazeiro do Norte,pelo então paroco local,Cicero Romão Batista. Nasceu cego e na pobreza,muito cedo conheceu o sofrimento.Um  certo dia pediu aos céus,uma luz uma guia para afastar o sofrimento de pedir esmola de porta em porta,e num verdadeiro milagre enxergou a música e a arte para aliviar o sofrimento. No ano de 1929,ganhou de um generoso Tio um presente inesquesivel e  que mais tarde se tornaría   um instrumento de trabalho,uma rabequinha. Dedicou-se ao instrumento,enquanto o único irmão alfabetizado fazia leituras dos versos de romances de cordel e assim Zé ia decorando as quadras , passou mais de 75 "rumance",entre tantos O Romance do Pavão,Princesa Rosa,João de Calais,O Capitão do Navio,Coco verde e Melancia,A peleja de Zé Pretinho com o Cego Aderaldo,O Preguisoso,Zezinho e Mariquinha,Negrão André Cascadura,Juvenal e o Dragão e tantos outros, para os frequentadores das feiras,com a trilha sonora da inseparável rabeca, nessa época viveu num mundo de poesia,apesar do cartão de memória visual está sempre vazio num mundo sem animação e imaginário que povoa a realidade dos cegos. Zé  Oliveira, tocou por muitos tempo nos reisados do vale do cariri,na companhia de um dos filho que era brincante,com a morte do filho perdeu o gosto pelo folguedo e deixou de tocar em reisados.  Era apaixonado pelo som das bandas Cabaçais,resolveu aprender a tocar pifano,  numa certa ocasião tocou um dia e uma noite,mas, a paixão de Oliveira era a rabeca. Com a rabeca fazia cantorias,particpava de festas de casamentos,batizados,renovações de santos,aniversários e em sentinelas,tocando "incelenças". Acredita que as emissoras de rádio ajudaram a minguar a farta agenda  dos   cantadores, diz que hoje só toca em romarias. Já tocou no Rio de Janeiro,São Paulo e Fortaleza,tocou na televisão,e diz que isso atrapalhou a carreira, pois muitos se recusa a dar uma contribuição acreditando que "por ter tocado na televisão o cego está rico". Em 1992,lançou pelo selo Cariri Discos,um LP duplo,Cego Oliveira,Rabeca e Cantoria. Considerado  um patrimônio vivo da cultura Cearense, Zé Oliveira segue a vida num vasto mundo de Privações além da luz dos olhos.

William Veras de Queiroz D.C -2010 - Santo Antonio do Salgueiro-PE.

  

domingo, 17 de outubro de 2010


ORQUESTRA CONTEMPORÂNEA DE OLINDA,PRÁ TCHECO OUVIR...

 O Som da Orquestra Contemporânea de Olinda,desceu a ladeira do amparo na velha marim dos caetés e seguiu os ventos de além-mar e foi mostrar com quantos acordes se faz o novo som da Original Olinda Style. Na República Tcheca, o primeiro álbum do grupo foi para o forno e ganhou nova prensagem e roupagem em formato vinil. Na capa do nosso conhecido CD foi estampado um chique "Latin Grammy Nominee", por aqui,a vibração foi total pela boa receptividade dos Tchecos por uma boa causa,uma música nova e diferenciada . debaixo da linha do Equador o Disco será lançado com pompas e circunstância na Terça do Vinil. No point dos notivagos descolados da Marim,na Bodega do Véio(Rua do amparo,Olinda). Nesta Terça,19,a partir das 19 horas. 

William Veras de Queiroz 2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE.

sábado, 16 de outubro de 2010


CARTA DE DESPEDIDA DE ANTONIO CONSELHEIRO

Arraial do Belo Monte,outubro de 1897

MEU POVO DE BELO MONTE,É CHEGADO O MOMENTO DE ME DESPEDIR DE VÓIS,QUE PENA, QUE SENTIMENTO TÃO VIVO,OCASIONA  ESTA DESPEDIDA EM MINHA ALMA,À VISTA DO MODO BENÉVOLO,GENEROSO E CARIDOSO COMO ME TENDES TRATADO,PENHORANDO-ME ASSIM, BASTANTEMENTE. SÃO ESTES OS TESTEMUNHOS QUE ME FAZEM COMPREENDER QUANTO DOMINA EM VOSSOS CORAÇÕES TÃO BELO SENTIMENTO,COM QUANTO EM ALGUMAS OCASIÕES PROFERI PALAVRAS EXCESSIVAMENTE RIGIDAS COMBATENDO A MALDITA REPÚBLICA,REPREENDENDO OS VICIOS E  MORRENDO O CORAÇÃO E O SANTO TEMOR E AMOR DE DEUS,TODAVIA NUM CONCEBO NUTRIR PELO MINIMO DESEJO DE MACULAR VOSSA REPUTAÇÃO.  ADEUS AVES,ADEUS ÁRVORES,ADEUS CAMPOS. ACEITAI MINHA DESPEDIDA QUE BEM DEMOSTRA AS GRATAS RECORDAÇÕES QUE LEVO DE VÓIS,QUE JAMAIS SE APAGARAM DA LEMBRANÇA DESSE PEREGRINO QUE ASPIRA ANCIOSAMENTE A VOSSA SALVAÇÃO E O BEM DA IGREJA.

Antonio Vicente Mendes Maciel. 

PS- Material sobre o massacre de Canudos,está no arquivo deste blog,materia  de outubro de 2009. CANUDOS, A TRAGÉDIA SERTANEJA

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


CINEASTA CAMILO CAVALCANTE

VAI TER  CINEMA NO SERTÃO

                                                                  O  Cinema vai invadir o Sertão.Alô Serrita,Trindade,Moreilandia,Exu,Bodocó,Cedro,Ouricuri,Araripina e Parnamirim,Levem a pipoca, pois vai ter filme na praça e quem garante é o Projeto Cinema Volante Luar do Sertão,dirigido pelo cinesta Pernambucano Camilo Cavalcante,Funcultura e Governo do Estado. Serão realizadas exibições gratuitas de dez curta-metragens em nove municipios do  Sertão do Araripe e sertão Central.  A Caravana Cinematografica apresentará exibições sempre às 19:00h. Na programação  estão o documentário Ave Maria  ou a mãe dos Sertanejos,do próprio Camilo Cavalcante,que faz um registro poético do imaginário popular do sertão,às 18:00h, quando toca na rádio a Ave Maria Sertaneja. Também tem animação em 3D  Até o sol raiar,dos diretores Fernando Jorge e Leandro Amorim,em que personagens de barro criados por um artesão ganham vida própria e agitam uma pacata vila sertaneja numa noite de festa. Entre os destaques estão a ficção Recife frio,de Kleber Mendonça Filho,que aborda uma estranha mudança climática que faz Recife passar a ser uma cidade fria. e Muro,de Tião. ompletam a programação Miró,preto,pobre,poeta e periférico,de Wilson Freire, O homem da mata,de Antonio Carrilho, Vida Maria,de Marcio Ramos; Terral,de Eduardo Nunes; O Som da luz do trovão,de Petrônio Lorena e Tiago Scorza,e A Canga,de Marcus Vilar. O lançamento do projeto Cinema Volante Luar do Sertão ocorreu em janeiro de 2009,em Serrita durante a oficina de realização audiovisual ministrada por Camilo para a produção do filme Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos. Diante da carência de exibição no sertão de filmes que trazem à tona questões poéticas e instigam o olhar a refletir sobre a realidade do país,o projeto surge como uma alternativa para a circulação de obras significantes da cinematografia nacional.

William Veras de Queiroz 2010 D.C Santo Antonio do Salgueiro-PE.

terça-feira, 12 de outubro de 2010




CARTOLA,O MUNDO  É UM MOINHO...

 Se vivo fosse,hoje ele completaria 102 anos,"mas quis o destino,tão ferino,desalmado fez finado" o maior sambista da história da Música Popular Brasileira. Agenor de Oliveira,(seu nome de pia),nasceu no bairro  do catete,na cidade do Rio de Janeiro,em 11 de Outubro de 1908,porém passou toda infancia no bairro de Laranjeira. Ainda moleque tomou gosto pela música e pelo samba e aprendeu a tocar violão e cavaquinho com o Pai. A dificuldade financeira fez a nomerosa familia mudar para a Mangueira,onde então começava a despontar uma incipiente favela. Foi na Mangueira que conheceu Carlos Cachaça-seis anos mais velhos e outros bambas-e se iniciaria no mundo da boemia,da malandragem e do samba. O apelido veio aos quinze anos,quando sua Mãe faleceu,abandonou os estudos-tendo terminado apenas o primário,no oficio de ajudante de pedreiro  usando um inseparável chapéu-coco,para proteger do cimento que caia de cima. Por usar esse chapéu,ganhou dos colegas de trabalho o apelido de Cartola.  Em 1928 fundou a Estação Primeira da Mangueira. seus sambas se popularizaram na década de 1930,sendo interpretados por Silvio Caldas,Araci de Almeida,Carmem Miranda,Mário Reis e Francisco Alves. Desapareceu no cenário musical na década seguinte e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe daquele periodo,além do sambista ter brigado com os colegas da Mangueira,contraído uma doença-especula-se que seja minigite-ter ficado abatido com a morte de Deolinda,a mulher com quem vivia. Cartola so deu o ar da graça em 1956,encontrado por Stanislaw Ponte Preta,trabalhando de lavador de carro em Ipanema. Graça a Stanislaw, Cartola voltou a cantar e compor e a fazer apresentações no rádio. A partir dai foi descoberto por uma nova safra de intérprete. Zicartola,foi o nome do restaurante que abriu com sua esposa Dona Zica,na rua da Carioca, por muito tempo foi o point de intelectuais ,jovens da zona sul e sambistas dos morros da então cidade maravilhosa. Tempos depois o Zicartola fechou as portas e Cartola seguiu a vida com seu  emprego público e compondo seus sambas. Aos 66 anos,em 1974,Cartola gravou o primeiro dos seus quatros discos-solo,e sua carreira tomou inpulso novamente com clássicos intantâneo como "As Rosas não Falam", "O Mundo é um Moinho", " Acontece","Alegria", "O Sol Nascerá", "Alvorada","Cordas de Aço  " e tantos outros sucessos. No final da década de 1970 mudou-se da Mangueira para Jacarepaguá,onde morou até a morte em 1980. Como dizia o bamba " O Mundo é  um moinho", Cartola vivia de um emprego público e umas migalhas de direitos autorais,morreu pobre,da mesma forma em que nasceu,porém, deixou um rico legado para a Música Popular Brasileira.

William Veras de Queiroz-2010 - Santo Antonio do Salgueiro-PE.

domingo, 10 de outubro de 2010


OLIVEIRA DE PANELAS

              No ano da graça de 1971,ele pegou a viola e um ita no norte e  desembarcou na terra da garôa,sobre um céu de chumbo,donde não raiava a liberdade no horizonte daquele "Brasil Grande". Mas no entanto era preciso cantar,e o poeta não se fez de rogado, lá em sampa cantou com vários poetas, e assim ficou pelas terras do sudeste até 1975  e nesse ano gravou o primeiro LP,chamado "Coletânea de Repentistas" na série Brasil Caboclo,cantando em vinte e quatro gêneros de repente e com vários cantadores. Em 1976, foi para João Pessoa ,Capital Paraíbana,lá fez dupla com o poeta Otacilio Batista durante vinte e três anos. Até agora gravou 11 LPs e 15 CDs,participo de aproximadamente 400 congressos classificando-se várias vezes em primeiro lugar,publicou vários livros de poesia e tem nove projetos que serão publicados em breve. Oliveira Francisco de Melo,Pernambucano,nasceu no municipio de Panelas ,em 1946,no sitio Barroca,no agreste central do estado. Filho de um amante da poesia e do repente,seu pai,Antonio Francisco de Melo foi o maior incentivador da carreira de Oliveira. E assim, foi no sitio Barroca,na casa onde nasceu que fez sua primeira cantoria com o poeta repentista Josué Rufino. Aos 14 anos  tornou-se um profissional da viola e do repente. João Vicente,poeta que também morava em Panelas ,foi o primeiro a formar dupla com o garoto Oliveira. Depois arrumou outro parceiro de cantoria,o poeta  Manoel Herminio e oito meses depois estava tocando com o repentista Voador da Paraíba. Na trajetória de sucesso de Oliveira de Panelas,ele já cantou para Mário Soares(ex-Primeiro ministro de Portugal),para o comandante Fidel Castro e vários Presidentes Brasileiros além de várias personalidades do mundo artistico,politicos e  personalidades da sociedade. Caantou para o Papa João Paulo ll,e cantou diversas vezes para o cantor Roberto Carlos. A poesia esta no sangue de Oliveira,sua irmã Izaura Melo,é Cordelista,radicada a muitos anos em São Paulo,como Antonio Francisco(seu pai),é uma amante da poesia,e da cultura popular.

William Veras de Queiroz -2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


                      ROBERTO CORRÊA E SIBA VELOSO

          A fusão da cultura nordestina com o som do Planalto Central,estão no disco "violas de Bronze," do violeiro Mineiro Roberto Corrêa que a trinta anos móra em Brasilia e do Pernambucano Siba Veloso,um dos fundadores do extinto Grupo "Mestre Ambrósio". O disco tem uma sonoridade peculiar,é um encontro singular das regiões,o CD tem como base as referencias culturais dos autores da obra, e para caracterizar este trabalho, os caras mandam muito bem nos instrumentos tipicos de suas regiões,Siba solta os bichos na viola nordestina e na rabeca,enquanto Roberto Corrêa  contra-ataca de viola caipira e viola de cocho(instrumento típico do Mato Grosso). Ao mesmo tempo que representa a junção das duas regiões,é também um trabalho autoral dos dois artistas,com tragetórias bem diferentes.Enquanto Roberto se aprofunda no instrumental da obra, o Pernambucano Siba vai com seus textos repletos de folguedos,poesias rimadas, transbordando cultura popular,uma somatória de bons fluídos e a grata certeza que nem tudo está perdido no distante mundo da Música Popular Brasileira.

William Veras de Queiroz  2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro- PE.  

sábado, 2 de outubro de 2010



POR ONDE ANDA PAULO DINIZ

" Uma saudade infestada,na vida sempre tive,que não sei como se vive,sem ter saudade de nada".Só mesmo  Um chopp prá distrair ,Pingos de amor,Piripiri,Quero voltar prá Bahia,E agora José ? é, esse meu saudosismo incorrigivel,me remete a dias distantes da aurora da minha vida ,eu menino,no meu sertão pernambucano,antenado com o som e os fatos daqueles dias e daquelas tardes fagueiras,uma vitrolinha movida a pilhas e um som de um mundo distante,pois lá no meu sertão pernambucano,lá era meu mundo e nada mais. E agora da distancia dos dias perguntamos:por onde anda Paulo Diniz?este pernambucano,nascido na cidade de Pesqueira,cidade situada no agreste,numa região de transição climática,entre sertão e agreste. Logo cedo Paulo Diniz foi morar na capital da provincia Pernambucana(Recife) e lá trabalhou como baterista e crooner em casas noturnas e bandas de bailes. Foi locutor e ator de rádio e televisão,em Pernambuco e no Ceará. Em 1964 foi para a então "Cidade Maravilhosa",no Rio de Janeiro foi para a Rádio Tupi e lá passou a compor com mais frequência. Sua primeira gravação saiu em 1966,com a música O Chorão. Quatro anos depois lançou dois LPs,e em seguida e em seguida dedicou-se à tarefa de musicalizar  poemas da lingua portuguesa de autores como Carlos Drummund de Andrade( E Agora José ?) Gregório de Matos(definição do Amor),Augusto dos Anjos(Versos Intimos),Jorge de Lima(Essa Nêga Fulô) e Manuel Bandeira( Vou embora prá pasárgada). Suas músicas foram gravadas por Clara Nunes,Emilio Santiago,Simone e outros. Entre seus sucessos destacam-se Pingos de Amor,gravado por vários intérpretes,Canoeiro,Um Chopp prá Distrair,I Want To Go Back to Bahia(uma homenagem a Caetano Veloso,então exilado em Londres) e Quem Tem Olho É Rei,todas em parceria com Odibar. Atualmente Paulo Diniz reside no Recife e continua realizando apresentações,com a mesma voz vibrante de antes,porém numa cadeira de rodas,já que contraiu uma misteriosa doença em 1995 que paralisou seus membros inferiores  

William Veras de Queiroz