sábado, 30 de agosto de 2014



TADEU MATHIAS

Esse paraibano da Chapada da Borborema,tocou violão aos 5 anos de idade em Campina Grande ,cidade onde nasceu no ano da graça  de 1959.A precocidade é algo pertinente a vida de Tadeu Mathias que aos 14 anos já tinha se familiarizado com o tablado do teatro da sua Campina, aos 16 atuou num grupo foclorico, o grupo participou do tradicional Festival de Violeiro com sua memorável representação de Zé Limeira - o poeta do absurdo com reconhecimento de todos os cantadores.


Mudou-se para a capital Joao Pessoa em 1978 onde se tornou cantor e compositor profissional quando fez o show Baiao de 2  em parceria com a recém chegada de sua primeira incursão pelo  Rio de Janeiro,Elba Ramalho que encontrou em Tadeu (então com 18 anos) o parceiro ideal para fazer o show.

Falando musica foi o show que fez em parceria com o compositor Ivan Santos e o percussionista Firmino que lavaria ao brasil em vôos mais altos.
A voz de Tadeu Matias foi sempre o seu cartão de visitas e ele sempre se destacou como ótimo cantor,sendo reconhecido por importantes nomes da Musica Popular Brasileira como Alceu Valença,Marina Lima,Djavan, Caetano Veloso,Emílio Santiago,Geraldo Azevedo,Lenine,a própria Elba Ramalho e a grande maioria das pessoas que tiveram oportunidade de ouvi-lo.






Tadeu lancou cinco discos em sua carreira que foram Geraluz em 1981, Zuada de Boca em 1983, Sentimentos e Blues em 1985,em 1987 foi a vez de Vida Real e É pra contagiar,esse em 1995. Também participou de vários projetos: Baque Solto, Asas da América do compositor caruaruense Carlos Fernandes,projeto Novo Canto. CD das novelas De quina pra lua e Deus nos acuda ,da Rede Globo de Televisão(onde compos música homônima) além de compor,produzir ou simplesmente interpretar em jingles e varias campanhas  Brasil afora.

Criou musicais para teatro compondo as 14 cancões do musical Os Duelistas com Mario Frias e André Segatti direcão musical de Jorge Fernandes ,em 2002.
Criou e produziu a trilha sonora da peça Dê uma chanca ao amor de Heloisa Perisse,com Mario Frias e Nivea Steman. Trabalhou como ator/cantor na opereta Os meus Baloes em 2002 de Karem Acyole.

Sobre cancão de sua autoria, a atriz Claudia Raia dançou um Pás de Deux. No espetáculo Não Fuja da Raia. Depois de 9 anos estudando canto e técnica vocal com a renomada Professora Maria Helena Bezzi e com a atual coordenadora do curso de canto do conservatório brasileiro de música do Rio de Janeiro Patricia Peres,tem-se dedicado ao ensino do canto dando aulas e fazendo preparação vocal de vários artistas como Tânia Alves,Elba Ramalho,Geraldo Azevedo,Mario Frias,Nivea Stelman,Roger Gobeth,Juliana Silveira,Paulo Oliveira,Marcos Menado LS Lack,Rafael Almeida,Ze Henrique do yahoo,alem de varios cantores iniciantes que atende em domicilio ou no seu Espaco Musical em Copacabana,Rio. Tambem no conservatório Brasileiro de Música onde deu aula em 2009,na escola IATEC,na Barra da Tijuca ou ainda em igrejas que o contratam para preparar as vozes dos seus grupos de louvor.
Ministrou workshop sobre técnica vocal sobre sua técnica vocal na renomada Livraria FNAC,filial do Rio de Janeiro / Barra da Tijuca com lotacão esgotada,na 1 Igreja Congrecional e na 1 igreja Batista Leandro Itaguai,na Fenart 2010 ministrou seminário semanal.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014


Nesta sexta (29), Pesqueira vai acordar com literatura espalhada pelos seus quatro cantos. A partir das 6h, quem andar pelas ruas da cidade irá se deparar com livros distribuídos nos mais diversos locais públicos. É a ação Livros Livres.Serão 50 títulos, que estarão disponíveis para o público interessado.

Que encontrar qualquer um desses livros, pode pegá-lo, lê-lo e, após isso, deixá-lo em outro local público para que outras pessoas também possam ter acesso.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014





                Mestre Dezinho


José Alves de Oliveira, conhecido como Mestre Dezinho é considerado o precursor da arte santeira no Estado do Piauí. Ele nasceu no dia 2 de março de 1916 no município piauiense de Valença do Piauí. Ali, fez de tudo um pouco; trabalhou na roça, foi marceneiro, mas nenhum dos trabalhos prosperou como ele desejava. O trabalho com a madeira começou aos dezoito anos, mas o gosto por ela começou muito antes; ele cresceu vendo seu pai, que era carpinteiro, trabalhar com a madeira, moldando as mais diversas peças, como portas, janelas, móveis, etc. O próprio Dezinho quando criança já usava pequenas facas e canivetes para esculpir pequenas peças figurativas de madeira. Como não se contentava com a carpintaria, resolveu instalar uma padaria na cidade de Valença. Mas apesar da atividade de padeiro, não deixou de fazer seus trabalhos com madeira; produzia peças que as pessoas encomendavam para pagar promessas pela cura de doenças; eram braços, pernas, mãos, cabeças, dedos, etc. 



Em busca de educação para os filhos, mudou-se com a esposa, Francisca de Oliveira, e os seis filhos para a capital do Estado. Em Teresina trabalhou como vigia municipal e continuou a trabalhar na confecção de suas peças de madeira. Nesta época estava sendo construída a Igreja Nossa Senhora de Lourdes e o vigário, padre Francisco das Chagas Carvalho, havia encomendando ao mestre Dezinho alguns bancos para a igreja. Um dia na casa do mestre, Padre Carvalho se deparou com os ex-votos esculpidos por ele. Empolgado com o que tinha visto, encomendou-lhe um Cristo em madeira para colocar no altar-mor da nova igreja. Gostou tanto do resultado que pediu ao mestre que esculpisse varias outras imagens para a igreja. A Igreja da Vermelha, como é conhecida em Teresina, acabou se tornando um registro histórico do nascimento artístico do mestre Dezinho.

Quando terminei, o padre Carvalho convidou o arcebispo D. Avelar para ver as peças esculpidas na madeira. (...) Eu fiquei bastante nervoso tentando imaginar o que ele estaria pensando sobre aquelas ‘caras de pau’ feito santos. Fiquei aliviado quando ele me cumprimentou e parabenizou dizendo que eu era um escultor. Eu quis saber o que era escultor. Ele disse que era um artista que fazia as semelhanças de uma pessoa em madeira ou em pedra; e que se eu continuasse assim, ia ser um segundo Aleijadinho” (Dezinho, 1999, p. 66).

A repercussão do trabalho do mestre Dezinho na igreja de Nossa Senhora de Lourdes a transformou em um ponto turístico e a obra do mestre ficou conhecida em todo Brasil.
Mestre Dezinho inaugurou uma arte santeira com estilo próprio. E foi com esse estilo que influenciou tantos outros artistas piauienses como Expedito, Cornélio, Edmar e José Soares, para citar alguns. Atualmente no Piauí mais de 150 artesãos vivem do ofício, os quais desenvolveram com o tempo seu estilo, isto é, sua maneira própria de expressão. As peças do mestre Dezinho são talhadas normalmente em cedro, obedecendo muitas vezes o tamanho natural. Nas roupas dos santos, referências da cultura piauiense, como cajus, folhagens e flores típicas da região.

A repercussão da obra de Mestre Dezinho foi responsável por várias mudanças em torno da arte santeira quando passou da confecção dos milagres às obras de culto. Reconhecidas por um público crítico e externo à localidade de origem, elevaram seu valor como obra de arte e como referência local e nacional. As obras do mestre Dezinho estão espalhadas pelo mundo. Fez exposições pelo Brasil e em vários países como: México, República Tcheca, Itália, Israel, França, Bélgica, Estados Unidos, dentre outros. Hoje, A maior parte da obras do mestre está nas mãos de colecionadores, mas algumas podem se admiradas em museus (no Brasil e no exterior) e em algumas igrejas, especialmente no Piauí. 

O mestre Dezinho faleceu aos 74 anos em fevereiro 2000, em Teresina-PI.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014




O Maestro Ademir Araújo e a Orquestra Popular do Recife apresentaram a aula-espetáculo “E o Frevo Continua…” Na cidade de Pombos,na Zona da Mata do estado de Pernambuco,ontem (terça-feira) (26), encerrando a circulação estadual com o incentivo do Funcultura,Governo de Pernambuco. O espetáculo aborda a origem, a evolução histórica e musical do frevo, a dança, a estrutura de uma orquestra e as modalidades do ritmo (frevo de rua, frevo canção e frevo de bloco) às 15h de ontem,dia 26.
na Quadra Poliesportiva do Município de Pombos – Rua Joel Teixeira de Carvalho, s/n, Centro, Pombos.
Aberto ao público gratuitamente.
A Orquestra Popular do Recife já passou pelas cidades de Itaquitinga, Terra Nova, Buíque e Triunfo.



terça-feira, 26 de agosto de 2014




Patrimônios Vivos da Cultura Pernambucana encerraram  sexta-feira (22), no Recife, a VII Semana do Patrimônio Cultural. A programação da tarde da sexta-feira contou ainda com uma roda de diálogo onde participaram "Herdeiros do Patrimônio Vivo": Maria da Cruz, filha de Ana das Carrancas; Arlindo Ramos Pereira Jr, filho de Arlindo dos Oito Baixos; e José Guilherme Borges da Silva, filho de Mestre Nuca. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014


Museu do Barro de Caruaru

No MUBAC - Museu do Barro de #Caruaru, está em cartaz até o dia 18 de setembro, a Exposição “Eu Galdino”. 
Reunindo peças do cantador, cordelista e ceramista pernambucano Manoel Galdino de Freitas, falecido em 1996, a mostra busca representar o universo do artista através do acervo de criações que caracterizam seres humanos e diversas figuras animalescas.
O MUBAC fica na Praça José de Vasconcelos, 100, bairro Nossa Senhora das Dores, funcionando de terça a sábado, das 8h às 17h. Aos domingos, o museu está aberto das 9h às 13h.

sábado, 23 de agosto de 2014




CÁTIA DE FRANÇA

As letras das canções desta Paraíbana,me transporta a Rua da Aurora,mais precisamente ao laboratório de literatura do velho Ginásio Pernambucano(onde o bonde passava rumo ao farol de Olinda). Foi lá que um dia estudei na capital da provincia Pernambucana e descobri autores nordestinos fantásticos:João Cabral de Melo Neto,José Lins do Rêgo,Guimarães Rosa e Manoel de Barros.Ouvir as canções do LP Vinte Palavras ao Redor do Sol(1979),é ter a trilogia do ciclo da cana(Menino de Engenho/Moleque Ricardo / Banguê) ,do Também Paraíbano José Lins do Rêgo,em áudio.
Estão nas canções deste discos personagens como o Coronel Zé Paulino,o Moleque Ricardo,Mané de Tião,João de Joana, Paisagens verdejantes dos canaviais da zona da mata paraíbana,o bonde da rua da Aurora(Recife), Poço da Pedra,o trem,a feira de Itabaiana e tantas outras do imaginário de Zé Lins do Rego. Maria Catarina de França Carneiro((seu nome de pia),desde menina aprendeu a dominar instrumentos como piano,sanfona e o violão.Mais tarde se interessou pelos acordes da flauta e pela percussão.Foi professora de música por algum tempo,até começar a compor em parceria com o Poeta Diógenes Brayner. Participou de festivais de música popular na década de 60,época em que viajou  por "Oropa,França e Bahia" com um grupo folclórico.De volta a pátira amada,foi para São Sebastião do Rio de Janeiro,onde deixou o seu talento e registro instrumental em discos de Sivuca,Zé Ramalho,Amelinha e Elba Ramalho.Teve canções suas gravadas por Elba Ramalho e Xangai,destaque para Kukukaia e tantas outras e outros que gravaram suas composições. O primeiro LP solo,Vinte Palavras ao Redor do Sol, Foi lançado em 1979,Uma música da cantora foi trilha sonora do filme Cristais de Sangue,de 1975. Foi parceira de Jackson do Pandeiro durante a primeira versão do Projeto Pixinguinha,em 1980.
Em cerca de 40 anos de carreira,Cátia gravou três LPs: Vinte Palavras ao Redor do Sol,Estlhaços e feliz demais, e dois CDs:Avatar(que teve a participação de Chico César e Xangai) e Cátia de França Canta Pedro Osmar,no qual ela demostra a força criativa da música Paraíbana. A multiartisca que é,Cátia de França Também adentrou pelo mundo da literatura e das pláticas,com destaque para os livros Zumbi em Cordel, Falando de Natureza Naturalmente(infatil) e Manual da sobrevivência,um resgate de sua tragetória pessoal e profissional. A cantora,celebrada em todo o país,residia até pouco tempo em sua terra natal João Pessoa desde meados dos anos 1990,recentemente Cátia voltou ao RJ e é frequentadora assidua dos barzinhos da Lapa,local frequentado pelos boêmios,artistas e loucos da cidade maravilhosa, Lá, também expõe o seu belo trabalho músical.

 William Veras de Queiroz 2010 D.C (Durante as festividades de São Pedro) - São José do Rio Piranhas -PB



                Cultura Livre nas Feiras
 

A partir deste sábado (23), o projeto Cultura Livre nas Feiras, realizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundarpe, segue com sua caravana rumo às feiras livres de quatro cidades pernambucanas: São Caetano, no Agreste, Arcoverde, Custódia e Serra Talhada, no Sertão.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014





Muitos artistas que trabalham com escultura popular em Pernambuco são desconhecidos do grande público. No intuito de dar visibilidade ao trabalho desses artistas nasceu o projeto “Território das Mãos”, realizado com incentivo Funcultura, Governo de Pernambuco. O projeto teve como principal finalidade criar um mapeamento da escultura popular contemporânea do Estado, a partir de entrevistas com os escultores, revisão bibliográfica e registros em vídeo e fotografia. O resultado é um mapa com a localização dos artistas em Pernambuco, impresso em formato de folder e distribuído gratuitamente em centros de artesanato, escolas e pontos de cultura.

Uma série de fotografias e textos sobre o processo da pesquisa podem ser conferidos através do blog territoriodasmaos.wordpress.com. Já os vídeos com as entrevistas podem ser acessados no canal do Youtubewww.youtube.com/user/territoriodasmaos.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014



A Associação dos Poetas e Artistas Populares do Nodeste,agradecem os Repentistas e admiradores que compareceram no festival de repentistas na Picanha do Genival,em Camaragibe,cidade situada na regiao metropolitana do Recife,Pernambuco, no  no dia 17 de Agosto de 2014.

terça-feira, 19 de agosto de 2014



O espetáculo “As travessuras de Mané Gostoso”, da Cia Meias Palavras, é uma das opções da Agenda Funcultura para o fim de semana. A montagem para infância e juventude leva ao palco a cultura popular, a literatura de cordel e o teatro de mamulengos. A peça tem sessões aos sábados e domingos, às 16h30, no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro, até 31 de agosto.

A Agenda #Funcultura ainda conta com espetáculo de dança “Dark Room”, da Cia Etc, e aula de frevo no Laboratório do Passo, do Guerreiros do Passo

segunda-feira, 18 de agosto de 2014




Em entrevista a jornalistas, o pernambucano Alceu contou que a ideia de fazer o filme começou há 15 anos, quando voltou à terra natal, em São Bento do Una, no sertão nordestino

Com mais de 20 álbuns lançados e aos 68 anos de idade, o cantor e compositor Alceu Valença estreou na direção de um filme recontando a história de Lampião e Maria Bonita, um clássico da história do nordeste brasileiro. “A Luneta do Tempo”, que foi exibido na noite da última quarta-feira (13) no Festival de Cinema de Gramado, abrange 30 anos do clássico e traz muito da literatura de cordel, com todos diálogos rimados.
Em entrevista a jornalistas, o pernambucano Alceu contou que a ideia de fazer o filme começou há 15 anos, quando voltou à terra natal, em São Bento do Una, no sertão nordestino, por causa da morte do pai. Ao pisar na cidade novamente, as lembranças da infância vieram à tona, como os artistas de rua, o circo e a literatura de cordel. De mente inquieta, Alceu abordou assuntos diferentes em poucos minutos. Da infância no Nordeste, ele emenda com o início da construção do roteiro e segue até o encontro com o cineasta Walter Carvalho, que foi quem teve a ideia de transformar aqueles escritos em filme. Na sequência, ele parte para as dificuldades de captação de verba por ser um diretor estreante e, por fim, a escolha de Irandhir Santos para ser Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e de Hermila Guedes para viver Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita. “Sou um pouco doidinho, mas todo artista é”, disse, às gargalhadas. 
Frequentemente elogiado em festivais de cinema e, mais recentemente, na televisão por dar vida a Zelão na novela global “Meu Pedacinho de Chão”, Irandhir encanta mais uma vez na tela. Declamando poesias sobre o tempo e colhendo flores para Maria Bonita, o ator dá vida a um Lampião romântico que gosta de cantar. Com mais de 50 músicas, Valença diz que no fundo o filme é um musical, mas descarta comparação com enlatados norte-americanos. “O meu [filme] é original. Não gosto de cópia”, diz. 

Valença disse que demorou para entregar o primeiro filme porque foi autodidata na arte da cinematografia. Teve, segundo ele, apenas dez aulas de cinema com uma amiga para, então, “aprender o resto sozinho” ao se debruçar sobre muitos livros. Antes de começar a filmar, ele criou um storyboard com diálogos e trilha ritmados até mesmo os tiros e o assobio dos pássaros estão no compasso. “Irandhir entendeu a ideia na hora. Hermila foi um pouco reticente, mas logo embarcou também”, disse. O áudio do filme foi feito antes de os atores pisarem no set de gravação, e boa parte do que se ouve saiu da boca de Valença. “Fiz som de boi, de pássaro, de tudo”. 


O bom humor do diretor também está presente nas telas que, somado à cultura pernambucana, remete às obras de Ariano Suassuna. “Ariano vem de uma região similar à minha. Sou um grande admirador de sua obra, mas não tem nada dele de pontual no meu trabalho. Acho que poderia haver mais Arianos no Brasil”, disse ele, imitando Cauby Peixoto, cuja música aparece na segunda parte do filme. “Cauby fez parte da minha vida e do meu contato com o rádio”.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014



Nesta sexta-feira (15), será lançado o livro "Ser Tão", do fotógrafo Lídio Parente. O evento acontece, a partir das 19h, no Restaurante Docas152, no#Recife Antigo. As cidades de #Ouricuri e #Petrolina também receberão o lançamento. A publicação reúne 180 fotografias, que mostram o Sertão pernambucano a partir de paisagens naturais, cenas do dia-a-dia de trabalho e brincadeira, festas, feiras e retratos de sertanejos. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014






Há nove atrás
Arraes deixava seu posto...
Meu Pernambuco de luto:
Saudade, choro, desgosto. 
E hoje um golpe direto
Vai fazê-lo ver seu neto

No dia 13 de agosto.


(Wellington Vicente)



   BENONI CONRADO 


Faleceu na manhã de segunda feira 11 de Agosto de 2014 na cidade de Fortaleza Ceará, o Poeta Repentista Benoni Conrado. Benoni sofria há mais de 20 anos com várias doenças como pressão alta problemas cardíacos, sofreu AVC e ainda o mal de Alzheimer. O Poeta viveu prostrado todo esse tempo da sua doença. Com muita dificuldade vivia de uma pequena aposentadoria para comprar vários medicamentos para amenizar o sofrimento. Recebia os cuidados da sua esposa Dona Rosário que foi sua auxiliadora durante todo esse tempo. Benoni além de grande repentista foi criador de muitas belas canções entre elas destacamos; Arco-íris da Vida, Romeiros de São Francisco, Canção da Madrugada, Ossos do Chão, Menino Roceiro, Flerte Sedutor, Vozes do Passado e muito mais. Por tudo isso Benoni merece nossa singela homenagem e de todos os poetas repentistas e escritores cordelistas e admiradores da Cultura Popular Nordestina. Apesar da doença Benoni permaneceu todo tempo muito lúcido sua morte deixa um vácuo muito grande na poesia popular e uma saudade imensa no coração dos seus familiares e amigos.
AVISO - ASSOCIAÇÃO DOS VIOLEIROS E POETAS POPULARES DO PIAUÍ.
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A luneta do tempo, de Alceu Valença, estreia em Gramado. Confira fotos e entrevistaMusical, com falas rimadas, demorou 15 anos para ficar pronto e deve ser exibido em sessão especial no Recife ainda neste ano




Hermila Guedes e Irandhir Santos estão no elenco. Fotos: Antônio Melcop/Divulgação
Hermila Guedes e Irandhir Santos estão no elenco. Fotos: Antônio Melcop/Divulgação
Cordel, tragédia, humor, traição, cangaço, circo e o sonho de um dos principais músicos pernambucanos de levar uma história para as telas. Após 15 anos de dedicação - não integralmente, porque Alceu Valença está sempre envolvido em múltiplos projetos -, A luneta do tempo finalmente será exibido ao público, na disputa por um Kikitos do 42º Festival de Cinema de Gramado, hoje à noite.

O musical tem todas as falas rimadas, com influências da cultura popular nordestina no enredo, na linguagem e no cenário. No elenco, os premiados atores pernambucanos Irandhir Santos e Hermila Guedes, mas também músicos estreantes no cinema, como Charles Teony e o sanfoneiro Ari de Arimateia. “Quando eu li o roteiro, achei lindo. Me senti desafiada por ser um musical e por ter de quebrar a rima sem deixar de lado a poesia”, conta Hermila. “Com relação à direção, acho que ele se saiu super bem”, arremata.

Obcecado pelo projeto, Alceu tinha decoradas todas as falas - modificadas várias vezes, até no set de filmagens. “Se eu achasse que determinada passagem ficaria melhor de uma maneira diferente do que estava no roteiro, imediatamente inventava novos diálogos ou até mesmo cenas inteiras”, recorda. Todas as passagens foram previamente gravadas em estúdio, para que ele pudesse avaliar o ritmo. 

A luneta do tempo deve estrear no início de 2015, mas uma sessão especial no Recife deve ocorrer ainda neste ano. Em agosto, chega às lojas o CD Valencianas: Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto, gravado em apresentação ao vivo, em 2012, com o grupo mineiro. Entre uma música e outra, pode surgir outro longa: “Tenho algumas ideias e projetos, muitas pessoas têm insistido para que eu faça um novo filme. Me senti inteiramente à vontade como diretor de cinema e adoraria repetir a experiência”. Fica a cargo do tempo. Ou da luneta.

QUEM É QUEM?

Passe o mouse por cima das imagens para saber quem são os personagens de A luneta e o tempo



ENTREVISTA// ALCEU VALENÇA

Quem estará na exibição em Gramado?

Além de mim, estão minha mulher e coprodutora do filme, Yanê Montenegro, meus filhos Ceceu e Rafael, meu sobrinho Bernardo Valença, que também atuam na Luneta. Além deles, o diretor de fotografia, Luis Abramo; o diretor de arte, Moacyr Gramacho; o produtor Tuinho Schwarcz, da Focus Filmes; o coordenador de produção Arthur Peixoto; o preparador de atores Bruno Costa. Também está aqui o ator e cantor Charles Teony, que interpreta Antero Filho na película.

Todas as falas do filme são rimadas, com referências da poesia popular e da literatura de cordel. Como você acha que isso será recebido?
O roteiro da Luneta é todo rimado, com boa parte dos versos em decassílabos, como se fosse um grande cordel. É claro que na dinâmica dos diálogos o poema se dilui, não há nada recitado ou metrificado demais, para que os diálogos acontecem com naturalidade. Já na parte em que Lampião e Maria Bonita estão no paraíso há uma preocupação maior em manter a métrica da poesia, uma vez que esta situação cênica é narrada pelo cordelista Severino Castilho, vivido por Tito Livio. Espero que seja bem recebido. É um método, no mínimo, original.


O enredo de A luneta do tempo é bem complexo, com vários personagens. Você modificou ao longo dos anos?
Modifiquei várias vezes ao longo dos anos. Há personagens que surgiram e logo depois desapareceram, mas que permanecem em minha mente (risos). Durante a realização do roteiro, havia vezes em que eu acordava no meio da noite com alguma inspiração para este ou aquele personagem. Eu dizia para Yanê: eles estão conversando comigo! Me levantava, pegava o computador e ia retrabalhar o roteiro. A rigor, modifiquei algo da estrutura e dos diálogos até mesmo no set. Se eu achasse que determinada passagem ficaria melhor de uma maneira diferente do que estava no roteiro, imediatamente inventava novos diálogos ou até mesmo cenas inteiras. A princípio, a equipe de cinema estranhava. Estão acostumados com uma hierarquia rígida, onde o roteiro é uma espécie de livro sagrado. Mas eu modificava quando achava por bem e o pessoal foi entrando na minha.

Entre o argumento e a finalização, foi mais de uma década de produção. Por quê? Em que o tempo contribuiu para o resultado? Está do jeito que queria?
Comecei a escrever logo depois da morte de meu pai, em 1999, quando passei uns dias na fazenda Riachão, próxima a São Bento do Una, onde nasci e fui criado. As referências da minha infância – cordelistas, aboiadores, cegos de feira, cantadores, emboladores – vieram muito fortes à minha mente e eu escrevia obstinadamente o que a princípio era um poema de cordel. Foi o cineasta Walter Carvalho quem me sugeriu que aquele poema poderia virar o roteiro de um filme. Quando percebi, havia tanto material que o roteiro seria inevitavelmente uma espécie de épico, com ações passadas em diferentes gerações. Para mim, o tempo é três. Vivemos presente, passado e futuro simultaneamente. Este pensamento acabou por influenciar a própria mágica da Luneta do Tempo. Fiz o filme exatamente do jeito que eu queria. 

Você é famoso pelo perfeccionismo enquanto músico e compositor. Isso se refletiu no filme? Você foi um diretor muito exigente?
Fui exigente na medida em que eu sabia - ou ia descobrindo - o que resultado que eu queria ver na tela. Desenvolvi um método próprio, em que eu gravava o áudio de todos os diálogos em estúdio, depois chamava os atores para que colocassem suas vozes em lugar da minha. Era uma maneira de eles fixarem os diálogos, mas também uma forma de eles compreenderem a métrica e a dinâmica que eu queria. Afinal, o filme é também um musical, o que exige certa habilidade rítmica. Não abri mão disso.

Como foi trabalhar com tantos músicos na atuação? Como foi o processo de recrutamento? E dirigir seu filho, como foi?
Muitas vezes eu transformei músicos em atores – como no caso de Ari de Arimateia, Tito Lívio, Khrystall e Charles Teony. Noutras, cheguei a transformar atores em cantores, como aconteceu com Irandhir, que cantarola um trecho de canção. E há também casos em que o personagem é vivido por intérpretes que são ao mesmo tempo atores e músicos. Como Helder Vasconcelos, que vive Mateus Encrenqueiro, e meu filho Ceceu, que é baterista e ator profissional, no papel do circense Nagib Mazola. Quanto a mim, posso dizer que, além de cantor, sou ator e diretor de cinema. O recrutamento dos músicos e atores foi um processo instigante. Eu escolhia aquele que se adequasse melhor aos personagens, independentemente de serem atores ou cantores. Às vezes eu trocava alguém de papel. Teony, por exemplo, chegou a viver Antero Tenente, depois achei que ele se encaixaria melhor como Antero Filho. Bahia também foi Antero Tenente antes de ganhar o papel de Severo Brilhante. Antero acabou ficando com o ator paraibano Servilio Holanda.

Você é um apaixonado pelo cinema? Ao que gosta de assistir? Quais os últimos filmes que viu e indica?
Descobri o cinema ainda na infância, no tempo em que havia dois cinemas (e cinco grupos de teatro!) em São Bento, à época com pouco mais de cinco mil habitantes. Ali eu assisti a filmes de Carlitos, clássicos de Hollywood e experiências cinematográficas desenvolvidas pelos habitantes da cidade. Na adolescência, no Recife, costumava frequentar o cinema São Luiz, onde assistia a filmes da Nouvelle Vague francesa e do neo-realismo italiano. A Nouvele Vague me apresentou a Jean Paul Belmondo, que se parecia muito comigo fisicamente. Eu costumava assistir a Acossado, de Godard, e depois saía do cinema e acendia um cigarro enquanto passava o polegar sobre os lábios, como Belmondo fazia em cena. Eu era muito tímido e aquele gesto era uma espécie de libertação pra mim. Atualmente, gosto muito dos filmes pernambucanos. A geração de Claudio Assis, Lirio Ferreira, Paulo Caldas, Marcelo Gomes e Kleber Mendonça Filho é extraordinária. Se for para citar títulos, Amarelo MangaCinema, Aspirinas e Urubus eO som ao redor estão entre os meus favoritos.

Quando o público recifense deve ver o filme? Quando deve estrear em circuito comercial?
Estamos negociando a distribuição, mas provavelmente o filme entra em circuito no início de 2015. Ainda pretendemos percorrer o circuito de festivais no Brasil e no exterior antes de lança-lo comercialmente. Mas pretendemos fazer uma sessão especial no Recife, ainda este ano!

Você disse que não descarta a possibilidade de outro filme. Já tem algum argumento?
Tenho algumas ideias de argumento, mas ainda não sei se voltarei a dirigir. Me dedico muito intensamente a tudo o que faço e não suportaria levar mais 14 anos para elaborar um roteiro (risos). Mas quem sabe?

Neste ano, além do filme, sairá do papel o CD com a Orquestra Ouro Preto. Sei que você é um homem de múltiplos projetos. Em quais está trabalhando?
Estou lançando o CD / DVD Valencianas, onde me apresento ao lado da Orquestra Ouro Preto. Pretendo levar o concerto a Recife, mais ainda não temos data definida. Em janeiro, faremos uma série de concertos em Portugal, para lançar o DVD por lá. No inicio do ano lancei o disco Amigo da Arte, dedicado ao carnaval pernambucano, e agora quero fazer um DVD ao vivo com meu show atual de forró. Tem ainda um documentário sobre a minha carreira até os anos 70. Filmamos uma parte em Paris, onde vivi em 1979, e agora precisamos dar continuidade. E tenho minha agenda de shows. São cerca de oitenta por ano, no Brasil e no exterior.