domingo, 31 de março de 2013

Marcelo Caldi – Foto Sérgio Bondioni


Época de Ouro recebe o músico Marcelo Caldi na Sala Funarte Sidney Miller (RJ)

Show em homenagem a Luiz Gonzaga faz parte do projeto Música na Cidade




O acordeonista Marcelo Caldi, que também é integrante do grupo LiberTango, será o convidado do conjunto Época de Ouro, no próximo dia 1 de abril, às 17h, na Sala Funarte Sidney Miller, no Centro do Rio. O músico, vencedor do Prêmio Funarte Centenário de Luiz Gonzaga, é considerado um dos responsáveis pela revitalização da sanfona e fará uma homenagem ao Rei do Baião. O show é transmitido ao vivo, pela Rádio Nacional AM (1.130KHz) e tem entrada gratuita. A apresentação semanal do Época de Ouro faz parte do projeto Música na Cidade, realizado pela Funarte.
As músicas “13 de Dezembro”; “Araponga”; “Pisa de Mansinho”; “Véspera de São João”; “Impertinente”; “Sanfonando”, “Luar do Nordeste” e “Seu Januário”, de Luiz Gonzaga, são alguns dos destaques do repertório que será apresentado por Caldi.
O Prêmio Funarte Centenário de Luiz Gonzaga, conquistado pelo músico, viabilizou o lançamento do CD e do livro de partituras cifradas dos choros compostos por Gonzagão nos anos de 1940, “Tem Sanfona no Choro”, editados pelo Instituto Moreira Salles (IMS). No CD, Marcelo faz a releitura de  sucessos como: “Qui nem jiló”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; “Vida de viajante”, de Luiz Gonzaga e Hervé Cordovil, dentre outros.
O conjunto Época de Ouro é formado por Jorginho do Pandeiro (diretor musical), Jorge Filho (cavaquinho), Ronaldo do Bandolim, Antônio Rocha (flauta), Toni Sete Cordas (violão de sete cordas) e André Belieni (violão). No show desta segunda (1º), o grupo apresenta “Praga de Sogra”, de Altamiro Carilho; “Sorris da minha dor”, de Paulo Medeiros; “Vê se gosta”, de Valdir Azevedo; “Rato Rato”, de Casemiro Rocha e Claudino Manuel Costa; “Simplicidade”, de Jacob do Bandolim; “Saudações”, de Otávio Dias Moreno; “Página de dor”, de Cândido das Neves (Índio) e Pixinguinha; “Curare”, de Bororó; “Sonoroso”, de K-Ximbinho; “Saudade de Ouro Preto”, de Antenógenes Silva e Alvarenga; “Mistura e Manda”, de Nelson Alves, “Deixa pra lá”, de Dante Santoro e “Cuidado com ele”, do músico José Toledo. Cristiano Menezes apresenta o programa, que também recebe pedidos de músicas dos ouvintes.
Sobre o acordeonista Marcelo Caldi
Desde o início da carreira, há 14 anos, Marcelo Caldi vem se dedicando a pesquisar e experimentar diversos estilos e tendências: o forró e o choro, o xote e o maxixe, o tango e o baião, o clássico e o popular. O resultado é uma trajetória artística marcada pela versatilidade e ousadia na criação de um diálogo inovador e contemporâneo junto aos precursores do chamado “choro nordestino”, sem dispensar as pitadas contemporâneas de jazz e o improviso, um dos destaques de seu show. O músico já se apresentou ao lado de grandes nomes da música como Gilberto Gil, Chico César, Elba Ramalho, Chico Buarque e Elza Soares, Zé Calixto, Geraldo Azevedo, Fabiana Cozza e Daniel Gonzaga, além de atuar como solista de acordeon em concertos com as orquestras Petrobras e Sinfônica do Recife.
Sobre o conjunto Época de Ouro
O conjunto Época de Ouro teve grande importância no movimento de resistência do choro na década de 1960, quando a bossa nova reinava quase absoluta no cenário musical brasileiro. Com o falecimento de seu fundador, Jacob do Bandolim, em agosto de 1969, alguns compromissos foram adiados e o conjunto somente retomou suas atividades em 1973, a convite de Paulinho da Viola, para participar do espetáculo “Sarau”, no Teatro da Lagoa. Foi dali que surgiu o Clube do Choro, idealizado por Paulinho da Viola e Sérgio Cabral, e todo um movimento no país em busca de dar maior visibilidade ao choro.
Toda segunda-feira, das 17h às 19h, a Sala Funarte Sidney Miller recebe o Época de Ouro e seus convidados, para o programa da Rádio Nacional, aberto ao público e com entrada franca. A utilização do espaço resulta de uma parceria entre a Fundação Nacional de Artes e a  EBC – Empresa Brasil de Comunicação. Antes, o show era transmitido do auditório da Rádio Nacional, que atualmente passa por reforma. Foi no prédio da emissora, na praça Mauá, Centro do Rio, que muitos talentos da música foram revelados.
Projeto Música na Cidade – Programa Época de Ouro
Convidado da Semana: Marcelo Caldi



POETA SEBASTIÃO DIAS


Ouro Branco,é um município situado no Sertão do Seridó, no estado do Rio Grande do Norte.Foi nesta pequena cidade potiguar onde nasceu em 13 de setembro de 1950,Sebastião Dias Filho. Na escolha do oficio teve uma grande influência da sua família por serem ligados a cantoria de viola. No início foi um pouco difícil porque seu pai tinha medo dele disputar com outros cantadores e não sair vitorioso. Mas depois com o tempo tornou-se um ótimo cantador.
O menino Tião começou a cantar aos 16 anos de idade e logo foi  embora para a terra da garôa.Lá  chegando começou a cantar como profissional aos 22 anos. Passou um bom tempo cantando com os poetas  Severino Feitosa,Fenelon Dantas,entre outros. Em seguida fez dupla com João Paraibano.Sebastião Dias teve programa nas  rádio de Tabira e Afogados da Ingazeira,no Sertão do Pajéu de Pernambuco. Participou de mais de 600 festivais de cantoria,sendo classificado com o primeiro lugar em vários.Sebastião Dias Tem 5 LPs gravados,com Ivanildo Vila Nova,João Paraibano e Zé Cardoso.01 CD gravado com Sebastião da Silva e Geraldo Amâncio,2 Cds gravados com sanfona e viola,ambos só de canções.
   
Violeiros do sertão do Pajeú se uniram para defender o instrumento e comemorar a vitória do poeta e repentista Sebastião Dias
Foto: O Globo / Hans von Manteuffel
Na eleição municipal de 2012,Sebastião Dias Filho,foi eleito prefeito da cidade de Tabira,município,situado no Sertão do Pajéu.


sábado, 30 de março de 2013

Foto: Cultura.PE | Cultura Livre nas Feiras

Dias 30 de março e 1º de abril, o projeto Cultura Livre nas Feiras passa por Gravatá, Caruaru, Bonito, São José do Egito, Salgueiro e Serra Talhada. Acontecerão nas feiras livres dessas cidades: apresentações musicais (violeiros, repentistas, banda de pífano, samba, forró, MPB), recitais de poesia, exposições de artesanato, mostras fotográficas.

Realizado pela Secretaria de Cultura do Estado e Fundarpe, desde o fim de 2011, o projeto faz daqueles artistas que geralmente não têm visibilidade, as atrações principais do evento. "E qual lugar melhor pra isso acontecer do que uma feira livre? Lugar mais democrático impossível", ressalta Cajá Freire, um dos assessores do projeto. 

Confira abaixo programação completa do evento, com acesso gratuito. 

AGRESTE

Gravatá - Mercado Gastronômico
Sábado, 30/3
09h - Apresentação de MPB (Dhea Damasceno)
11h - Apresentação de Samba (Conjunto Regional Samba Matuto)         
13h - Apresentação de MPB (Thaiza)

Caruaru - Mercado da Farinha
Sábado, 30/3
08h - Apresentação de Violeiros (Josenildo França e Antonio Marques)
10h - Apresentação de Humoristas (Coronel Cornelho e Carmosina)
11h - Apresentação Musica Nordestina (Banda Ritmo do Nordeste)
13h - Apresentação de Forro (Trio Forro Pé de Calçada)
14h - Apresentação de Forro (Dércio Luis e Banda)

Bonito - Mercado Gastronômico
Sábado, 30/3
08h - Mostra fotográfica Cultura e Turismo (Gefesson Monteiro)
09h - Apresentação de Pifano (Gilson do Pife)
10h - Apresentação de Forro (Pedro de Quilongá)
11:30h Animação Cultural (Mateus e Catirina)

SERTÃO

São José do Egito - Feira Livre
Sábado, 30/3
09h - Dupla de Repentistas (Afonso Pequeno e Arnaldo Pessoa)
10h - Apresentação de Forró (Forrozão Pappo Federal)
11h - Apresentação de Samba (Grupo Estação do Samba)

Salgueiro - Feira Livre
Sábado, 30/3
09h - Recital de Poesia (Josenilton da Silva)
09h - Exposição do Grupo de Artesanato Mamulengo
09h - Exposição de Artesanato (Lourdinha)
10h - Apresentação Musical (Aércio Boggio Entre Elas)

Serra Talhada - Feira do Centro
Segunda, 1/3
09h - Apresentação Musical (Cícero de Souza)
10h - Apresentação Musical (Damião Enesio)
11h - Apresentação de Forró (Limeirada do Forró)

 Cultura Livre nas Feiras

Dias 30 de março e 1º de abril, o projeto Cultura Livre nas Feiras passa por Gravatá, Caruaru, Bonito, São José do Egito, Salgueiro e Serra Talhada. Acontecerão nas feiras livres dessas cidades: apresentações musicais (violeiros, repentistas, banda de pífano, samba, forró, MPB), recitais de poesia, exposições de artesanato, mostras fotográficas.

Realizado pela Secretaria de Cultura do Estado e Fundarpe, desde o fim de 2011, o projeto faz daqueles artistas que geralmente não têm visibilidade, as atrações principais do evento. "E qual lugar melhor pra isso acontecer do que uma feira livre? Lugar mais democrático impossível", ressalta Cajá Freire, um dos assessores do projeto.

Confira abaixo programação completa do evento, com acesso gratuito.

AGRESTE

Gravatá - Mercado Gastronômico
Sábado, 30/3
09h - Apresentação de MPB (Dhea Damasceno)
11h - Apresentação de Samba (Conjunto Regional Samba Matuto)
13h - Apresentação de MPB (Thaiza)

Caruaru - Mercado da Farinha
Sábado, 30/3
08h - Apresentação de Violeiros (Josenildo França e Antonio Marques)
10h - Apresentação de Humoristas (Coronel Cornelho e Carmosina)
11h - Apresentação Musica Nordestina (Banda Ritmo do Nordeste)
13h - Apresentação de Forro (Trio Forro Pé de Calçada)
14h - Apresentação de Forro (Dércio Luis e Banda)

Bonito - Mercado Gastronômico
Sábado, 30/3
08h - Mostra fotográfica Cultura e Turismo (Gefesson Monteiro)
09h - Apresentação de Pifano (Gilson do Pife)
10h - Apresentação de Forro (Pedro de Quilongá)
11:30h Animação Cultural (Mateus e Catirina)

SERTÃO

São José do Egito - Feira Livre
Sábado, 30/3
09h - Dupla de Repentistas (Afonso Pequeno e Arnaldo Pessoa)
10h - Apresentação de Forró (Forrozão Pappo Federal)
11h - Apresentação de Samba (Grupo Estação do Samba)

Salgueiro - Feira Livre
Sábado, 30/3
09h - Recital de Poesia (Josenilton da Silva)
09h - Exposição do Grupo de Artesanato Mamulengo
09h - Exposição de Artesanato (Lourdinha)
10h - Apresentação Musical (Aércio Boggio Entre Elas)

Serra Talhada - Feira do Centro
Segunda, 1/3
09h - Apresentação Musical (Cícero de Souza)
10h - Apresentação Musical (Damião Enesio)
11h - Apresentação de Forró (Limeirada do Forró)

quinta-feira, 28 de março de 2013



 PAIXÃO DE CRISTO DE NOVA JERUSALÉM


A temporada 2013 da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém,começou dia 21 de março. Pelo segundo ano consecutivo,o papel principal é feito pelo pernambucano José Barbosa. Outra pernambucana,Luciana Lyra,interpreta Maria.Entre os artistas conhecidos nacionalmente estão Marcos Pasquim,no papel de Herodes,Carlos Casagrande,como Pilatos,e a bela Carol Castro,vivendo Madalena. Todos encaram a estreia com segurança. Este ano,tem várias novidades,entre elas a ampliação e arborização da área da frente do teatro. A muralha frontal também foi iluminada, e  o espetáculo conta com o dobro da iluminação cênica.
Destaque para os cavalos Lusitanos,vindos de São Paulo,embelezam cenas como a que aparece a cavalaria do governador Pôncio Pilatos e a cena do calvário. A tecnologia e as inovações tornam o espetáculo ainda mais emocionante. Pela primeira vez , a Sociedade Teatral Fazenda Nova está disponibilizando equipamentos que permitem aos turistas estrangeiros acompanhar a peça ouvindo o áudio em inglês. Nas apresentações de ontem e de hoje deficientes visuais e auditivos contam com equipamento do espetáculo. Cadeirantes também têm espaços especiais nesses dois dias.
O espetáculo da Paixão de cristo de Nova Jerusalém conta a história dos últimos dias de Jesus,começando pelo sermão da montanha e terminando com a morte,ressureição e ascensão aos céus. Tudo se desenrola em nove palcos da Jerusalém da época de Jesus. Segundo os organizadores,mais de 500 pessoas,entre atores e figurantes,participam da encenação.A direção artística é de Carlos Reis e Lúcio Lombardi.

quarta-feira, 27 de março de 2013




SEU ELIAS


Elias Francisco do Santos,o Seu Elias,nasceu em Caruaru,em 1924,no agreste pernambucano.Pertencente a uma família que ajudou a fundar a comunidade do Alto do Moura,ele é considerado o primeiro discípulo de Vitalino; começou a trabalhar com o barro quando tinha apenas 10 anos de idade.Depois de trabalhar grande parte de sua juventude na arte figurativa,abandonou o oficio e se mudou para o Recife. Depois de aposentado retornou ao Alto do Moura onde se encontra em plena atividade aos 86 anos de idade.
 No começo os trabalhos de Seu Elias eram praticamente cópias de Vitalino e dos demais artesãos do Alto do Moura que também copiavam o mestre. Ainda hoje uma boa parte das peças produzidas por Seu Elias se confundem com as demais produzidas por outros artesãos.
Porém,existem algumas peças criadas por ele que facilmente o identificam,são  elas: o São Jorge,o pavão,o jumento,o carneiro e o bode.Os animais de Seu Elias são bastantes diferentes daqueles produzidos pelos demais artesãos do Alto do Moura,parecem de verdade.
 
O São Jorge é outra imagem que o artista tem grande apego e admiração;são necessário  quatro dias de dedicação para terminá-la. Segundo ele a perfeição da peça é o que interessa.




terça-feira, 26 de março de 2013


Estatua de Inácio da Catingueira,Catingueira-PB



INÁCIO DA CATINGUEIRA

Inácio da Catingueira,  escravo do fazendeiro Manuel Luiz, foi cantador lendário e citado orgulhosamente por todos os improvisadores do sertão. Seus dotes de espírito, a rapidez fulminante das respostas, a graças dos remoques, a fertilidade dos recursos poéticos, a espantosa resistência vocal, ficaram celebrados perpetuamente. Sendo negro e analfabeto não trepidou enfrentar os maiores cantadores do seu tempo, debatendo-se heroicamente e vencendo quase todos. Foi o único homem que conseguiu derrubar o mais famoso repentista da época, Romano da Mãe D’Água, depois de cantarem juntos oito dias em Patos, luta que é a página mais falada nos anais da cantoria sertaneja. Inácio nasceu no dia de santo Inácio Loiola, 31 de julho, na fazenda e povoação de Catingueira, perto de Teixeira, Ribeira do Piancó, no Estado da Paraiba, e faleceu aí, sexagenário, em fins de 1879.  
 O nome certo do local onde nasceu Inácio, no século XIX, é Sítio Marrecas, como escravo de Manoel Luiz de Abreu, mas também foi cativo por herança de Francisco Fidié Rodrigues de Sousa, genro do mesmo. No inventário, Inácio da Catingueira, constou como bem, em valor de 1.200$000 (um conto e duzentos mil réis). Tal partilha foi procedida na residência do senhor Nicolau Lopes da Silva, filho da viúva Ana Joaquina da Silva, em 13 de fevereiro de 1875, oportunidade em que Inácio da Catingueira já contava 30 anos de idade e era considerado um imenso bem humano. No dia 22 de março, em seguida à partilha, o inventário foi homologado pelo juiz, dr. João Tavares de Melo Cavalcante Filho. O histórico documento encerrou-se com distribuição das custas aos serventuários da justiça, em 21 de abril do mesmo ano. 
 Nas pesquisas e informações que obtivemos através de Gervásio da Silva, de Saloá, Pernambuco, se desencontram apenas a idade de Inácio. Umas fontes trazidas por ele, dizem que Inácio morreu com mais de 60 anos, vitimado por pneumonia; e outras dizem que ele, vitimado pela mesma doença, haveria morrido com pouco mais de 30 anos. Pelo sim, pelo não, resolvemos manter as duas datas. 
 Inácio da Catingueira, analfabeto, teve como grande trunfo para conseguir a liberdade, o talento poético, com o qual sensibilizou o seu senhor. Não chegava a ser impedido de se ausentar da morada para qualquer viagem, por mais que demorasse e, ainda por cima, era dono de tudo o que conseguia como sua humildade artística. 
 O acontecimento que o tornou conhecido é tido também, como a maior peleja entre dois repentistas já ocorrida no Nordeste. O desafiante seria outro poeta, não escravo e já afamado, conhecido por Romano da Mãe D água, e tal embate se daria na cidade de Patos. A primeira vez que Inácio se deparou com aquele que seria um parceiro por muito tempo, foi registrada na casa de Firmino Aires, oportunidade em que se fazia acompanhar de um grupo proveniente de sua terra. O objetivo era apenas conhecer o homem tido como grande mestre. Levado para a presença do Rei dos Repentes, empunhando o seu pandeiro, Inácio foi desafiado por este, e o célebre desafio entre os dois cantadores e que sagrou Inácio o campeão inconteste, durou oito dias, garantindo público, em praça pública de Patos, nas redondezas da tradicional feira, proximidades da Igreja da Conceição. A partir daí, ficaram companheiros e, por onde passava a dupla, arregimentava verdadeiras multidões. 
 Inácio da Catingueira, segundo a outra fonte, veio a falecer acometido de pneumonia, em conseqüência de trabalhos no campo, época da queima de brocas, com  pouco mais de trinta e três anos de idade. Seu corpo não foi sepultado na Fazenda, como de praxe faziam com os escravos. Repousa em uma praça, no centro da cidade, a qual leva o seu nome, tendo, inclusive, uma estátua em sua homenagem. 

segunda-feira, 25 de março de 2013




 MESTRE MOISÉS DO COCO



Mestre Moisés,pescador,herdou de seus antepassados indigenas a tradição do côco(dança de trabalho de origem africana que inclui uma roda animada pela batida de um ganzá ou um caixão,além de um desafio de sapateado com a umbigada),dança que conhece desde a infância,por influência de seu avô.Ele vem mantendo a manifestação e já introduziu os filhos na "brincadeira" na tentativa de perpetuá-la no âmbito da família como vem se processando há quatro gerações. Moisés criou inclusive uma escolinha em Trairi,cidade onde nasceu em 26 de março de 1945,Moisés criou inclusive uma escolinha para repassar a dança,tendo iniciada com 50 participantes entre crianças e adolescentes da própria localidade,iniciativa que ganhou projeção na comunidade. Tradicionalmente a dança do Côco de Lagoa do Alagadiço é realizada com um grupo de 15 brincantes adultos. Os passos,o ritmo,o movimento corporal tem relação com universo do trabalho rural.


domingo, 24 de março de 2013

João Bá - A vertente pura da cultura popular

Fábio Sombra




                        FÁBIO SOMBRA



 Escritor ,poeta e ilustrador,natural do Rio de janeiro.Suas obras para crianças e jovens,geralmente abordam temas da cultura popular brasileira como:folias de reis,desafios em versos e cantorias de viola. Seu livro " A lenda do violeiro invejoso "(2005) recebeu da FNLIJ o selo de Altamente recomendável para jovem. "

sexta-feira, 22 de março de 2013

nivaldo abdias bomfim - mestre de guerreiro - maceió -02  - foto neno canuto.jpg


 MESTRE NIVALDO ABDIAS BONFIM

Nasceu no município de Palmeira dos Índios,no estado de Alagoas,em 05 de fevereiro de 1932. Seu amor pela cultura popular começou aos oito anos dançando no reisado da mestra Zefa Bispo e no guerreiro da mestra Gajuru do qual aos doze anos foi mestre. Dançou muito aprendeu com grandes mestres como,Adelmo Vieira/Atalaia e o mestre Zé Pequeno/Maceió.Participou,por vários anos, do guerreiro " Barreira Pesada ",coordenado por sua filha Iraci,no bairro da Chã da Jaqueira,onde reside.Dos nove filhos,oito participam da brincadeiraCicero faz os chapéus e os adereços e brinca na figura do índio Peri,a filha Quitéria,que tem um bonito trupé,costura e borda toda a indumentária,a neta Nadja,sabe toda parte da Estrela de Ouro e a Creuza,esposa,é a rainha  do guerreiro. Com a mudança da filha Iraci para o interior do estado se viu obrigado a formar seu próprio grupo. Formou em 1999, o guerreiro " Campeão do Trenado" e deu esse nome  em homenagem ao amigo e mestre de guerreiro,Francisco Jupi,que tinha o apelido de " Campeão Trenado." Mestre Nivaldo Abdias é um dos poucos mestres que mantêm a tradição de sair com seu grupo em caravana,durante o período natalino,percorrendo alguns municípios do estado,fazendo apresentações. Numa verdadeira  aventura.O grupo sai sem destino certo,na maioria das vezes sem nenhum acerto de apresentação,acampados em lugares cedidos pelas autoridades do lugar ou embaixo de árvores.Numa peregrinação que dura de dois a três meses.No ano de 2007,seu afamado guerreiro "Campeão do Trenado " foi contemplado com o prêmio de Culturas Populares, " Mestre Duda, Cem Anos de Frevo ", do Ministério da Cultura. Mestre Nivaldo diz que não tem medo do folguedo acabar, o guerreiro está no sangue da  família,com sua morte,com certeza,os filhos e netos vão dar continuidade. 


quarta-feira, 20 de março de 2013



Cego Aderaldo - O Cantador e o Mitoportões automáticos

O Documentário 
Para compor o longa, Cariry passou por alguns obstáculos, entre eles a escassa quantidade de materiais de arquivo sobre Cego Aderaldo. A grande maioria das informações sobre ele se mantiveram através de fontes orais, misturando-se entre fato e lenda. O diretor resolveu então buscar inspiração em Aderaldo e usar de sua imaginação para compor o documentário. Durante o documentário há depoimentos de personalidades importantes como o cantor Geraldo Amâncio, o escritor Rodrigo Marques, o dramaturgo Ariano Suassuna, o crítico Firmino Holanda, o escritor Cláudio Portela, o produtor Luiz Carlos Barreto, além de pessoas da família de Aderaldo, como seu filho. Estes depoimentos mostram a dimensão do que foi Cego Aderaldo para a nossa cultura. Vale destacar também no filme o seu encontro na Amazônia com o cordelista Firmino Teixeira do Amaral, que escreveria o clássico A Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum. O filme foi exibido em vários festivais, como o Cine Ceará em 2012, porém até o presente momento não encontrei o filme para locação, venda na internet ou algum trailer no YouTube para postar aqui, deixo então o pedido para quem conhecer onde é possível adquirir o filme, deixar nos comentários que acrescentarei nesta postagem. Rosemberg Cariry Rosemberg Cariry, diretor do filme, começou sua carreira cinematográfica em 1975 com documentários de curta-metragem sobre a cultura e a história dos povos do Brasil. Na década de 1980, realizou os primeiros filmes documentários profissionais. Ele já dirigiu importantes obras do cinema nacional como: O caldeirão de Santa Cruz do Deserto (1986); Juazeiro – A Nova Jerusalém (1999), Patativa do Assaré – Ave Poesia (2007) e Folia de Reis – Figural Farsesco e Popular (2012). Paralelamente à sua atividade de cineasta, é também escritor e poeta, tendo publicado livros de poesia, contos, cinema e pesquisa sobre culturas populares. Seus trabalhos são profundamente imersos na cultura nordestina. Quem foi cego Aderaldo Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo, nasceu 1878 no Crato-CE, mas foi criado na cidade de Quixadá-CE. Desde cedo a vida foi difícil para Aderaldo, seu pai foi acometido por uma doença em 1880 que o deixou mudo, surdo e aleijado, vindo a falecer em 1896. Aderaldo perdeu a visão quando tinha 18 anos, 15 dias após a morte de seu pai em 25 de março de1896. Cego e pobre, não tendo a quem recorrer, ele teve um sonho em versos. Foi quando descobriu o dom de cantador e de improvisar rimas. Logo ganhou uma viola de presente. Aprendeu a tocar e passou assim a garantir o sustento da mãe, que morreria pouco tempo depois. Após ficar sozinho, resolveu viajar pelo sertão, cantando e ganhando por sua habilidade. A fama de Cego Aderaldo foi crescendo com o tempo, atingindo um dos seus auges em 1914 quando se deu a famosa peleja com Zé Pretinho, o maior cantador do Piauí, cuja batalha de violas e rimas, foi transcrita pelo cordelista Firmino Teixeira do Amaral, consagrando o cantador. Capa do Folheto Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho (Fonte: www.casaruibarbosa.gov.br) Com a fama, Cego Aderaldo viajou por todo o Brasil, passando por estados como: Piauí, Maranhão, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. E foi lá na capital paulista que ganhou do então governador Adhemar de Barros, com quem firmou boa amizade, um projetor cinematográfico. Ele passou então a sobreviver durante algum tempo, fazendo exibições por diversos lugarejos. Cego Aderaldo adotou e criou, como filhos, 26 crianças, dando estudo e profissão a todos. O cantador veio a falecer no dia 30 de junho de 1967 em Fortaleza-CE. Sua obra foi valiosa para a cultura brasileira, sua popularidade é comparada a de Lampião e Pe. Cícero, seu legado influenciou a música popular e as artes, nas décadas de 50 e 60. Ficha Técnica do Filme: Roteiro e Direção: ROSEMBERG CARIRY Produção Executiva: BÁRBARA CARIRY Direção de Produção: TETA MAIA Direção de Fotografia e câmera - DANIEL PUSTOWKA Montagem: ROSEMBERG CARIRY E FIRMINO HOLANDA Técnico de Som: YURES VIANA Patrocínio: SECRETÁRIO DO AUDIOVISUAL – SAV/MINC E TV BRASILportões automáticos


VII Festival das Artes Cênicas acontece de 16 a 27 de março em três cidades do NEportões automáticos

VII Festival das Artes Cênicas acontece de 16 a 27 de março em três cidades do NE O VII Festival das Artes Cênicas será realizado de 16 a 27 de março. Com duração de doze dias, em três cidades, Fortaleza (CE), Juazeiro do Norte (CE) e Sousa (PB), reúne repertórios e linguagens diversas, em apresentações artísticas produzidas nas cidades-sedes, assim como dos demais estados do Nordeste, e espetáculos nacionais. Nesta sétima edição, além da multiplicidade de linguagens, o Festival vincula sua realização à diversidade de espaços espalhados pela capital do Ceará, Fortaleza, nos quais serão realizadas atividades no Theatro José de Alencar, SESC-SENAC Iracema e Cuca Che Guevara, além de praças públicas. No Cariri e em Sousa, os espetáculos acontecerão nos Centros Culturais Banco do Nordeste e também em praças e ruas. Bate-papos e Oficinas completam a programação. O VII Festival das Artes Cênicas, com realização de Ato Marketing Cultural, conta com patrocínio do Banco do Nordeste, via Lei de Incentivo à Cultura, do Governo Federal. O Festival pode ser definido como uma experiência cênica que cumpre múltiplas funções: as apresentações artísticas e seu poder de entretenimento reflexivo, intercâmbios de grupos artísticos da Região Nordeste, e também nacionais, fortalecimento e estimulo à pesquisa e desenvolvimento cênico, junto a efeitos sociais, benefícios econômicos, visibilidade de grupos, parecer dos formadores de opinião, além de um trabalho sócio-pedagógico que visa maior interação e acessibilidade. Serão 24 grupos, sendo 21 do Nordeste, com representação dos nove estados, mas tem também grupos de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Isso porque um dos focos do Festival é o intercâmbio cultural entre as diversas regiões e as linguagens das artes cênicas. De acordo com Ivina Passos, uma das sócias da Ato Marketing Cultural, “a realização da sétima edição do Festival surge como forma de consolidar sua relevância artística e cultural, uma vez que a continuidade do projeto busca ampliar as possibilidades de circulação e difusão das artes cênicas no País”. Monique Cardoso, também sócia da empresa (ATO Marketing Cultural) ressalta que “tão importante quanto à difusão e a fruição artística é o investimento em formação e capacitação desses agentes culturais, artistas e grupos, que frente às exigências de profissionalização do setor necessitam cada vez mais de ferramentas técnicas e administrativas para a longevidade de seus trabalhos”. O Festival, visando atender a essa demanda latente, realizará oficinas de Produção e Gestão de Grupos e Captação de Recursos, em cada uma das cidades, durante o mês de Abril, ainda como parte integrante de sua Programação.portões automáticos

terça-feira, 19 de março de 2013


Lenda: Piripirioca

A tribo Manau vivia num lugar muito bonito da floresta amazônica. A tribo era conhecida pela beleza das mulheres indígenas. Um dia um índio estranho estava pescando no lago próximo a tribo.
Era Piripari que pescava pirás.
Quando o bando de cunhãs da tribo Manau o avistou, elas se aproximaram para tentar conhecê-lo melhor.
Uma delas falou:
- De que terra vens, ó moço bonito? Tu és lindo feito a manhã.
Piripari não as olhou, mas uma das índias botou a mão no ombro dele. Mal a mão tocou o moço, ficou toda perfumada. As cunhãs ficaram maravilhadas.
- Moço, conta para nós qual é o teu segredo. Se não contares, o levaremos preso para nossa taba.
Mas, ele apenas gritou:
- Meu nome é Piripari!
Ao gritar, ele pulou rapidamente no rio, e na linha de pescar levava três cunhãs.
As outras moças pediam para ele não ir embora.
- Piripari, não vás, somos amigas e te queremos bem.
Elas esperaram por muito tempo que ele voltasse. Sentaram-se na praia e esperaram longamente pelo moço.
No entanto, Piripari não voltou.
Apenas o seu cheiro ficara no vento, um cheiro embriagador que envolvia toda a floresta.
Lá longe, Piripari libertou as moças presas à linha de pesca. Ele disse a elas:
- Não queiram pensar no meu amor. Ainda não é meu tempo de amar, não me esperem mais, cunhãs Manaus.
Apaixonadas porém, as cunhãs permaneceram inconsoláveis na espera.
Depois de muito tempo, vendo a tristeza das cunhãs, apareceu na tribo um jovem feiticeiro chamado Supi.
Querendo ajudar as moças, ele disse:
- Se o cabelo de vocês tocar Piripari, ele ficará preso. Quando a lua cheia vier, vão até a praia onde ele costuma estar e cada uma leve na mão um fio de cabelo para amarrá-lo.
No dia marcado, as cunhãs foram para o rio.
Ela viram Supi que estava pescando. Supi puxava a linha e tirou um peixe.
Ele enterrou o peixe na areia. A lua subia bem alto. Elas viram que o peixe virava Piripiri.
As cunhãs, devagarinho, com os fios de seus cabelos amarraram Piripari. Elas vibravam de contentes.
Enquanto elas o amarravam ele olhava para o céu e cantava uma linda cantiga, mas ele não se mexia. Elas então queixaram-se a Supi:
- Nós o prendemos, mas ele nem se deu conta.
O feiticeiro tratou de tranquilizá-las:
- Enquanto ele está cantando a alma dele passeia pelo céu, entre as estrelas.
Não toquem no corpo dele, do contrário ele desperta e a alma ficará no céu. Logo que ele despertar, podem levá-lo para casa.
No entanto, Piripari demorava a acordar. As cunhãs começaram a perder a paciência e diziam:
_ Acorda, Piripari.
Puraê, uma das cunhãs, chegou a tocar no ombro num gesto muito impaciente.
Neste momento, Piripari se calou e a lua tornou-se escura. Soprou forte um vento frio e as cunhãs caíram em sono profundo.
Quando elas acordaram, no mesmo local onde haviam deixado o corpo de Piripari estava uma pequena planta, uma plantinha apenas, mas de um perfume encantador.
Neste instante, Supi se aproximou:
_ Me escutem, cunhãs Manaus. Quem quiser cheiro de encanto, use no banho esta planta que desde hoje passar a se chamar piripirioca, a planta que nasceu de piripiri.
E Puraê, a cunhã mais desobediente, de castigo, caiu nos braços de um sapo cururu gigante.
As outras cunhãs, entristecidas voltaram para a taba. Nunca mais Piripari foi visto à beira do rio ou cantando uma cantiga voz de estrela misteriosa.
Até hoje as caboclas da Amazônia usam a planta cheirosa para conquistar outros moços...

domingo, 17 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

                                                     


                                                       SEVERINO VITALINO


Severino Pereira dos Santos,este é o nome de pia de Severino Vitalino,nasceu no agreste pernambucano, em 1940,no Sitio Campos. Ainda criança se mudou com sua família para a cidade de  Caruaru onde foi residir no Alto do Moura,onde  reside até hoje.Severino é filho do Mestre Vitalino e continuador de sua obra.

Com o pai,Severino aprendeu a modelar o barro.Desde muito pequeno ajudava seu  pai a fazer pecinhas de barro;até hoje faz questão de manter o estilo do pai.Com técnica apurada,molda no barro as obras que correram o mundo:como Lampião,e Maria Bonita,a banda de pífano,o boi,e a família de retirantes,dentre outras. Vitalino criou 119 tipos de peças,muita coisa para se fazer. Severino faz qualquer peça daquelas que o pai deixou para ele.

Hoje em dia,Severino Vitalino,aos 70 anos de idade,está em plena atividade.Na antiga casa do seu pai no Alto do Moura onde hoje funciona a Casa Museu Mestre Vitalino.Severino é o responsável  pelo local,onde também utiliza para comercializar suas peças.Lá ele é responsável por receber os visitantes e contar histórias sobre o pai,tarefa que dá muita satisfação.





quinta-feira, 14 de março de 2013

quarta-feira, 13 de março de 2013

Foto: Cultura.PE | Galeria do Centro de Artesanato de PE

1ª Mostra Patronarte: Exposição de telas de Eliosval Fortunato
Ação em parceria entre a Secult/ Fundarpe e Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, através do Patronato Penitenciário. Eliosval Fortunato é artista plástico, natural de Itaquitinga – PE e atualmente encontra-se abrigado na Casa de Apoio a Egressos e Liberado, que faz parte do Patronato Penitenciário de Pernambuco, órgão este, vinculado à Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos – SEJUDH, local onde continua a sua produção de pintura em telas. Suas telas além de contemplar a arte sacra, também resgatam as belezas da arquitetura civil e religiosa, remanescente do século XVI ao XIX, que vai desde o Marco Zero, Recife, Rua da Aurora, Mosteiro de São Bento, Igreja da Sé em Olinda, e outros encantos da arquitetura pernambucana. Em suas pinturas retrata ainda o rico folclore da zona da mata, com destaque para os folguedos populares: Caboclinhos, Reisados, Pastoril, Cavalo Marinho, Bumba Meu Boi, Caboclo de Lança do Maracatu Rural, e outros. 
Abertura: 12/03 às 19h

Foto: Chico Peixoto


Galeria do Centro de Artesanato de PE

1ª Mostra Patronarte: Exposição de telas de Eliosval Fortunato
Ação em parceria entre a Secult/ Fundarpe e Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, através do Patronato Penitenciário. Eliosval Fortunato é artista plástico, natural de Itaquitinga – PE e atualmente encontra-se abrigado na Casa de Apoio a Egressos e Liberado, que faz parte do Patronato Penitenciário de Pernambuco, órgão este, vinculado à Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos – SEJUDH, local onde continua a sua produção de pintura em telas. Suas telas além de contemplar a arte sacra, também resgatam as belezas da arquitetura civil e religiosa, remanescente do século XVI ao XIX, que vai desde o Marco Zero, Recife, Rua da Aurora, Mosteiro de São Bento, Igreja da Sé em Olinda, e outros encantos da arquitetura pernambucana. Em suas pinturas retrata ainda o rico folclore da zona da mata, com destaque para os folguedos populares: Caboclinhos, Reisados, Pastoril, Cavalo Marinho, Bumba Meu Boi, Caboclo de Lança do Maracatu Rural, e outros.
Abertura: 12/03 às 19h
Foto: Cultura.PE | Pernambuco das Paixões

A Secult-PE e Fundarpe divulgam a lista dos selecionados no edital “Pernambuco de Todas as Paixões - 2013”, que vai incentivar a montagem de espetáculos cênicos que serão apresentados em cidades pernambucanas, durante a Semana Santa.
 
Todos os contemplados receberão um e-mail com informações sobre a sua classificação e a listagem da documentação necessária, que deve ser entregue na Coordenadoria de Artes Cênicas, na Sede da Fundarpe, até esta sexta (16/3), no horário das 8h às 18h. Para mais informações, ligue para o 3184-3077 ou envie e-mail para artescenicas@secult.pe.gov.br.
 
Segue abaixo a lista dos espetáculos selecionados:

Paixão de Cristo do Moreno
Proponente: Ivanildo José dos Anjos - Produção ME
Cidade: Moreno
 
Paixão de Cristo de Tracunhaém - Ano VII
Proponente: Instituto Brasileiro Pró-Cidadania
Cidade: Tracunhaém
 
Paixão de Cristo de Bom Jardim - Uma Paixão Fazendo História
Proponente: Grupo de Teatro do Bom Jardim – GRUTEAB
Cidade: Bom Jardim
 
34ª Paixão de Cristo do Ipojuca – 2013
Proponente: CCFV - Centro Cultural Farol da Vila
Cidade: Ipojuca
 
Jesus Alegria dos Homens
Proponente: Associação Teatral Jesus Alegria dos Homens – ASTEJAH
Cidade: Garanhuns
 
A Paixão da Ponte
Proponente: Sociedade Teatral e Cultural Nação do Divino – SND
Cidade: Cabo de Santo Agostinho
 
Morte e Vida Nazareno
Proponente: Associação Cultural Cidade do Paulista – ACCP
Cidade: Paulista
 
A Nossa Paixão - Gravatá
Proponente: ICETAG - Instituto Cultural e Ecológico Terra Agreste
Cidade: Gravatá
 
O Cristo da Paixão
Proponente: Associação e Movimento Comunitário Aliança
Cidade: Custódia
 
Paixão de Cristo de Limoeiro
Proponente: Palhaço Xililique (Show e Teatro)
Cidade: Limoeiro
 
Via Sacra do Bom Jesus
Proponente: Centro Dramático Pajeú de Serra Talhada – PE
Cidade: Serra Talhada
 
Paixão de Cristo de Casa Amarela
Proponente: Instituto de Desenvolvimento Social – IDS
Cidade: Recife
                               
Paixão de Cristo de Camaragibe - A Paixão dos Camarás
Proponente: ARK Produções Artísticas
Cidade: Camaragibe

Paixão de Cristo Amigos de São Francisco
Proponente: Movimento Teatral Ziriguidum Art Circus
Cidade: Pesqueira
 
Paixão de Cristo: Um Espetáculo de Fé
Proponente: Associação Recreativa e Cultural Adrenalina
Cidade: Orobó
 
Paixão de Cristo do Paulista - Últimos dias de Jesus
Proponente: Associação Cultural Cidade do Paulista
Cidade: Paulista
 
Paixão de Cristo do São Francisco
Proponente: Associação Nação Coripós
Cidade: Santa Maria da Boa Vista
 
Paixão de Cristo de Cavaleiro - A Paixão Popular de Jaboatão
Proponente: G.N. Produção Teatral Ltda
Cidade: Jaboatão dos Guararapes

Foto do espetáculo da Associação Teatral Jesus Alegria dos Homens, Garanhuns.
Foto do espetáculo da Associação Teatral Jesus Alegria dos Homens, Garanhuns.


Pernambuco das Paixões

A Secult-PE e Fundarpe divulgam a lista dos selecionados no edital “Pernambuco de Todas as Paixões - 2013”, que vai incentivar a montagem de espetáculos cênicos que serão apresentados em cidades pernambucanas, durante a Semana Santa.

Todos os contemplados receberão um e-mail com informações sobre a sua classificação e a listagem da documentação necessária, que deve ser entregue na Coordenadoria de Artes Cênicas, na Sede da Fundarpe, até esta sexta (16/3), no horário das 8h às 18h. Para mais informações, ligue para o 3184-3077 ou envie e-mail para artescenicas@secult.pe.gov.br.

Segue abaixo a lista dos espetáculos selecionados:

Paixão de Cristo do
Moreno
Proponente: Ivanildo José dos Anjos - Produção ME
Cidade: Moreno

Paixão de Cristo de Tracunhaém - Ano VII
Proponente: Instituto Brasileiro Pró-Cidadania
Cidade: Tracunhaém

Paixão de Cristo de Bom Jardim - Uma Paixão Fazendo História
Proponente: Grupo de Teatro do Bom Jardim – GRUTEAB
Cidade: Bom Jardim

34ª Paixão de Cristo de Ipojuca – 2013
Proponente: CCFV - Centro Cultural Farol da Vila
Cidade: Ipojuca

Jesus Alegria dos Homens
Proponente: Associação Teatral Jesus Alegria dos Homens – ASTEJAH
Cidade: Garanhuns

A Paixão da Ponte
Proponente: Sociedade Teatral e Cultural Nação do Divino – SND
Cidade: Cabo de Santo Agostinho

Morte e Vida Nazareno
Proponente: Associação Cultural Cidade do Paulista – ACCP
Cidade: Paulista

A Nossa Paixão - Gravatá
Proponente: ICETAG - Instituto Cultural e Ecológico Terra Agreste
Cidade: Gravatá

O Cristo da Paixão
Proponente: Associação e Movimento Comunitário Aliança
Cidade: Custódia

Paixão de Cristo de Limoeiro
Proponente: Palhaço Xililique (Show e Teatro)
Cidade: Limoeiro

Via Sacra do Bom Jesus
Proponente: Centro Dramático Pajeú de Serra Talhada – PE
Cidade: Serra Talhada

Paixão de Cristo de Casa Amarela
Proponente: Instituto de Desenvolvimento Social – IDS
Cidade: Recife

Paixão de Cristo de Camaragibe - A Paixão dos Camarás
Proponente: ARK Produções Artísticas
Cidade: Camaragibe

Paixão de Cristo Amigos de São Francisco
Proponente: Movimento Teatral Ziriguidum Art Circus
Cidade: Pesqueira

Paixão de Cristo: Um Espetáculo de Fé
Proponente: Associação Recreativa e Cultural Adrenalina
Cidade: Orobó

Paixão de Cristo do Paulista - Últimos dias de Jesus
Proponente: Associação Cultural Cidade do Paulista
Cidade: Paulista

Paixão de Cristo do São Francisco
Proponente: Associação Nação Coripós
Cidade: Santa Maria da Boa Vista

Paixão de Cristo de Cavaleiro - A Paixão Popular de Jaboatão
Proponente: G.N. Produção Teatral Ltda
Cidade: Jaboatão dos Guararapes

Foto do espetáculo da Associação Teatral Jesus Alegria dos Homens, Garanhuns.

terça-feira, 12 de março de 2013

Foto: Feliz aniversário Recife!!!
Foto: Feliz aniversário Olinda!!!
Foto: Cultura.PE | Documentário “Francisco Brennand”

Daqui a pouco acontece a pré-estreia do documentário, de Mariana Brennand Fortes, como parte das comemorações do aniversário do Recife e de Olinda hoje (12/3). O filme mostra o universo particular do pintor, escultor e ceramista pernambucano Francisco Brennand, que aos 85 anos decide romper o silêncio para revelar os segredos de sua arte e sua vida dentro da Oficina Brennand. Produzido pela Mariola Filmes, o filme conta com incentivo do Funcultura.

Onde? Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 175, Boa Vista)
Quando? 12 de março, às 21h
Quanto? Gratuito! (sujeito à lotação)


 Hoje tem pré-estreia do documentário, de Mariana Brennand Fortes, como parte das comemorações do aniversário do Recife e de Olinda hoje (12/3). O filme mostra o universo particular do pintor, escultor e ceramista pernambucano Francisco Brennand, que aos 85 anos decide romper o silêncio para revelar os segredos de sua arte e sua vida dentro da Oficina Brennand. Produzido pela Mariola Filmes, o filme conta com incentivo do Funcultura.
Onde? Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 175, Boa Vista)
Quando? 12 de março, às 21h
Quanto? Gratuito! (sujeito à lotação)
Nelson Vicente Rosa - Mestre de Coco de Roda - Arapiraca  - Foto Neno Canuto.jpg






                    O  COCO DE NELSON ROSA



Nelson Vicente Rosa,nasceu em  18 de dezembro de 1933,no Sitio Fernandes,em Arapiraca,no agreste do estado de Alagoas, é talentoso poeta popular e inspirado embolador.É um homem simples,apegado ao amanhã da terra onde nasceu e vive até hoje,cercado por seus familiares,no Povoado  Fernandes.É o que se pode  afirmar ser realmente um produto de meio onde viveu toda sua vida - a Zona Rural onde ainda criança já ouvia o popular Cicero Duca(casado com sua tia),nas cantigas e nas tapagens de casa,ou entoando seus rojões nas tarefas da roça na década de 30.
Além desses cantos de trabalho,ouvia também as cantigas das destaladeiras de fumo que atravessava sua época de ouro. Em Em 1938,encontrava-se com seus pais no Sitio Cacimba Doce,onde acontecia uma festa,ficou maravilhado ao ouvir a velha Maria Proteciano cantando o coco " ARAÚNA" e formando uma grande roda com as pessoas presentes. Para o menino Nelson,foi a coisa mais bonita do mundo e isso marcou toda sua vida.
Todavia,o tempo foi passando e já adolescente,não ouvindo mais as cantigas de barreiro e nem os rojões do eito,Nelson Rosa passou a acompanhar o coco de seu padrinho Gervásio Lima,que periodicamente apresentava seu famoso pagode,no qual dançava toda família e os vizinhos.
Tempos depois do desaparecimento do seu padrinho Gervásio Lima,Nelson Rosa começou timidamente a cantar emboladas no terreiro de casa acompanhado pelo coro de seus familiares e assim renascia um coco de roça,com toda  a força de um fato folclórico autêntico.Nesses primeiros passos as apresentações aconteciam apenas entre familiares,onde dançavam seus filhos,sobrinhos,primos cunhados e amigos.
Mais adiante,seus filhos foram casando e afastando-se do coco,sendo substituido pelos vizinhos e a dança foi continuando,agora com a presentações em festivais de Folclore,Semana da Cultura,Festas juninas e eventos além das fronteiras do município de Arapiraca e das cercas dos currais de fumo do Sitio Fernendes.

O Mestre Nelson Vicente também coordena,desde 1990,o grupo das Destaladeiras de Fumo de Arapiraca,que reúne 10 senhoras cantadeiras.Já se apresentou em São paulo no ano de 2007 e fez participações no CD " Cantos de Trabalho",da Cia Cabelo de Maria. 







DESENHO DO ARTISTA MULTIFACETADO GUTO BITU !


domingo, 10 de março de 2013

Foto: O Cine é Proibido Cochilar, iniciativa da Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura, dedica as quartas-feiras dos meses de abril e maio à produção de curtas pernambucanos. A Mostra “Curtas Pernambucanos” traz obras de diretores premiados como Adelina Pontual, Kátia Mesel, Marcelo Pedroso e Pedro Severien, entre outros. Cada dia de exibição contará com duas sessões, às 12h30 e 18h30. O público também terá a chance de encontrar os cineastas das respectivas obras em cartaz para um bate-papo após a última sessão do dia. A entrada é gratuita.

O objetivo da mostra é de incentivar o contato do público com obras consagradas e os novos talentos do audiovisual do estado. A série de eixibições tem início em 06 de março e segue até 24 de abril, no auditório da Representação Regional Nordeste do MinC, no Bairro do Recife.

Mostra Curtas Pernambucanos
Data:  de 06 de março a 24 de abril, sempre às quartas-feiras.
Horários: 12h30 e 18h30
Local: Auditório da Representação Regional do Ministério da Cultura – Rua do Bom Jesus, 237 - Bairro do Recife
Informações: (81) 3117.8430
Ricardo Moura

 SANFONA  E FREVO 

Bloco dos Sanfoneiros solta seu fole rasgado, tocando pé-de-serra em ritmo de frevo
Pernambuco é um estado rico em manifestações culturais e populares. No período do Carnaval, o território pernambucano inspira música e ritmos dos mais diversos, do Recife a Petrolina. Além de frevo, maracatu e caboclinho, o forró também tem seu espaço na folia de Momo. Na cidade de Salgueiro, no Sertão, foi criado, há quatro anos, o Bloco dos Sanfoneiros, sob o comando de Pedro Ribeiro Queiroz Filho, de 53 anos.
Nas vésperas do Carnaval, Pedro Filho e os demais integrantes do Bloco dos Sanfoneiros gravaram um CD (checar essa informação), com músicas para acompanhá-los durante o desfile, que acontece toda Segunda-Feira de Carnaval. “Eu faço o CD no estúdio, passo para o carro de som e aí nós começamos a tocar e a seguir com o carro pelas ruas”, conta o sanfoneiro. Ele diz que o bloco recebeu o carinho dos habitantes de Salgueiro e o ritmo já adorado na cidade, o forró, não fica em falta durante o Carnaval.
Músicas de sucesso no forró pé-de-serra, como “A dança da moda”, “Boiadeiro”, “Asa branca” e “O xote das meninas”, ganham arranjos em frevo e levam os foliões salgueirenses pelas ruas a frevar (ou a forrozar), acompanhando o Bloco dos Sanfoneiros.
HOMENAGEM A LUIZ GONZAGA
Em 2012, ano do centenário de Luiz Gonzaga, o bloco não ficou de fora das homenagens ao Rei do Baião. O Bloco dos Sanfoneiros saiu no Carnaval fazendo referência a seu grande mestre. “A gente não fala neste povo nordestino se não tem forró. Então não podemos cantar em forró sem tocar Luiz Gonzaga”, fala o fundador do bloco.
No repertório do Bloco dos Sanfoneiros para o Carnaval, sucessos de Luiz Gonzaga como “Riacho do navio”, “Respeita Januário” e “Asa branca”. Para Pedro Filho, foi uma oportunidade de incentivar o gosto pelo pé-de-serra, mesmo que seja tocando grandes sucessos do forró no ritmo de frevo.
VIDA DE SANFONEIRO
Ricardo Moura
Sanfoneiro é quem gosta do autêntico pé-de-serra. “Porque sanfoneiros eu conheço muito, mas têm aqueles de banda, e sanfoneiro mesmo é aquele que toca o pé-de-serra”, ensina o sanfoneiro Pedro Filho.
“Eu fui inspirado em Luiz Gonzaga, desde criança meu pai tocava sanfona e eu pelejava, mas nunca tinha tido a chance de tocar”. Foi então que Pedro Filho começou a trabalhar e a juntar um dinheirinho, na adolescência. Depois de um tempo, finalmente ele conseguiu comprar sua primeira sanfona. “E tem seis anos que eu já tenho o Grupo Irmão Nordestino, onde eu comecei mesmo a tocar e a fazer minhas apresentações”, enfatiza o sanfoneiro.
Apesar de gostar muito da sanfona, Pedro Filho não conseguiu se dedicar a ela com exclusividade. Já foi pedreiro, vaqueiro e, em São Paulo, chegou a trabalhar em fábricas. Nas horas vagas, sempre estava com o instrumento e bastava aparecer uma brecha que começava a tocar. “Eu sou apaixonado pelo forró pé-de-serra. Onde for possível eu estou tocando e quase sempre chorando, porque certas músicas me deixam sensível”, comenta o sanfoneiro.
Pelo que Pedro Filho falou à nossa equipe, sanfoneiro é isso: um homem com verdadeiro amor ao arrasta-pé genuíno, à sanfona e ao prazer de tocar e levar alegria para as pessoas. “Eu sou agricultor, tenho minha rocinha e trabalho no dia a dia na terra, mas, de noite, estou na sanfona”. Para ele, não tem cansaço físico que o impeça de tocar, chegando a realizar duas apresentações por noite na época de São João. Pedro Filho relembra Dominguinhos e diz: “A vida de sanfoneiro é pesada, mas tenho amor ao que faço”.
Após uma pausa na conversa – ou na prosa, como se diz – os sanfoneiros assumiram seus respectivos postos no palco do bar Sertanejo e o difícil foi tirá-los de lá. Pedro Filho e seus companheiros não davam trégua para a sanfona, a zabumba e o triângulo. E foi com a sanfona nos braços, um sorriso constante e os olhos cheios de lágrimas que nos despedimos de Pedro Filho e de seus amigos sanfoneiros, enquanto tocavam num ensaio improvisado.
HISTÓRIA DO BLOCO
O nosso amigo sanfoneiro conta um pouco da história do seu bloco: “A gente sempre tocou forró pé-de-serra e um amigo, então secretário de Cultura João Bria, foi quem incentivou, dizendo: ‘Seu Pedro, pega a sanfona hoje e toca. Não tem dinheiro, mas se você gostar, pega a sanfona e sai’”. Este foi o início do nascimento do Bloco dos Sanfoneiros de Salgueiro. Em 2009, no seu primeiro Carnaval, a agremiação sertaneja começou tímida, saindo da casa do seu fundador com apenas três integrantes. No andar do corso, foi agregando foliões e curiosos dos demais blocos da cidade, como A Bicharada do Mestre Jaime, Os Insetos, A Tabacaria etc. “Aí gostei da ideia e resolvi continuar a sair no Carnaval com meu Grupo Irmão Nordestino e com o Bloco dos Sanfoneiros”, relata Pedro Filho.
Composto por 15 sanfoneiros, sete trianguistas, sete zabumbeiros e sete pandeiristas, o desfile dos sanfoneiros no Carnaval salgueirense tem largada da sua sede, ao lado do Santuário da cidade, na Segunda-feira de Carnaval, às 14h, com a primeira parada oficial no palco principal da cidade. Depois daí, retorna para a sede, totalizando um percurso de mais de duas horas, quando Salgueiro se enche de frevo tocado com sanfona.
Com apoio do poder público, o bloco foi se estruturando e ganhando corpo. Em 2010, Pedro Filho já organizou uma camisa para os integrantes do bloco, que não deu para quem quis. “Eu tinha feito 50 camisas, mas acabaram num instante”, comentou o sanfoneiro, que no ano seguinte já dobrou o número de camisas para os amantes do forró. No último carnaval, foram confeccionadas 180 camisas em homenagem a Luiz Gonzaga.
“A sede do bloco é lá em casa mesmo, eu recebo os sanfoneiros todos os anos lá com um mungunzá, uma caipirinha e cervejinha para animar e depois saímos no Carnaval”, adianta Pedro Filho sobre os preparativos que acontecem todos os anos, antes da troça dos sanfoneiros sair com seu fole rasgado pelas ruas de Salgueiro.

Raquel Holanda (Texto)
Ricardo Moura  ( fotos)

sábado, 9 de março de 2013


Tiago Araripe e Zeca Baleiro_28 Crédito Augusto Pessoa
Depois de 31 anos, Tiago Araripe lança o sucessor de Cabelos de Sansãoclique aqui


Zeca Baleiro era um estudante no fim dos anos 1980 quando se deparou com um disco que lhe pareceu incomum. Em meio a dezenas de títulos, Cabelos de Sansão lhe chamou a atenção pela imagem de um sujeito magrelo, de cabelos longos, sentado nu sobre um leão. A curiosidade do maranhense foi maior ainda por saber qual a ligação daquela imagem com a Via-Láctea e o sorriso do rapaz que assinava como Tiago Araripe. Sabendo que se tratava de um cearense do Crato, em meados da década de 1990, Baleiro quis conhece-lo. Pediu, então, sua produção localizasse o responsável pelas canções que tanto o haviam impressionado, como Cine cassino, Fios da light e Redemoinho. O encontro aconteceu e, em seguida, uma amizade e algumas parcerias. Esse é o começo da história do recém-lançadoBaião de Nós, disco de Tiago que sucede, 31 anos depois, o primogênito Cabelos de Sansão.clique aqui Voltando algumas décadas nessa história, era final da década de 1960, quando Tiago Arariperesolveu sair do Crato em busca de horizontes maiores. Seu destino foi Recife, onde começou a estudar Arquitetura. Não tardou para que ele conhecesse a cena musical pernambucana e fundasse a banda Nuvem 33. Bastou o primeiro show para que ele largasse de vez a faculdade. “Era uma banda com um clima de experimentação muito grande. Nós buscávamos algo novo, uma nova linguagem e fazíamos muitas performances”, lembra o artista por telefone. Depois, Tiago partiria para São Paulo, em busca de conhecer uma escola de música cuidada por Tom Zé. Embora a escola já tivesse fechada quando ele chegou, o baiano gostou da conversa do cearense e topou fazer alguns trabalhos juntos. Depois ele formaria a banda Papa Poluição, um sexteto de nordestinos que, embora tenha acabado, ainda hoje mantém uma carteira fiel de admiradores. Como eles realizavam muitas apresentações no teatro Lira Paulistana, Tiago acabou conhecendo a geração conhecida como Vanguarda Paulistana, que tinha como principais representantes Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção (1949 – 2003). E foi justamente Itamar quem sugeriu que o segundo disco do selo Lira Paulistana fosse o deTiago Araripe. Foram mais de 300 horas de estúdio ao longo de um ano de gravação até queCabelos de Sansão ficasse pronto. Fazendo fusões de rock e música nordestina, com direito a uma versão de Jimi Hendrix (Little wing que virou Asa linda) feita por Augusto de Campos e uma participação sampleada dos Beatles (em Cine cassino), o disco usou o trabalho de 33 músicos, todos pagos somente com amizade. “Uma coisa boa do Lira era permitir essas colaborações. Era um disco arrojado pra época. Dificilmente alguém bancaria um negócio desses”, comenta o músico que teve seu disco relançado em 2008 pelo selo Saravá Discos, de Zeca Baleiro.Diante das dificuldades para levar a carreira pra frente, Tiago Araripe foi se afastando da música aos poucos. Atualmente morando em Recife, onde trabalha com publicidade, o convite para uma nova gravação só veio há dois anos, pela Candeeiro Records. Ele então convidou Zeca Baleiro para co-produzir o disco. Convite aceito, o maranhense ainda trouxe os músicos Tuco Marcondes e Fernando Nunes para botarem mais tempero nesse Baião de Nós. Apesar do título, as 12 faixas passeiam pelo reggae, rock, blues e outras sonoridades. “Sempre fui marcado pelo pop, desde Luiz Gonzaga até os Beatles. Isso me fez buscar uma universalidade, que eu achei nessa fusão dos músicos pernambucanos com os do Zeca”, defineTiago, que dessa vez precisou de apenas dois meses para finalizar o trabalho. “Gostei do resultado por que me passou uma sensação de renovação. A vida vai absorvendo a gente, a batalha da sobrevivência, e, pra mim, foi se criando esse hiato. De repente, quando surgiu essa oportunidade, eu disse ‘por que não?’”, acrescenta o músico que diz ter “destampado” sua veia criativa. “Agora tenho coisa para outros discos”.clique aquiclique aqui