sexta-feira, 23 de junho de 2017

http://jconlineimagem.ne10.uol.com.br/imagem/noticia/2015/09/22/normal/9d2845ef3ed3b753b936f5735958de08.jpg

Por José Teles
A vida do cantor, compositor e sanfoneiro José Nilton Veras, pernambucano de Afogados de Ingazeiras, mas criado em Salgueiro, daria um livro ao mesmo tempo romântico e picaresco. Com 20 anos, ele saiu do sertão, andou pelo mundo, até que, 60 anos depois, voltou para sua cidade. Feito o personagem da novela Candide, (de Voltaire Publicado em 1959) descobriu que não há nada melhor do que cultivar o seu jardim. O jardim de José Nilton, mais conhecido pelo nome artístico de Zenilton fica no sopé da Serra do Cruzeiro, em Salgueiro, Sertão Central de Pernambuco, a 518 km do Recife: "Comprei uma casa num pé de serra. Tem dia que o clima tá em 18, 19 graus, enquanto na cidade é de 30 a 40 graus. Me sinto muito satisfeito. Só o fato de ter voltado pra minha terra é uma felicidade. Muitos nordestinos foram embora e não voltaram. Estou aposentado, de fome não morro mais. Mas não parei. Deu uma artrose numa mão, vou me operar, depois eu volto a fazer show", diz Zenilton.
Embora tenha lançado o primeiro LP em 1960, ele só se tornou sucesso nacional na década de 70, com forrós de duplo sentido, sem preocupações com o cultivo da sutileza. Capim Canela ("Meu gado emagreceu, que só se vê a costela/ a salvação disso tudo foi o capim canela/ a criação engorda comendo capim canela/ é só capim canela, é só capim canela"), A Veia Debaixo da Cama, Bacalhau à Portuguesa (Eu quero cheirar seu bacalhau/ Maria, quero cheirar seu bacalhau"), Deixei de Fumar ("Só fumo no cachimbo da mulher/ fumar cigarro nunca mais eu me acostumo/ todo dia fumo no cachimbo da mulher"). Zenilton revela que foi levado ao duplo sentido por causa de Luiz Gonzaga:
"Fui fazer um show numa fazenda, a Rancho Alegre, na Bahia. Eu, Marinês, Luiz Gonzaga, Trio Nordestino. Era uma vaquejada. Na minha apresentação, comecei às nove horas e era pra parar dez e meia, mas meti o pau, só cantando Gonzaga. Quando terminei, ele estava lá no fundo do palco esperando, e veio e me perguntar: ‘E agora, eu vou cantar o quê? Você cantou tudo o que ia cantar. Você se defina, e esqueça o que é meu, você estragou meu show’. Zenilton diz que o carão do Rei do Baião o deixou meio chateado. Em São Paulo, conversando com Raul Seixas, de quem era amigo, contou o episódio a ele: "Raul me disse, inventa outras coisas. Canta coisas engraçadas. Aí gravei Capim Canela. No outro ano, fui fazer um show na mesma fazenda, Luiz Gonzaga me viu e veio me abraçar dizendo: ‘Está vendo como foi bom eu lhe avisar? Fui pro Rio de Janeiro, todas as rádios só tocam você’".
PAU DE ARARA
Zenilton começou a tocar na adolescência em Salgueiro, nos forrós nos sítios da região. Aprendeu sanfona sozinho, no começo dos anos 50, ouvindo as músicas de Luiz Gonzaga: "Meu pai era dentista do Exército e gostava de fazer rolos. Uma vez foi pro Recife e fez um rolo numa sanfona de oito baixos. Ele viajava muito, e quando voltou eu tinha aprendido a tocar. Ele não queria saber de filho tocador, por ele eu precisava era estudar". Foi então que Zenilton decidiu cair no mundo: "Passou um caminhão Alfa Romeu por Salgueiro, em 1958, ia pra São Paulo. Viajei nele. Gastei 18 dias na viagem, cheguei em São Paulo com a bunda torta. Não conhecia ninguém na cidade. Só tinha uma sanfoninha e uma sacola com roupa. Veio a ideia de arrumar dois caras, um pra zabumba, e outro triângulo. Fui pra Praça da Sé. Levava um balaio, enchia o balaio inteiro, três vezes por semana.
Um dia Zenilton tocava na Praça da Sé e apareceu um português que queria aprender a tocar sanfona. Fizeram um acordo, Zenilton e o português, que era dono de bar. O sanfoneiro dormiria num quartinho nos fundos do bar, trabalharia durante o dia para o português e lhe ensinaria sanfona: "Ele foi embora pra Portugal, eu comprei o bar. E fui comprando outros. Cheguei a ter 14 bares pequenos, tipo lanchonete. Daí fui conhecendo os músicos, o povo do rádio começou a me convidar e acabei abraçando a carreira", resume o forrozeiro seus primeiros anos no "Sul".
Passada a onda do duplo sentido, do qual Zenilton se tornou um dos mais bem-sucedidos praticantes, com Genival Lacerda, ele andou por uns tempos sumido da mídia, até reaparecer graças ao Raimundos, grupo de rock brasiliense dos anos 90, cujos integrantes se diziam influenciados pelo pernambucano: "Eu morava em São Paulo, eles foram me procurar na gravadora, a Copacabana, deixaram o telefone. A gente gravou juntos, fizemos shows, mas depois que começaram a ganhar dinheiro, então se esqueceram de mim. Os shows eram tudo torto, entronchado, eles cantavam desafinados. Mas isso é o de menos, não tem aí um tal de Safadão, que canta tudo errado? Mas o povo gosta disto", diz Zenilton.
Ele não nutre também a menor simpatia pelas bandas que dizem fazer forró: "Do forró eu participei de tudo, cantei com Luiz Gonzaga em circo, em 1959, adoro forró. Mas este negócio de forró, o pessoal inventa muita conversa. O forró não é música. Tá no dicionário, vem de forrobodó, está no dicionário, comes e bebes é festa. A música continua sendo o baião, xote, a toada. Apareceram estas bandas da vida e vieram com esta história de forró. Quando eu era rapazinho, a sociedade fazia uma festa, era um baile. Quando era feito nas vilas, nos sítios, era risca-faca, o forró. Costumo dizer que cada um faz o que sabe. Não dou valor ao que as bandas fazem, mas o povo dá. Elas não têm uma música que preste. É tudo igual, uma voz só, uma coisa só. Banda é iluminação, só o palco é um show. Eles não me convidam pra tocar com eles não, que não são doidos. Porque sabem que se botar o velhinho no palco, acabo com eles".
PROTESTO
Da tranquilidade do seu pé de serra, Zenilton observa as transformações do mundo. Tem interesse na internet, para ele um bem e um mau moderno: "Não se vê mais uma livraria, uma loja de discos porque ninguém compra mais. Tudo o que você quiser de livro e disco está na internet. Ela estragou totalmente a cultura. Eu gravei um disco agora, tá todo na internet, de graça, vá lá e pegue". Refere-se a Os Ladrões da Petrobras, gravada em Salgueiro, com produção do primo Fabiano Veras. O duplo sentido deu lugar ao protesto: "Estou com uma música estourada aí em todo o Brasil, a da Petrobras, com cem mil visualizações na internet. O assunto no momento é esse, o povo não aguenta mais sofrer. Tem outra em que eu falo do negócio da carestia, tá tudo caro, ninguém aguenta mais".
A sensação de esculhambação do país de Zenilton acentua-se no forrozeiro porque ele passou muitos anos em Portugal, onde também teve influência em Quim Barreiros, artista muito popular no país, na linha duplo sentido. Barreiros fez grande sucesso com Bacalhau à Portuguesa, a mesma cantada por Zenilton, ou Chupa Teresa ("Chupa Teresa, chupa Teresa/ que este gelado gostoso/ é feito de framboesa"). A ausência de Zenilton do Brasil suscitou rumores de que tivesse morrido, até porque ele não fez o mesmo sucesso em terras lusas. Há pouco mais de dois anos, voltou para o Brasil, passou por São Paulo e resolveu retornar ao Sertão. Tem três filhos, bem encaminhados (uma filha é médica). Só lamenta não poder tocar sanfona. Mas depois que resolver o problema da artrose, volta ao instrumento e aos palcos, afinal só tem 79 anos e quatro meses. Inteira os 80 em fevereiro de 2018.

quinta-feira, 22 de junho de 2017


Casa da Rabeca entra no clima do São João com o Forró do Salú

Entrada custa um quilo de alimento não perecível, que será destinado às vítimas das enchentes na Mata Sul do estado


Renato Spencer\Santo Lima
Renato Spencer\Santo Lima
A programação começa por volta das 20h e valoriza a tradição do São João de Pernambuco
Com dois dias de festa, o tradicional Forró do Salú – São João da Casa da Rabeca chega à sua 14ª edição no clima dos festejos juninos. Nesta sexta (23) e sábado (24), sempre a partir das 20h, a programação gratuita vai contar com vários nomes da cultura pernambucana, como Família Salustiano e a Rabeca Encantada, Ivan Ferraz, Gilmar Leite, Rogério Rangel, Coco de Roda Raio de Luz, Beto Hortis e Nádia Maia.
De acordo com Pedro Salustiano, um dos organizadores do evento, a entrada custa apenas um quilo de alimento não perecível – que será destinado às vítimas das enchentes na Mata Sul do estado. “É uma forma que a gente encontra de compartilhar com os amigos que perderam tudo naquela região. E a gente tem a expectativa de conseguir arrecadar muita coisa, porque temos a estimativa de receber por dia de quatro a cinco mil pessoas”, explica.
Leo Caldas/Secult-PE
Leo Caldas/Secult-PE
Família Salustiano e a Rabeca Encantada, formada por filhos do Mestre Salú, é uma das atrações da festa
A festa tem o objetivo de manter viva a tradição junina, com forrozeiros e artistas do estado. “Inclusive a fogueira já está pronta. Vamos ter comidas, barraquinhas, estacionamento gratuito e decoração típica da festa. Vale destacar também que reforçamos a segurança no entorno da Casa da Rabeca. Quem vier prestigiar nosso evento e entrar na Cidade Tabajara pela PE-15 vai encontrar o caminho todo iluminado e seguro”, destaca Pedro Salustiano.
A 14ª edição do Forró do Salú – São João da Casa da Rabeca conta com apoio do Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e Fundarpe, e da Prefeitura de Olinda.
Serviço
14º Forró do Salú – São João da Casa da Rabeca
Casa da Rabeca (Rua Curupira, 340, Tabajara, Olinda)
Sexta (23) e sábado (24) | a partir das 20h
Gratuito
Confira a programação do 14º Forró do Salú – São João da Casa da Rabeca
Sexta-feira (23/6)
20h – Família Salustiano e a Rabeca Encantada
21h – Ivan Ferraz
22h – Gilmar Leite
23h – Rogério Rangel
Sábado (24/6) 
20h – Coco de Roda Raio de Luz
22h – Beto Hortis
23h – Nádia Maia
0h – Trio pé de serra

quarta-feira, 21 de junho de 2017

São João na Casa da Cultura garante a tradição junina

Programação gratuita vai animar a visitação ao espaço de 20 a 23 de junho

Uma festa da verdadeira tradição junina. Quer uma amostra do que é o São João de Pernambuco? Pois então programe-se para conferir as atrações do São João da Casa da Cultura, promovido pelo Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e da Fundarpe. Os shows acontecem desta terça (20) até sexta (23), sempre a partir das 11h. Todos os anos, o espaço cultural público é endereço certo para as mais variadas manifestações da cultura popular desta época: quadrilha, coco, ciranda, pífano, bacamarte e forró pé-de-serra. Os shows, todos gratuitos, acontecerão no interior da Casa, o que promoverá uma interação ainda maior dos artistas e da música com o público.
Jan Ribeiro/Fundarpe
Jan Ribeiro/Fundarpe
A Casa da Cultura já está decorada para a animação junina
“O São João da Casa da Cultura já é uma programação tradicional do nosso período junino. As pessoas comparecem e prestigiam porque sabem que é garantia de uma boa programação, alinhada ao que de fato representa nossas tradições. É uma mostra que também fortalece o próprio equipamento cultural que é a Casa da Cultura, um guardião de nossas tradições, e mantém sempre suas portas abertas aos moradores e sobretudo turistas e visitantes do estado, com uma programação cultural rica e permanente, que sempre valoriza nossas manifestações artísticas mais genuínas”, coloca Márcia Souto, presidente da Fundarpe.
Foto: Laís Domingues
Foto: Laís Domingues
As netas de Selma do Coco se apresentam na quinta-feira (22)
Para o secretário de Cultura Marcelino Granja, este São João precisa também se firmar como sendo a festa da tradição, e da retomada, pelos artistas e pelo público, do que de fato dá sentido ao período. “Mais do que nunca é preciso valorizar nossa cultura junina, através dos artistas que a representam. O Governo de Pernambuco garantiu mais uma vez que a programação dessa festa fortaleça nossas raízes juninas. Na Convocatória que lançamos para os artistas enviarem suas propostas de apresentação, deixamos claro que não haveria, para as contratações de São João feitas pelo Governo, espaço para gêneros que destoassem da festa e que já tem espaço em outras datas do ano, com bastante apelo comercial inclusive. Estamos felizes por este posicionamento e certos que esse é o papel do Governo”, frisa o secretário Marcelino Granja.
Confira a programação:
Terça-Feira, 20/6
11h – Aluísio do Acordeon
12h – Poeta Chico Pedrosa
15h – Quadrilha Junina Chinelo de Aço
16h – Poeta Chico Pedrosa
17h – Ana Lúcia do Coco
Quarta-Feira, 21/611h -Barra Manza e Caitano da Ingazeira
12h – Trio J no Forró
15h – Banda de Pífano Fulni-ô
16h – Estrelinha do Coco
17h – Quadrilha Junina Zabumba
Quinta-Feira, 22/6
11h – Ciranda Mimosa
12h – Trio Cultural
15h – Quadrilha Junina Raio de Luz
16h – Trio Tareco e Mariola
17h – Netas de Selma do Coco
Sexta-Feira, 23/6
10h – Mastigado do Forró
11h – Quadrilha Junina Frrofiá
12h – Trio Mexe Mexe
13h – Grupo de Bacamarteiros Rei do Cangaço
14h – Ciranda Santana

sexta-feira, 16 de junho de 2017

             

              A PRESIDENTE BÁRBARA


Ainda criança, saiu de sua cidade para o Crato e muito jovem casou-se com o comerciante português José Gonçalves dos Santos. Foi no Cariri que Bárbara projetou-se no cenário político nas lutas em prol da independência numa época em que o  empoderamento e feminismo não se ouviam falar uma vez que o Nordeste patriarcal mantinha suas mulheres na cozinha.
Mas seus ideais libertários incomodavam o governo. Perseguida política enfrentou a situação corajosamente acompanhada dos filhos. Nessa luta Bárbara proclamou a República do Crato e foi assim, a presidente do Brasil. A primeira. Mas seu governo durou apenas oito dias.  Presa, aliás, a primeira presa política do País, viveu três anos numa cela subterrânea em Fortaleza. Morreu no Piauí em 1832.
Apesar da sua importância história\política, a memória dela é pouco cultuada. A casa onde morou no Crato foi demolida e no seu lugar encontra-se um órgão público. Entretanto, no Exu, na casa onde nasceu existe o Centro Cultural Bárbara de Alencar.
Bárbara é avó do poeta José de Alencar e a escritora Raquel de Queirós é sua descendente.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Mosteiro São Bento,Salvador/Bahia

A Biblioteca mais antiga do Brasil, disponibiliza obras rara



Biblioteca do Mosteiro de São Bento da Bahia, fundada em 1582, reúne um acervo bibliográfico considerável, tanto no que se refere a quantidade de volumes, como no que diz respeito a qualidade do acervo, que dispõe de obras escritas nas mais variadas línguas, abrangendo as diversas áreas do conhecimento.
O valioso acervo acumulado e conservado ao longo de mais de quatro séculos de existência conta com uma notável coleção de obras raras dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX (são manuscritos, iluminuras, livros, documentos históricos, cartas, testamentos, mapas, desenhos e plantas de arquitetura, partituras musicais), tornando a Biblioteca do Mosteiro uma das mais importantes do país. A preocupação de preservar o legado cultural ao longo da história sempre foi uma característica dos mosteiros beneditinos.
Durante todo o século XX, o acervo foi sendo ampliado e diversificado. A aquisição de obras deste último século foi complementada com uma importante sessão de periódicos das mais diversas áreas de pesquisa, mantida em constante atualização.
A Biblioteca do Mosteiro é especializada em Teologia, Filosofia e História. O acervo é aberto ao público e as consultas e pesquisas são feitas na própria Biblioteca, sendo vetado o empréstimo de livros e periódicos, como também o acesso direto dos pesquisadores à área destinada ao acervo raro. As visitas mais freqüentes têm sido de estudantes universitários, pesquisadores de universidades e instituições nacionais e estrangeiras.
A sala de pesquisa da Biblioteca tem sido utilizada ainda para o lançamento de livros e exposições. O projeto de ampliação prevê a instalação de gabinetes de estudo individual e coletivo, como também a informatização do acervo, processo que se encontra em estágio bastante adiantado.
Além do trabalho permanente realizado pelos monges, a Biblioteca do Mosteiro conta com a colaboração de voluntários e doadores nas obras de conservação, modernização e ampliação do acervo bibliográfico, das instalações físicas e dos equipamentos técnicos de apoio.
A Biblioteca destaca-se como importante elemento integrante do contexto acadêmico. Caracteriza-se pela oferta, ao corpo docente e discente, de um lastro bibliográfico e de serviços de informação que apóiam os programas de ensino da Instituição. Dessa forma, a Faculdade São Bento da Bahia conta com apoio de uma Biblioteca acadêmica qualificada que garante o suporte aos seus programas de ensino, pesquisa e extensão.
O Mosteiro de São Bento, entidade mantenedora da Faculdade São Bento da Bahia, possui Biblioteca própria, cujo acervo abrange as mais diversas áreas do conhecimento, para o uso dos monges, dos docentes e discentes da Faculdade São Bento e de pesquisadores de outras Universidades e Faculdades.

Obras do Mosteiro de São Bento, em Salvador – foto: Divulgação/Mosteiro

OBRAS RARAS DISPONÍVEIS ONLINE
O público pode conferir mais de 60 obras raras, dos séculos XVI ao XIX, que podem ser acessadas gratuitamente peloPortal de “Livros Raros da biblioteca do mosteiro.
Entre as obras restauradas e digitalizadas está a coleção “Obras Completas de Luiz de Camões”, edição crítica com as mais notáveis variantes, de 1873; a súmula “O Médico do povo”, de 1868, com instruções para cura e tratamento de moléstia; “Cartas Selectas”, de Padre Antônio Vieira, de 1856; “Index Librorum Prohibitorum”, do Papa Bento XIV, de 1764; e “Historia dos Judeos”, de Flavio José, de 1793. Os mais antigos da lista são “Cometario as Sentenças de Duns Scoto, do Fr. Nicolau de Orbellis”, de 1503; e “Suma Theologica Secundæ”, de São Tomas de Aquino, de 1534.
O Mosteiro de São Bento foi o primeiro mosteiro fundado pela ordem dos Beneditinos nas Américas. A biblioteca do local foi fundada em 1582 e é tombada pelo Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) desde a década de 1930. O acervo ultrapassa os 200 mil volumes, e o setor de obras raras possui aproximadamente 13 mil obras impressas do séc. XVI ao XIX.

quarta-feira, 14 de junho de 2017



CANGACEIRO MASSILON

Seu nome era Benevides Leite,nasceu na Serra de Luiz Gomes,na chamada " Tromba do Elefante",na região do médio oeste potiguar. Era um agricultor de boa indole,divertido e gostava de fazer amizades. Gostava das feiras livres e apreciador de uma boa cachaça,sempre tomava uma e jogava baralho no mercado público. Mudou seu nome para Massilon e tinha um irmão cangaceiro conhecido por " Pinga Fogo".
A feira de Belém do Brejo do Cruz,na Paraíba, era uma das feiras de sua preferência. O delegado da cidade,homem valente e hostil,havia proibido o costume do povo de andar armado e,nada lhe teria acontecido se um "cagueta"  não tivesse ido à policia que Massilon estava armado e embriagado.Não demorou muito e todos os policiais da cidade estavam cercando e prontos para desarmá-los. Foi se esconder por trás da igreja e houve muita troca de tiros. Então,chega um cidadão de Jardim de Piranhas,conhecido por " Mané Forte" e segura Massilon por trás. Ele grita: " Mané Forte ! me solta se não a policia me mata ". Mas "Mané Forte " tenta convencê-lo,de que era possível o diálogo e ele precisava se entregar para a policia. Mesmo com os braços presos,segurando sua arma na mão direita,ele conseguiu acertar um soldado que veio a falecer. Com esperteza e agilidade, Massilon conseguiu escapar e, dali mesmo,fugiu para dentro da caatinga e foi incorporar-se ao bando do cangaceiro Lampião. Já tendo a confiança do Capitão Virgulino Ferreira,Massilon colocou na cabeça de Lampião a idéia de assaltar a cidade de Mossoró,pois ele afirmava que era uma cidade próspera,tinha bancos, um comércio desenvolvido e,portanto, era um bom negócio. Mas a verdade não era essa. Massilon tinha um amor platônico pela filha de Rodolfo Fernandes e via nisso a oportunidade de raptar a moça.


Lampião não queria ir,além de ter uma devoção por Santa Luzia- - padroeira de Mossoró - tinha também um certo respeito,ele não atacaria cidade que a igreja tivesse duas torres. Mas de tanto Massilon insistir ele terminou cedendo.


Já perto de Mossoró,Lampião quis desistir e mandou um bilhete para o prefeito dizendo que desistia de atacar a cidade em troca de 400 contos de réis,dinheiro da época. O prefeito mandou como resposta uma bala embrulhada num papel e o recado dizendo que Lampião fosse contar o dinheiro pessoalmente. Era uma tarde de segunda-feira, do dia 13 de junho de 1927. O ataque foi um fracasso. Lampião perdeu dois importantes cangaceiros,"Jararaca" e "Colchete."
Cangaceiro Jararaca

Outros cincos saíram feridos. Depois de perder o combate em Mossoró,o bando. seguiu para a cidade de Limoeiro do Norte,no estado de Ceará. Vendo seus planos irem por água abaixo,Massilon deixou o bando. Um senhor chamado Pedro Dantas Filho,natural de São José do Brejo do Cruz e residente em Caicó,falecido aos  88 anos,dizia ter conhecido Massilon,contava essas histórias. O ancião ainda confidenciou que depois do fracasso,Massilon teria ido para o Estado do Mato Grosso e nunca mais alguém teve noticias sua.


Alexandre Gurgel

terça-feira, 6 de junho de 2017



Cinema Rio Branco é reaberto celebrando Acordo de Cooperação entre Prefeitura e Estado

Centenário, equipamento cultural de Arcoverde conta com o apoio da Secult-PE e da Fundarpe


A partir desta segunda-feira, 05 de junho, Arcoverde reabre o centenário Cinema Rio Branco em parceria com o Governo de Pernambuco. Esse momento só foi possível, diante do esforço da gestão municipal, aliado ao apoio do Programa Cine de Rua (Secult-PE e Fundarpe). O programa foi desenvolvido a partir de um Grupo de Trabalho formado por representantes do poder público e da sociedade civil que, desde 2016, discute e planeja a reinserção de salas de cinema no circuito de exibição audiovisual pernambucano.
Jan Ribeiro
Jan Ribeiro
Sala de cinema de rua em Arcoverde completa 100 anos
Durante este mês de junho, o Cinema funcionará em fase experimental para teste do novo sistema digital, que permitirá sua reinserção no mercado contemporâneo da produção cinematográfica. Nos últimos anos, a sala passou a ter dificuldade de receber títulos atuais, por contar apenas com um projetor em 35 mm – um grande patrimônio e diferencial -, mas cujos rolos clássicos já não são mais produzidos pela grande maioria dos estúdios.
Por meio do GT Cine de Rua, o equipamento cultural foi objeto de um minucioso diagnóstico técnico desenvolvido pelo programador do São Luiz, Geraldo Pinho, e pelo arquiteto especializado Oswaldo Emery, que também é consultor de projetos audiovisuais vinculado ao MinC. O relatório embasou a proposta de readequação do espaço físico, de atualização digital e a elaboração de um Acordo de Cooperação que será celebrado entre a Secretaria Estadual de Cultura e a Secretaria de Cultura e Comunicação de Arcoverde durante a solenidade desta segunda-feira (05).
Rodrigo Ramos
Rodrigo Ramos
Reabertura será marcada pela pré-estreia nacional de
“A reabertura do cinema representa a primeira ação mais concreta de Arcoverde em busca de políticas culturais efetivas. Acreditamos, que essa parceria com o Cine de Rua traz de volta luz ao nosso Rio Branco e uma perspectiva de vida ainda mais longa”, acredita a prefeita Madalena Britto.
Por meio do acordo, a gestão estadual firma o compromisso de prestar, por três anos, assessoria técnica especializada, curadoria e, de uma maneira estratégica, ações em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco que ajudem a formar projecionistas e programadores no município. “É com bastante entusiasmo que comemoramos este momento, que só foi possível pela união de diversos agentes públicos e da sociedade civil comprometidos com requalificação desses espaços”, afirma o Secretário Estadual de Cultura, Marcelino Granja.
Agora, o Cinema Rio Branco faz parte do organograma da recém-criada Secretaria de Cultura e Comunicação de Arcoverde. “A gestão e ocupação dos equipamentos culturais é uma prioridade. O Cinema Rio Branco é o centro da política de audiovisual e de difusão que o município vai desenvolver”, pontua a Secretária Teresa Padilha.
Rodrigo Ramos
Rodrigo Ramos
Festival Varilux de Cinema Francês ocorre no equipamento de 8 a 21 de junho
“A parceria com a Secretaria de Cultura do Estado acelerou e qualificou a intervenção que pautamos desde o início da nossa atuação no município. Onde um das prioridades iniciais da nossa gestão era a reabertura do Cinema Rio Branco, mas com propósito voltado exclusivamente para exibição de filmes e formação na área e com a qualidade técnica e de conteúdo que o equipamento, os fazedores de cinema e o público merecem”, acrescentou o Diretor Executivo de Cultura de Arcoverde, Vinícius Carvalho.
PROGRAMA CINE DE RUA
De acordo com Silvana Meireles, Secretária Executiva Estadual de Cultura, “o Cinema Rio Branco representa a primeira ação visível do programa Cine de Rua, demonstrando que a união de esforços de instituições e de pessoas torna possível a concretização de um desejo e de uma necessidade: a democratização dos espaços públicos para a promoção do acesso à cultura e da cidadania”.
Para a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, “o diálogo e o trabalho conjunto vão tornar possível também o funcionamento regular e a oferta de programação continuada no Cine Theatro Guarany, em Triunfo, já a partir do dia 9 de junho”, adianta.
Costa Neto
Costa Neto
Programadores de cinemas de rua reunidos em Triunfo, ainda em 2015, discutiram reabertura e reinserção das salas
O Cinema Rio Branco e o Cine Theatro Guarany terão apoio do Comitê de Programação do GT Cine de Rua, formado atualmente pelo Cinema São Luiz, Cinema da Fundação, SESC Pernambuco, Secult-PE, Consulado Geral da França no Recife e do Movimento #CineRuaPE.
CINEMA RIO BRANCO
O Cinema Rio Branco começou a funcionar em 1917, quando a cidade de Arcoverde ainda nem existia. O que havia era o vilarejo de Rio Branco, pertencente ao município de Pesqueira. Palco dos primeiros debates sobre a emancipação política do município, o Cinema reabre nesta segunda-feira (5) com a pré-estreia nacional do filme Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos, filme de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro, que contou com incentivo do Funcultura.
O público terá ainda a oportunidade de conferir a exposição fotográfica Memória de Arcoverde e a exibição do documentário Meu mundo em Um Minuto, resultado de uma oficina sobre o Reisado desenvolvida com alunos da Escola Municipal Severina de Souza Bradley, no distrito de Caraíbas.
De 08 a 21 de junho, Arcoverde terá acesso a um recorte da programação do Festival Varilux de Cinema Francês. Já durante a semana de 22 a 28 deste mês, entram em cartaz os filmes Danado de BomO Som ao Redor e o curta Uma Balada para RockLane.
SERVIÇO
REABERTURA DO CINEMA RIO BRANCO – FASE EXPERIMENTAL
Data: Segunda-feira, 05 de junho
Local: Avenida Antônio Japiassu, 261 – Centro – Arcoverde
Programação:
19h – Abertura com a exposição fotográfica “Memória de Arcoverde”
20h – Assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo de Pernambuco e a Prefeitura de Arcoverde
20h10 – Documentário “Meu Mundo em Um Minuto”
20h30 – Pré-estreia nacional do longa “Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos”
FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS EM ARCOVERDE
De 08 a 21 de junho | Cinema Rio Branco
Programação:
Quinta-feira, 08/06 | 20h – Frantz
Sexta-feira, 09/06 | 20h – Amanhã
Sábado, 10/06 | 18h – Perdidos em Paris   /   20h – O Filho Uruguaio
Domingo, 11/06 | 18h – A Viagem de Fanny   /  20h – Uma Agente Muito Louca
Terça-feira, 13/06 | 20h – Tour de France
Quinta-feira, 15/06 | 20h – Perdidos em Paris
Sexta-feira, 16/06 | 20h – Tour de France
Sábado, 17/06 | 18h – Amanhã   /  20h – Frantz
Domingo, 18/06 | 18h – Uma Agente Muito Louca  /  20h – O Filho Uruguaio
Terça-feira, 20/06 | 20h – A Viagem de Fanny