terça-feira, 12 de dezembro de 2017




        
        CONCEIÇÃO DOS BUGRES

Conceição Freitas da Silva nasceu em Povinho de Santiago, interior do Rio Grande do Sul no dia 08 de dezembro 1914, mas se mudou com a família ainda criança para Mato Grosso, onde viveu até a sua morte em 1984, aos 70 anos de idade. Era casada com o também artista Abílio Antunes e mãe de dois filhos. Dona Conceição contava que começou a trabalhar com a madeira quando um dia se deparou com uma cepa de mandioca, que para ela tinha cara de gente. (...) “um dia, me pus sentada embaixo de uma árvore... Perto de mim tinha uma cepa de mandioca, que tinha cara de gente. Pensei em fazer uma pessoa e fiz. Aí, a mandioca foi secando e foi ficando parecida com uma cara de velha. Gostei muito. Depois eu passei para a madeira” (...) Começo a fazer e já vai saindo aquela forma de costume. Muitas vezes nem penso nisso e sai um rindo. Parece que a madeira é que quer sair assim. Acho que a madeira manda mais que eu". Foi assim que começaram a surgir da madeira bruta com rápidos golpes de facão e machadinha seus famosos "bugres". Dona Conceição se tornou uma reconhecida artista popular, tendo participado de Bienais e exposições no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Inconscientemente Dona Conceição com sua obra acabou resgatando um trabalho feito há centenas de anos por indígenas da região do Chaco Paraguaio, que é bastante variado, mas que também é formado por escultura em madeira, semelhante às da artista. Suas esculturas são simples, rudes, mas ao menos tempo delicadas e marcantes; têm personalidade. Com cera vestia seus bugres. Ela contava que passou a usar cera em suas esculturas depois de sonho; nele seu marido Abílio trazia do mato muito mel de abelha. Ela extraiu a cera, ferveu e passou nos bugres. No dia seguinte pediu ao filho para comprar cera, porque em sonho já havia gostado do resultado.

Conceição dos Bugres, bugre, madeira. FOTO: Edmar Neto.

Conceição dos Bugres, totem, madeira. FOTO: autoria desconhecida

Após a morte de Dona Conceição, seu marido, que fazia moveis de madeira, começou a fazer os bugres. Seu neto Mariano, que desde os oito anos acompanhava o trabalho da avó, seguiu o legado. (...) "enquanto eu estiver vivo e as condições físicas permitirem, jamais deixarei de fazer" (...), declarou Mariano Neto.

Conceição dos Bugres, totem, madeira. FOTO: autoria desconhecida.

A obra de Dona Conceição foi exposta em várias exposições pelo Brasil. Hoje suas peças são encontradas em museus e coleções particulares. Entre as exposições realizadas e os museus onde podem ser vistas obras de Dona Conceição, merecem destaque:

- 2012 – 2013, Janete Costa “Um Olhar”, Museu Janete Costa, Niterói, RJ.
- 2010, Pavilhão das Culturas Brasileiras - Puras misturas, Pavilhão de Culturas Brasileiras - Portão 10 - Pq. Ibirapuera, São Paulo, SP
- 2007, Encuentro entre dos Mares- Bienal de São Paulo- Valencia, Convento del Carmo - Valencia - Espanha
- Do tamanho do Brasil: Mostra de Arte Popular, SESC Paulista, São Paulo, SP.
- SOMOS - a criação popular brasileira, Centro Cultural Santander, Porto Alegre, RS
- 2005, Forma , Cor e Expressão – Galeria Estação, São Paulo, SP
- Ano do Brasil na França, Carreau du Temple, Paris – França
- 2000, Mostra do Redescobrimento - Brasil 500 anos, Arte Popular, São Paulo, SP.

COLEÇÕES PÚBLICAS
- Museu AfroBrasil, São Paulo, SP.

Conceição dos Bugres, bugre, madeira. FOTO: Edmar Neto.

Coleção de bugres de Dona Conceição. FOTO: autoria desconhecida.

Conceição dos Bugres, bugre, madeira. FOTO: autoria desconhecida.

Dona Conceição e seu marido Abílio. FOTO: autoria desconhecida.

Conceição dos Bugres, bugre, madeira. FOTO: autoria desconhecido

Arte Popular do Brasil

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

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    CANTATA NA CAIXA CULTURAL ABRE OS FESTEJOS DE NATAL NO RECIFE.
 Espetáculo contou com a participação do cantor Lenine,  ao lado de 40 crianças e adolescentes do      movimento Pró- Criança.



Milhares de pessoas tomaram conta da praça do Marco Zero, no início da noite deste domingo (10) para prestigiar a quarta edição da Cantata Natalina da Caixa Cultural, no Bairro do Recife.
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Acompanhados de banda, 40 crianças e jovens do Coral do Movimento Pró-Criança fizeram a abertura do espetáculo interpretando temas natalinos e canções como "Maracatu Atômico" e "Boa Noite Meus Senhores Todos". Uma iluminação especial realçou as cores do prédio histórico que nas últimas semanas teve a fachada 
revitalizada.
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Em um dos momentos mais aguardados, a plateia recebeu com muito entusiasmo o cantor Lenine, convidado especial do evento, realizado nas janelas e varandas do prédio da Caixa Cultural Recife e que abre o Ciclo  Natalino da cidade. Toda programação transcorreu de forma pacífica
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No repertório de Lenine, músicas como "Jack Soul Brasileiro", "Minha Cidade (Menina dos Olhos do Mar)" e "Paciência" (esta em versão solo de Lenine com voz e violão). O guitarrista Paulo Rafael, músico e produtor do cantor Alceu Valença, também participou ao lado de Lenine e do coral nas canções "Gandaia das Ondas/Pedra e Areia" e "Hoje Eu Quero Sair Só". 

A pequena Rebeca Lourenço, do Movimento Pró-Crianca, também participou, apresentando o tema "A Paz", composição de Gilberto Gil e João Donato.

A banda esteve posicionada em um palco armado na porta da Caixa Cultural, na avenida Alfredo Lisboa, defronte ao Marco Zero. Ela é formada por Leo Lira (guitarra), Nando Barreto (baixo), Ebel Perrelli (bateria), Fabinho Costa (trompete). A direção musical foi assinada por Tovinho.
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Já os membros do coral se dividiram entre a sacada e as 33 janelas dos dois andares superiores. Coral, banda e Lenine encerraram juntos o espetáculo, com a música "Leão do Norte".
Oriundo do Rio de Janeiro, o casal formado pelo guarda municipal Guilherme Martins e pela técnica de enfermagem Denise Martins, que há dez dias se encontra em férias no Recife, diz-se surpreso com todo o evento. "Ficamos sabendo por acaso, através do jornal. Não imaginávamos. Nossa programação seria outra. A partir do momento que soubemos, fizemos a opção de vir para cá", falou Guilherme. "E o espetáculo foi lindíssimo. Uma organização brilhante", afirmou Denise.