quinta-feira, 16 de abril de 2020

                                                   Lunildes

Lunildes de Oliveira Abreu nasceu no município de Pirenópolis-GO no dia 12 de dezembro de 1953. O despertar pela arte veio ainda na infância, quando recolhia telhas velhas para pintar. Já adulta conheceu o trabalho de Maria de Beni (1919-1984), uma importante artista goiana, que se dedicava a reproduzir em cerâmica os personagens da cavalhada de mouros e cristãos, encenada todos os anos na Festa do Divino de Pirenópolis. Maria de Beni deixou vários seguidores, dentre eles a mais conhecida, Lunildes de Oliveira Abreu

Lunildes trabalha com arte há muitos anos. É profunda conhecedora da cultura e das tradições de Pirenópolis, onde encontra inspiração para produzir suas peças. Além dos mouros e cristãos da cavalhada da Festa do Divino, produz caras de boi de vários tamanhos, enfeitadas de flores de cerâmica, estandartes e pombas do Divino. A arte de Lunildes é conhecida internacionalmente e seu trabalho já foi exposto em importantes galerias de arte e em museus, como o Museu Casa do Pontal (Rio Janeiro, RJ).


Lunildes, cavaleiros mascarados, cerâmica policromada. Reprodução fotográfica autoria desconhecida.

Lunildes, cavaleiro mouro, cerâmica policromada. Reprodução fotográfica autoria desconhecida.

Lunildes, cavaleiro (detalhe), cerâmica policromada. Reprodução fotográfica autoria desconhecida.

Lunildes, cavaleiros mascarados, cerâmica policromada. Foto: Sergio Araújo.

Lunildes, cavaleiros mascarados (detalhe), cerâmica policromada. Foto: Rômulo r,Propos

segunda-feira, 13 de abril de 2020

 POETA CHICO PEDROSA,A VERTENTE PURA  DAS NOSSAS TRADIÇÕES POPULARES

Ele é um dos mais autênticos poetas do nordeste,um poeta errante,vive percorrendo o país mostrando a sua arte,sua poesia matuta,com declamações que faz o público delirar.Chico faz  poesias com a alma,nelas,flui  temáticas sertaneja,  relata o homem e a terra,como tem poesias sobre fatos cômicos do nosso folclore nordestino,ele é a viva poesia nordestina, nela relata o riso e o desastre do Brasil popular. Esse paraíbano de Guarabira,que nasceu no Sitio Pipiri,no dia 14 de Março de 1936(Dia da poesia e aniversário de Castro Alves)  tem poesia no DNA , seu pai  Mestre Avelino, era cantador de coco e agricultor de oficio,Sua Mãe era prima legitima do grande cantador Josué  Alves da Cruz. E assim, como deu prá perceber,a arte tá no sangue de  Francisco Pedrosa Galvão, nome de pia bastismal.

 

O encontro de Chico com as letras,aconteceu muito cedo,na escola do sitio em que nasceu no sertão da Paraíba,por lá estudou até a 3° ano primário, o fatidico motivo da saída esta relatado no poema "  Revolta dum Estudante." Chico Pedroza começou a escrever folhetos de cordel aos 18 anos de idade e vendia-os cantando em feiras livre do sertão nordestino. no seu vasto curriculum consta a função de camelô e  representante comercial. Hoje dedica-se exclusivamente a poesia. As andanças do poeta pelo Brasil lhe renderam um  prestigio de poucos, a ponto de participar de quase  todos os festivais de cantorias e eventos poeticos pelo nordeste. Como os trovadores medievais,Chico anda de cidade em cidades-conhece o nordeste  na palma da mão-recitando e encantando platéias de todas as idades,como seus discos,folhetos e livros.


O poeta Chico Pedrosa mora atualmente na Veneza Brasileira,no Recife,onde participa de todo circuito de poesia da cidade.Chico Pedrosa tem alguns livros  entre os quais Sertão Caboclo"-Antologia poética,algunns  CD's  na praça, destaque para os registros fonográficos ,"Sertão Caboclo,"No Meu Sertão é Assim",  "Paisagem Sertaneja ," Raizes do Chão Caboclo " e  " No Meu Sertão " em Duo com o poeta também Paraíbano Zé Laurentino.

terça-feira, 7 de abril de 2020

                                   
                                                        Floro Bartolomeu e Padre Cicero




                                  SEDIÇÃO DE JUAZEIRO




No ano de 1914,o sertão nordestino foi novamente abalado por uma grande revolta popular de caráter religioso,ocorrida na cidade de Juazeiro do Norte,no interior do Ceará.Um grande confronto entre o governo de Hermes da Fonseca e as oligarquias do estado do Ceará,o evento ficou conhecido como a  Revolta ou Sedição  do Juazeiro,nas primeiras décadas do século XX ,ocasionado pela interferência do poder central  na politica daquele estado.Ao contrário do que ocorreu em Canudos,onde a população sertaneja lutou em defesa da posse da terra e de sua comunidade contra os interesses de coronéis locais,os sertanejos de Juazeiro pegaram em armas para derrubar do poder o governador do estado do Ceará.
O povo de Juazeiro,porém,lutou em defesa de uma causa que não era sua,pois a revolta popular foi preparada pelos coronéis da região com ora entender as causas da sedição de Juazeiro,é preciso levar em consideração a luta entre as oligarquias pela conquista do poder politico.Em 1910,os estados de Minas Gerais e São Paulo romperam com a politica do "Café -com- leite" porque não chegaram a um acordo sobre a sucessão presidencial.As oligarquias da Bahia uniram-se às de São Paulo,e juntas apresentaram a candidatura do baiano Rui Barbosa.Minas Gerais,por sua vez,se uniu ao Rio Grande do Sul e lançou como candidato  o Marechal Hermes da Fonseca,que venceu as eleições.Ao assumir a presidência,Hermes da Fonseca procurou alterar a correlação de poder das forças politicas,beneficiando as pequenas oligarquias em detrimento das tradicionais.Foi com esse objetivo,que o presidente colocou em prática o que ficou conhecido como "politica Salvacionista." Consistia  basicamente em intervenções de tropas federais nos estados,para substituir do poder uma oligarquia por outra.O governo federal justificava as intervenções como meio mais eficaz de acabar com a corrupção e depurar as instituições republicanas.
  Após a revolta,Padre Cicero sofreu retaliações politicas e foi excomungado pela igreja católica,no final da década de 1920.
 Entretanto, permaneceu como eminência parda da politica do ceará por mais de uma década e não perdeu sua influência sobre a população pobre,que passou a venerá-lo como  o santo dos sertanejos. Juazeiro do Norte,virou a meca dos sertanejos,onde foi erguido um gigantesco monumento em sua homenagem e que atrai,todos os anos ,multidões de peregrinos. O Marechal Hermes da Fonseca decidiu intervir no estado do Ceará com objetivo de neutralizar o poder das oligarquias mais poderosas da região,que estavam sob controle do senador gaúcho José Gomes Pinheiro Machado,um politico com muita influência sobre os coronéis do Norte e Nordeste brasileiro.
Eleito intendente(prefeito) de Juazeiro em 1911,padre Cicero envolveu-se na disputa com o presidente Hermes da Fonseca para manter no poder regional a família Acioly.Em 1912,a intervenção federal no Ceará derrubou do poder a família Acioly,sendo nomeado interventor o coronel Marcos Franco Rabelo,havendo eleições apenas para o cargo de vice-governador,na qual padre Cicero Romão Batista foi eleito,acumulando também o cargo de intendente de Juazeiro do Norte.
Naquela época,o padre Cicero já era conhecido no sertão nordestino por ser considerado um homem santo e "fazedor de milagres." Chamavam-no de "Padim Ciço."
Em 1914, o então interventor(governador),o coronal Marcos Franco Rabelo rompeu com o Partido Republicano Conservador(PRC),e iniciou uma perseguição a Padre Cicero,destituindo-o dos cargos que exercia e ordenando a prisão do sacerdote. O deputado federal Floro Bartolomeu,aliado de Pinheiro Machado,armou os sertanejos e montou um batalhão para defender Padre Cicero,seu amigo pessoal.O grupo era formado por jagunços e romeiros,era a união da força de Floro com o carisma de Cicero.