sexta-feira, 29 de julho de 2011


                
         MESTRE MIGUEL

    Miguel Francisco da Rocha, juazeirense,nasceu  num distante 14 de dezembro do ano da graça de 1942, tocador de banda cabaçal, com 55 anos de atividade. Mestre Miguel, poeta, Mateu e Mestre de Banda, Cabaçal toca, canta e dança,Banda Cabaçal,  Conjunto musical popular em todo Cariri cearense, composto por dois pífanos, tarol, zabumbada e prato, cujos integrantes dança coreografias relativas às melodias tocadas."  como também fabrica seus próprios instrumentos. Já se apresentou em vários estados brasileiros,inclusive no exterior.Sua música tem servido como elemento de pesquisa para grandes nomes da música brasileira como Gilberto Gil, Fagner e Alceu Valença.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

                                                      

                                    CANTADEIRAS DO SOUZA


Cantadeiras do Souza, de Jequitibá – MG. Apurando o timbre e a afinação de suas vozes desde pequenas, as seis irmãs e primas da família Souza trazem um nível impressionante de elaboração na harmonização de cantos da tradição católica como as incelenças, ladainhas e cantigas de roda. O patriarca Joventino, aos 97 anos, é quem puxa o canto espectral das encomendações de alma, e acompanha ágil o cortejo das incelenças de chuva, um ritual extremamente simbólico para os pobres mortais dos grandes sertões de Minas Gerais.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

                                                   

                                  GALEGO ABOIADOR

 

De origem nordestina, faz um trabalho que retrata o viver do vaqueiro e das vaquejadas que ocorrem nas diversas cidades nordestinas. Reproduz em seu canto o aboio do vaqueiro ao tanger o boi. Em 1977 gravou o primeiro disco, pela Beverly, com destaque para "O sofrer do fazendeiro quando há seca no sertão" e "Sou vaqueiro apaixonado", ambas de sua autoria. Em 1979 gravou um segundo disco, interpretando entre outras, "Mulher é laço que prende o vaqueiro", "Vaqueiro relaxado" e "Todo nordeste entristece quando se acaba um vaqueiro", de sua autoria. Em 1980 gravou "Abertura de vaquejada" e "Quero morrer pecador" e a toada "Cavalo bom foi palhaço" de sua autoria. Em 1982 lançou entre outras, as composições "A triste seca devora os campos do meu sertão", de sua autoria e "As tranças dos seus cabelos" dele e Maria Mercês. Em 1983 gravou uma homenagem ao locutor de vaquejadas José Petrúcio Batista, considerado por muitos um herói das vaquejadas, que foi assassinado, (e que também era conhecido como "O Imperador da voz") na música intitulada "Homenagem a Petrúcio Locutor", de sua autoria. Em 1985 gravou seu sexto LP, cantando entre outras, as composições, "A fazenda beira-rio" de sua autoria e J. E. Valença e "Pranto e morte de um vaqueiro". Em 2000, a EMI lançou o CD "Galego Aboiador", na série "Raízes nordestinas", com vinte sucessos do artista, com, entre outras, "O sonho de um poeta com os vaqueiros no céu", na qual presta uma homenagem a diversos vaqueiros nordestinos. Em 2005, seu clássico "Aboio" foi gravado por Raimundo Sodré no CD Dengo. Em 2009, participou, junto com Naldo Aboiador, do programa dedicado à cultura nordestina, "Cantos e contos", apresentado pela dupla " Os Nonatos", na TV Tambaú, afiliada do SBT, em João Pessoa (PB). 
                                                     Obra



A fazenda beira-rio (c/ J. E. Valença)
A triste seca devora os campos do meu sertão
Abertura de vaquejada
Aboio livre
As tranças dos teus cabelos (c/ Maria Mercês)
Cavalo bom era palhaço
Coração ingrato
Desprezo e ingratidão
Mulher é laço que prende o coração do vaqueiro (c/ Eufrásio Nascimento)
O sonho de um poeta com os vaqueiros no céu
Orgulho de Cariri
Pedi um beijo chorando, sorrindo ela me negou (c/ Zito Locutor)
Pranto e morte de um vaqueiro
Quero morrer pecador
Sofrer do fazendeiro quando há seca no sertão
Sou vaqueiro apaixonado
Todo Nordeste entristece quando se acaba um vaqueiro
Uma homenagem a Petrucio Locutor
Vaqueiro relaxado
Vaqueiro velho humilhado e o patrão sem coração
                                                    Discografia

(2008) Galego Aboiador • DVD
(2000) Galego Aboiador. Raízes Nordestinas • EMI • CD
(1985) Galego Aboiador • EMI • LP
(1983) Galego Aboiador • EMI • LP
(1982) Galego Aboiador • EMI • LP
(1980) Galego Aboiador • EMI • LP
(1979) Galego Aboiador • Beverly • LP
(1977) Galego Aboiador • Beverly • LP

terça-feira, 19 de julho de 2011

                                                          

                       POETA ELIAS DE TIMBAÚBA

  Elias A. de Carvalho,Nasceu na terra dos verdes canaviais,em Timbaúba,na zona da mata norte de Pernambuco,além de poeta, que com tanto entusiasmo contou e cantou as coisas do seu estado e do Brasil, foi também emérito sanfoneiro, repentista e versejador, sendo intensa a sua atividade, sem prejuízo para a profissão de enfermeiro, na qual era diplomado. Trabalhou no sanatório Alcides Carneiro, em Corrêas, na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, ligação que lhe permitiu preparar um importante trabalho intitulado "O ABC do corpo humano", entre os tantos outros que escreveu ao longo de sua vida.

domingo, 17 de julho de 2011

                                                                  

            VAVÁ  MACHADO E MARCOLINO

Como surgiu a dupla de toadeiros Vavá Machado e Marcelino:Muito já se falou a respeito da originalidade dos nomes das duplas. De músicas sertanejas, bem como da casualidade com que são formadas.E os “BRIDÕES DE OURO” não fugirão á regra .O encontro entre Vavá Machado e Marcelino deu-se na cidade Pernambucana de Garanhuns, quando Vavá machado estava servindo o exército . Durante uma exposição de gado, ambos encontraram – se e passaram e cantar juntos, pois a voz de Marcelino era aquela que Vavá Machado sempre procurara para interpretar suas músicas.O nome da dupla também surgiu por acaso , pois Vavá e Marcelino passaram a se apresentar em diversos locais e ainda não tinha escolhido um nome. Até que um dia , na Rádio Difusora Jornal do Comércio de Garanhuns, o apresentador Jota Soares batizou de “BRIDÕES DE OURO” .Neste dia, uma infinidade de duplas apresentaram – se no programa, sempre cantando toadas nordestinas e vaquejadas .E Jota Soares, que já os conhecia, resolveu deixá-los para o final do programa, fazendo com dessem um “breque” (bridão) nas outras duplas. porque talento era o que não lhes faltavam, sem dúvidas , conseguiriam fazer com que as participações fossem esquecidas depois daquela apresentação. E ele estava serto. Hoje , os “BRIDÕES DE OURO” são conhecidos em todo o país, e seu canto é imitado em toda região do norte . Suas músicas relatos de experiência vividas ou presenciadas , com toda aquela simplicidade tão comum á gente nordestina. A melodia, traz toda aquela tristeza e sentimentalidade que já faz parte do folclore nordestino. Agora, os “BRIDÕES DE OURO” estão seu 5º disco, intitulado “Vamos á Vaquejada,” sendo que esse é o primeiro lançado pela dupla pelo o selo Chantecler, que recentemente abrigou todas as duplas sertanejas de sua cor-irmã Continental. Em selo Continental os “BRIDÕES DE OURO” gravaram “Aboios e toadas”, “Isto é festa de Vaqueiro”, “Campeões da Vaquejada” e “O Acordar do sertanejo.”



ROSE GUIRRO

sexta-feira, 15 de julho de 2011

                                     

                      PATATIVA DO ASSARÉ                      

       Uma das principais figuras da música nordestina do século XX. Segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência, Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré,nasceu durante às águas de março,no cariri Cearense,num distante dia 5 de 1909 ,na pequena cidade de Assaré. Patativa foi um poeta popular, compositor, cantor e improvisador brasileiro cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença . Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passou a ajudar sua família no cultivo das terras. Aos doze anos, frequentava a escola local, em qual foi alfabetizado, por apenas alguns meses . A partir dessa época, começou a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos vinte anos recebeu o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave. Sendo muito amigo da família Diniz.Indo constantemente à Feira do Crato onde participava do programa da rádio Araripe, declamando seus poemas. Numa destas ocasiões é ouvido por José Arraes de Alencar que, convencido de seu potencial, lhe dá o apoio e o incentivo para a publicação de seu primeiro livro, Inspiração Nordestina, de 1956.  Este livro teria uma segunda edição com acréscimos em 1967, passando a se chamar Cantos do Patativa . Em 1970 é lançada nova coletânea de poemas, Patativa do Assaré: novos poemas comentados, e em 1978 foi lançado Cante lá que eu canto cá. Os outros dois livros, Ispinho e Fulô e Aqui tem coisa, foram lançados respectivamente nos anos de 1988 e 1994. Foi casado com Belinha, com quem teve nove filhos. Faleceu na mesma cidade onde nasceu. Obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (tendo sido nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Patativa nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade. A transcrição de sua obra para os meios gráficos perde boa parte da significação expressa por meios não-verbais (voz, entonação, pausas, ritmo, pigarro e a linguagem corporal através de expressões faciais, gestos) que realçam características expressas somente no ato performático (como ironia, veemência, hesitação, etc.). A complexidade da obra de Patativa é evidente também pela sua capacidade de criar versos tanto nos moldes camonianos (inclusive sonetos na forma clássica), como poesia de rima e métrica populares (por exemplo, a décima e a sextilha nordestina). Ele próprio diferenciava seus versos feitos em linguagem culta daqueles em linguagem do dia-a-dia (denominada por ele de poesia "matuta"). Patativa do Assaré  se vivo fosse completaría 93 anos,faleceu no dia 8 de julho de 2002,causando uma perda irreparável para a cultura popular brasileira.

                  

segunda-feira, 11 de julho de 2011



                                                              PIFANO


 
Por Zé da Flauta

Gilberto Gil é um fã das bandas de pífanos e uma vez li entrevista sua dizendo que a Tropicália nasceu depois que ele viu a Banda de Pífanos de Caruaru ( a dos irmãos Biano) tocando. Caetano Veloso colocou uma letra em "Pipoca Moderna", de Sebastião Biano. Eu gravei um frevo de rua chamado "Bianos no Frevo" no LP Asas da América vol.3 que termina com "A Briga do Cachorro com a Onça", música tradicional das bandas - que é executada por quase todas elas. Nelson Ferreira, um dos grandes compositores de frevo, tem o seu famoso "Esquenta Muié", um explosivo frevo de rua que começa com uma alusão aos pífanos. Eu fiz muitos duetos de flauta e guitarras com o guitarrista Paulo Rafael imitando os pífanos quando acompanhávamos cantores em shows e gravações. Pífano, pífaro e pife são a mesma coisa. Um instrumento de influência indígena feito de taboca, uma espécie de bambu, com sete orifícios, um para soprar e seis para dedilhar. Às vezes também são feitos de canos de PVC ou de canos de metal, mas não têm a mesma sonoridade nem a mesma beleza. Existem duas maneiras tradicionais de tocar esse instrumento: em dueto (dois pífanos), acompanhado do ritmo da zabumba, pratos, caixa e contra-surdo, que são as famosas "Bandas de Pífanos"; e com o pífano solo acompanhado de sanfona, cavaquinho, violão de sete cordas, pandeiro e ganzá. No caso das bandinhas, os dois pífanos tocam em intervalos de terças, às vezes de quartas e em algumas passagens provocam dissonâncias incríveis. Às vezes é difícil acreditar como um instrumento tão simples é capaz de produzir uma música tão rica e bela, animar festas, procissões e ainda ser o sustento de muitos músicos no nordeste. Geralmente, os tocadores fazem seus próprios instrumentos, e uma quantidade maior para vender em feiras e apresentações. O som desses instrumentos influenciou muitos compositores e arranjadores brasileiros. Está marcados na música de Lenine, Quinteto Violado, Hermeto Pascoal, Xangai, Egberto Gismonte, Geraldo Azevedo, Naná Vasconcelos, Cascabulho, Orquestra Armorial, Antúlio Madureira, Carlos Malta (que não é nordestino mas tem um disco belíssimo chamado "Pife Moderno", que é simplesmente demais!) e outros tantos que não me lembro agora. As bandas também são conhecidas como "Esquenta Muié", "Terno de Pífanos" e "Zabumba", dependendo da região. As maiores características do tocador de pife é ser humilde e não entender nada de música. Faz por pura intuição e inspiração. Edmílson do Pífano, um dos maiores tocadores que eu conheço, me disse que fazia música no ônibus, quando viajava e via as músicas passando pela janela. Sebastião Biano me disse que sustenido era "meio dedo no buraco". Depois de "são as teclas pretas do piano", definição dada por um antigo professor de música, essa foi a melhor explicação que ouvi sobre sustenido. Agora, diga que não é !
Em julho de 1997, tive o prazer de dar uma canja com a Banda de Pífanos Dois Irmãos de Caruaru, no Central Park, em Nova York. Foi um momento inesquecível, os americanos não deixavam a gente sair do palco. No fim da apresentação, descemos e fomos pra cima do público, que caiu no forró fazendo a poeira subir. Pra encerrar, vai uma frase de João do Pife, de Caruaru:"Eu faço pife, toco pife, vendo pife, por isso estou assim pifado.

* Zé da Flauta é músico e produtor.

sábado, 9 de julho de 2011



BENDITO SEJA OS BENDITOS DE DONA MARIA DO HORTO

Ela nasceu em 19 de Junho de 1944,Mestre Dona Maria do Horto, é lavadeira de roupas e conhece um vasto repertório da tradição oral religiosa, sendo conhecida pela arte de cantar benditos  manifestações de religiosidade popular da era cristã e que ainda persiste em cantos que acompanham procissões e as visitas do Santíssimo. Os Benditos que ela canta são todos de  sua propria autoria. Reside no Ceará há mais de cinqüenta anos  com endereço à rua Pedra do Joelho, s/n, no Horto,  em Juazeiro do Norte, região do Cariri. Dona de uma voz potente, suas composições falam do universo religioso ligados ao Padre Cícero, seus milagres e a fé incontida do povo. Embora muito conhecida na cidade fez a sua primeira exibição pública em evento no ano de 2003 quando subiu a um palco para cantar com a Orquestra de Rabecas Cego Oliveira nos festejos de aniversário do Padre Cícero daquele ano. Em 2004 participou da Mostra de Arte do Sesc a convite do músico Francisco de Freitas, participando também da gravação do CD “Música do Povo Cariri”. Em 2005 o Sebrae financiou um projeto de CD onde Maria do Horto teve participação cantando um bendito. Ano passado fez apresentação no projeto Mostra de Música do Sesc em Juazeiro e também apresentou-se no Encontro com  Mestres  do Sesc, realizado no Crato

quarta-feira, 6 de julho de 2011

                     


          XAXADO, A DANÇA DOS CANGACEIROS

          O xaxado é uma dança exclusivamente masculina (pelo menos em seus primórdios – atualmente há grupos de xaxado com membros do sexo feminino), originária do alto sertão pernambucano, e divulgada por outras regiões do Nordeste – principalmente no interior da Bahia – pelo cangaceiro Lampião e seu bando. A dança tem esse nome devido ao som do ruído que as sandálias dos cangaceiros faziam ao arrastarem sobre o solo durante as comemorações celebradas nos momentos de glória do grupo do “Rei do Cangaço”.
Tradicionalmente o xaxado é dançado em círculo, numa fila indiana, sem volteios, avançando o pé direito em trê e quatro movimentos laterais e puxando o esquerdo, num rápido e deslizado sapateado. Os cangaceiros também costumavam comemorar suas vitórias com uma pancada do coice do fuzil. Sobre a não-participação feminina na dança (e por causa disso o xaxado não pode ser considerado uma dança de salão) Luís Gonzaga chegou a afirmar que, na dança, “o rifle é a dama”. As músicas costumam ser simples e as letras caracteristicamente agressivas, belicosas e satíricas – nunca líricas. Sobre acompanhamentos, há duas vertentes: o tradicional, cantado sem nenhum instrumento como acompanhamento, e os xaxados com sanfona. Entre os anos 30 e 50 o xaxado chegou a ser bastante executado nas rádios nordestinas