Pernambuco compõe ópera? Sim! Ao menos desde o séc. XIX., “Leonor” é a primeira ópera composta por um pernambucano, Euclides Fonseca, cujo material permanece disponível. Ela só foi exibida uma vez, no dia 07 de Setembro de 1883, e será reapresentada em sua concepção original no Teatro de Santa Isabel, nos dias 28, 29, 30/3 (quinta, sexta-feira e sábado), às 20h; e 31/3 (domingo), às 19h.
A montagem, que conta com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura, resgata uma ópera de cunho nacionalista e ambientada na Ilha de Itamaracá, à época da ocupação holandesa em Pernambuco. “Leonor”, com vibrante tom nacionalista, foi composta na segunda metade do século XIX pelo pernambucano Euclides de Aquino Fonseca (1853-1929): destacado defensor da memória e valores de sua terra natal; pianista; compositor; crítico e educador, atuou como cronista nos jornais Diário de Pernambuco e Jornal do Recife, além de ter sido correspondente de importantes revistas da Europa, onde redigia críticas sobre música contemporânea.
Inspirada em mais uma esquecida relíquia da cultura popular pernambucana, A Lenda das Mangas de Jasmim (sec.XVII), “Leonor” narra o infortúnio de uma mulher nobre e rica que, jovem, apaixona-se por um simplório, sendo correspondida. Ele pede a mão da moça em casamento, o pai dela recusa devido às modestas condições do pretendente.
Desesperado, o jovem lança-se na guerra contra os holandeses em busca de riqueza e glória, almejando retornar e reclamar a mão da amada. É insólito o destino, contudo, pois o jovem se fere gravemente em combate! Desaparece… É considerado morto! A jovem entra em depressão perene… Presa à sua dor, ela se torna uma senhora, residindo com seu irmão mais velho, Dom Nuno… Aquele jovem supostamente tombado em batalha, entretanto, sobreviveu! É Dom Antônio que, desiludido, enfim retorna à Ilha de Itamaracá ignorando o destino de sua amada, há tempos imaginando-a casada e com família, o que então o teria levado a se tornar padre. Leonor e Antônio se encontram, contudo, num final surpreendente, dramático…
A ópera possui um único ato, com duração aproximada de 1h, é composta para três cantores solistas – soprano/mezzo-soprano (Leonor), tenor (D. Antônio) e barítono (D. Nuno – irmão de Leonor), um coro de vozes mistas e uma orquestra de formação sinfônica. O coro são personagens que representam a vizinhança local, pescadores e senhoras da Ilha de Itamaracá. Os ingressos para a montagem custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada), e haverá uma sessão gratuita para escolas públicas e deficientes visuais no dia 29 de março, às 16h.
Elenco
Leonor: Jéssica Soares e Natalina Chikushi
Don Antônio: Diel Rodrigues e Lucas Melo
Don Nuno: Anderson Rodrigues e Tiago Costa
Coro da Academia de Ópera e Repertório
Sinfonieta UFPE
Regência, Direção Cênica e Musical: Wendell Kettle
Figurino e Cenário: Marcondes Lima
Produção Executiva: Jéssica Soares
Realização: Gárgula Produções, Academia de Ópera e Repertório e Sinfonieta UFPE
Incentivo: Governo do Estado de Pernambuco/ Funcultura/ Fundarpe/ Secretaria de Cultura
Serviço
Apresentação da ópera “Leonor”
Quando: 28, 29, 30/3 (quinta, sexta-feira e sábado), às 20h; e 31/3 (domingo), às 19h
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Sessão gratuita para escolas públicas e deficientes visuais, no 29 de março, às 16h
Onde: Teatro de Santa Isabel