sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014



CARNAVAL DE CARETAS DE TRIUNFO


Em Triunfo, no Sertão do Pajeú,do estado de Pernambuco, o Carnaval é marcado pela presença dos Caretas, personagens mascarados que saem com meias envolvendo as mãos e um chicote feito de madeira e corda. A brincadeira acontece pelas ruas da cidade há quase um século.

Nessa quinta-feira (27/02), a folia já tou conta da cidade com um cortejo de cultura popular. Além dos tradicionais Caretas, a Orquestra Isaias Lima, o Boi Maracatu, o Maracatu de Baque Virado Serra Grande, a Escola de Samba Gigante do Samba e o Maracatu Piaba de Ouro desfilam em Triunfo.



Belém do São Francisco


Leia "O casal ilustre de Belem do Sao Francisco", texto inspirador de Dora Amorim sobre Zé Pereira e Vitalina, os bonecos gigantes mais antigos da história do Carnaval brasileiro! Fotos de Ricardo Moura. 

"Ao lado da esposa Vitalina, Zé Pereira espera para passear pelas ruas de Belém do São Francisco, em uma segunda-feira ensolarada, a duas semanas do Carnaval. O casal de maior prestígio da cidade sertaneja é, na verdade, formado por dois personagens carnavalescos – tratados a pão-de-ló. Afinal, Zé Pereira e Vitalina são os bonecos gigantes mais antigos da história do Carnaval brasileiro. É bem verdade que os de Olinda são mais conhecidos nacionalmente. O Homem da Meia Noite, por exemplo, arrasta foliões e conquista suspiros das mulheres. Mas, no município do Sertão pernambucano, a história não é muito diferente: enquanto Zé Pereira ficava pronto para o passeio, não foi difícil escutar: "Olha como ele está lindo!", "Que luxo de roupa!".

Normalmente Zé Pereira e Vitalina só saem durante os dias de Momo ou quando são convidados para desfilarem em outras cidades. No entanto, naquela manhã ensolarada, enquanto o sol queimava a pele e o céu do Sertão estava lindo e azul, os dois bonecos deram uma volta pra gente ver. Carnavalesca desde nascença, aproveitei o momento e tive o gostinho do Carnaval de Belém. Contudo, o mais interessante foi notar o poder deles sobre os moradores da cidade e, principalmente, sobre as pessoas que passam o ano zelando por eles.



Com olhos verdes e uma roupa branca com detalhes em amarelo, rosa e laranja, além de babados carnavalescos e um chapéu, Zé Pereira é mesmo uma figura imponente. A sua história e a de Vitalina são conhecidas no local e contadas de cabo a rabo, das crianças até os mais velhos. Todos se orgulham dos bonecos e de Gummercindo, o seu criador.

Influenciado pelas histórias do padre belga Noberto Phalempin, a respeito de figuras gigantescas em formato humano que acompanhavam as procissões na Europa para chamar a atenção dos fiéis, o jovem Gummercindo Pires de Carvalho decidiu criar as suas próprias criaturas. Só que para animar uma festa profana: o Carnaval.

Folião por vocação, Gummercindo mudou a celebração de Pernambuco através da figura de Zé Pereira, criado em 1919. O boneco foi nomeado graças a outro folião apelidado de Zé Pereira – um português que trouxe ao Rio de Janeiro o costume de tocar bumbos nas troças carnavalescas, em pleno século 19. Dez anos depois, foi a vez de Vitalina, boneca loira e de olhos azuis (o Homem da Meia Noite, primeiro boneco de Olinda, nasceu logo depois, no ano de 1932). "Zé Pereira estava sozinho, então Gummercindo resolveu criar uma esposa para acompanhá-lo no Carnaval. Chegou a haver um casamento entre os dois para celebrar a união", lembra Pedro Rodrigues, o cuidador dos bonecos. 

Há mais de 15 anos exercendo a profissão, Pedro se lembra dos anos de menino, quando acompanhava os gigantes ao lado do seu pai e dizia para todos que um dia ainda cuidaria deles. Acertou. "Gosto muito do trabalho de cuidador, fico feliz quando estou com os bonecos. Gosto dos bonequeiros, eles são pessoas que me atendem. Fora do Carnaval, qualquer hora que chegar um turista para conhecê-los, mostro sem problema. No Carnaval, fico do lado preparando, vejo se tem algum defeito. Na verdade, não só deles, como dos outros, temos mais quatro bonecos". Durante o ano, as alegorias ficam guardadas em uma sala da Secretaria de Assistência Social do município, com as roupas do ano que passou. Em 2013, as vestes, e toda a festa do município, homenageiam o folião João Pio da Silva, conhecido na região. 

Além de Zé Pereira e Vitalina, o Carnaval de Belém ainda é animado por mais quatro personagens: Dona Alzira, Negro d’Água, Galo e o Padre Noberto Phalempin. A primeira, Dona Alzira, era uma foliã bem conhecida dos moradores da cidade: “Alzira foi uma senhora carnavalesca, por sinal minha tia, que pulava muito Carnaval em Belém. Ela começava a brincar uma semana antes. Ia para os clubes e pulava o Carnaval com a saia cheia de dinheiro e ninguém mexia em nada”, confirma Pedro. O Negro d’Água foi criado em homenagem ao personagem homônimo, uma lenda que povoa as margens do Rio São Francisco. Segundo a história, muitos acreditam que o Negro d’Água mora nas águas do rio e tenta virar as embarcações dos pescadores. Já os bonecos do Galo e do Padre homenageiam, respectivamente, o Galo da Madrugada do Recife e o padre Noberto Phalempin, cuja história, como se disse, está ligada às agremiações da cidade.

FESTA Como bons foliões, Zé Pereira e Vitalina desfilam durante todo o Carnaval de 2013. Na verdade, a festa começa na quinta-feira da semana pré-carnavalesca até a Terça-feira de Carnaval, sem dar trégua aos foliões e turistas – só no ano passado, mais de 60 mil pessoas estavam em Belém no período.

A saída de Zé Pereira e Vitalina também é tradicional entre os belenenses: "Eles vêm das ilhas de barco, a tradição diz que eles estão vindo 'das Europa' até Belém para celebrar o período de Momo. Ao chegarem no Cais, toda a cidade está esperando por eles, ao som do frevo, e os bonecos seguem até a Avenida Central", narra Pedro. 

Juracir Gomes Pereira, de 28 anos, leva há 10 Zé Pereira nas costas. Desde criança, acompanhava a saída dos bonecos, depois começou a trabalhar na segurança até ser chamado para ser bonequeiro. Juracir assume que é difícil se divertir na agremiação carregando quase 40 quilos, mas ainda assim se orgulha do trabalho: "É uma alegria, aonde eles chegam é festa!", lembra. O segredo para conseguir carregar os bonecos durante todos os dias? Uma cerveja ou uma lapada de cana: "Se me der cachaça, Zé Pereira dança e pula sem parar", diz sorrindo. Já o amigo Renato de Assis da Silva, 28, é o bonequeiro responsável por Vitalina há nove anos. Tímido, ele diz baixinho que a melhor festa de Belém é o Carnaval: "Sem comparação!". 



Para tudo ficar pronto a tempo, a preparação é intensa. Enquanto Pedro arrumava Zé Pereira e Vitalina para a grande festa, na manhã daquela segunda-feira, quando visitei a cidade, três costureiras estavam preparando a roupa de Dona Alzira. Representantes da prefeitura – a responsável pelos bonecos –, costureiras e o cuidador passaram o final de semana trabalhando sem parar. E ninguém reclamou, muito menos Pedro. Durante o Carnaval e nas semanas que o antecedem, os seus filhos, como os chamou, são prioridade. Depois de tantos anos na cola dos bonecos gigantes, Pedro provavelmente se despede da folia de Momo e do trabalho neste Carnaval, pois deve passar a responsabilidade para outra pessoa. 

"Estou nesse trabalho há mais de 15 anos, fui um grande folião também. Queria continuar, mas acho que não vou puder por conta da saúde, estou com um problema seríssimo de coluna. Acho que esse ano vai ser o meu último, pois onde eles estão eu estou no pé, é cansativo. É um prazer que eu tenho, é uma coisa que eu gosto, todos são os meus filhos! Uma vez eu fui para São Paulo e não passei o Carnaval aqui, fiquei doente. Estou sentindo que não vou conseguir, mas quem sabe? Deus é que vai dizer", afirma e abaixa a cabeça mudando de assunto para não vermos que está emocionado. 

Depois da conversa, Pedro sai da Secretaria de Assistência Social e finaliza a arrumação dos seus bonecos/filhos na frente da casa. Tira as sacolas de plástico das mãos, colocadas para evitar sujeira, arruma a calça e a saia, coloca o chapéu de Zé Pereira e alisa os cabelos de Vitalina. Ele ainda ajuda Juracir e Renato a colocarem os bonecos nas costas e fica de longe observando eles saírem pelas ruas. Pedro, assim como toda a cidade de Belém do São Francisco, cuida dos seus gigantes com um carinho que encanta e intriga quem é de fora.

"Os bonecos de Olinda são mais estruturados do que os daqui, eles são mais leves e bem feitos, mas os meus são os meus, tenho que gostar mais dos meus bonecos, entende?", e sorri. Nós entendemos, Pedro. Vida longa a Zé Pereira, Vitalina, Dona Alzira, Negro D'água, Galo e Padre Noberto. Muitos carnavais e céus azuis pela frente."

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014




Em Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, acontece a partir das 20 horas desta quinta-feira (27/02), no centro da cidade, um cortejo de cultura popular com os grupos Caboclinho 7 Flexas (foto), Afoxé Alafin Oyó e Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu.


Há 93 anos, nascia em Carnaíba, sertão  do pajeu,no estado de pernambucao, Jose de Souza Dantas Filho,o doutor do baiao. Ou "Zédantas", como ele próprio gostava de assinar. 

Zé Dantas era médico, mas identificou-se com a arte. 
Foi parceiro de Luiz Gonzaga em vários sucessos, incluindo "O Xote das Meninas", gravado por Ivon Cury e Marisa Monte, entre outros. Tendo em seu currículo musical, composições clássicas, como Xote das Meninas, Vem Morena, Acauã, Riacho do Navio, A Volta da Asa Branca, Sabiá, entre várias outras obras belíssimas.É avô da cantora Marina Elali.
                  Samba de veio da Ilha do Massangano

             

               Carnaval de Petrolina


Possuindo uma programação carnavalesca composta tanto por desfiles de agremiações populares, como atrações no palco, Petrolina no Sertão pernambucano, oferece uma grande festa para todos os ritmos e gostos. 
Um dos seus tradicionais grupos populares, o Samba do Véio da Ilha do Massangana (foto), leva ao público as raízes seculares de matrizes indígenas e africanas. Outros grupos também abrilhantam a programação, fazendo cortejos em horários vespertinos e noturnos, com a concentração na Praça Sete de Setembro.
A cidade de Petrolina fica a 722 km da capital pernambucana.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014




       Carnaval da cidade de Paudalho




Sendo um dos polos carnavalescos mais tradicionais de Pernambuco, Paudalho, na Zona da Mata Norte do estado de Pernambuco, agrega patrimônios culturais como o Clube de Lenhadores, o Estrela do Paudalho e o Cruzeiro do Sul, clubes que desfilam pelas ruas em noites carnavalescas.
A cidade também possui 03 blocos líricos, 58 blocos de rua, 38 bois, 03 grupos de caboclinhos, 08 escolas de samba e 07 maracatus, entre eles o Almirante do Forte (foto), que transformam a Folia de Momo em uma das mais belas da região.
Paudalho fica a 40 km da cidade do Recife.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014



                 VitóriadeSantoAntão


Marcada pela famosa “bicharada”, a folia em Vitória de Santo Antão,cidade situada na Zona da Mata do estado de Pernambuco, conta com 150 agremiações que reverenciam animais como forma de expandir o espírito festivo, através das fantasias e adereços dos seus foliões. O início dos festejos do Carnaval acontece sempre no sábado da semana pré-carnavalesca, com o tradicional Baile Municipal de Vitória e a abertura oficial acontece no Sábado de Zé Pereira. A cidade fica localizada na Zona da Mata Sul de Pernambuco, a 53 km do Recife.

Foto: Costa Neto

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014




                                            Nazaré da Mata


A Terra do Maracatu, como é conhecida Nazaré da Mata, possui um manifestação carnavalesca dedicada à tradição dos caboclos de lança. Em sua programação, acontecem encontros com mais de 30 agremiações culturais, envolvendo maracatus, bois carnavalescos, cirandas e troças. A cidade também presenteia seus foliões com atrações de palcos e trios elétricos, como o tradicional Clube Carnavalesco Jacaré em Folia, que foi criado em 1956. Outro grupo imperdível é o Maracatu Coração Nazareno (foto), composto apenas por brincantes do sexo feminino.
Localizada na Zona da Mata Norte, Nazaré da Mata fica a aproximadamente 70 km do Recife e possui pouco mais de 30 mil habitantes. 


Foto: Chico Ludermir

domingo, 23 de fevereiro de 2014




                              Don Tronxo




Há 20 anos morando em Gravatá, no Agreste Central de Pernambuco, João Fernando Cavalcanti Silva, foi um dos mais irrequietos nomes do udigrudi do Recife e Olinda nos anos 70. Está em discos como Paêbiru, de Lailson e Lula Côrtes (toca guitarra na faixa Raga dos raios), ou em Rosa de sangue. É autor ou co-autor de canções bem conhecidas, entre outras, Beijando a flora (com Alceu Valença e Carlos Fernando), Caia pro cima de mim (com Alceu), Maria dos Santos (com Alceu), Brilhos e mistérios (com Lula Côrtes): “Já conhecia Zé Ramalho de João Pessoa. Vim morar no Recife em Casa Amarela e conheci logo o pessoal da música, a turma do Tamarineira Village, eu estava com uns 16, 17 anos.”, lembra Don Tronxo, cujo apelido vem desta época. 
Don Tronxo lançou, na Passa Disco (no Shopping Sítio da Trindade), o CD Frevo acústico (independente), uma coleção de 12 composições inéditas, criadas com parceiros novos, Marcondes Sávio, ou antigos, Rubinho Valença. É o terceiro álbum de frevos gravado pelo artista: “Reencontrei Marcondes Sávio em Gravatá, há mais de trinta anos que a gente não se via. Ele sugeriu que eu fizesse um disco. Mandou uma letra para mim. Fiz umas pequenas alterações e musiquei. Ele gostou muito e me mandou mais. para resumir. Em 30 dias estava com um repertório completo do disco”. A opção pelo tratamento acústico foi uma opção de Don Tronxo: “Fiz os outros dois discos de frevo com orquestras. Quis este mais tranquilo, mais romântico. As músicas louvam as ruas do Recife, do bairro do São José e de Olinda. Mas não é um repertório para a rua, é de auditórios, palcos. Não necessariamente carnavalesco”. Frevo acústico foi gravado em setembro, no Estúdio Áudio/C estúdio, em Gravata, com Cláudio Santos(violão), Cristiano Pereira (sax), Geovanni Cavalcanti (pandeiro), com produção de Don Tronxo e Marcondes Sávio. 
Don Tronxo afastou-se do Recife, mas não da música. Seu disco de estreia Estamos chegando, d 1984, foi creditado a João Fernando: “Lula Côrtes levou a fita para João Araújo, da Som Livre, ele, gostou e perguntou qual era o nome do artista. Lula disse meu nome, e ficou João Fernando”, conta Don Tronxo. Deste então ele lançou mais doze álbuns, entre LPs e CDs.

sábado, 22 de fevereiro de 2014



Confira a programação de Ensaios de Bois nas Comunidades do Recife:

A partir das 16h:
Boi da Cutia - Rua da Cutia, Água Fria

Boi Manhoso - Rua Francisco Cortês, Cordeiro
Boi Mirim - Rua Ibiapina, Água Fria
Vaca Charmosa - Rua Prof. Jorge Lobo, Coelhos
Boi da Mata - Rua Vale Seregi, UR7
Burrinha do Ipsep - Rua Raposo Pinto, Ipsep
Boi Malabá - Rua 10 de janeiro, Alto do Pascoal
Boi Tatata - Rua Serra Piriqui, Monte Verde Ibura
Boi Camará - Rua Manuel Bandeira, Camaragibe
Boi Sorrizo - Rua Tabira, Jaboatão Centro
Boi Estrela - Rua B. Esperança, Prazeres


Neste sábado (22/02), além dos shows da Orquestra Harmonia e de Mendes e Sua Orquestra, a programação da#CasaDaCultura conta com o Afoxé Babá Orixalá Funfun (foto), que leva ao público a beleza da música e dos antigos folguedos africanos inseridos na cultura pernambucana.

Programação:
9h - Orquestra Harmonia
10h - Mendes e Sua Orquestra
11h - Afoxé Babá Orixalá Funfun



                        Timbaúba


Localizada na Zona da Mata Norte, a 98 km do Recife, Timbaúba possui entre seus folguedos carnavalescos cerca de 60 grupos de bois, o que a fez ser reconhecida como “a Terra dos Bois”. Um tradicional encontro dessa manifestação ocorre sempre no Domingo de Carnaval, a partir das 10h, momento em que a cidade vivencia uma grande festa popular contando com a participação de todos os grupos, incluindo o mais antigo que é o Boi do Trigo, com mais de 40 anos de atividade, e o Boi Vai Quem Quer (foto).
A Folia de Momo da cidade também possui programação com blocos de frevo, caboclinhos, maracatus e escola de samba, tornando o Carnaval ainda mais bonito em diversas ruas da cidade.

Foto: Costa Neto

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014



                        Catende 



Cidade onde surgiu um dos blocos mais irreverentes do Carnaval pernambucano: A Mulher da Sombrinha, Catende está localizada na Zona da Mata Sul, a 142 km do Recife. Com 29 anos de existência, o bloco é Patrimônio Imaterial do Estado e atrai cerca de 20 mil turistas por ano, sendo considerada a maior agremiação da região. 
Além dela, a cidade conta com outras atrações durante a semana de Carnaval. No sábado, o Bloco dos Operários da Usina mantém a tradição de sair de dentro da Usina Catende ao meio-dia, com seus integrantes sujos de carvão. No domingo, As Brilhosas e As Catraias saem inspiradas nas Virgens do Bairro Novo. A terça-feira é marcada pelo Bloco dos Porcos, que há 30 anos sai às ruas com foliões que se melam de argila da cabeça aos pés.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014



                                                    Boi de Carnaval


Esta foto de Boi de Carnaval é do acervo de Katarina Real. É de 1961. Aliás por "falar" em Boi de Carnaval, tem uma história que ainda não contei aqui.

Este relato me foi passado por um amigo que estava, na ocasião, na Câmara de Vereadores de Camaragibe. 

Ele conta que estava aguardando uma pessoa, e perto dele, alguns vereadores conversavam amenidades, quando um deles fez o seguinte comentário: 

“(...) Aí um ‘cara’ de um Boi veio pra mim, pedindo dinheiro pra ajudar no boi dele pra desfilar no carnaval. Era só o que faltava. E eu tenho cara de dono de curral, pra ficar sustentando boi?!”

Seus colegas riram, e eles seguiram com suas temáticas fúteis.

Este cidadão não tem noção da importância de uma agremiação para a sua comunidade. E não é apenas pelo desfile. Estas agremiações são terapia para uns. Livra outros do sedentarismo. Tira pessoas do perigoso olhar do tráfico. Estas agremiações agem com ações de combate que é papel do poder público.

É papel dos “representantes” do povo, como o que soltou a gracinha do curral.

É... Mas nas eleições, ele irá para o curral se fazer de santo e pedir voto.

E os representantes do povo seguem achando que cultura é só um entretenimento sem importância. Estes cidadãos estão sendo fundamentais para a destruição da sociedade. 


Fonte //Cultura Viva Pernambuco

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014




                   Nuca de Tracunhaém (Mestre Nuca)

Manoel Borges da Silva, Nuca de Tracunhaém ou Mestre Nuca, nasceu no dia 5 de agosto de 1937 no Engenho Pedra Furada, município de Nazaré da Mata, Pernambuco. Considerado um dos mais importantes e expressivos artistas populares de Pernambuco, Nuca vive em Tracunhaém, cidade localizada na zona da mata norte pernambucana, distante 72 km do Recife. O município é um dos mais importantes pólos de produção de cerâmica artística e utilitária do Brasil. Segundo uma frase famosa “Em Tracunhaém ou barro vira santo ou vira panela”. A cerâmica artesanal é a principal atividade econômica da cidade.

O mestre Nuca se mudou com a família para Tracunhaém em 1940; seu pai era agricultor e se mudou para a cidade para trabalhar num roçado que a família havia comprado. Em Nuca, o gosto pela arte da cerâmica começou muito cedo; influenciado pelo trabalho de mestres como Lídia Vieira e Zezinho, ainda criança fazia no barro brinquedos inspirados em figuras do seu cotidiano, os quais eram vendidos na feira de Carpina, cidade vizinha a Tracunhaém. Em 1960 Nuca se casou com Maria Gomes da Silva, com a qual teve seis filhos. Foi somente em 1968, quando esculpiu seu primeiro leão, que Nuca passa a ser considerado um artista. No começo não vivia da sua arte; continuou trabalhando na roça, plantando para sobreviver.

Profissionalmente tudo começou quando um antiquário do Recife encomendou ao mestre um leão de cerâmica. O resultado foi uma grande e bela escultura de um leão sentado, com uma postura imponente de guardião, apresentando uma grande juba encaracolada feita com dezenas de fragmentos circulares, a qual se tornou posteriormente sua marca registrada. Desde então a arte de Nuca foi se tornando progressivamente conhecida e prestigiada. Ele afirma que a escultura do leão surgiu de uma idéia dele com a esposa Maria. O mestre conta que a idéia do leão foi dele, mas o cabelo foi dela; talvez inspirados pelos leões de louça portuguesa que decoravam os jardins e varandas de muitos casarões antigos do Recife. Porém, longe desta representação realista, estes animais nos remetem antes aos primeiros séculos da antigüidade clássica, onde representavam guardiões de lugares sagrados.

 Mestre Nuca e um dos seus leões. Foto: Alexandre Severo

       Mestre Nuca, leao, ceramica. Acervo da Coleçao Janete Costa. Foto: Marcelo Pereto

Os leões de Nuca resultam de uma concepção harmoniosa de volume e tratamento das superfícies, às vezes lisas, às vezes trabalhadas com jubas de pêlos encaracolados, ou então, sulcadas a faca. Outras peças também muito características da sua obra são as bonecas com as mãos cheias de flores e os cabelos cacheados. O mestre produziu ainda outras figuras como anjos, pinhas, peixes, galinhas e outros animais. O barro utilizado é de Cupiçura, na Paraíba, e as peças, queimadas em forno a lenha, não são esmaltadas, decoradas ou pintadas. O reconhecimento nacional da obra do mestre Nuca começou quando ele participou de uma feira organizada pela EMPETUR (Empresa Pernambucana de Turismo, ligada à Secretaria de Turismo do Estado) em 1974 na capital paulista. Sua obra ultrapassou as fronteiras brasileiras quando em 1980 expôs seus trabalhos em Lima no Peru e em 1987 participou da mostra Brésil, Arts Populaires em Paris, França.


  leoes, ceramica. Acervo da Coleçao Domigos Giobbi. Reproduçao fotográfica Pinacoteca do Estado de Sao Paulo.

Hoje infelizmente o mestre Nuca está impossibilitado de trabalhar com o barro. Em 2005 ele sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou com lado esquerdo do corpo paralisado. Sua esposa Maria também já não trabalha; diabética, além de enxergar pouco, teve que amputar as duas pernas devido a complicações provocadas pela doença. Atualmente se locomove numa cadeira de rodas. Dos seis filhos que teve, três seguem o ofício do pai: Marcos Borges da Silva (Marcos de Nuca), José Guilherme Borges (Guilherme de Nuca) e Marcelo Borges. As obras dos três se confundem com a de seu pai e representa a esperança concretizada de que o trabalho do Mestre não terminará com ele.

As obras do mestre Nuca estão espalhadas em antiquários, coleções particulares, galerias de arte, museus e em alguns espaços públicos, como a Praça do 1º Jardim em Boa Viagem e a Praça Tiradentes, no Recife, e nos jardins do Sítio Burle Marx, no Rio de Janeiro.

Mestre Nuca é considerado “Patrimônio Vivo de Pernambuco”, título outorgado a ele em 2005 pelo Governo do Estado.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014



                                                           GOIANA

Sendo a cidade mais populosa da Zona da Mata Norte de Pernambuco, com cerca de 80 mil habitantes, Goiana é reconhecida pela abundância de caboclinhos, uma das mais expressivas manifestações populares de Pernambuco. A 62 km do Recife, o município destaca-se também pelas Pretinhas do Congo e, no universo do frevo, pelas duas bandas em atividade mais antigas da América Latina: Saboeira e Curica. Elas vão às ruas desde meados de 1800 e têm uma história de rivalidade antiga, que remonta os tempos do Império no Brasil. A cidade tem também 92 grupos, entre blocos e troças, que desfilam durante o Carnaval.




                                       Cristina Saraiva


Carioca e desde 96 trabalha com música, tendo fundado o selo Tiê Musical, de MPB, pelo qual lançou as cantoras Simone Guimarães e Giselle Martine. Foi responsável pela produção dos CDs "Cirandeiro" e "Aguapé" (Simone Guimarães) e "Diamantes" (Giselle Martine), com as participações especiais de Paulo Jobim, Ivan Lins, Elba Ramalho, Zé Renato, Danilo Caymmi e Chico Buarque.
Compositora (letrista), foi semifinalista do prestigiado Prêmio Visa de 2000 - edição compositores - e teve uma música classificada para o Festival da Música Brasileira, da Rede Globo. Ainda em 2000, ganhou o Prêmio de Melhor Letra no Festival de Tatuí , um dos mais concorridos do país.


Em meados de 2001, Cristina Saraiva resolve usar sua experiência como produtora fonográfica para partir para a gravação de seu trabalho pessoal. Registra, então, algumas de suas parcerias com diversos amigos que, na maioria das vezes, interpretam suas próprias canções. Com os arranjos de Maurício Maestro, com quem vem trabalhando desde Simone Guimarães, e o mesmo elenco de grandes músicos, (Leandro Braga, Pantico Rocha, Marcílio Figueiró, Marcio Mallard, Franklin da flauta, Cláudio Guimarães e Jaime Alem), prepara "Primeiro Olhar", um CD essencialmente feminino.

Numa área onde as mulheres ainda se aventuram pouco, a composição, "Primeiro Olhar" vem trazer uma bela contribuição à música brasileira. Não por acaso, o encarte é assinado por uma das maiores compositoras do país, Sueli Costa.
Lançado no final de 2001, "Primeiro Olhar" recebe ótimas críticas Brasil afora. A letrista participou de vários especiais para rádios, com execução de todas as faixas do CD. Destacam-se a Rádio Universitária de Fortaleza e a Educativa de Curitiba, bem como diversas rádios do interior de São Paulo.Em 2002 se sagra vencedora do mais importante festival do circuito paulista, a Fampop (Feira Avareense de Música Popular) com a canção " Indiviso", em parceria com Felipe Radicetti e interpretada por Márcia Tauil. No início de 2003, participa do II Circuito Paulista de Festivais, realizado no Memorial da América Latina, com os vencedores dos 4 mais importantes festivais de São Paulo (Avaré, Tatuí, Ilha Solteira e S. José do Rio Pardo) 
Em 2003 grava o novo CD, " Só canção". No disco, parcerias com Rafael Altério, Dante Ozzetti, Théo de Barros, Felipe Radicetti, Simone Guimarães, Edu Santana e Clarisse Grova.
O elenco de intérpretes de seu novo trabalho aponta o prestígio alcançado pela compositora ao longo de sua curta carreira - Chico Buarque, Leila Pinheiro, Ná Ozzetti, Dante Ozzetti, Simone Guimarães, Clarisse Grova, Renato Braz, Paula Santoro e Edu Santana: um privilégio de que poucos autores dispõem e Cristina Saraiva faz por merecer.
A partir de 2004, começa a se dedicar a uma luta, que na verdade, deveria ser de todos os músicos brasileiros: a organização dos músicos com o objetivo de pleitear, junto ao governo federal e poder legislativo a adoção de uma política pública para a música, que dê espaço à toda diversidade musical brasileira.
Em 2006, em meio à luta pela formação de uma Frente Parlamentar Pró Música no Congresso, grava seu terceiro CD, "Sol a Sol". Nesse trabalho, ao contrário dos anteriores, a obra da letrista é toda interpretada por uma única cantora, a paulista Lucila Novaes - finalista do Premio Visa Intérpretes, trata-se de uma das mais belas vozes que surgiram no cenário nacional. O CD conta apenas com uma participação especial, de Francis Hime, com quem Cristina assina uma das faixas em parceria.
"Sol a sol" reafirma a capacidade da letrista de trabalhar com grandes compositores ( o CD traz parcerias com André Mehmari, Theo de Barros, Dalmo Medeiros e Miltinho, do MPB4, Francis Hime, seus constantes parceiros Rafael Alterio e Felipe Radicetti , os irmãos Ize e Juca Novaes, a paraibana Socorro Lira e ainda 2 canções de um jovem talento, o compositor de Itapetininga Breno Ruiz) e o mesmo time de músicos de primeira linha - a começar pelos arranjos primorosos de Mauricio Maestro.
O ano de 2009, que encontra Cristina Saraiva ainda numa intensa atividade política em prol da música brasileira, traz um novo trabalho da letrista, o CD “Terra brasileira”. Neste novo projeto, a letrista faz uma opção por trabalhar com jovens talentos da música brasileira, a começar pela intérprete – a estreante Manuella Cavalaro, de 25 anos – e o arranjador e parceiro de 4 faixas do CD, Breno Ruiz, de 26 anos.
Este novo CD de jovens músicos traz parceiras já antigas, como com Simone Guimarães, Felipe Radicetti, Guilherme Rondon, Rafael Altério e Breno Ruiz, e alguns novos parceiros como o curitibano Lydio Roberto e o carioca Marcilio Figueiró. Todo gravado no estúdio Sol lua, na fazenda do parceiro Rafael Alterio, “Terra brasileira” traz a letrista cada vez mais envolvida com seu País, com músicas cujas letras têm muitas vezes, um viés claramente histórico – reflexo talvez de sua formação original de historiadora.
Com o reconhecimento do meio musical e da crítica especializada, cada vez mais, Cristina Saraiva caminha para inscrever seu nome entre os letristas mais importantes da música brasileira.

sábado, 15 de fevereiro de 2014



Neste fim de semana, o popular Boi da Macuca comemora 25 anos de existência, embalando a tradição popular em sua fazenda, no Município de Correntes. Quem também apaga as velhinhas é Zé, criador e capitão da brincadeira, que tem muita história pra contar.

E pra celebrar em dose dupla, a festança começa hoje (14/2) e vai até o domingo (16/2), com o festival "Macuca Brinquedos Populares", que vai levar à Fazenda da Macuca muita música durante três dias. Vai ter roda de poesia, cantoria de viola, coco, reisado, maracatu e, pra encerrar, o tradicional cortejo da Macuca, que acontece em Poço Bonito.



Programação
14/02 - Sexta-Feira
Roda de Poesia
Alexandre Revoredo
Biriguy
Caio Meneses
Clécio Rimas
Fernando Abreu
Ícaro Tenório
Luna Vitrolira
Rildo de Deus
Poeta Damião
Antonio Marinho
Cantoria de Viola
Adiel Luna
Shows
Rogério Dias
Gido Silva
15/02 - Sábado
Noite Especial - 25 anos do Boi da Macuca
(a partir das 17h)

Reisado de Gonzaga de Garanhuns
Samba de Coco de Santa Luzia
Samba de Coco Raízes de Arcoverde
Zeca do Rolete
Benedito da Macuca - Forró dos 25 anos
Didi Cacheado -
Forró dos 25 anos
16/02 - Domingo
Carnaval
Samba Coco Trupé de Arcoverde
Maracatu Várzea do Capibaribe
Forró do Boi
Orquestra Manuel Rabelo
Cortejo do Boi da Macuca em Poço Comprido