domingo, 23 de fevereiro de 2014




                              Don Tronxo




Há 20 anos morando em Gravatá, no Agreste Central de Pernambuco, João Fernando Cavalcanti Silva, foi um dos mais irrequietos nomes do udigrudi do Recife e Olinda nos anos 70. Está em discos como Paêbiru, de Lailson e Lula Côrtes (toca guitarra na faixa Raga dos raios), ou em Rosa de sangue. É autor ou co-autor de canções bem conhecidas, entre outras, Beijando a flora (com Alceu Valença e Carlos Fernando), Caia pro cima de mim (com Alceu), Maria dos Santos (com Alceu), Brilhos e mistérios (com Lula Côrtes): “Já conhecia Zé Ramalho de João Pessoa. Vim morar no Recife em Casa Amarela e conheci logo o pessoal da música, a turma do Tamarineira Village, eu estava com uns 16, 17 anos.”, lembra Don Tronxo, cujo apelido vem desta época. 
Don Tronxo lançou, na Passa Disco (no Shopping Sítio da Trindade), o CD Frevo acústico (independente), uma coleção de 12 composições inéditas, criadas com parceiros novos, Marcondes Sávio, ou antigos, Rubinho Valença. É o terceiro álbum de frevos gravado pelo artista: “Reencontrei Marcondes Sávio em Gravatá, há mais de trinta anos que a gente não se via. Ele sugeriu que eu fizesse um disco. Mandou uma letra para mim. Fiz umas pequenas alterações e musiquei. Ele gostou muito e me mandou mais. para resumir. Em 30 dias estava com um repertório completo do disco”. A opção pelo tratamento acústico foi uma opção de Don Tronxo: “Fiz os outros dois discos de frevo com orquestras. Quis este mais tranquilo, mais romântico. As músicas louvam as ruas do Recife, do bairro do São José e de Olinda. Mas não é um repertório para a rua, é de auditórios, palcos. Não necessariamente carnavalesco”. Frevo acústico foi gravado em setembro, no Estúdio Áudio/C estúdio, em Gravata, com Cláudio Santos(violão), Cristiano Pereira (sax), Geovanni Cavalcanti (pandeiro), com produção de Don Tronxo e Marcondes Sávio. 
Don Tronxo afastou-se do Recife, mas não da música. Seu disco de estreia Estamos chegando, d 1984, foi creditado a João Fernando: “Lula Côrtes levou a fita para João Araújo, da Som Livre, ele, gostou e perguntou qual era o nome do artista. Lula disse meu nome, e ficou João Fernando”, conta Don Tronxo. Deste então ele lançou mais doze álbuns, entre LPs e CDs.

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