sábado, 30 de setembro de 2017

Ouvindo e Fazendo Música: Rabecado leva seu forró ao Museu do Estado de Pernambuco

A apresentação será neste sábado (30), às 17h. Os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia-entrada)

Neste último sábado de setembro (30), a banda Rabecado faz apresentação inédita no Museu do Estado de Pernambuco (MEPE), a partir das 17h, dentro da programação do projeto Ouvindo e Fazendo Música no MEPE. O grupo, que tem no forró sua principal inspiração para um show dançante, é composto por músicos de Olinda e Recife: Publius no bandolim e voz, Gustavo Azevedo na rabeca, pífano e voz, Juliano Holanda no baixo, Carlos Amarelo na percussão e Bruno Vinezof percussão.
Divulgação
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A banda é formada por músicos de Olinda e Recife
Nos shows e nos dois CDs lançados, além do DVD Quatrofonia, o Rabecado apresenta um repertório focado em ritmos de salão como baião, xote, carimbó, coco e samba. Formado em 2000, mistura a sonoridade de instrumentos tradicionais da cultura nordestina como a rabeca, pífano, bandolim, viola de 10 cordas, baixo e percussão, por meio de uma atmosfera popular marcada por improvisos, solos individuais e nuances jazzísticas. Em 2016 se apresentou no programa Sr. Brasil, de Rolando Boldrin, no Sesc Pompéia em São Paulo. Confira um pouco do som da banda:
Serviço
Ouvindo e Fazendo Música no MEPE, com Rabecado
Quando: 30/9 (sábado), às 17h
Onde: Museu do Estado de Pernambuco (Av. Rui Barbosa, 960 – Graças, Recife – PE)
Quanto: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia-entrada)

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

                              Ermelinda

Ermelinda de Almeida nasceu em Fortaleza-CE em 1947, mas aos 14 anos foi morar com irmã Maria em São Paulo-SP. Três anos depois foi para o Rio de Janeiro cuidar do filho recém-nascido de sua irmã Isabel e lá vive até hoje. Durante boa parte de sua vida trabalhou como costureira. O interesse pela pintura surgiu por acaso em 1994, quando passou por um quadro de dificuldades e depressão. Uma amiga sua chamada Maria Torres a aconselhou a procurar um curso de pintura como uma forma de terapia. No inicio hesitou, até que um dia começou a freqüentar as aulas do Prof. Tancredo de Araújo no SESC. Não tardou muito para desistir. (...) Não adianta me chamar para a pintura. Não tenho interesse, não vou nunca pintar nada. Naquele dia eu estava tão para baixo (...) Estava deitada e comecei a conversar com Deus. (...) O que eu estou procurando, o que eu devo fazer?” Levantei, peguei lápis e papel e comecei a desenhar. Aí falei: “agora eu volto para o curso”. Lá no curso, falei pro professor: “olha, aconteceu isso comigo”. Nessa época nem se falava muito em pintura naif. Ele me disse que era por ali o meu caminho. Aí eu disparei (...) De repente, sempre de madrugada, vem na minha mente: “Eu vou pintar!” O quê eu não sei, porque eu nunca planejo os desenhos; simplesmente pego lápis e papel e é como se alguém pegasse a minha mão e me fizesse fazer o desenho (...), conta Ermelinda.

As obras que surgem na madrugada são diferentes daquelas que resultam de encomendas, embora a técnica seja a mesma. Os quadros que pinta durante o dia exige dela estudo, observação, uso de fotografia. Começou quando foi convidada a pintar uma tela para uma exposição cuja temática era a Copa Mundial de Futebol. Ela conta que essa experiência tirou dela a inibição diante da tela em branco, abrindo caminho para a sua criação. Ermelinda começa um quadro com um desenho a lápis em papel, depois fotocopia o desenho nas dimensões da tela que vai ser usada. A cor azul de fundo é predominante em seus quadros. Após pintar a tela, ela risca o desenho e em seguida contorna a figura com o pincel. A tinta acrílica é a sua preferida.

Ermelinda, Baianas de Candomblé, acrílica sobre tela. Reproduçao fotográfica Catálogo da exposição “Pinturas de Ermelinda”, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro-RJ.

 Ermelinda, Oxalufã e Oxaguiã, acrílica sobre tela. Reproduçao fotográfica Catálogo da exposição “Pinturas de Ermelinda”, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro-RJ.

Ermelinda, Baianas coloridas, acrílica sobre tela. Reproduçao fotográfica Catálogo da exposição “Pinturas de Ermelinda”, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro-RJ.

(...) Hoje não sei mais viver sem o meu pincel. Quanto mais eu pinto, mais vontade tenho de pintar. Isso é uma maravilha. (...) Não escolhi a pintura naif, a pintura naif me escolheu, conta a artista.

Ermelinda participa com freqüência de exposições coletivas, bienais e já recebeu vários prêmios. Começou a expor sua obra em 2000 numa exposição coletiva noMusée de la Création Franche (Bégles, França). A primeira exposição individual teve lugar no Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, 2002). Em 2010, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (Rio de Janeiro) inaugurou outra exposição individual intitulada “Pinturas de Ermelinda” na Sala do Artista Popular. Dentre os prêmios recebidos destacam-se: a Palheta de Ouro no Salão da Fundação Casa do Estudante (2002), o Prêmio Aquisição na Bienal de Arte Naif do Sesc de Piracicaba (2004) e a Placa de Ouro no I Salão de Artes Plásticas, da Associação de Adminstração Estadual, Rio de Janeiro (2005).

Fonte:
Catálogo da exposição “Pinturas de Ermelinda”. Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Sala do Artista Popular, n 160, Rio de Janeiro, 2010.
 Ermelinda, A mulher e os pássaros, acrílica sobre tela. Reproduçao fotográfica Catálogo da exposição “Pinturas de Ermelinda”, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro-RJ.
Ermelinda, arraiá, acrílica sobre tela. Reproduçao fotográfica Catálogo da exposição “Pinturas de Ermelinda”, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro-RJ.
 Ermelinda, S. Jorge, acrílica sobre tela. Reproduçao fotográfica Catálogo da exposição “Pinturas de Ermelinda”, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro-RJ.
 
 Ermelinda, Santa Luzia, acrílica sobre tela. Reproduçao fotográfica Catálogo da exposição “Pinturas de Ermelinda”, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro-RJ.
 
 Ermelinda, a vendedora, acrílica sobre tela. Reproduçao fotográfica Catálogo da exposição “Pinturas de Ermelinda”, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro-RJ.


Fonte: Arte Popular do Brasil


quinta-feira, 28 de setembro de 2017

NO TEXAS recebe a ancestralidade e tradição afro do Grupo Bongar

Show está marcado para esta quinta-feira (28), às 21h, e marca encerramento do projeto que contou com incentivo do Funcultura.

Com um trabalho desenvolvido há mais de quinze anos, o Bongar realiza uma pesquisa voltada para a preservação e divulgação do universo popular da comunidade do Xambá
Marcus Iglesias
A forte percussão e ancestralidade de matriz africana do Grupo Bongar vai ecoar na noite desta quinta-feira (28), durante a última edição da primeira temporada do projetoNO TEXAS – evento realizado no Edf. Texas, localizado no histórico Largo de Santa Cruz, centro do Recife. O grupo, uma das principais bandas independentes do estado, promete uma apresentação especial com destaque também às músicas que colocam a canção em destaque, sem deixar de lado os elementos percussivos.
Os ingressos podem ser retirados gratuitamente duas horas antes da apresentação, que começa às 21h. Serão disponibilizadas 50 entradas, mas quem não conseguir uma delas tem a oportunidade de assistir ao show através de um telão no Pátio de Santa Cruz – ou pela internet, no Facebook do Edf. Texas.
Juarez Ventura
Juarez Ventura/Secult-PE
“Mostramos com essa participação que a música ancestral desenvolvida por jovens negros e de terreiro cabe em qualquer espaço”, opina Guitinho, vocalista do Bongar
Com um trabalho desenvolvido há mais de quinze anos, o Bongar realiza uma pesquisa voltada para a preservação e divulgação do universo popular da comunidade do Xambá. Para Guitinho, vocalista do grupo, o projeto NO TEXAS acompanha o movimento das grandes metrópoles, que em virtude das suas organizações urbanísticas e dinâmicas sociais têm buscado alternativas para fazer a música independente circular pelas ruas. “Na concretude das cidades, tais alternativas garantem que a música seja um elemento cotidiano das pessoas, fazendo com os centros urbanos fiquem mais vivos”.
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Quem não conseguir ingressos tem a oportunidade de assistir ao show através de um telão no Pátio de Santa Cruz
Segundo ele, o Bongar vem de uma unidade periférica da cidade de Olinda, mas com raízes profundas na sociedade musical, o que, para ele, é um sinal da contemporaneidade no qual estão inseridos, apesar dos estereótipos. “A gente quebra esse paradigma de que eventos como esse só recebem a música tida como contemporânea e alternativa. Mostramos com essa participação que a música ancestral desenvolvida por jovens negros e de terreiro cabe em qualquer espaço”, opina Guitinho.
De acordo com o músico, o grupo irá apresentar no Edf. Texas um show que pincelará a estética do culto religioso, na poética, passando por todos os discos do grupo. “Não vamos abandonar nossa postura de percussão forte, mas compreendemos também que este é um espaço no qual poderemos levar um repertório que trata a canção com prioridade. Uma das músicas que vamos tocar é a Ogum Onirê, que está disponível no Youtube, e nela damos destaque à voz, violão e cavaco, com elementos percussivos mais leves”.
Pedro Escobar, um dos idealizadores do NO TEXAS, conta que circulam em cada edição do evento cerca de duas mil pessoas. “Como temos uma limitação no terceiro andar, a gente faz também a projeção por streaming, através do nosso Facebook, e na rua, em pleno Pátio de Santa Cruz. E essa é a parte mais legal porque engloba todos os bares do entorno que estão ali, tem também as pessoas que estão passando e decidem ficar e o público na internet”, explica.
O projeto tem incentivo do Governo de Pernambuco, por meio do Funcultura, e além dos shows promove outras ações multimídia com a proposta de dar mais visibilidade a tudo que acontece por lá. Cada noite é documentada e alguns programas já estão no Youtube, como forma de deixar registros de contatos íntimos entre os grupos e o público que por ali passam. Além disso, cada apresentação resulta num EP e num programa para internet com entrevistas e registro do show disponíveis no Soundclound.
O produtor Pedro Escobar revela ainda que a equipe segue planejando como será a próxima temporada do NO TEXAS“Só precisamos ver como viabilizar financeiramente da forma que conseguimos desta vez. Vamos pensar em outros caminhos, tanto pelo privado como pelos editais, além das parcerias que seguem. Temos também uma proposta de ter um programa de televisão, e já estamos conversando com a TVU sobre essa possibilidade”.
Serviço
NO TEXAS #06 – Grupo Bongar
Quinta (28) | 21h
Edf. Texas (Rua Rosário da Boa Vista, 163, Recife)
Gratuito | Senhas 2h antes no local | Sujeito a lotação: 50 pessoas

quarta-feira, 27 de setembro de 2017


                CANGACEIRO ZÉ SERENO

José Ribeiro Filho – o cangaceiro “Zé Sereno”, nasceu em 22 de Agosto de 1913, na Fazenda dos Engrácias, no município de Chorrochó, no Estado da Bahia. Era filho de José Ribeiro e de dona Lídia Maria da Trindade.  Sua mãe era irmã dos cangaceiros Antônio e Cirilo de Engrácias.
O cangaceiro Zé Sereno faleceu em 1981, no dia 16 de fevereiro no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.
Teve como companheira a cangaceira Sila. Ele comandou um subgrupo de facínoras.
Zé Sereno ao lado do primo Zé Baiano
Esteve presente no combate de Angico no dia 28 de julho de 1938 e conseguiu fugir com sua companheira. O seu bando chegou ao lugar dia 26, portanto dois dias antes da Morte de LampiãoMaria Bonita e mais 9 cabras, que foram vitimados pela fuzilaria da volante de Zé Bezerra.
Depois da morte de Lampião os cangaceiros dos diversos grupos ficaram desorientados. Os chefes resolveram se encontrar em Pinhão, Sergipe, em 15 de outubro de 1938, para combinara maneira como iam se entregar a polícia. Lá estavam reunidos os grupos de Zé Sereno, Ângelo Roque (Labareda) e o deCorisco. Enquanto esperavam as autoridades para indicar os procedimentos foram atacados 
pelos soldados sergipanos, comandados pelo cabo Zé Grande. Morreram metralhados três cangaceiros que estavam desarmados: Amoroso, Cruzeiro e Bom-de-Veras.

Nesta mesma semana de outubro de 1928, o chefe Zé Sereno se entregou a polícia com vinte e seis cabras do seu grupo. Os grupos de Corisco e Ângelo Roque (Labareda), continuaram na bandidagem.


Fonte: Antônio Amaury Corrêa deAraújo.
No dia 21 de outubro de 1938, o cangaceiro Zé Sereno acompanhado dos cangaceiros Balão, Criança, Novo Tempo, Pemambuco, Laranjeiras, Quina-Quina, Marinheiro e Candeeiro se entregaram ao capito Aníbal, da polícia baiana, sediada em Jeremoabo.
Fonte: Oleone Coelho Fontes.
O cangaceiro Zé Sereno, em entrevista ao Correio da manhã, do Rio de Janeiro, a 28 de julho de 1971, caderno Anexo, recor­dando a tragédia de Angico, assim se exprime:
” “O, coiteiro (Pedro Cândido) chegou com os alimentos envenenados a mando da volante, menos três litros de pinga que, normalmente, ele próprio, o coiteiro, deveria ingerir em pequenas doses para pro­var sua confiança (…) minha suspeita com Pedro de Cândido confirmou-se depois que ele se foi (…). Apanhei um litro de vermute Cinzano e notei um pequeno buraco na rolha, pro­vavelmente feito por uma seringa. Chamei Lampião e disse-lhe:
“O senhor é cego de um olho, mas pode ver que esta bebida esá envenenada”.
Fontes: Dicionário Biográfico Cangaceiros & Jagunços, Renato Luís Bandeira, Edição do Autor, Salvador, 2014 e Blog do Mendes & Mendes.

Nação do Maracatu Porto Rico convida público para a X Noite do Dendê

Tradicional festa realizada na comunidade do Bode, no Pina, será neste sábado (30) com uma programação voltada para a valorização da cultura afro-brasileira.

Clara Gouvea/Secult-PE
Clara Gouvea/Secult-PE
O Nação Porto Rico é o realizador da X Noite do Dendê
Marcus Iglesias
Com a proposta de valorizar as manifestações culturais afro-brasileiras, a Nação do Maracatu Porto Rico realiza no próximo sábado (30) a décima edição da Noite do Dendê. Tradicionalmente realizada nos últimos anos na comunidade do Bode, no Pina, a programação do evento envolve palestras, cerimônias religiosas, brincadeiras para crianças, apresentações culturais, mostras de vídeos, e exposição de adereços da corte real da Nação do Maracatu Porto Rico. O encontro é aberto ao público e, de acordo com a produção da festa, são esperadas cerca de 10 mil pessoas durante todo o dia.
A 10ª Noite do Dendê tem como objetivo preservar a memória dos babás, yalorixás e mestres da cultura popular de tradição afro brasileira. “Esse evento tem total cunho religioso. Envolve um cortejo em direção à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Pina, onde seremos recebidos pela Frei Rinaldo para uma culto católico. De lá, partimos para a comunidade do Bode, e lá receberemos a benção das quatro yalorixás mais antigas da região. Além de Mãe Elda, Mãe Maria de Quixaba, Mãe Enesea, Mãe Laura e Mãe Helena fazem parte desse grupo, que fará uma cerimônia de candomblé no local”, conta Mestre Chacon, mestre do Maracatu Nação Porto Rico.
Mestre Chacon, que também é historiador, revela que a festa foi resgatada por ele e sua família há dez anos, como forma de resgatar as tradições das manifestações culturais afro-brasileiras. “Há registros de que esse evento aconteceu em Palmares em 1914, mas depois ficou adormecido. Em 2007, a festa foi resgatada por Dona Elda Viana, Yalorixá do Ilê Axé (Templo de Força) do Oxóssi Guanguobira, Patrimônio vivo de Pernambuco e Rainha da Nação do Maracatu Porto Rico”.
A forma como se dá a realização deste evento envolve efetivamente as pessoas do bairro e os grupos culturais e artistas que participam da programação. “Temos total ajuda da Prefeitura do Recife e do Governo de Pernambuco, mas quem nos dá força mesmo é o povo da comunidade. E a articulação com as atrações é tudo na base da parceria. Melhor dizendo, da irmandade. Sempre que o Afoxé Omonilê Ogunjá nos convida para um evento, por exemplo, vamos sem pedir nada em troca, e vice-versa, e é assim que funciona com vários outros nomes, como a cantora Karina Spinelli, que também participará da noite”, explica o Mestre Chacon.
O encontro conta com a participação de vários outros grupos culturais do estado, como o Afoxés Alafin Oyó e Ylê de Egbá, além de nomes como Jorge Riba, Aurinha do Coco, Grupo Bongar, Tambores de Ògún, Mazuca da Quixaba, Baque Mulher e as Nações de Maracatu pernambucanas Encanto do Pina e Cruzeiro do Forte. Maracatus de outros estados, como o Rio Maracatu (RJ), Maracatu Quiloa (SP), Maracatu Arueira (PR) e Maracatu Arrasta Ilha (SC), também estão na programação.
“Também temos atividades voltadas para as crianças. A partir das 14h, começaremos com o Dendezinho, com circo, brincadeiras e apresentações de grupos mirins”, detalha Mestre Chacon, que promete uma diversidade de comidas de terreiro no local. “Tudo feito com dendê, como diz o nome da festa. Acarajé, cumuru, vatapá e outros pratos estarão à disposição do público. Além disso, vamos distribuir gratuitamente a semente do dendê, e um tempero feito desta planta, para as pessoas levarem pra casa”.
Serviço
Noite do Dendê 2017
Sábado (30) | 14h
Sede da Nação do Maracatu Porto Rico (Rua Eurico Vitruvio, 483, Comunidade do Bode, Pina, Recife)
Gratuito

terça-feira, 26 de setembro de 2017




                                                               Quem foi Inácio da Catingueira?
Inácio da Catingueira, escravo do fazendeiro Manuel Luiz, foi cantador lendário e citado orgulhosamente por todos os improvisadores do sertão. Seus dotes de espírito, a rapidez fulminante das respostas, a graças dos remoques, a fertilidade dos recursos poéticos, a espantosa resistência vocal, ficaram celebrados perpetuamente. Sendo negro e analfabeto não trepidou enfrentar os maiores cantadores do seu tempo, debatendo-se heroicamente e vencendo quase todos. Foi o único homem que conseguiu derrubar o mais famoso repentista da época, Romano da Mãe D’Água, depois de cantarem juntos oito dias em Patos, luta que é a página mais falada nos anais da cantoria sertaneja. Inácio nasceu no dia de santo Inácio Loiola, 31 de julho, na fazenda e povoação de Catingueira, perto de Teixeira, Ribeira do Piancó, no Estado da Paraiba, e faleceu aí, sexagenário, em fins de 1879. 

O nome certo do local onde nasceu Inácio, no século XIX, é Sítio Marrecas, como escravo de Manoel Luiz de Abreu, mas também foi cativo por herança de Francisco Fidié Rodrigues de Sousa, genro do mesmo. No inventário, Inácio da Catingueira, constou como bem, em valor de 1.200$000 (um conto e duzentos mil réis). Tal partilha foi procedida na residência do senhor Nicolau Lopes da Silva, filho da viúva Ana Joaquina da Silva, em 13 de fevereiro de 1875, oportunidade em que Inácio da Catingueira já contava 30 anos de idade e era considerado um imenso bem humano. No dia 22 de março, em seguida à partilha, o inventário foi homologado pelo juiz, dr. João Tavares de Melo Cavalcante Filho. O histórico documento encerrou-se com distribuição das custas aos serventuários da justiça, em 21 de abril do mesmo ano.

Nas pesquisas e informações que obtivemos através de Gervásio da Silva, de Saloá, Pernambuco, se desencontram apenas a idade de Inácio. Umas fontes trazidas por ele, dizem que Inácio morreu com mais de 60 anos, vitimado por pneumonia; e outras dizem que ele, vitimado pela mesma doença, haveria morrido com pouco mais de 30 anos. Pelo sim, pelo não, resolvemos manter as duas datas.

Inácio da Catingueira, analfabeto, teve como grande trunfo para conseguir a liberdade, o talento poético, com o qual sensibilizou o seu senhor. Não chegava a ser impedido de se ausentar da morada para qualquer viagem, por mais que demorasse e, ainda por cima, era dono de tudo o que conseguia como sua humildade artística.

O acontecimento que o tornou conhecido é tido também, como a maior peleja entre dois repentistas já ocorrida no Nordeste. O desafiante seria outro poeta, não escravo e já afamado, conhecido por Romano da Mãe D água, e tal embate se daria na cidade de Patos. A primeira vez que Inácio se deparou com aquele que seria um parceiro por muito tempo, foi registrada na casa de Firmino Aires, oportunidade em que se fazia acompanhar de um grupo proveniente de sua terra. O objetivo era apenas conhecer o homem tido como grande mestre. Levado para a presença do Rei dos Repentes, empunhando o seu pandeiro, Inácio foi desafiado por este, e o célebre desafio entre os dois cantadores e que sagrou Inácio o campeão inconteste, durou oito dias, garantindo público, em praça pública de Patos, nas redondezas da tradicional feira, proximidades da Igreja da Conceição. A partir daí, ficaram companheiros e, por onde passava a dupla, arregimentava verdadeiras multidões.

Inácio da Catingueira, segundo a outra fonte, veio a falecer acometido de pneumonia, em consequência de trabalhos no campo, época da queima de brocas, com pouco mais de trinta e três anos de idade. Seu corpo não foi sepultado na Fazenda, como de praxe faziam com os escravos. Repousa em uma praça, no centro da cidade, a qual leva o seu nome, tendo, inclusive, uma estátua em sua homenagem. 

Rodrigo Lopes/Catingueira on line

Mostra Sesc de Cinema segue com inscrições abertas para etapa estadual

Cineastas que tenham interesse em dar visibilidade a trabalhos inéditos podem se inscrever até o próximo domingo (1º/10)

Cineastas que possuam curtas ou longas metragens ainda não apresentados em serviço de vídeo, televisão ou cinema podem participar da primeira edição da Mostra Sesc de Cinema. Para se inscrever na etapa Pernambuco, cujo cadastro servirá posteriormente para a etapa nacional, a pessoa interessada deve preencher um formulário no site do Sesc até o próximo domingo (1º de outubro).
O objetivo desta mostra é dar visibilidade às produções brasileiras que não chegam ao circuito comercial de exibição. “Além da premiação com contrato de licenciamento para exibição pública, a Mostra elege os destaques de melhor roteiro, filme, direção de fotografia, de arte, elenco e montagem e desenho de som”, explica a instrutora de Atividades Artísticas, Naruna Freitas.
Serão aceitos na categoria de curtas obras finalizadas a partir de 1º de janeiro de 2015. Já os longas que podem concorrer são os finalizados desde o dia 1º de janeiro de 2013. Os classificados para etapa estadual serão divulgados no site após quatro meses do término da inscrição.
A Mostra Sesc de Cinema é composta de duas etapas. A primeira é a Mostra Estadual, que acontece no primeiro semestre. Nesta fase, uma comissão irá indicar dois longas e quatro curtas metragens para participar da Mostra Nacional, prevista para o segundo semestre de 2018. Nessa segunda categoria, serão selecionadas 30 obras brasileiras, sendo 10 longas e 20 curtas. Cada diretor poderá inscrever até duas produções.
Serviço
Mostra Sesc de Cinema
Até 1º de outubro
Inscrição e outras informações no site do Sesc