domingo, 31 de janeiro de 2010


TEM BOI NO CARNAVAL
No Carnaval pernambucano também há bois que representam, a lenda do boi-bumbá. O bloco Bumba-meu-boi desfila pelas ruas do Recife, de Olinda e das cidades vizinhas provocando os moradores com suas fantasias. No Bumba-meu-boi, as crianças fazem a festa. O boi sai pelas ruas dançando e fingindo chifrar os transeuntes, principalmente os pequenos. No desfile completo, o bloco representa a lenda do boi-bumbá, morto por seu dono para atender ao pedido da esposa grávida, que desejava comer a língua do animal. Na lenda, o boi é ressuscitado e tudo termina em festa. O Bumba-meu-Boi brinca no Natal por quase todo Nordeste, mas na "frevida" Recife ele também desce ruas e ladeiras de outras folias, transformando-se no verdadeiro, colorido e bailarino Boi do Carnaval. A companhia da reinação traz Sebastião e Catirina, o vaqueiro Mateus, Mané Pequenino, Babau, Calus e Burras... E vem lá o elegante Capitão-do-Campo, montado no Cavalo-Marinho, no comando da orquestra de de bombos, gaita, gonguê, surdo, tarol. Quem canta é o tirador de loas e, no Carnaval, tem até porta-estandarte!
Aqui temos o nome de cinco dos principais grupos de Boi do Carnaval de Recife: o mais novo é o Boi Manhoso nascido em 1986, seguido muito proximamente pelo Boi Estrela (1985); tem também o Boi da Cara Preta (1950) e o Boi Teimoso (1956); mas, o mais antigo e tradicional de todos é o Boi Misterioso, fundado no ano de 1927. Em sua homenagem, Antonio José Madureira e Marcelo Varella, escreveram a canção, aqui temos alguns versos
Quem, quem vem, quem vem lá?Quem, quem vem, quem vem lá?Que cortejo é aquele, senhor?Vindo aqui perguntar, quem vem lá?
Rosemary Borges Xavier,2.010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco

sábado, 30 de janeiro de 2010

NAÇÃO DO MARACATÚ PORTO RICO

" Meu Maracatú é da corôa imperial/é de Pernambuco ele é/da casa real..." Vem do banguê dos engenhos de cana de açúcar da zona da mata Pernambucana,ou do lamento negro,essa corte, que cultuou o imaginário dos escravos africanos,que um dia viveram por essas terras e experimentaram o amargo do nosso açúcar,foram caldo e bagaço da nossa cultura canavieira. Mas, o carnaval, o dia de graça do povo,também é o dia de remissão ao povo negro dessa terra ,e nada mais justo do que coroar e cultuar essas nações de Maracatús com seus Reis e Rainhas. No distante 1916, num terreiro de um Engenho de Cana qualquer da zona da Mata Sul de Pernambuco,do municipio de Palmares,nascia o Maracatú Nação Porto Rico,oriundo das festas de Congos,daqueles distantes Janeiros,após as festas de Reis,nas portas da festa de Momo.Quantos batuques de Baque virado se ouviram pelos verdes canaviais,saudando a alegria dos carnavais.
Mas um dia o Nação Porto Rico foi ver a pancada do Mar no bairro do Pina, às margens do Oceano Atlântico,na capital da provincia e por lá ficou até nossos dias. Hoje, o Maracatú Nação Porto Rico é uma das mais importantes nações de baque-virado do Brasil. O Porto Rico,é comandado pela yalorixá e Rainha Elda Viana,coroada no ano de 1980,na Igreja de Nossa senhora do Rosário dos Homens Pretos,no centro do Recife.A yalorixá Elda,foi a última a ser coroada naquele templo católico,a cerimônia foi posteriormente proibida pelo Vaticano por ter ligações com o camdomblé. O grande responsável pela beleza do batuque de baque-virado é o mestre Jailson Chacon Viana(Filho da Rainha-yalorixá),que se destaca pela criação rica de toadas e pelo diferencial instrumental do baque como a introdução de atabaques.Esse fato a fez receber muitas criticas,inclusive desse que vos escreve e das outras nações de Maracatú,porém essa introdução tem fundamento nas tradições africanas,pois,naquela época,os negros tocavam atabaques muito antes de desenvolverem outros instrumentos como observado por diversos pesquisadores em seus relatos históricos O mestre Chacon, comanda o som do "baque das ondas do mar " nome do primeiro registro fonográfico do grupo,através da gravação de CD em 2002. No ano passado,janeiro de 2009 o grupo gravou o segundo CD ao vivo,que tem como titulo A Noite do Dendê,que tem a participação da yalorixá Euda Viana,na Terça Negra do Recife,produzido pelo Mestre Chacon. O Maracatú Nação Porto Rico, foi várias vezes(Octa) campeã do carnaval do Recife,na categoria Maracatú de Nação. VIVA EU, E VIVA TÚ,E VIVA O MARACATÚ.

William Veras de Queiroz. 2010 D.C Santo Antonio do Salgueiro-PE.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010















Do gosto para o desgosto, O quadro é bem diferente, Ser moço é ser sol nascente, Ser velho é ser um sol-posto, Pelas rugas do meu rosto, O que eu fui, hoje não sou, Ontem estive, hoje não estou, Que o sol ao nascer fulgura, Mas ao se por deixa escura, A parte que iluminou.
Lourival Batista

LOURO DO PAJEÚ-FARAÓ CABRA DA PESTE-(SEGUNDA PARTE DA HISTÓRIA)

Casado com Helena, filha de Dona Isabel e Antonio Marinho, a Águia do Sertão. Sendo mais bela, mais forte e mais corajosa do que a grega, por causa de quem houve a famosa guerra de Tróia. Mas por causa da Helena escolhida por Louro, guerra não houve, mas paz, amor e poesia, muita poesia. Da união, à luz vieram 8 filhos, sendo 4 mulheres e 4 homens que, com o sangue de artistas correndo-lhes nas veias, não poderia ser diferente. São extensões artístico-helênicas de Louro, que multiplicaram-lhes e multiplicaram-se. Lourival Batista Patriota encantou-se no dia 05 de dezembro de 1992, aos setenta e sete anos. Do céu, caía uma chuva de pétalas brancas, novamente a noite virou dia e o dia virou noite. Sobre a cidade do Recife, Pernambuco, o arco-íris, um coro de anjos que era regido por um outro, trajado de vaqueiro tipicamente encourado. Chapéu, gibão, para-peito, luvas contra os espinhos dos xiquexiques da vida (mesmo sendo vida de anjo), perneiras, alpercatas de rabicho, no lado direito um alforje com rapadura, farinha, sal, carne seca. Do lado oposto, enrolado um comprido laço de couro e um cantil com água fria. Estrelas desenhadas no gibão, brilhavam, confundindo-se com as do céu. Ladeava-lhe um lindo cavalo alado, de crina amarela como ouro. Bem paramentado. Completo em sela, estribos reluzentes e demais arreios. Uma manta de couro, recoberta de estrelas de prata sobre o peito, descendo-lhe até os joelhos dava-lhe um ar imponente. Pequeno intervalo e sobressaiu-se o anjo-regente improvisando, solou um aboio em septilhas:
Que não fique a terra triste/Porque o céu está em festa/Daqui tudo que existe/Amar é o que nos resta/Lourival foi convidado/Porque é nome consagrado/É Jesus quem diz e atesta
Lourival está partindo/Mas vai deixando alegria/Vai juntar-se a mais poetas/No céu vai ter cantoria/Deixa seu nome gravado/Em cada mourão fincado/No reino da poesia
As mágicas violas tocavam. A música era de paz. Os vaga-lumes voltaram a acender suas “lanternas”, as pétalas brancas que caíam do céu formavam um caminho, sobre o qual, lentamente, com um suave sorriso no rosto, o grande Louro do Pajeú, com seus cabelos brancos como o algodão das nuvens, lembrando os bons tempos do ouro branco do sertão, acenava para todos, enquanto caminhava em direção a um grande e iluminado portal, onde foi recebido ao som de trombetas angelicais. De repente, silêncio total e um choro coletivo ecoou em uníssono: O choro de todos os poetas do planeta terra. Depois compreendemos. Era tempo de retribuição. Um presente da terra para o céu, que estava em festa pela sua chegada a fim de preparar-lhe para uma nova missão. Daquelas que não basta ser anjo, profeta ou poeta para cumprir com êxito. Tem que ser especial. Por isso não morre jamais. O que justifica o adágio: “Poeta não morre. Tem encantamento.” AGORA TÃO DE REPENTE SE IMPROVISA EM OUTRO REINO UM FARAÓ DO REPENTE.

Texto adaptado por: Rosemary Borges Xavier-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010


A HISTÓRIA DE UM DOS “FARAÓS DO REPENTE” -LOURIVAL BATISTA PATRIOTA, O LOURO DO PAJEÚ E A ÁRVORE DA POESIA (PRIMEIRA PARTE)

No dia 05 de abril do ano de 1887, no sítio Angico Torto, município de São José do Egito, banhado pelo rio Pajeú, Pernambuco, nascia o Rei dos Cantadores ou a Águia do Sertão, codinomes de Antonio Marinho do Nascimento, o primeiro da dinastia dos “Faraós do repente”, pertencente ao “Reino dos Cantadores de São José do Egito”, Em 13 de novembro de 1891, no sítio Jatobá, Itapetim, São José do Egito, veio ao mundo Antonio Pereira de Moraes, O Poeta da Saudade. Já no final do século XIX, nascia em Monteiro, no Cariri paraibano, Severino Lourenço da Silva Pinto, mais conhecido como Pinto do Monteiro,A Cascavel do Sertão. Aos 12 dias do mês de maio do ano de 1912, em São José do Egito, era apresentado à luz o poeta João Batista de Siqueira, o conhecido Cancão. Em 30 de junho de 1920, outro grande nome da poesia apresentava-se ao mundo no sítio Cacimba Nova. Era o segundo gigante da dinastia dos “Faraós do Repente”, com o nome de Rogaciano Leite, em Itapetim, de São José do Egito. Também em Itapetim, no dia 01 de janeiro de 1929, no sítio Cacimbas, nascia Job Patriota de Lima, o Jó Patriota. No dia 13 de outubro do ano de 1930, foi a vez da cidade de Afogados da Ingazeira agradecer ao céu, por ter o privilégio de haver nascido ali, na fazenda Taboado, povoado de Jabitacá, o grande vate Manoel Filomeno de Menezes, mais conhecido como poeta Manoel Filó. E mais e mais. Todos da mesma região, destacando-se São José do Egito. Todos frutos da árvore maior da poesia que brotou no sertão nordestino a partir da inspiração divina. A partir daqui vamos narrar uma das mais belas e grandiosas histórias do nascimento de um repentista. No final do ano de 1914, respirava-se uma certa expectativa. Os acontecimentos tendiam parecer dentro da normalidade, mas algo diferente estava por acontecer. Os anjos do natal daquele ano pareciam mais sorridentes. A expectativa só aumentava. Chegou o novo ano da graça de Nosso senhor Jesus Cristo. 1915, veio trazendo novas e boas venturas para os pastores de cabras e para os demais habitantes, mas ao invés das coisas voltarem ao normal, algo pairava no ar, prenunciando a bênção que aconteceria a qualquer momento. Passava-se o sexto dia do mês de janeiro, Dia de Reis, quando em Umburanas, que depois tornou-se Itapetim, à época, distrito de São José do Egito, deu-se o grande acontecimento. O céu transformou-se num grande arco-íris de um lado ao outro do horizonte, por sobre as coisas sem vida e sobre os seres viventes. Casas, cercas, mourões, objetos, homens, plantas, animais e tudo que mais havia. Os cabritos do sertão inteiro resolveram berrar e pular, imitando o milho da pipoca na panela da família dos Batista Patriota. O gado alegremente mugia. Numa cena rara de se ver, o sol e a lua apareceram no céu para ninguém perder a festa. Ao mesmo tempo era noite e era dia. As criaturas mais diversas moviam-se como quem anunciava: vai ser agora! Vaga-lumes agitavam-se acendendo e apagando suas “lanternas”, enquanto os jumentos, animais sagrados, ininterruptamente repetiam todo o abecedário: Aaahh!, Ehhhh! Iiihh, Ooohhhh! Uuuhh! Ypsilone! Ypsilone! Ypsilone!...As plantas pareciam mais viçosas, chuva de pétalas de todas as cores. Os peixes, reluzentes e saltitantes cruzavam o Rio Pajeú e seus afluentes numa velocidade nunca vista. Os vaqueiros, movidos por uma força maior e incontrolável, cantavam um aboio em uníssono por todos os recantos do sertão, formando um grande coro regido do céu, por um anjo visível apenas por eles, que intuitivamente faziam vênias na direção da casa dos Batista Patriota, sobre a qual flutuava o anjo-regente, em louvação ao acontecimento. Ouviam-se acordes de violas mágicas que vibravam plangentes, harmonizando-se à melodia angelical. Repentistas improvisavam em agradecimento a Jesus, referindo-se ao fenômeno. De repente tudo parou. Silêncio total, quando ouviu-se um choro de criança que acabara de chegar e ser presenteada à luz. Mágico apresentado à magia envolvente daquele recanto de mundo, no sertão de Pernambuco. Um choro forte, grave, másculo. O que eu chamo aqui de choro, na verdade era um solfejo em DO, RE, MI, FA SOL, LA, SI. Todas as notas, em todos os tons, em várias escalas. Magia divina. Naquele momento, foi apresentado ao mundo aquele que veio para completar a dinastia dos “Faraós do Repente”, do “Reino dos Cantadores de São José do Egito”, que inspirou o poeta, compositor e artista plástico Karoba Nunes a projetar o memorial, em homenagem aos “Faraós do Repente” para ser edificado à entrada da terra natal dos três. Assim, veio a nós um dos maiores poetas que já andou sobre a face da terra: LOURIVAL BATISTA PATRIOTA, O Louro do Pajeú, O Rei do Trocadilho, referência da sua geração e das gerações vindouras. Um homem grande como o sertão. E por ser tão grande, simples e humilde. Menino que gostava de brincar com palavras. Improvisador de uma rapidez de raciocínio estupenda. Comparável a poucos, em todas as épocas. Seu pai, Raimundo Patriota, mais conhecido como Raimundão e sua mãe Severina Patriota, que teve veemente influência sobre a veia poético-repentista de Louro, e dos outros filhos, ainda presenteariam ao mundo, mais dois gigantes da poesia, irmãos de Lourival, para formarem A Tríade Batista, com louro no cabeçalho: Lourival, Otacílio e Dimas Batista. Em 1930, ainda com 15 anos, enfrentou o seu primeiro desafio como cantador. No ano de 1932, não fosse pela intervenção de sua mãe, que o retirou das colunas do pelotão ao não autorizar, teria ido, aos 17 anos, lutar na revolução constitucionalista, em São Paulo. Em 1933, enfrentou uma empreitada de 97 dias andando do Recife até Itapetim, em São José do Egito, distante 422 km do Recife. Antes, porém, cruzou a Paraíba e esteve no Rio Grande do Norte, para depois seguir ao seu torrão natal. Como cantador, fez um caminho ao contrário dos que chegam à capital. Começou a cantar no Recife e depois partiu para o interior, quando o mais comum é inverter-se o fluxo. A partir de então, não parou mais. Levou poesia aos 4 cantos do mundo. Participou de muitas cantorias, ganhou muitos festivais, muitos prêmios, muitos amigos e o respeito de todos. ASSIM DE REPENTE SE IMPROVISA OS FARAÓS DO REPENTE! QUE SE FAÇAM SEMPRE PRESENTES NO REINO DOS CANTADORES DE SÃO JOSÉ DO EGITO E POR TANTOS OUTROS LUGARES.

Texto adaptado por: Rosemary Borges Xavier-2010 D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

















A FESTA DOS CABOCLINHOS NO CARNAVAL

Manifestação popular, originária da mescla indígena, os caboclinhos expressam um forte sentimento nativista. A religião está presente na manifestação por meio dos cultos indígenas, a pajelança, religião dos antepassados. É na Jurema ou Catimbó, como é popularmente conhecida, onde atua a maioria dos mestres e caboclos. Alguns grupos diferem desta linha, cultuando religiões afro-brasileiras, ligadas a terreiros de Xangô e Umbanda. A apresentação normalmente inicia com o porta-estandarte (podendo haver mais de um), seguido de dois cordões de caboclos e caboclas. No centro o cacique (também chamado de rei, é responsável pelas coreografias) e a cacica (rainha ou mãe da tribo). O desfile também conta com a presença do Pajé (ou curandeiro, orientador espiritual do grupo); Matruá (representa um feiticeiro); Capitão (chefe de uma das alas); Tenente (chefe da outra ala); Perós (crianças da tribo) e dos caboclos de baque. As danças ou evoluções variam de um grupo para outro. Geralmente ocorrem em duas fileiras (cordões), podem trazer alas, com coreografias que representam situações criadas e recriadas pelos mestres e brincantes. De maneira geral, evoluem com agilidade, agacham-se, levantam-se e rodopiam nas pontas dos pés e calcanhares, em três momentos específicos: Guerra, Baião e Perré, determinados pela mudança do ritmo. Alguns grupos também apresentam o Toré ou Macumba, o Traidor (marcando o ritmo, destaque das preacas), preacas são uma espécie de arco e flecha de madeira, que as moças conduzem, ficam presas, e quando puxadas, produzem um estalido seco, a Emboscada (disputa de dois grupos) e Aldeia (dança em círculo). A indumentária é composta por atacas (de pé e mão), saiotes e tangas, e confeccionada com penas (de ema e de outras aves), lantejoulas, contas, búzios, espelhos, vidrilhos, cordas e sementes. Os adereços de cabeça são bastante diversificados: cocares, capacetes, cabeleiras, diademas, girassóis e leques, decorados com penas e lantejoulas. Apresentam-se descalços. O baque é composto por caracaxás (maracás ou exeres), surdo e inúbia (flauta ou gaita), podendo haver atabaque e caixa. As músicas normalmente são instrumentais, havendo grupos que recitam versos ou loas. São algumas características essenciais do Caboclinho: a dança guerreira, o cunho religioso propiciatório de boa colheita ou caçada, a recitação de versos heróico-nativistas etc. Tradicionalmente os Caboclinhos têm feito suas apresentações no Recife, em Olinda, Nazaré da Mata, Carpina, Tracunhaém, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Paudalho, todas estas cidades são em Pernambuco mas também se apresentam nos estados de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. Musicalmente, mantém forte ligação com os cultos de origem indígenas e é possível reconhecer elementos orientais (indu, chinês, árabe, ameríndio, incaico), sem nenhuma referência européia, presente na maioria dos outros folguedos. Sendo este mais um elemento da cultura popular nordestina, vale ressaltar a importância de se manter presente este folguedo, como forma de não deixar que a raiz pare de rebrotar, portanto, vamos à festa dos caboclinhos.


Rosemary Borges Xavier-2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco

terça-feira, 26 de janeiro de 2010



O MONUMENTAL CINEMA SÃO LUIZ (RECIFE-PE)- REVITALIZADO E REABERTO AO PÚBLICO

Um dos mais antigos e emblemáticos cinemas do Recife e uma das últimas salas de projeção de rua remanescentes no Brasil, o Cinema São Luiz foi reaberto no dia 28/12/2009, após três anos de inatividade. A reabertura se deu com o brilho da noite, digna de um Oscar. Do lado de fora, tapete vermelho, canhões de luz iluminando o Rio Capibaribe, manobristas, e uma fila imensa davam a exata importância da noite. Dentro, pipoqueiras antigas e vendedores de balas traziam o gosto de uma certeza: o São Luiz estava de volta. De propriedade do Grupo Severiano Ribeiro, o prédio foi tombado pelo Governo do Estado em 2008 que, através da Fundarpe, assinou um termo de comodato para utilização do espaço por cinco anos. A reforma teve início há cinco meses e custou R$ 1,2 milhão. Todas as características originais do prédio, inaugurado em 1952, foram mantidas. Anfitriões da noite, o governador Eduardo Campos, o secretário de Cultura, Ariano Suassuna, e a presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, formavam a plateia ao lado de atores, diretores e convidados que foram assistir o Baile Perfumado. “Todos nós temos uma história para contar do São Luiz”, afirmou o governador. Entre os que guardam boas lembranças, o mestre Ariano. “Foi aqui que o Auto da Compadecida estreou suas duas primeiras versões cinematográficas. Quando a terceira versão, dirigida por Guel Arraes, foi lançada, o São Luiz estava fechado”, lamentou. O longa-metragem pernambucano de Paulo Caldas e Lírio Ferreira estreou naquela mesma sala em 1997. “Esse filme é o marco da retomada da nossa produção cinematográfica. E nenhum outro filme seria mais apropriado para esse momento”, falou Eduardo, antes de sentar-se em uma das 992 cadeiras vermelhas do local. Aramis Trindade, o tenente Lindalvo Rosas da telona, foi o mestre de cerimônias da noite. Coube a ele anunciar o lançamento da segunda fase do Edital do Audiovisual do Funcultura, que destinará R$ 6 milhões para produções do gênero. Por trás das telas, o resgate do São Luiz deu muito trabalho. Novas cadeiras foram fabricadas e colocadas (com direito a assentos para obesos e pessoas com deficiência). Os detalhes nas paredes de gesso desenhado – incluindo os vitrais que formam dois grandes jarros ao lado da tela de projeção – e também a pintura foram repaginados. O carpete foi trocado e os sistemas hidráulico, elétrico e de ar condicionado passaram por uma reforma total. Um novo sistema de som Dolby Analógico – com 29 caixas de som – e um projetor de filmes 35 mm também foram colocados. Com foco na produção local e nacional, passou a exibir sessões desde o dia 12 de janeiro deste ano com ingressos a R$ 2 e R$ 4. Ainda em janeiro, passarão pela tela, além do próprio Baile Perfumado, diversos curtas-metragens pernambucanos e o filme “Lula, o Filho do Brasil”, de Fábio Barreto, com estréia marcada para o dia 15. “Esse é um ato que tributo à resistência de tantos artistas pernambucanos que souberam resistir durante anos aos ‘enlatados’ e outras ‘ondas’ vivendo dentro da cultura popular brasileira. Pernambuco vive hoje um momento extraordinário na sua economia, mas vive também um momento mágico da sua cultura”, disse o governador. ENDEREÇO: RUA da Aurora-bairro da Boa Vista, próximo a ponte Duarte Coelho, as margens do Rio Capibaribe CINE-ESCOLA – O São Luiz passa a ocupar também um importante papel dentro da política pública de cultura do Estado. A sala de exibição funcionará como cine-escola durante a semana nos períodos da manhã e da tarde. Também será um atrativo a mais na inserção do Recife nos circuitos internacionais de grandes mostras e festivais. “O São Luiz vai ter um papel muito importante na democratização da cultura, não com uma pauta comercial, mas com uma pauta cultural de Pernambuco e do Brasil”, explicou o governador. Além do São Luiz, o Governo do Estado já reabriu o Cine Guarany, em Triunfo,São josé,em Afogados da Ingazeira e prepara a reinauguração do Polytheama (Goiana) e do Apolo (Palmares).


Fonte: Site do Governo do Estado de Pernambuco
Texto adaptado por: Rosemary Borges Xavier-2.010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco-Brasil

domingo, 24 de janeiro de 2010

O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS

O Documentário-musical O Homem que engarrafava Nuvens,longa-metragem do Cineasta Pernambucano Lírio Ferreira,sobre a vida e a obra do Menestrel do Sol,que foi parceiro de Luiz Gonzaga, Advogado,Playboy,instrumentista,boêmio,Deputado Federal e criador das leis de direito autoral,Humberto Teixeira,também conhecido como o "Doutor do Baião"por ser autor de clássicos populares como Asa Branca. Pouco conhecido do público atualmente,ele foi um dos nomes mais importante da música Brasileira nos anos 40,ao lado do seu parceiro Luiz Gonzaga. Nascido na cidade do Iguatú,no sertão Cearense,o compositor se mudou para o sudeste para estudar.Formado advogado,preferiu trabalhar na música,o sucesso logo viria quando chamado por Gonzaga para o seu projeto de popularizar a música nordestina no Rio de Janeiro. Em pouco tempo,os dois já eram conhecidos como "Reis do Baião," ritmo que se tornou fenômeno em todo Brasil e no mundo. Apesar de todo este sucesso,porém,nem mesmo a filha de Humberto, a atriz Denise Dumont,sabe bem que foi este homem. Na busca por conhecer melhor o compositor, Denise entrevista pessoas que conviveram com seu pai e músicos que foram influenciado por seu trabalho.Dentre os relatos colhidos,está o de Margarida Bittencourt,sua mãe,que a abandonou na infância por não suportar a vida com Humberto.Dentre os depoimentos do documentário estão o de Lirinha(cordel do fogo encantado),Gilberto Gil,Sivuca,Caetano Veloso,Fagner,Belchior,Tarik de Souza,Anselmo Duarte,entre outros,além de imagens e audio do próprio Humberto falando de obra e de sua vida.interpretando as canções de Teixeira,estão ainda artistas como Chico Buarque,Gal Costa,Maria Betania e Lenine,que regravou para o filme uma música inédita ha 60 anos.

William Veras de Queiroz. 2010 D.C Santo Antonio do Salgueiro- Pernambuco.

sábado, 23 de janeiro de 2010













BLOCO DO URSO PULANDO COM DIFICULDADE

Nem só de alegrias vivem as brincadeiras dos “URSOS”. No município de João Pessoa-PB, por exemplo, esta atividade tem ocorrido fortemente no bairro São José. Bairro que se localiza entre a margem oeste do Rio Jaguaribe e na zona de falésia inserida na região metropolitana da capital vizinho a dois bairros de classe média alta. Teve seu início em decorrência de invasões na década de 70, onde famílias ocuparam a região. Ao longo de 40 anos, o bairro cresceu de maneira desordenada. Atualmente possui cerca de 15 mil habitantes que sobrevivem de maneira precária e sem área de lazer. As crianças disputam espaço com os carros, ônibus e motos para as suas brincadeiras. Além de todos estes problemas sociais o bairro é apontado pela mídia local como um dos mais violentos da cidade, ocasionando uma auto-estima baixa em seus moradores e a não valorização de suas manifestações artísticas locais de cultura popular. Os instrumentos digamos “menos sofisticados”, são confeccionados pelas pessoas de baixa renda que desejam brincar o carnaval são estes: latas, tambores, panelas e baldes, porém, isto tem seu lado positivo, pois se torna relevante, uma vez que objetos que poderiam estar no lixo; passam a ter outra utilidade, dando uma conservação ao meio. Portanto, estas são algumas das principais características de adaptar a brincadeira do carnaval do bairro São José-PB, às condições sócio-culturais dos foliões. Este bloco foi criado com o objetivo de arrecadar uma “graninha” para comprar um Colar de Contas e uma pulseira para adornar esta que vos escreve, estes adornos são feitos com sementes da Caatinga de área de extrativismo onde haja manejo florestal sustentável, é que o chefe e idealizador deste blog William Veras de Queiroz, é “pirangueiro”, não quer liberar nenhum vale da empresa, portanto, criei o bloco do Urso Pulando Com Dificuldade, e contratei até o cantador DALMO FUNCHAL, que vem direto de Campo Formoso-BA, para cantar os seguintes ritmos: baião, xote, forró, galope, quem quiser pode conferir no site:
www.palcomp3.com/.br/dalmofunchal, então vou aproveitar e pedir que ele cante: a La Ursa quer dinheiro, quem não der é pirangueiro (no caso meu chefe). Brincadeiras a parte, algumas destas frases finais são brincadeiras, porém o cantor Dalmo Funchal é residente de Campo Formoso-BA, é cantor e compositor tem 3 CDS na praça, está lançando seu DVD 10 ANOS DE FORRÓ, vale conferir seu trabalho no site acima citado. O idealizador do blog William Veras de Queiroz, reside no município de Salgueiro-PE, é empresário, são meus amigos, pessoas e profissionais adoráveis. Salgueiro é o município de Pernambuco onde tem o melhor Carnaval, este ano terá um homenageado ilustre Mestre Jaime, alfaiate e artista plástico criador do bloco A BICHARADA, em breve o Sol Vermelho postará um texto referente a este senhor, vale conferir. Mas, voltando ao texto, as pessoas enfrentam muitas dificuldades para ter um pouco de alegria, este é o país do carnaval onde cada um brinca com a sua possível fantasia. O importante é poder imaginar e pedir que ventos melhores soprem e tragam algum tipo de realização aos seus sonhos.


Texto adaptado por: Rosemary Borges Xavier-2010-D.C-Cajueiro-Recife-PE

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010



BLOCO DO URSO PULANDO A CERCA, URSO PULANDO NA FOLIA!

Pode acreditar: italiano criou La Ursa no Nordeste. O livro "A Itália no Nordeste", de Manuel Correia de Andrade, traz a seguinte explicação para o surgimento do bloco do tipo La Ursa onde a figura central é representada por um “URSO”, este bloco é presença marcante no interior de Pernambuco e da Paraíba: No carnaval, festa popular e em que há uma grande participação de pessoas que se descontraem, os italianos tiveram, desde os primeiros tempos de sua chegada ao Brasil, uma grande participação: uma das apresentações populares mais características do folclore carnavalesco nordestino é o La Ursa, apontado como uma inovação italiana. "Os La Ursa desfilam ainda hoje nos carnavais ao lado de blocos e troças. A tradição atribui a introdução do “URSO” a um italiano e existe uma modinha de carnaval que tem a seguinte quadra: "Viemos da Itália/Não trouxemos roupa/ Trouxemos este urso/Enrolado na estopa”. Para alguns folcloristas esta manifestação popular tem origem ligada à cultura espanhola, onde pessoas saíam às ruas ou em apresentações de circos com um urso (animal vivo) amarrado em uma corda, por um domador, sendo uma atividade de sustento para o domador do urso. Outros autores comentam também da influência de ciganos da Europa. Aqui no Nordeste depois de passar por adaptações o grupo passou a compreender: um homem fantasiado de urso, com roupa feita de estopa, máscara de papel machê e outro, chamado geralmente de domador, que o guia com uma corrente ou corda, provocando o animal para que este dance, emita sons próprios e avance para os que estão perto, como se fosse atacá-los. A terceira figura é a do caçador que, munido de velha espingarda, atira, dando a entender que sua missão é impedir a fuga do urso. "Duas tradições tentam explicar a origem da La Ursa: a primeira de que ele surgira porque um italiano desfilara com um urso no carnaval e um lutador, Floriano Peixoto, filho do presidente da República, o teria desafiado e lutado com o urso, e a segunda é que desde o período colonial havia italianos trabalhando nos engenhos de açúcar e que eles se divertiam formando grupos que traziam um urso em suas festas. De qualquer forma, para a pesquisadora norte-americana Katarina Real, o La Ursa é uma contribuição italiana ao carnaval nordestino, a tal ponto que a figura do domador é representada por um 'italiano' com grandes bigodes, e há sempre referência a um italiano como a pessoa que estimula o urso a andar e a dançar. "A dança da “La ursa” se faz através de toadas, mas pode variar para o
baião, forró, xote e até polca. A Orquestra do urso de carnaval é geralmente formada por sanfona, triângulo, bombo, reco-reco, ganzá, pandeiro; havendo outras mais elaboradas onde aparecem violões, cavaquinhos, clarinetes e até trombones. Muita gente brinca ou já “BRINCOU de URSO” ora pulando a cerca ora na folia. Só é preciso ter cuidado com a espingarda no primeiro caso, É CLARO!! Fica aqui um forte abraço de urso, porque a brincadeira ainda nem começou, botem seus blocos na rua.

Texto adaptado por: Rosemary Borges Xavier-2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010











OS TEATROS DE MAMULENGOS EM RECIFE E OLINDA- PERNAMBUCO

A irreverência e a mão molenga do teatro de bonecos. Tem nos seus personagens uma gente surgida da madeira (de área reflorestada com certificado é óbvio), da cabaça, do papel machê, papel jornal ou da espuma de nylon, garrafas pet, etc. Então vemos que é fácil e simples criar bonecos de mamulengos, até mesmo porque há também uma consciência ecológica, pois se usarmos material reciclado estamos contribuindo com o ambiente. E, é neste mundo de bonecos onde tudo se resolve na pancadaria de forma irreverente é claro, seria o cúmulo da violência de um povo, se não fosse esse povo os bonecos do mamulengo, que cantam, dançam, conversam com a platéia e distribuem pauladas por todos os lados. "Haja pau", como diria o mestre José de Morais Pinho, no título de uma de suas peças de teatro para bonecos. O mestre Ginu, um dos mais respeitados mamulengueiros do Nordeste, sabia, com precisão, transfigurar os costumes populares da nossa região, no fantástico mundo da tenda, por onde passam os bonecos com doses de irreverência, de burlagem, moralismo e matreirice, ao mesmo tempo ingenuidade e paixão. Personagem famosa como a do Professor Tiridá, que normalmente chama a todos (personagens e espectadores) de meu compadre e minha comadre, provoca delírios nas platéias com suas umbigadas, suas pauladas e a irresistível fama de conquistador, desde os tempos do Cheiroso, do mestre Ginu e hoje internacionalmente conhecido através do Mamulengo Só-Riso de Olinda, onde abre os espetáculos como mestre de cerimônia. As mãos moles, molengas, como diz o matuto, originam a denominação de mamulengo ao teatro de bonecos, comumente apresentado em forma de luvas. Os bonecos de vara, os de fios (marionetes) e os de manipulação direta, são outras técnicas utilizadas para essa expressão de um povo em forma de bonecos. Um povo bravo, irreverente e safadoso. Nas décadas de 50 e 60, praticamente todo o Nordeste brasileiro se divertia diante dos bonecos que surgiam por trás do pano esticado, nas feiras, nos pátios de colégios, nas tradicionais festas de rua, nos terreiros das casas grandes de engenho, assim como nas residências de pessoas humildes, que juntavam os vizinhos em suas salas para assistirem aos bonecos. A freqüência dessas apresentações residenciais, sempre foi maior na zona rural, ficando nas cidades a preferência pelas feiras e praças, sendo essa última muito utilizada na festa do padroeiro, no seu lado profano. Hoje, na cidade do Recife, as apresentações do teatro de bonecos ficam praticamente restritas a colégios, aniversários de crianças em clubes fechados e campanhas publicitárias dos órgãos oficiais de saúde e educação. Também se apresentam em eventos como feiras nacionais e internacionais de livros e artesanatos. Grupos como Lobatinho, Gestus e Bonecarte, são os mais atuantes da área metropolitana do Recife. E o Mamulengo Só-Riso, um dos mais famosos do Brasil, possui em Olinda o seu monumental teatro onde realiza cursos, apresentações e encontros de teatro de bonecos do Brasil e do exterior. Como se ver este é um mamulengo com mais recursos pois já fez história em nosso Estado,porém outros existem e resistem sem grandes recursos. No interior do estado, as apresentações de mamulengueiros são esporádicas, tornando-se ainda mais raras, depois da expansão da luz elétrica no campo e nos vilarejos, onde as atenções estão voltadas para a televisão e o computador, tornando o "brinquedo" do boneco coisa do passado. O saudoso Mestre Solon reunia adultos e crianças diante do seu “Invenção Brasileira”, a gargalhar de tiradas como essa do espetáculo "Passagem do Padre": Simão - Me diga uma coisa, seu padre. Você batiza homem casado por quanto?Padre - Eu batizo por 10 cruzeiros.Simão - Mulé casada?Padre - Por cinco.Simão - E rapaz sortero?Padre - Por 30.Simão - Moça sortera?Padre - Moça sortera? é de graça.Simão - Isso é um padre safado.Padre - Oi filho, não me chame nome não.Simão - Eu tô chamando nome a você, cachorro da mulesta (bate no padre e a platéia ri). São espetáculos com essa linhagem, feitos por gente simples, sem recursos monetários, nas condições técnicas das mais precárias, porém, com uma criatividade inigualável e uma comunicabilidade imbatível, que identificam a essência de um teatro verdadeiramente popular, norteando artistas de mais instrução e melhores condições materiais dos dias de hoje, na construção dos seus próprios caminhos, trilhando os exemplos que seus mestres deixaram. E preocupados com a história desses mestres, o Museu Espaço Tiridá e o Teatro Mamulengo Só-Riso, em Olinda-PE contribuem para a manutenção dessa arte e a preservação dessa cultura cênica, autenticamente teatral e popular. Os bonecos que com as mãos emprestadas dos mamulengueiros ganham alma e dão vida a personagens das lendas e fantasias do riquíssimo folclore nordestino, fazendo arrancar facilmente SORRISOS de crianças e adultos. Esperamos que surjam mais novas “MÃOS MOLENGAS” para surgirem tantos mais mamulegos. Endereço do Teatro Mamulengo Só-Riso: Rua 13 de Maio, 117, Varadouro - Olinda-PE-fone: (81) 3429.2934

Rosemary Borges Xavier-2.010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


ALESSANDRA LEÃO- COM SEUS DOIS CORDÕES

Alessandra Leão é percussionista, compositora e cantora. Participou da fundação do grupo Comadre Fulozinha, sendo esse seu primeiro trabalho profissional. Nesses 12 anos atuando no mercado musical, teve privilégio de trabalhar ao lado de músicos como Antônio Carlos Nóbrega, Siba e a Fuloresta, Silvério Pessoa, Zé Neguinho do Coco, entre outros...Desde 2004, idealizou e coordena o projeto coletivo Folia de Santo, que se propõe a compor músicas baseadas nas tradições ligadas ao “catolicismo popular. “Considero Pernambuco o maior foco de resistência da cultura popular brasileira. E fundamento a minha opinião não apenas pela quantidade de livros e discos lançados, mas pelo número de eventos que freqüento cada vez que me desloco até o vizinho Estado, no interior de Pernambuco festa é brincadeira; música e dança são brinquedos. Coco é um brinquedo; Maracatu também, Cavalo-marinho, Ciranda... tudo é brinquedo e tudo é samba". Nos fala que iniciou sua vida artística através do teatro e da dança em meados de 1995 e somente dois anos depois é que partiu para a música. “O canto acabou vindo como conseqüência, quase uma necessidade de cantar e interpretar as canções que aprendi, principalmente com músicos tradicionais de Pernambuco, e tempos depois, de interpretar as minhas próprias composições”. Alessandra Leão é um nome emergido desse lago fértil. Desde os tempos em que integrava o grupo Comadre Fulorzinha, formado apenas por mulheres, sua contribuição para os temas musicais regionais do Nordeste já a credenciava a galgar andaimes mais altos nesta rica cena cultural. Em 2006, Alessandra deu início ao seu trabalho autoral, com o elogiado Brinquedo de Tambor, este CD entrou para a lista dos 10 melhores discos do Prêmio Urirapuru, da revista gaúcha “O Dilúvio”. E em janeiro de 2008 teve duas músicas recomendadas no playlist do músico americano David Byrne. Em 2007, foi uma das selecionadas no Programa Rumos Itaú Cultural, na cartilha Mapeamento. CD homônimo foi lançado em dezembro de 2008, durante as gravações do DVD homônimo. Produzido e arranjado em parceria com o violeiro, compositor e arranjador Caçapa. “Dois Cordões”, o segundo CD solo (2009), foi produzido com patrocínio da Petrobras através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a partir da seleção no Programa Petrobrás Cultura. Nele Alessandra mantém a parceria com Caçapa (que assina os arranjos e produção musical) e passam a assinar algumas composições juntos. O CD conta com a participação de Jorge Du Peixe, Kiko Dinucci (SP), Florencia Bernales (AR) e Victoria Sur (COL) e foi gravado pela banda que acompanha a artista desde o Brinquedo de Tambor. Participa do Admiral Recife , fundado a convite do projeto Era Iluminada – Mangue Beat (Sesc Pompéia -SP), ao lado de nomes como Jorge Du Peixe, Siba, Dengue, Canibal, Júnior Barreto, Lia de Itamaracá, entre outros. Em 2009, foi convidada para participar do Festival Carnaval de Las Artes, em Barranquilla, Colômbia. “Neste novo CD - Dois Cordões, a coisa amadureceu como se décadas, e não anos, houvessem passado”. Nele, a idéia de arranjo e sonoridade (obra do produtor/arranjador/instrumentista Caçapa) é inseparável do resultado final: uma combinação 100% inédita dos timbres de três guitarras elétricas (de 6, 7 e 12 cordas), em camas quase nunca harmônicas, mas sim complexamente polifônicas. Tecidos sonoros que devem tributo tanto aos estudos eruditos europeus de contraponto e fuga quanto a escuta atenta dos mestres da música africana, igualmente polifônica e não-harmônica. E essa meticulosa rede de vozes instrumentais é alicerçada à terra não por acaso por um místico trio de ilús: tambores de pele utilizados nos terreiros de Xangô (como é conhecido o candomblé em Pernambuco). E a moldura do disco é essa. Pouco mais, pra dar molho: um pandeiro aqui, caxixis ali, talking drums, güiro, ganzá, eventuais coros. Só que nada disso seria mais do que curioso ineditismo se, sobre essa tessitura, não flutuasse como ave rara a voz de Alessandra. Uma voz por vezes doce e jovial, crestada numa alegria ancestral que ecoa essa gente simples dos interiores de Norte e Nordeste, gente que canta porque não sabe não cantar. Essa gente humilde e feliz, feliz de uma felicidade muitas vezes incompreensível para urbanos e/ou sulistas. Mas do que fala essa voz? Sobre o que escreve essa compositora única, que abre as asas sobre o chão de terra e paira sobre o mundo, sobre sentimentos universais, sobre dramas de qualquer cidadão do planeta? Fala de (ser) par, de dualidade, de chegadas e de partidas. Fala de Ogum e de Iemanjá. De amor e violência, fogo e mar, tradição e contemporaneidade. África e América, elétrico e acústico. Tensão e festa. Fala de gente. E é essa, acima de tudo a força desses Dois Cordões. É um disco de gente.


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


















Imagens contempladas no Prêmio Porto Seguro de Fotografia - Edição 2008-Ensaio realizado por Luiz Santos

A VOLTA DO LAMBE-LAMBE.

O projeto a volta do lambe-lambe foi patrocinado pelo Programa BNB de Cultura. Consistiu em realizar viagens entre o Recife e a cidade de Juazeiro do Norte, CE, fotografando o povo, gratuitamente, com uma câmera lambe-lambe. Os retratos foram tirados pelo fotógrafo popular Tonho Ceará, nascido no Juazeiro do Norte e mudado para o Recife há mais de trinta anos. A idéia, a elaboração do projeto, bem como a direção foi de Luiz Santos, fotógrafo e videomaker pernambucano. Ao longo das viagens, além de fotografar a ação do retratista, Luiz Santos produziu uma vasta documentação fotográfica, um ensaio pessoal, melhor dizendo, e produziu o documentário curta-metragem CINEMA DE DOIS TOES. O objetivo do projeto a volta do lambe-lambe foi captar a alma da gente nordestina pela via do retrato. Para isso, uma equipe composta por quatro viajantes: Tonho Ceará (fotógrafo lambe-lambe), Osmar Barbalho (produtor), Cláudio Medina (fotógrafo assistente, que também produziu documentação fotográfica em P&B) e Luiz Santos, que fez a direção, fotografou e gravou imagens em movimento. Tudo isso aconteceu entre agosto de 2006 e fevereiro de 2008, em várias localidades de Pernambuco, do agreste ao sertão. Comunidades indígenas, acampamentos de ciganos, grupos de circenses, sem-terra e romeiros tornaram-se os principais focos de interesse, pois guardavam uma característica em comum: deslocavam-se com certa freqüência. O projeto a volta do lambe-lambe foi executado da seguinte maneira: ao longo do dia, estando em alguma localidade, montava-se o fundo e a câmera-laboratório e eram convidadas algumas pessoas que se aproximavam e se interessavam pelo movimento a posarem para a câmera do retratista. Geralmente, a abordagem das pessoas era feita pelo diretor do projeto. Muitas pessoas comentavam o que estavam presenciando e algumas diziam possuir retratos antigos. Fazia parte do projeto, também, pesquisar a memória visual guardada pelas famílias, porém nada era retido. Apenas reproduzia-se, com uma câmera digital, o que era mostrado. À noite, quando as condições permitiam, eram exibidos filmes curtas-metragens pernambucanos e cearenses. Todas as pessoas retratadas tiveram seus nomes e endereços anotados e fazem parte dos registros do projeto. Ao longo das viagens, foi produzido um filme documentário: Cinema De Dois Tões. O filme é composto por depoimentos de Tonho Ceará, fotografias coloridas e preto e branco de Luiz Santos, vídeos de Luiz com uma câmera fotográfica que também capta imagens em movimento, além de vídeos capturados por Francisco Baccaro e entrevista de Tonho por Oscar Malta. A montagem é de Douro Moura; a narração é de Microfone ou Seu Abdênago Souza Leite, que tem um box dentro do Mercado de São José-Recife-PE; os efeitos gráficos são de Romero Rocha; a logomarca do filme e a arte da capa e do CD são de Gerson Damasceno, e o som será cuidado, numa etapa vindoura, por Thelmo Cristovam. Atualmente, estando o filme pronto, o projeto entrou em sua última etapa: realiza-se uma viagem para a exibição de Cinema De Dois Toes. para as mesmas comunidades visitadas na etapa de execução. Finalmente, há o projeto de edição de um livro, que está, ainda, em fase de captação. Foi realizada, entre setembro e outubro de 2009, a exposição o mundo real é uma fotografia, um dos subprodutos do projeto. Dez retratos, dessa série produzida ao longo das viagens, deram a Tonho Ceará o Prêmio Porto Seguro de Fotografia 2008, categoria Brasil. Pequena história de como surgiu a idéia do projeto. Por Luiz Santos: Eu encontrei o Seu Ceará pela primeira vez há quase vinte anos, oportunidade em que ele tirou uns retratos meus com sua câmera-laboratório, lá na Praça Dom Vital, que fica ao lado do Mercado de São José, no bairro de mesmo nome, em Recife-PE. Depois disso, nunca mais tínhamos nos encontrado. Até que, em dezembro de 2005, eu fui convidado, para um evento que aconteceu no Centro Dragão do Mar, em Fortaleza, CE, o I Encontro sobre Fotografia Popular. Passei uma semana convivendo com esses impressionantes retratistas e voltei do encontro impregnado do tema "fotografia popular". Logo que cheguei ao Recife, fui tentar achar o tal Seu Ceará lá pela praça do mercado. Um ambulante me deu a pista e bati na casa dele, na Rua Imperial (era lá que ele morava na época). Ele me recebeu muito bem e eu ainda não havia tido a idéia do projeto, o que só ocorreu após ele ter topado participar de uma confraternização de natal que eu inventei com uns amigos: tomar cerveja no Mercado de São José e posar pro lambe-lambe. Ao visualizar o resultado da sessão fotográfica, a idéia me surgiu, imediatamente, inteira e clara. E eu a coloquei no papel. Depois, foram as fotos que foram para o papel. Um belo projeto; fotografar o que tem de melhor a alma do povo deste Nordeste brasileiro, então, vale a pena ver as fotografias, assistir ao curta-metragem e ler o livro.
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domingo, 17 de janeiro de 2010


















MARACATU DE BAQUE-VIRADO

Algumas definições segundo alguns pesquisadores para a palavra Maracatu. Para os povos de origem indígena. Maracá, instrumento musical. Catu, bom, bonito. Outros acreditam que o nome Maracatu vem de Luanda, um nome africano. Alguns especialistas colocam que o termo “maracatu” foi colocado por alguns policiais, para definir a organização dos negros. O Maracatu do baque-virado é onde tem só percussão, que é o maracatu tradicional. Este também se apresenta ao longo do ano, não apenas no carnaval. O maracatu é um ritmo tradicional do Nordeste do Brasil. Em Recife e Olinda – Pernambuco desenvolveu-se há mais de 400 anos. Música e tradição dos escravos, um traço da cultura negra no Brasil. Um ritmo de origem africana, com elementos indígenas e portugueses, e que tinha no passado uma característica altamente religiosa. Mas o desfile do Maracatu do Baque Virado é uma grande cerimônia de coroação, da rainha e do rei, que são acompanhados por sua corte: príncipe, princesa, duques, baronesas, diversos elementos fazem o séqüito desta tradição. Durante o desfile, levam a boneca calunga, que simboliza as rainhas mortas. Desde o século 17, o maracatu é tocado mais ou menos como hoje, mas pela ausência de registros, tem uma história e um passado de difícil reconstituição. Em outras regiões passou a ser congadas, reizados, cambindas, que tem todo o registro de uma nação, ou seja, de um ritual de rei e rainha. A gente vai ter a calunga, que a diferencia do coco, reizado e das cambindas. A força deste ritmo em Pernambuco se deu nas décadas de 60 e 70. E ele permanece até hoje, e tem uma influência muito grande nos jovens que estão começando a vislumbrar a questão da cultura popular. No interior da Paraíba, Pombal, se ver os congos, as congadas, que é a coroação de rei. É uma festa de homenagem a Nossa Senhora do Rosário e é o mesmo ritual do maracatu, embora não tenha o mesmo peso festivo que tem o maracatu, que é no carnaval. Lá, o ritual é mais ligado à religiosidade. Mas em Recife-PE também temos esta tradição, na segunda - feira de carnaval, em frente a Igreja do Pátio do Terço, no bairro de São José, temos a noite dos tambores silenciosos. E o que é esta noite? É a reunião dos Maracatus de Tradição de Baque Virado ou Nação. Que se dá a partir da meia noite, a um sinal os tambores param, o silêncio por si só já reverencia o momento. E, de repente, se ouve uma voz lamuriosa tirar loas em louvor a rainha dos negros NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO. Em meio ao contagiante movimento das místicas figuras, o povo vai envolvendo-se nos passos marcados pelos tambores a atabaques. Esta tradição data mais de três séculos, tem em nossos dias o calor e as cores vivas de outrora. A origem desse ritual se encontra encravado nos idos do período colonial. Distante da terra natal, os negros pediam a proteção de NOSSA SENHORA na tentativa desesperada de amenizar as dores do cativeiro cruel. O Maracatu em PE não se apresenta apenas no Carnaval, atualmente temos o Maracatu Nação Pernambuco fundado no dia 15 de Dezembro de 1989, sendo este o grupo cultural de maior projeção no Estado. Apresentam-se durante todo ano, no segundo domingo de cada mês, com grupos convidados, no Mercado Popular Eufrásio Barbosa no bairro do Varadouro na entrada da cidade de Olinda.

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MARACATU DE BAQUE SOLTO - BRINQUEDO DE CABRA-MACHO

“MARACATU, SÓ BOTA NA RUA quem tem coragem”, diz José Modesto da Silva, conhecido por Neném Modesto, presidente do Maracatu Estrela Dourada, do município de Buenos Aires, Pernambuco. Ele se lembra perfeitamente da época em que os grupos de maracatu eram rivais e caboclos de lança eram “bichos brabos” que não hesitavam em puxar a faca um para o outro. Mas não é dessa coragem que ele está falando: “Tem que ter coragem de gastar dinheiro, principalmente porque aqui somos todos pobres. Homem rico de maracatu é um assalariado como eu, que sou pedreiro. Quem trabalha na cana tem serviço por dois, três meses, e aí se acaba. Fica parado”. Como Neném Modesto, outros trabalhadores pobres da Zona da Mata mantêm viva a tradição do maracatu rural em Pernambuco -(também conhecido por maracatu de baque solto, distinto do maracatu de baque virado – veja o próximo texto). Gastam até os últimos recursos, chegando ao fim do carnaval com uma dívida para pagar pelo resto do ano. Esse sacrifício é a maior prova de que, se maracatu é brincadeira, é brincadeira das mais sérias.A tradição vem provavelmente da segunda metade do século 19 e é uma fusão de vários folguedos que existiam nos engenhos de cana-de-açúcar da região: cambindas, cavalo-marinho, caboclinho, pastoril... Do cavalo-marinho vêm os personagens Mateus e Catirina, que abrem o desfile divertindo o público e fazendo “captação de recursos” para o grupo. Limitam-se a pedir dinheiro, mas já houve um tempo em que era aceitável usar outras estratégias: “É por isso que a Catirina também é conhecida como Catita”, diz Manoel Salustiano Soares Filho, vice-presidente da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco. Catita, no Nordeste, é o nome que se dá a uns ratinhos miúdos, tão miúdos que podem entrar despercebidos numa cozinha em busca de alimentos. “O Mateus distraía todo mundo na frente de uma casa, enquanto a Catita aproveitava para ir até a cozinha, pelos fundos, roubar um pouco de comida.” Na verdade, o “roubo” era parte da brincadeira: os próprios donos da casa deixavam a comida pronta no fogão. Em seguida vêm os caboclos de lança, as figuras mais emblemáticas do maracatu rural. Para o grande público, os caboclos de lança impressionam pela indumentária: calças e camisas de chitão, a imensa gola (quase um poncho) toda bordada de lantejoulas, a cabeleira de celofane e o surrão – uma estrutura de madeira presa às costas do caboclo, coberta de couro de carneiro ou de material sintético, onde são pendurados vários chocalhos. Ao todo, quase 25 quilos de roupas e acessórios. O rosto tingido de urucum ou outra tinta e os óculos escuros completam a figura. Mas para quem conhece o universo do maracatu rural, a imponência dos caboclos de lança tem outra razão: eles fazem parte dos mistérios da jurema, um sistema de crenças que mistura candomblé e elementos místicos indígenas. É um segredo que nem para os pesquisadores mais pacientes será revelado. No máximo receberão pistas, ouvirão histórias, e somente depois de desligado o gravador. Há quem fale de feitiçarias praticadas contra maracatus rivais. Há quem tenha visto um caboclo desaparecer na sua frente, para reaparecer dias depois, cego, tendo por última visão a chegada de um cavalo branco. Há quem jure ter descido ao inferno e voltado para contar a história. Há quem não acredite em nada disso, e há quem garanta que o caboclo incrédulo está mentindo, para preservar ainda mais o segredo. O que se sabe é que alguns caboclos passam por um ritual de preparação antes do desfile, que inclui um período de abstinência sexual e distância de qualquer bebida que não seja o azougue. Mistura de cachaça, limão e pólvora, o azougue dá forças para o caboclo desfilar os três dias de carnaval sustentando o peso de suas roupas. Após a passagem dos caboclos de lança, vêm os demais personagens: rei, rainha, baianas, porta-estandarte, pés-de-bandeira, damas-de-buquê, dama-de-paço, caboclos de pena. E o mestre, que canta as toadas e comanda a orquestra, composta por instrumentos de percussão e de sopro. PARA TUDO ISSO, é preciso dinheiro. Dinheiro para pagar os integrantes, os trajes, os instrumentos, o transporte e a alimentação dos folgazões. Como “homem rico de maracatu é pedreiro”, e as apresentações não rendem o dinheiro necessário, o jeito é pedir ajuda às prefeituras. Mesmo assim, a conta nunca fecha.“Teve ano que o cachê era de mil reais para cada maracatu”, diz Severino Pedro de Lima, conhecido como Biá, presidente do Maracatu Leão Vencedor, de Carpina. “Um maracatu tem em média 200 componentes; mil reais não dão nem pra alimentar todo mundo pelos três dias de carnaval.” O valor do investimento é, de fato, muito maior do que isso. Somente as cabeleiras dos caboclos de lança custam, em média, R$ 200 cada uma. E existem grupos que chegam a ter 90 caboclos em suas fileiras. E, no entanto, o maracatu resiste. “Pela cultura eu ando a pé dez, quinze léguas”, diz Edmilson Cirandeiro, presidente do Maracatu Águia Formosa, de Tracunhaém-PE. Antônio Pedro da Silva é outro cuja paixão pelo folguedo ultrapassa até a paixão pelo futebol. Torcedor do Santa Cruz, sua casa ostenta acima da porta um brasão do Sport Club do Recife. Explica-se: o time adversário tem como símbolo o animal que dá nome ao seu maracatu, o Leão de Ouro, de Ouro Preto-bairro de Olinda-PE. Como o futebol, o maracatu também é movido por uma indisfarçada competição. Nas sambadas – encontros de dois maracatus – um embate de improviso entre os mestres equivale à final de um campeonato. A disputa de toadas tem que varar a noite sem que nenhum dos dois puxe a marcha – modalidade de toada mais fácil de improvisar – antes do tempo. “Todo mestre que vai pra uma sambada está mal-intencionado, quer engasgar o outro”, diz o mestre Zé Galdino, do Maracatu Estrela Dourada. Modesto, ele desconversa quando o lembram de quando fez chorar o mestre adversário: “Devia ser suor”. Para um folguedo que já causou mortes em um passado recente, até que fazer chorar pode ser encarado como brincadeira. Brincadeira séria, naturalmente.

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CAVALO MARINHO BOI PINTADO,MESTRE GRIMARIO

" Seus olhos sambado nas cores/das fitas que fitam no espaço/os corpos são os movimentos/das lanças no vento no grande mormaço... " O Cavalo Marinho é um teatro de rua tradicional da Zona da Mata Pernambucana. Conduzido por música e dança,possui dezenas de figuras que podem estar pintadas,usando paletós,máscaras,chapeus,penas,golas ou armação de bichos.Que aparecem do nada com pernas de pau ou cuspindo fogo.Figuras que compõe e dançam coreografias. Dançarinos que encenam. Figuras que improvisam,dialoga e interagem com o distinto público. O folguedo segue noite afora,riqueza e diversidade que impressiona. O que faz do Cavalo Marinho uma das tradições mais peculiares é o fato de ter se formatado como teatro.Embora a música e a dança sejam elementos imprescindivel. Por trás desse belos espetáculo está os trabalhadores da cana -de -açúcar.Economia que viabilizou o começo de tudo e de onde vieram as primeiras caras desse país. O Cavalo Marinho é fruto desse Brasil Primeiro. No Cavalo Marinho o roteiro geral é um baile,que o Capitão Marinho vai oferecer ao "Santo Reis do Oriente". Ele contrata dois negros,Mateus e Bastião. Para tomar conta do terreiro. Após chegar de uma viagem,os negros se dizem donos do lugar e o "Capitão" é obrigado a chamar o "Soldado da Gurita." De repente,quando tudo parece voltar ao normal,aparece o" Empata Samba " que, como o nome sugere,interrompe a brincadeira. A festa só tem continuidade quando o "Mané do Baile" abre o terreiro para o baile. A parte musical do Cavalo Marinho é composta por o "Banco do Cavalo Marinho"uma orquestra,que tem entre os instrumentos, a poica(uma espécie de cuica),o Mineiro(um canzá),pandeiro,Rabeca,baje e caixa. o Mestre do Cavalo Marinho interagem com a orquestra através do apito e das loas. É na cidade de Aliança,na zona da Mata,o berço dos Maracatús Rurais,onde se encontram o maior número de Cavalo Marinho do estado. É também em Aliança,que mora o mais jovem Mestre de Cavalo Marinho de Pernambuco,José Grimario da Silva,ou Mestre Grimario. Que brinca desde os 8 anos de idade,e, hoje é mestre aos 43 anos, do Cavalo Marinho Boi Pintado,fundado em 1993,por Grimario.Um grupo remanescente do Cavalo Marinho do Mestre Batista. É ele quem confecciona os instrumentos e as máscaras do diversos personagens do folguedo. Ele nunca imaginou a sua vida fora do Cavalo Marinho,porque o folguedo é a sua própria vida.Salve Mestre Grimario,Salve os Mestres da cultura Popular.

William Veras de Queiroz. 2010 D.C -Santo Antonio do Salgueiro-Pernambuco.


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O LIVRO MAIS VENDIDO DO BRASIL

No Brasil teremos um best seller. Será um livro de vinte páginas que forrará as estantes e vitrines de todas as livrarias. Famílias inteiras de leitores vorazes surgirão para comprar o livro mais vendido. Sua capa — verde, amarela e brilhante — ilustrará o patriotismo ao lado de uma bola de futebol, com seios e glúteos à mostra. Em vinte páginas, o brasileiro aprenderá que somos um país fantástico, de políticos honestos e ternos brilhantes. Os parágrafos serão curtos e o brasileiro verá as maiores belezas que Deus lhe proporcionou. O livro mais vendido do Brasil esconde a favela e mostra o paraíso, pois é isso que o país das bundas, do futebol; quando este vira fanatismo absoluto é claro, pois futebol é diversão pra quem ver e curte, afinal pobre não tem muita opção e do carnaval, se não fosse transformado em evento apenas comercial, se as autoridades desse a verdadeira segurança ao folião e turista. O livro mais vendido do Brasil terá letras grandes em papel brilhante, para termos certeza de que mesmo aqueles pobres que esperam há anos por uma cirurgia do SUS consigam enxergar as maravilhas que sua pátria amada possui. O livro mais vendido do Brasil também não terá contra-capa, orelha ou folha de rosto; seu autor será um DESCONHECIDO FAMOSÍSSIMO exibindo seu divino talento literário; seu editor será seu sobrinho caçula — grande promessa para o futuro do time da cidade. Todas as editoras brigarão pelo direito de publicar o livro mais vendido, que finalmente transformará o Brasil num país de leitores. Nas escolas, haverá campanhas estimulando os alunos a lerem aquelas vinte páginas coloridas; o livro mais vendido também não terá título, afinal, todos sabem que imagens vendem valem mais do que palavras e que a VERGONHA é algo que sabemos esconder como nenhum outro povo no mundo. O livro mais vendido do Brasil poderá ser lido por todo analfabeto que não teve e talvez não terá a oportunidade de chegar a uma escola.


Rosemary Borges Xavier 2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco-Brasil

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...

"As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão têm direito inalienável à Verdade, Memória, História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado
O MASSACRE APAGADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA
No município de CRATO, interior do CEARÁ, BRASIL, houve um crime idêntico ao do “Araguaia”, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará em 10.05.1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato "JOSÉ LOURENÇO", paraibano de Pilões de Dentro, seguidor do padre Cícero Romão Batista, encarados como “socialistas periculosos”.
O CRIME DE LESA HUMANIDADE
O crime iniciou-se com um bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como metralhadoras, fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram na “MATA CAVALOS”, SERRA DO CRUZEIRO, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como juízes e algozes. Meses após, JOSÉ GERALDO DA CRUZ, ex-prefeito de Juazeiro do Norte, encontrou num local da Chapada do Araripe, 16 crânios de crianças.
A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS
Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará é de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO é IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira e pelos Acordos e Convenções Internacionais, por isto a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - CE, ajuizou em 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que: a) seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) sejam os restos mortais exumados e identificados através de DNA e enterrados com dignidade, c) os documentos do massacre sejam liberados para o público e o crime seja incluído nos livros de história, d) os descendentes das vítimas e sobreviventes sejam indenizados no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos
A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO
A Ação Civil Pública foi distribuída para o Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, redistribuída para a 16ª Vara Federal em Juazeiro do Norte/CE, e lá foi extinta sem julgamento do mérito em 16.09.2009.
AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5
A SOS DIREITOS HUMANOS apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife/PE, argumentando que: a) não há prescrição porque o massacre do Sítio Caldeirão é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos mortais das vítimas do Sítio Caldeirão não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do CZAR ROMANOV, que foi morta no ano de 1918 e a ossada encontrada nos anos de 1991 e 2007;
A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA
A SOS DIREITOS HUMANOS, igualmente aos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, pelo desaparecimento forçado de 1000 pessoas do Sítio Caldeirão.
QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA
A “URCA” e a “UFC” com seu RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO (GPR) podem encontrar a cova coletiva, e por que não a procuram? Serão os fósseis de peixes procurados no "Geopark Araripe" mais importantes que os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO?
A COMISSÃO DA VERDADE
A SOS DIREITOS HUMANOS deseja apoio técnico para encontrar a COVA COLETIVA, e que o internauta divulgue esta notícia em seu blog, e a envie para seus representantes na Câmara municipal, Assembléia Legislativa, Câmara e Senado Federal, solicitando um pronunciamento exigindo do Governo Federal que informe o local da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.
Paz e Solidariedade,
Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
Membro da CDAA da OAB/CE
www.sosdireitoshumanos.org.br

Rosemary Borges Xavier 2010- D.C-Cajueiro-Recife/PE
Nota: Ficam aqui os nossos sentimentos às vítimas do Terremoto do Haiti, Ah! se eles tivessem tido tempo para colocar as asas antes...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

NOVAS PROVOCAÇÕES DE TITO LÍVIO – FEITO PRA TOCAR NO RÁDIO

O cantor e compositor pernambucano Tito Lívio volta à ativa após 19 anos com um novo CD acústico- FEITO PRA TOCAR NO RÁDIO, que conta com 11 músicas inéditas e a regravação dos sucessos “Arreio de prata e “Lua viva”. O álbum é uma miscelânea de estilos musicais, passando pelo xote, afoxé, reggae, samba, blues, entre outros e foi patrocinado pelo Funcultura, em 2008. Em 1981, Tito Lívio se lançava como compositor quando o então presidente da Ariola, José Victor, fez a proposta com a qual todo músico sonha (ou pelo menos sonhava, naquele ano). Perguntou se Tito queria assinar e gravar um LP com a gravadora. Novato no meio, com boas, mas poucas músicas prontas, tendo grandes cantores gravando suas canções, pela primeira vez Tito vacilou e disse que, naquele momento, não aceitava a proposta. Quando, um ano depois, procurou novamente por Victor, ele havia saído da grande gravadora e estava administrando um pequeno selo, com um cast reduzido. Não cabiam autores novos. Não fosse por esta recusa, Tito Lívio talvez tivesse deslanchado a carreira. O "dono" da música Arreio de prata - gravada por Alceu Valença no disco Cinco sentidos o segundo pai da canção, teria no mínimo o apoio do parceiro famoso para, quem sabe, tornar-se celebridade também. Mas a história, a partir daí, desandou. Tito só veio gravar seu próprio LP anos depois. Fala é de 1990. E o segundo é de agora, CD Feito pra tocar no rádio- recém-saído da fábrica. Das mais antigas, Tito resgatou Samba sem fim, que no disco tem a participação de Liv Moraes. O pai de Liv, Dominguinhos, está na faixa Cheiro de jasmim, composição mais recente, parceria de Tito com Dom Tronxo. o lançamento aconteceu com um show no auditório da Livraria Cultura (Shopping Paço Alfândega). Rua Madre Deus, s/n, Recife. Feito pra tocar no rádio é um disco cuja função maior é relançar Tito no meio musical, reforçando que o autor nunca deixou de cantar e compor. "Sem disco é difícil entrar no circuito, vender os shows", conta Tito. O título, como não é nome de nenhuma faixa, é uma PROVOCAÇÃO mesmo. Não fosse o esquema de difusão radiofônica atual, as músicas poderiam tocar em qualquer FM, pois são todas no estilo que revelou Tito, através dos seus principais intérpretes. O ano de 1981 foi mesmo o mais marcante para o artista. Além de Alceu, Elba Ramalho também gravou, de sua autoria, a música Lua Viva. E Lula Côrtes gravou Desengano no álbum: O gosto novo da vida. Era a repercussão desses três trabalhos que Tito queria esperar, antes de se lançar como cantor. "Estávamos na sala do presidente da Ariola, acompanhando a gravação de Alceu, ele soube que Arreio de prata era minha, gostou e perguntou se eu queria gravar. Foi vacilo, mas eu não estava preparado", conta o compositor, que admite: "dizem que o cavalo de asas só passa uma vez na nossa porta". Mas do destino ninguém sabe, só imagina. E o de Tito não foi ficar correndo atrás de prefeituras e órgãos, pedindo para tocar. "Isso desencanta, por isso, relaxei mesmo, fiquei no marasmo". Não é todo artista que tem alma empreendedora. Sem produção, tem história que simplesmente empaca. A de Tito ficou mais ou menos assim. Em 2008 a Funcultura resolveu patrocinar vários projetos, entre eles está Feito Pra Tocar no Rádio. "Se não tocar, que toque pelo menos o coração das pessoas que o escutarem", manda o cantor. Portanto, Tito Lívio está de volta à cena pernambucana. A voz se mantém firme e muito viva; os textos reacendem a memória e sem pretensão desfilam cenas tropicais e sentimentos de um compositor que não perdeu o tom. Vale ressaltar a participação ano passado (2009) no Festival de Música e Arte de Garanhuns (Femuarte), com a música: Desespero dos Loucos.


Rosemary Borges Xavier. Janeiro, 2010 D. C - Cajueiro - Recife - Pernambuco.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ALÔ ALÔ TEREZINHA ( O FILME )

Ele veio para confundir e não para explicar. Jargão usado por muito tempo pelo Velho Guerreiro,serviu ao produtor de cinema Nelson Hoineff,como escudo para a ação impiedosa dos críticos de cinema do Festival Audiovisual do Recife. O Longa-metragem que presta homenagem a um dos maiores apresentadores de programa de auditório do país,Chacrinha. O filme recebeu a premiação no CinePE, de melhor longa,melhor montagem,melhor filme,júri popular e Troféu Gilberto Freire, o filme que teve estréia em 10 de novembro,nas principais salas de cinema do patropi,abriu um leque de polêmicas durante a mostra de cinema no Recife. e assim,dividiu opiniões. O tom por vezes apelativo e grotesco do filme.principalmente no momento em que ocorreum os depoimentos das chacretes,gerou polêmica e diversas criticas sobre a produção. Para alguns dos presentes,o diretor do filme,Nelson Hoineff,usou recurso similar de Chacrinha em seus programas de auditório de expor seus calores ao grotescas e à humilhação, além de apelar para a sensualidade o erotismo das dançarinas. Hoineff,porém,rebateu as criticas: "Chacrinha era isso,esse deboche,essa atitude de ser um tanto cruel com os calouros; e o meu filme assume o jeito do apresentador na medida em que os próprios entrevistados também falam e incorporam esse mesmo jeito" disse. Polêmicas a parte, o documentário relata a trajetória deste Pernambucano da cidade de Surubim, a terra das grandes vaquejadas,que o viu nascer no berço agrestino, em 30 de setembro de 1917,José Aberlardo Barbosa de Medeiros. Que mais tarde tornaria um dos maiores comunicadores da televisão e do rádio no Brasil.aos 17 anos, foi estudar no Recife,onde cursou Medicina,em 1936 e, em 1937,teve seu primeiro contato com o rádio na rádio clube de pernambuco onde deu palestra sobre alcoolismo.tocou bateria e percussão.foi embora para o Rio de Janeiro,onde trabalhou na rádio Tupi e rádio Fluminense em 1943,onde lançou o programa de música de carnaval chamado "Rei Momo na Chacrinha"fez muito sucesso e passou a ser chamado de Abelardo Chacrinha Barbosa, e daí um pulo para televisão. Ficou conhecido como "Velho Guerreiro" conforme homenagem feita por Gilberto Gil,na canção "Aquele Abraço". Chacrinha foi apresentador de programas de auditório na TV Excelsior,extinta TV Tupi ,Rede Bandeirantes,TV Rio e na Rede Globo,onde fez grande sucesso entre os anos 50 e 80. Em seus programas televisivos,foram revelados nomes como Paulo Sérgio, Raul Seixas e Roberto Carlos,entre tantos outros. Criou a célebres frases: Na televisão,nada se cria,tudo se copia,Quem não comunica,se trumbica e tantas outras.Por fim, na telona, uma grande homenagem a um grande Brasileiro.

William Veras de Queiroz 2010 D.C -Santo antonio do Salgueiro-PE.