terça-feira, 2 de novembro de 2021

ROMEIROS DO PADRE CICERO

Bendito da Mãe das Candeias

ROMEIROS DO PADRE CICERO

A Romaria de Padre Cícero acontece anualmente no mês de março e no dia 2 de novembro, na cidade de Juazeiro do Norte, Estado de Ceará (CE). Cícero Romão Batista nasceu em 24 de março de 1844 no município de Crato (CE), e faleceu em 20 de julho de 1.934 em Juazeiro do Norte (na época conhecido como Tabuleiro Grande). Foi ordenado sacerdote em 30 de novembro de 1870 e no ano seguinte, celebrou a primeira missa em Juazeiro. Foi neste local que Padre Cícero, ou Padim Ciço como era chamado, realizou com amor e dedicação seu trabalho religioso. Padre Cícero descobriu que tinha uma missão a cumprir naquela região, a partir de um sonho que teve. No seu sonho, aparecia Jesus com os apóstolos, e em volta deles, o povo da região que sofria com a seca pedindo-lhes ajuda. Jesus olhou para ele e disse: “E tu Cícero, toma conta deste povo”. Depois de quase 20 anos atuando como sacerdócio na comunidade, o Padre presenciou um milagre na capela onde realizava uma celebração eucarística. Depois de horas de oração e jejum por ocasião da Quaresma (período que antecede a Páscoa cristã), ao dar a hóstia consagrada à Beata Maria de Araújo, percebeu junto com as demais pessoas presentes, que ela havia se transformado em sangue na boca da devota. O ocorrido que logo se espalhou pelas redondezas, tornou-se a acontecer diversas vezes com a mesma Beata. Pessoas de lugares próximos e distantes começavam a chegar para realizar peregrinações, conhecer a comunidade e até residir para ficar perto de Padre Cícero. Com o aumento da população e o desenvolvimento político-econômico de Tabuleiro Grande, em 22 de julho de 1911, o local foi emancipado e tornou-se a cidade de Juazeiro de Norte.
Estátua gigante de Padre Cícero em Juazeiro do Norte, com 27 metros de altura. Foto: Luciano Queiroz / Shutterstock.com Padim Ciço realizou muitas tarefas em benefício do povo: doou terrenos para a construção do primeiro campo de futebol e do aeroporto; construiu as Capelas do Socorro, de São Vicente e a Igreja de Nossa Senhora das Dores (atual Basílica Menor); incentivou a fundação do primeiro jornal local (O Rebate); fundou a Associação dos Empregados do Comércio; fundou o Apostolado da Oração; realizou a primeira exposição de arte juazeirense no Rio de Janeiro; incentivou o artesanato artístico e utilitário como fonte de renda; incentivou a instalação do ramo de ourivesaria (arte de trabalho com materiais preciosos); estimulou a expansão da agricultura; contribuiu para instalação de muitas Escolas, inclusive a Escola Normal Rural, o Colégio Salesiano e o Orfanato Jesus Maria José; socorreu a população durantes as secas e as epidemias; entre outros feitos. O Padre contribui de forma significativa para o crescimento e desenvolvimento da cidade. Atualmente, milhares de devotos chegam à Juazeiro em diversas épocas do ano, principalmente, no dia de Finados para visitar seu túmulo na Capela do Socorro, e no mês de março para a grandiosa festa e romaria realizada em sua homenagem. A Romaria de Padre Cícero é um evento que acontece na semana de seu aniversário (24 de março), e inclui músicas, danças, queima de fogos, bolo de quase 200 metros, shows, apresentações teatrais, exposições, procissão de flores, concurso de bolo e muito mais. De acordo com estudiosos, Padre Cícero é uma das personalidades mais biografadas do mundo. Sobre ele já foram editados mais de trezentos livros, além das constantes publicações realizadas pela imprensa. Sua vida ainda vem sendo estudada por cientistas sociais do Brasil e do Exterior. Ainda não foi canonizado pela Igreja Católica, no entanto, é considerado como santo por milhares de fiéis do Brasil. Por Karoline Figueiredo.

IV Chama Violeta leva artes integradas a moradores rurais do Sertão do Pajeú

O Sertão do Pajeú recebeu o IV Chama Violeta, festival de artes integradas que aconteceu nas comunidades rurais da região entre os dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro. O evento integra as ações do projeto permanente No Meu Terreiro Tem Arte, iniciativa independente da artista e produtora Odília Nunes, realizado desde outubro de 2015. Em sua quarta edição, o Chama Violeta promoveu oficina de balé clássico para crianças e uma extensa programação artística com espetáculos de teatro de animação, teatro e circo, música, poesia e cultura popular, que ocuparão os terreiros de três comunidades rurais: Picos, no município de Iguaracy, e Minadouro e Sítio Manoel Pereira, ambos no município de Ingazeira. Este ano, participam as artistas da Ingazeira, Triunfo, Garanhuns, Arcoverde, Olinda, Minas Gerais, Venezuela e São Paulo. São elas: Bruna FLorie, Jessica Mendes, Jessica Caitano, Raquel Franco, Ariadne Antico, Alê, Laura Torres, Maria Fernanda, Karol Almeida, Stefany Metódio e Mariana Acioli. Por conta da pandemia do COVID 19, toda a programação é exclusiva para as comunidades e todas as medidas de segurança sanitária serão tomadas. Para conseguir fazer o festival, a produção conta mais uma vez com o apoio de artistas e técnicos parceiros que trabalham voluntariamente e da sua família. Para arcar com a logística de passagens, alimentação e produção, Odília Nunes investiu o prêmio que recebeu este ano do Instituto Neoenergia, que premia iniciativas lideradas por mulheres, por conta do projeto No Meu Terreiro Tem Arte. Além disso, ela tem o apoio da Tronxo Filmes, Fazenda Quilariá da Barra, do Pajeú, que fornece os alimentos orgânicos para a equipe e apoio de som e luz do Sesc Triunfo. “O Chama Violeta é um festival cultural feito nos moldes de outros festivais realizados nos grandes centros urbanos, mas com uma programação que se propõe a dialogar com o público do campo, obras que conversem e valorizem a realidade das pessoas que aqui vivem”, afirma Odília. “Sua realização serve de inspiração para projetos semelhantes que pensem descentralização, diversidade, intercâmbio e sustentabilidade. Acredito no poder social e educativo da arte. Com ela nos comunicamos, interpretamos o mundo, nos unimos, nos conhecemos e podemos ser mais solidários, criativos e equilibrados. A arte não é um fim, mas um caminho cheio de possibilidades e processos que geram liberdade além de nutrir o respeito ao próximo”, pontua a produtora cultural. Odília Nunes é palhaça, brincante popular, atriz de teatro e cinema, diretora teatral, dramaturga, cordelista e produtora cultural do sertão do Pajeú Pernambucano. Desde 2015 produz o projeto No Meu Terreiro Tem Arte, no qual compartilha espetáculos e oficinas artísticas na comunidade rural onde vive. O projeto realiza o festival Chama Violeta e o Palhaçada é Coisa Séria, festival de palhaçaria. Integra também o grupo gestor da Rede Interiorana de Produtores, Técnicos e Artistas de Pernambuco (Ripa). Em 2021, Odília venceu o Prêmio Inspirar do instituto Neoenergia e o Prêmio Ayrton de Almeida, oferecido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

domingo, 31 de outubro de 2021

Eugênio Leandro - Consonância (show completo)

EUGENIO LEANDRO

Toda a sua família é de Limoeiro do Norte, Vale do Jaguaribe, CE. Por causa da seca, seus pais procuravam a capital, onde ficavam até as coisas melhorarem. Eugênio Leandro nasceu numa dessas idas para Fortaleza, em 25 de outubro de 1958, mas lá ficou apenas até os dois meses, voltando para Limoeiro do Norte, onde nasceram seus 11 irmãos. Toda a sua formação deu-se no interior, ouvindo cantadores de viola, vaqueiros aboiadores, cantadores de feira, cordelistas.
Fica em Limoeiro cerca de vinte anos, quando em 1978 volta para Fortaleza, onde cursa Direito pela Universidade Federal do Ceará, formando-se em 1983. Nesse período, participa ativamente da vida cultural da capital, ingressando em expressivos grupos de cultura da época, sempre ligado ao movimento estudantil, clubes e associações de classe, movimento de trabalhadores, numa época difícil da política brasileira, tempos da abertura, onde a sociedade luta pelo resgate da democracia, da cidadania. Nesse clima de luta, num país avesso a oportunidades, principalmente no mercado da música, tomado pelas multinacionais do disco, rádio estritamente comercial, sem oportunidades, segue a filosofia da produção alternativa, independente, marginal. Faz seu próprio disco, com apoio do movimento social organizado em 1984.
Com o parceiro Dílson Pinheiro, organizam duas músicas de cada e viajam para Natal, RN, onde fazem um compacto. A tiragem é de apenas mil cópias, que se esgotam em dois meses. Não reeditam. Eugênio Leandro parte para a carreira solo. Além dos discos solos, produziu as antologias Compositores e Intérpretes Cearenses e Tempo Trabalho e Cotidiano, além do CD O Peixe, de Abidoral Jamacaru e o Álbum Branco de Nonato Luiz, interpretanto The Beatles, pela Kuarup. Discografia: Além das frentes (1986) Catavento (1990) A cor mais bonita (1995) Castelo Encantado (2002) À hora dos magos (2008)
FONTE: http://musicabrasileira.org/eugenioleandro/indice.html

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Grupo João Teimoso retorna aos palcos com programação em dosa dupla

O Grupo João Teimoso, neste final de outubro, terá dois dias de apresentações nesta sexta-feira (29) e sábado (30). No dia 29, às 15h, haverá o Sarau das Artes nos Jardins do Teatro do Parque. Em seguida, às 20h, o grupo apresenta a peça Retratos de Chumbo no mesmo local. Já no sábado (30), será realizada outra apresentação da peça no Teatro Barreto Junior, ambos no Recife. Em abril deste ano o grupo comemorou seus 20 anos de fundação no mês de abril, e em agosto passado foi a vez de comemorar os 12 anos do Sarau das Artes. Por conta da pandemia, as comemorações foram todas transmitidas pela internet e, apenas em setembro, o grupo teatral voltou aos palcos, com uma temporada no Teatro Fernando Santa Cruz, em Olinda. A peça “Retratos de Chumbo, As Rosas que Enfrentaram os Canhões“, tem texto baseado em muita pesquisa, entrevistas e depoimentos de pessoas que viveram estes anos sombrios de nossa história. Já o Sarau das Artes, faz parte do Movimento Guerrilha Cultural, criado pelo João Teimoso, com o intuito de ser uma confraternização com as artes, formando plateia e realizando difusão, unido todas as artes. Nos últimos anos, já foram realizadas mais de 230 edições em locais como a Rua do Hospício, Teatro Apolo, Centro Cultural Correios, Torre Mallakoff, Rua da Guia e Bar Burburinho.Serviço: Peça “Retratos de Chumbo, As Rosas que Enfrentaram os Canhões” Sexta (29), 20h | Teatro do Parque Sábado (30), 20h | Teatro Barreto Júnior Ingressos: R$ 20 (valor único) Sarau das Artes Sexta (29), 15h | Teatro do Parque Gratuito

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Estrela Brilhante de Nazaré da Mata percorre Estado com sua aula espetáculo

O Maracatu de Baque Solto Estrela Brilhante de Nazaré da Mata pegou a estrada, nesta segunda-feira (25), para levar a aula espetáculo “Maracatu de Baque Solto Estrelha Brilhante no Terreiro da Escola” a várias cidades das quatro Regiões de Desenvolvimento do Estado. A iniciativa conta com incentivo do Governo de Pernambuco, por meio do Funcultura, e é voltada para alunos das escolas de referências (EREM), nos municípios de Nazaré da Mata, Olinda, Floresta e Taquaritinga do Norte. As aulas espetáculos acontecerão até a próxima quarta-feira (27) e terão como mediadores o Mestre Bi e o ator e dançarino Helder Vasconcelos, folgazões, músicos e percussionista do maracatu. Já o roteiro e direção é do produtor cultural Alexandre Veloso. As aulas mostrarão os vários aspectos do maracatu de baque solto, como a música, a dança, personagens e momentos diferentes da brincadeira, como o ensaio, a chamada dos caboclos e cortejo do carnaval. Haverá também ações de acessibilidade com Libras. Confira a programação: OLINDA Segunda (25/10), Às 9h30 EREM Colégio Estadual de Olinda NAZARÉ DA MATA Segunda (25/10), às 15h EREM Dom Vieira FLORESTA Terça (26/10), às 15h EREM Cap. Nestor Valgueiro EREM Dep. Afonso Ferraz TAQUARITINGA DO NORTE Quinta (27/10), às 9h30 EREM Severino Cordeiro de Arruda

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

QUINTAL DO BANDEIRA DISCUTE A POESIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO NESTA QUINTA(28)

Acontece nesta quinta-feira (28), às 19h, mais uma edição do Quintal do Bandeira, série de encontros virtuais organizados pelo Espaço Pasárgada, equipamento cultural gerenciado pela Secult-PE/Fundarpe. O tema da vez é Poesia Popular, Veredas do Sertão, abordando a poesia cotidiana do Sertão Pernambucano, com inserts de gravações de poetas do Sertão do Pajeú e do Cariri. A transmissão será realizada pelo canal: youtube.com/SecultPE. A live será apresentada por Marília Mendes, gestora do Espaço Pasárgada, e contará com a participação de dois convidados: O primeiro é Jorge Filó, poeta, escritor, produtor cultural, palestrante e declamador da poética do sertão nordestino, da arte dos repentistas. Carrega participações no longa-metragem O Silêncio da Noite é Que Tem Sido / Testemunha das minhas amarguras, na série Ouro Velho, Mundo Novo e na série Saudade.
Para enriquecer ainda mais este encontro, Petrônio Lorena também participará do bate-papo. O diretor, roteirista, produtor cinematográfico e músico dirigiu os longas-metragens documentário “Sapato 36”, “ O Silêncio da Noite é que tem sido testemunha das minhas amarguras”, “O Gigantesco Imã”. Petrônio também canta e compõe para o coletivo musical “Petrônio e as Criaturas”.
“A gente espera proporcionar um encontro do Recife com o Sertão Pernambucano, mesmo que virtualmente, e conhecer um pouco mais do seu cotidiano poético, vivendo essa relação que tem como elo de ligação a poesia.” Comentou Marília Mendes, apresentadora e mediadora da live. Fonte : portalculturape

domingo, 24 de outubro de 2021

CANGACEIRO CAJUEIRO

Residente nas cercanias da Serra do Reino em Belmonte, o célebre cangaceiro “Cajueiro” tinha como nome de batismo José Pereira Terto, sendo filho de Manoel Terto Alves Brasil e de Antônia Pereira da Silva (Totonha). Amplamente conhecido no mundo do cangaço, Cajueiro foi o homem da mais elevada confiança de seus primos Sinhô Pereira e Luiz Padre. Conta-se que em princípios do século XX, Cajueiro havia levado uma sova de um soldado por nome Cipriano de Souza, porém, ao chegar em casa, sua mãe dona Totonha Pereira não o abençoou. Dias depois, Cajueiro resolveu assassinar o seu agressor e ao retornar para casa, foi abençoado por sua genitora. Depois deste fato, o mesmo resolveu ingressar no cangaço ao lado dos primos Sinhô Pereira e Luiz Padre.
Em 1919 foi para o Planalto Central com Luiz Padre. Retornando ao Pajeú no ano de 1922, Cajueiro foi de fundamental importância no estratagema de Sinhô Pereira, Luiz Padre e Ioiô Maroto que culminou no ataque a Belmonte no dia 20 de outubro de 1922, onde foi assassinado o coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, próspero comerciante daquela cidade sertaneja. Cajueiro deixou seu nome marcado na história como um dos homens mais experientes do cangaço, muito valente e moralista. Ascendentes de Cajueiro: Lado materno: Mãe; Antônia Pereira da Silva (Totonha, falecida em 06/05/1946 aos 80 anos de idade), filha do primeiro casamento de Dona Dé (Maria José Pereira da Silva) com o major Joaquim Pereira da Silva Tintão (este filho do Comandante Superior Manoel Pereira da Silva). Dona Dé era filha de Josefa Pereira da Silva (Dona Zefinha do Serrote) e de Joaquim Nunes da Silva. Portanto, Cajueiro era bisneto de Dona Zefinha do Serrote (Josefa Pereira da Silva) e também bisneto do Comandante Superior Manoel Pereira da Silva. O Barão do Pajeú era tio avô de Cajueiro. Lado paterno: Pai; Manoel Terto Alves Brasil, filho de José Alves dos Santos e de Carolina Jocelina (ou Marcionila) da Silva, esta filha do Padre Francisco Barbosa Nogueira e de Quitéria Pereira da Cunha da fazenda Cipó em Serra Talhada. Portanto Cajueiro era bisneto do Padre Francisco Barbosa Nogueira (este neto de Manoel Lopes Diniz fundador da fazenda Panela D’Água em Floresta).
Em virtude de umas querelas familiares onde residia, na fazenda Cipó em Serra Talhada, o casal José Alves dos Santos (Cazuza Cego) e Carolina Marcionila da Silva (filha do Padre Francisco Barbosa Nogueira e de Quitéria Pereira da Cunha), comprou em 1881, na Freguesia de Belmonte, uma propriedade na fazenda Campo Alegre, cercanias da Serra do Reino (cuja vendedora foi dona Jacinta Pereira de Souza), onde passou a residir. Este casal deixou nove filhos dentre os quais o Sr. Manoel Terto Alves Brasil que casou com Antônia Pereira da Silva (Totonha, filha do major Joaquim Pereira da Silva Tintão e Maria José Pereira da Silva, Dona Dé), pais de Cajueiro: José Pereira Terto. Valdir José Nogueira,pesquisador e escritor Pres. da Comissão Local do Cariri Cangaço São José de Belmonte, Pernambuco NOTA DO PESQUISADOR SOUSA NETO: Em 1923 ao chegar em Minas Gerais, Cajueiro ou Joaquim Araújo da Silva, nome adotado naquelas paragens torna-se amigo pessoal do Cel. Farnesi Dias Maciel, irmão do Presidente Olegário Maciel. Foi da guarda pessoal do Governador Olegário onde na revolução de 1930 deu total proteção a esse que junto aos primos JOSÉ ARAÚJO e FRANCISCO ARAÚJO, formaram um pelotão para guardar o Palácio do governador que esteve sob iminente ataque das forças getulistas. Para ilustrar mais um pouco a bela matéria do nosso valoroso amigo Valdir José Nogueira, vejam abaixo a certidão de óbito do célebre Cajueiro. Atente para o detalhe: ele faleceu exatamente três meses e nove dias após Sinhô Pereira. No Livro do cartório ambos os óbitos estão na mesma página. Outro detalhe, nasceram no mesmo ano 1896. Abraço a todos! Depois contarei o resto. Valdi José Nogueira Pesquei no Sítio do coroné Severo

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

MESTRE PACHECO CANTADOR

Jairo da Silva Dornellas, Nasceu 16 de fevereiro de 1969 em Recife, filho de João Geraldo Dornellas, Olindense, e Leonilda da Silva Dornellas, Paraibana. Jairo desde criança admirador da cultura popular tendo em si adquirido as raízes culturais de seu avô Joaquim Amaro, que era pescador e cantador de coco na Paraíba, pai de sua mãe. Mestre Pacheco escutou as primeiras musicas do coco da boca de sua mãe, quando cantava pra ele dormir. Mestre Pacheco Cantador é cantor e compositor de coco de roda, seu estilo e do coco praiano olindense, de um ritmando forte, com muita poesia cheias de rima improvisada e embolada, relatando o cotidiano da vida da pesca e façanhas dos mestres do mar. Por 12 anos viveu e foi um divulgador da cultura popular pernambucana na Europa como; Suíça, Alemanha, Holanda, Itália, Portugal, Espanha, Dinamarca, Suécia e Inglaterra. Estudou Alemão, Dinamarquês e Inglês, reconhecido oficialmente mestre na arte da capoeira, e como bom na arte do coco de roda.
Inicio-se na capoeira em 1986. Em 1992 foi Zurich na Suíça para ensinar capoeira e estudou Alemão por um ano, em 1995 em Copenhagen Jairo foi vocalista do grupo dinamarquês “Guerra e Paz” onde cantava e tocava percussão, em 1996 ainda na Dinamarca foi percussionista da banda “Yes Brasil” onde tocou percussão em um concerto com o grande guitarrista escandinavo Christian Sievert. Foi back vocalista e percussionista da banda “Axé Brasil” junto com o cantor e compositor baiano Gil Felix, e fez um curso da língua Dinamarquesa. Em 1997 foi para Colônia na Alemanha onde continuou com seus trabalhos com capoeira e participou como ritmista de grupos de Pagode e Samba Reggae local. Em 1998 voltou a Olinda e gravou o primeiro cd de musicas de capoeira angola de Olinda”Angoleiros de Olinda”, e continuou com seu trabalhos culturais em comunidades e escolas de Olinda, Sitio Histórico, Ouro Preto e Peixinhos. Em 2000 Iniciou um trabalho de coco com o falecido Mestre Dedo pescador, que era cantador de coco, como também seu parceiro de pescaria em Olinda. Jairo em 2004 foi a Londres, e la fundou o grupo “Coco do Reino” junto com os Percussionistas Lucas Amorim e o inglês Sam Alexander,. Em 2005 gravou em Londres do CD do Coco do Reino, com 12 faixas composta por Pacheco (Olinda to London) lançado em Olinda no Mercado da Ribeira 8 de outubro 2005. Apresentou-se no Glastonbury Festival 2005, o maio festival da Inglaterra, e representou o Brasil com um grade concerto “Coco de Roda e Maracatu” com a marca “ Coco do Reino – led by great Mestre Pacheco, traditional songsmith from the beaches of Olinda Pernambuco “. Pacheco apresentou-se varias vezes no Clube Guanabara - London, o maior clube brasileiro da Inglaterra, e fez vários shows em Pubs diferentes, em cidades Inglaterra e , como também foi vocalista e compositor do * Maracatu Estrela do Norte de Londres *. Mestre Pacheco Faleceu na quinta-feira,dia 2 de setembro de 2021, aos 52 anos, deixando um grande vazio na cultura popular.
Participações: Novembro 2004 “Show Samba de Coco Verde“ no Notting Hill Arts Club - Londres. Julho de 2005 “Show Coco de Roda e Maracatu” no Glastonbury Festival – o maior da Inglaterra. Fevereiro 2005 "Show do Maracatu Estrela do Norte de Londres” no Guanabara Londres. Outubro de 2005 “Lançamento do CD Olinda to London Coco do Reino” no Mercado da Ribeira - Olinda. 27 de fevereiro 2006 “Show Samba Coco” no Guanabara – Londres. 29 de maio 2006 Evento Batmacumba para o projeto Ruas e Praças de Recife, Show voluntario” grupo Coco Raízes de Olinda” no Notting Hill Arts Club – Londres. 8 de julho 2006 “Show do grupo Coco Raízes de Olinda” no ICA the Mall – Londres. Fundado do Grupo Pe de Jurema de Londres. 13 de janeiro 2008 realizou festa de coco em tributo ao Mestre Dedo do coco” no Ateliê de J.Calazans – Olinda. 2009 Fundador do Grupo Coco de Praia / Olinda, junto com Arnaldo do Coco. Fevereiro 2009 “Show do Coco de Praia’’Carnaval de Olinda. 17 de maio 2009 “ Show livre do grupo Coco de Praia” Praça do Amaro Branco – Olinda. Fundou o Grupo Batuque da Terra, em parceria com a cantora Morena Rosa. 25 de Junho 2010 show Sao João de Olinda com grupo Coco de Praia. 26 de Junho 2010 show Arraial Santo Antonio –Ouro Preto Olinda com Coco de Praia. 28 de Junho 2010 convidado no coco de D.Glorinha – Amaro Branco/Olinda. 2010 Participou do Projeto A HORA do COCO com Selma do Coco. Janeiro 2010 produtor do grupo Arnaldo do Coco, do bairro do Amaro Branco. Carnaval 2010 Realizou o Cortejo do Coco de Praia/Olinda. Carnaval 2011 Realizou o Cortejo do Coco de Praia/Olinda. 2011 Atuou no show Arnaldo do coco como musico e produtor no Pólo do Guadalupe em Olinda no carnaval 2011. 2010 Fundou o grupo Batuque da Terra junto com a cantora e compositora Morena Rosa e realizou um cortejo no carnaval 2011 em "Atrações Itinerantes" no Amparo e Ribeira – Olinda. 2011 show com Coco de Praia , grupo Arnaldo do coco – São João no Fortim / Olinda. 2011 Participou com Coco de Praia no 12º Encontro Pernambucano de Coco/ Porto de Galinhas e, Show com Grupo Arnaldo do Coco em Rio Formoso/PE. 2011 Participou da Roda de Mestres do Coco Pernambucano, relizada em em Olinda Pontezinha/PE (12º Encontro Pernambucano de Coco) Centro Cultural Farol da Vila. Carnaval 2012 Realizou o Cortejo do Coco de Praia/ Olinda. Carnaval 2012 participou com Coco de Praia em Olinda, Pólo do Amaro Branco. Carnaval 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 – Olinda. São João do Recife 2014. - Encontro de Coco de Olinda Fundarpe 2013, 2014, 2015, 2016, 2017. São João de Pernambuco/Recife 2014 – 2015 – 2016 - 2017, na Rua da Moeda, Casa da Cultura (02), Olinda. Carnaval de Pernambuco 2016 – 2017, 2019 em Olinda e João Alfredo. Carnaval de Pernambuco 2018 (Dia Estadual do Coco – Torre Malakoff) Fonte: Farol da vila.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

JADIR JOÃO EGIDIO

A grande repercussão da escultura de G.T.O., na década de 1960, estimulou outros artistas de Divinópolis a desenvolver e mostrar seu trabalho. O de Jadir João Egídio possui completa autonomia formal e expressa a sua religiosidade de maneira única. Nele, retratos de homens e mulheres próximos, do seu convívio do dia-a-dia, assumem a gravidade do sofrimento e do silêncio de muitas imagens da escultura românica, afinidade que ele denota sem haver jamais tomado conhecimento desse capítulo da história da arte ocidental. Jadir passou a meninice na área rural. Em 1960 transferiu-se para a cidade, onde trabalhou como carroceiro até 1977. Nesse ano, sentiu um forte impulso para cortar pequenas toras de madeira e criar objetos e figuras. Desde então, exerce o ofício de escultor, já tendo produzido mais de 500 peças em sua oficina doméstica.
Concentra-se especialmente na escultura de santos, figuras da cultura regional e pessoas próximas do seu afeto. Talha o bloco de madeira com grande vigor, enfatizando suas linhas de força em volumes compactos. Também realiza altos relevos, como Santas Ceias, que levam a marca expressiva e o apuro formal de sua mão.
Em 1986 participou da Sala do Artista Popular n. 22, “Escultores de Divinópolis”, do hoje Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, no Rio de Janeiro. Seu trabalho tem sido objeto de crescente procura pelos grandes centros de arte em São Paulo e no Rio. “Pequeno dicionário do povo brasileiro" Lélia Coelho Frota.

domingo, 5 de setembro de 2021

Paulo Rafael 1955 - 2021 faleceu Paulo Rafael, guitarrista de Alceu Val...

PAULO RAFAEL, O MAGO DA GUITARRA

Paulo Ramiro Rafael Pereira,nasceu em 11 de julho de 1955, em Caruaru, no agreste central de pernambuco. Os primeiros contatos com a música foram através de simples relance vivenciado por ele quando criança. Uma radiola em casa onde seus pais tinham sempre discos de músicas cubanas, seresta, frevo, românticas orquestradas, NELSON GONÇALVES E LUIZ GONZAGA. E de quebra uma loja de discos na mesma rua que sempre a família visitava.
Outro ritmo que penetrou seu consciente foram as BANDAS DE PÍFANO DE CARUARU, que deixou marcas para um futuro que Paulo rafael iria fazer proveito. Sua irmã compra um violão que ele logo o adota. Paulo rafael tinha um primo que tinha uma guitarra. Vendo aquele instrumento ficou totalmente maravilhado, porém só ia ter oportunidade de pegar em uma só no Recife, no início dos anos 70.
Outra influência bastante significativa, ele tinha um tio comerciante que também era maestro regente em uma das duas orquestra existentes na cidade. Nisso tinha passe livre entre os músicos. Saiu de Caruaru e iniciou sua carreira artística nos anos 1970, em Recife, PAULINHO chega a Recife no início dos anos 70. Na rua que morou já conheceu o ESPETACULAR LAILSON DE HOLANDA, que já tocava um contra-baixo aqui acolá e também era e é cartunista, então já saíram as primeiras ideias. Mas foi com outro maluco da cidade que PAULINHO afinou as ideias: ZÉ DA FLAUTA, que também já tava dando seus primeiros sopros literalmente. Com essa galera começa as influências internacionais, tipo BEATLES, JETHRO TULL, KING CRIMSON e etc! Daí tiveram a ideia de formar um trio! Antes mesmo da ideia se tornar realidade LAILSON foi morar nos Estados Unidos, estudar no sistema intercâmbio estudantil. Um ano e pouco depois LAILSON tá de volta e o trio PHETUS é formado. PAULINHO no violão e viola, ZÉ DA FLAUTA flauta e pífano e LAILSON no baixo. No entanto vieram as decepções. Os caras queriam tocar músicas renascentista e medievais, o que de imediato a turma ali nas imediações não aprovou! Então o PHETUS mau começou, acabou. Com o fim da PHETUS! LAILSON DE HOLANDA junto a LULA CÔRTES (in memorian ☆09/05/1949 / + 26/03/2011) lançou, em 73, o álbum SATWA, álbum de conceito psicodélico com grandes influência das nossas músicas nordestinas. Enquanto isso PAULINHO e ZÉ DA FLAUTA viviam batendo perna no Recife a procura de se encaixarem em tantas outras bandas da cidade.
Antes de continuar vou abrir um parenteses que só vai dar certo aqui! (em meados dos anos 50 foi fundada em Recife a fábrica de discos ROZENBLIT, parque industrial que causava inveja nas fábricas do eixo RIO-SÃO PAULO. O parque industrial da ROZENBLIT tinha de tudo. Estúdio de gravação, máquinas de prensar discos, os antigos bolachões de vinil, e o parque gráfico, que por sinal era enorme, e a logística de distribuição! A ROZENBLIT também se destacava por bater de frente com as grandes gravadoras, por contratar artistas de todo país para gravar e sair com o selo ROZENBLIT de qualidade. Outra façanha da gravadora era licenciamento para discos de artistas internacionais aqui no Brasil! Já no começo dos anos 70 a ROZENBLIT se viu em declínio, foi aí que o LULA CÔRTES teve a brilhante ideia de pegar todos os malucos artistas da cidade e transformar as dependências da ROZENBLIT em tudo! Artistas musicais lançando discos, grupo de teatro se apresentando nos galpões, poetas de toda estirpe usando o parque gráfico para lançar seus livros... É dessa forma, no declínio, que sai os discos mais raros hoje em dia, a exemplo de SATWA, já citado em cima, PAÊBIRU (LULA CÔRTES E ZÉ RAMALHO), NO SUB-REINO DOS METAZOÁRIOS (MARCONI NOTARO), O BANDO DO SOL (FLAVIOLA). Voltando ao PAULINHO, na capital pernambucana tava se formando o movimento UDIGRUDE (uma espécie de TROPICÁLIA, de JOVEM GUARDA ou para tempos mais próximos um MANGUE BEAT). Foi daí que surgiu a banda de grande relevância pernambucana no início com o de TAMARINEIRA VILLAGE (SE PRONUNCIA VILLAGE EM PORTUGUÊS, NÃO EM INGLÊS). Com pouco tempo trocaram o nome para AVE SANGRIA (DIZ A LENDA QUE ELES FORAM FAZER UNS SHOWS NA PARAÍBA E LÁ, SE ENCONTRANDO COM UMA CIGANA, ELA OS CHAMOU DE AVES SANGRIAS. PRONTO! NOME TROCADO... LENDAS).
A banda tinha em sua formação MARCO POLO (vocais), IVSON WANDERLEY (guitarra solo e vilões), PAULO RAFAEL (guitarra base, sintetizador, violão e vocais de apoio), ALMIR DE OLIVEIRA (baixo), ISRAEL SEMENTE PROIBIDA (bateria) e AGRÍCIO NOYA (percussão). Com esta formação sai o único disco da banda, o já pronunciado AVE SANGRIA. IM MEMORIAN: ISRAEL SEMENTE PROIBIDA (bateria), falecido em 1990. AGRÍCIO NOYA (percussão), falecido em 2015. IVSON WANDERLEY - IVINHO (guitarra), falecido em 2015.
Com poucos shows e com música censurada (SEU WALDIR) faixa com temática homossexual (a atriz e cantora Marília Pera usou esta faixa em um de seus musicais mundo afora, que tinha no reco-reco o grande MUSSUM, aquele mesmo dos Trapalhões, Na época ele não fazia parte do quarteto. A repreensão militar caiu em cima, então a banda se desfez. Mas deixou uma fita cassete de um show ao vivo no Teatro Santa Isabel, que só foi ver a luz 40 anos depois, em 2014, com a volta da AVE SANGRIA ou quatro dos seis integrantes originais. Com o fim da AVE SANGRIA, em 1974, boa parte de seus integrantes foram tocar com ALCEU VALENÇA, menos o vocalista MARCO POLO e o baixista ALMIR DE OLIVEIRA. O resto debandou pra banda do ALCEU, que até ali já tinha gravado dois discos: QUADRAFÔNICO (1972), com GERALDO AZEVEDO, e MOLHADO DE SUOR, primeiro disco solo do cantor (1974). Pra defender a música VOU DANADO PRA CATENDE (musicada por ALCEU), do poeta ASCENSO FERREIRA, para o festival da canção da REDE GLOBO em 1975, ALCEU formou uma banda de peso. ALCEU (violão), ZÉ RAMALHO (viola de doze cordas) e LULA CÔRTES (tricórdio), mais o que restou da AVE SANGRIA completando a banda.
Assinou a produção musical de "O baile perfumado", filme de Lírio Ferreira e Paulo Caldas. Compôs e executou a trilha incidental de "Pátria amada", filme de Tisuka Yamasaki. Participou, como compositor e instrumentista, da trilha sonora dos CDs de poesia de Neide Arcanjo e Ascenso Ferreira e do CD de poemas infantis de Clarice Lispector recitados por Chico Anísio Atuou, como instrumentista, em discos de Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Lobão (songbook de Gilberto Gil), Kleiton & Kledir, Marina Lima e MPB-4, entre outros. Escreveu o arranjo da faixa "Vaca profana", de Caetano Veloso, gravação de Gal Costa.
Como produtor musical, foi responsável pelos discos "Geraldo Azevedo, ao vivo", "Geraldo Azevedo, ao vivo - vol. 2" e "Futuramérica", de Geraldo Azevedo, e "Cavalo-de-pau", "Anjo avesso" e "Estação da luz", "Rubi", "Mágico" (gravado na Holanda) e "Andar, andar", de Alceu Valença. Lançou, na década de 1990, os discos instrumentais "Orange" (1992) e
"Vagalume" (1995). É um dos integrantes, juntamente com Marcio Lomiranda e Taryn Szpilman, da banda Eletro Fluminas. FONTE: LUIZ CARLOS GOGA (MEUS CDs DO PAULINHO E MEUS MIOLOS) LIVRO: HERÓIS DA GUITARRA BRASILEIRA (QUE POR SINAL DE 178 PÁGINAS SÓ TEM UMA DEDICADA A PAULO RAFAEL!)