quarta-feira, 11 de novembro de 2009


JARARACA, O CANGACEIRO QUE VIROU SANTO

Corria os anos 20 no nordeste brasileiro,entre volantes e cangaço, quando a lei era no braço,Lampião e seu bando atormentavam e saqueavam as cidades do sertão, as investidas, não eram aleatórias, para que isso acontecesse,era feito um estudo minúscioso da região a nível de estratégia para uma possível invasão e condições sócio-econômica favoráveis das cidades para o saque. num certo dia,resolveram atacar a cidade de Mossoró,situada no oeste do estado do Rio Grande do Norte,na chapada do apodí,cortada pelo rio apodí-mossoró. cidade abastada,tendo nas salinas,sua punjança econômica,traria para o bando um grande retorno financeiro,porém no campo estratégico a cidade não era da simpatia de Virgulíno, pois tinha uma igreja de cinco torres,que aumentaría o poder de fogo e de resistência dos sitiados.mas o lado financeiro pesou na balança do cangaço e assim foram ao desafio que era invadir e saquear mossoró. o prefeito tinha conhecimento da possível ação do cangaço,mas a população estava inclédula. Numa tarde fria de 13 de julho de 1927,lampião e seu bando chegaram com a chuva, ao ouvirem os primeiros disparos,teve que pensasse que sería trovão, o prefeito Rodolfo Fernandes,recebeu do próprio Virgulíno um ultimato cobrando 400 contos de réis prá deixarem a cidade em paz. Naquele dia mossoró só dispunha de 20 soldados. a resistência foi articulada pelo prefeito e se entrincheiraram como puderam na torre da igreja,em meio as sacas de algodão. no combate cerrado o bando de Lampião perdeu dois dos seus destemídos homens,ouve o recuo do bando, os cangaceiros,colchete,que foi atingido por um tiro e veio a falecer e Jararaca atingido no peito e braço e foi capturado pela volante. Com a captura, assim teve inicio o calvário de José Leite dos Santos(jararaca),que tinha 26 anos. O cangaceiro Penou por 4 dias na cadeia pública da cidade,ferido e sofrendo torturas, na noite de 18 de junho,foi levado para o cemitério . o seu algoz e a guarda que o conduzia, obrigaram o cangaceiro a cavar a própria cova, o soldado João Arcanjo o sangrou, mas a noticia que correu sertão afora é que Jararaca foi enterrado vivo. Alguns dizem que o cangaceiro morreu de sede,clamando por um copo d'agua. Mesmo tanto tempo depois de sua morte,seja pelos diferentes rumos que a história toma,seja pela religiosidade pura e simples do povo,Jararaca é venerado por milhares de pessoas no nordeste que acreditam que o cangaceiro é milagroso. Todos os anos no dia 2 de novembro,dia de finados o túmulo de Jararaca é, de longe o mais visitado da cidade. Apesar de mais pomposo e imponente, o túmulo do prefeito Rodolfo Fernandes,herói da resistência,pouco é lembrado pelo povo. Ainda hoje é possível ver as marcas de balas na torre da igreja e em outros prédios da cidade,deixando esse registro para a história, o que foi a resistência ao bando de Lampião, e a saga de Jararaca.
William Veras de Queiroz-Santo Antonio do Salgueiro-PE.
AVISO AOS NAVEGANTES: SOL VERMELHO CINEMA
GONZAGA: DE PAI PRÁ FILHO.
PRÓXIMA EDIÇÃO.

Um comentário:

  1. Adoro estes contos, o primeiro deles que li foi o de Pedro Malazartes (cozinhava sem ter fogo, fazia sopa de pedra, etc), quem não leu não é? li o conto de Pedro Malazartes cozinhando sem fogo quando cursava a terceira série primária na minha saudosa escola Jarbas Pernambucano, onde fui uma das primeiras pessoas a entrar para estudar, cuja lateral dá para minha casa. Esta historieta a que me referi era a preferida da minha cartilha, com a qual andava pra cima e pra baixo, desde que descobri o fascínio pela leitura, eu acreditava, ou melhor, até hoje acredito que aquilo era verdade; só não acredito em papai noel nem coelho da páscoa. Na universidade, no Curso de Química tinha meu professor Taperoá (Manoel Farias), primo de Vital Farias (outro contador de contos e causos), este professor costumava contar alguns, aquilo era a “mãe de pantanha’, “o calor de figo”, “o raio da cilibrina”, o cara também costumava apreciar uma boa cachaça, quando viajei à Teresina-PI, trouxe uma no coco, mas ele só dava uns tragos fora do horário de trabalho, fique bem claro!. Também criei um conto há alguns anos atrás, quando viajei à Fortaleza-CE em um Congresso durante o Curso de Química, fui conversar com o motorista pra ele não dormir, pois faltava umas cinco horas para chegarmos ao destino, uma vez que o microônibus em que viajamos só tinha este motorista. Era um microônibus velho, quase não tinha janelas, algumas poltronas estavam amarradas com barbante, porém não vou contar tudo porque a “historia” é longa durou pouco mais de 2h, só pra resumir: é uma “história” um pouco assombrada que aconteceu quando viajei para Natal-RN, desta vez a passeio, o ônibus mal chegou a Mamanguape-PB, quebrou; era noite de lua cheia, mês de junho, deveríamos chegar a Natal por volta das 22h, mas o conserto demorou, mal andou alguns metros e quebrou de novo, esperamos por outro ônibus para substituir. Finalmente prosseguimos e chegamos ao nosso destino por volta da meia noite. O conto que narrei para o motorista na viajem à Fortaleza-CE, acrescentei trovoada forte, relâmpagos que iluminava todo ônibus por dentro e por fora, uivado de lobo, falei também que tivemos que dormir no terraço da casa de minha tia, pois esta esperou demais por nós (eu e minha tia Maria) com quem viajei, mas isto não aconteceu, pois minha outra tia (mocinha) esperava-nos. Embora chovesse, não chegou a tanto, mas ele acreditou, penso, pois nos tornamos amigos, e chegando lá na UFCE, eu ia conversar e levar lanche pra ele no alojamento, ele estava doente de uma hérnia de disco, e de volta a UFRPE, eu sempre ia visitá-lo no estacionamento e na oficina, até que ele operou a hérnia e se aposentou. Vou terminando este comentário por aqui, pois outras pessoas precisam escrever. Sei que grande parte do texto é verdade, mas cangaceiro virar santo..., mas o bom das histórias do nosso folclore tão rico, é ler estes causos, pois a gente cresce, e as histórias que fazem parte da nossa infância e adolescência permanecem, e porque não reler? Grande abraço William, até a próxima.

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