terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


MARACATU RURAL
Maracatu Rural é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana no qual figuram os conhecidos caboclos de lança. É conhecido também por Maracatu de Baque Solto. Distingue-se do Maracatu Nação ou Maracatu de Baque Virado, em organização, personagens e ritmo. O Maracatu Rural mais antigo é o Cambinda Brasileira. Cambindas (brincadeira masculina, homens travestidos de mulher). O grupo foi fundado em 1898 e a sede permanece no mesmo lugar, no Engenho do Cumbe, Nazaré da Mata, Zona da Mata de Pernambuco. A origem do maracatu rural se deu na segunda metade do século passado. Os Maracatus de Baque Solto são uma espécie de fusão de elementos dos vários folguedos populares, que vão às ruas das cidades próximas aos engenhos de açúcar como: Goiana, Nazaré da Mata, Carpina, Palmares, Timbaúba, Vicência, em Pernambuco, durante o carnaval, com características e colorido próprio, garantindo sempre a presença nos carnavais do Recife. O cortejo do Maracatu de Baque Solto diferencia-se primeiramente do maracatu tradicional, pela ausência do rei e da rainha. O Caboclo de lança tem o destaque de sua indumentária na gola bordada e no surrão. A gola de sua fantasia, feita em tecido brilhante, de cores vivas, é totalmente rebordada com vidrilhos e lantejoulas. A gola representa o maior orgulho e a vaidade do caboclo de lança, sendo quase sempre confeccionado por sua companheira, durante o ano inteiro, é fruto de todas as suas economias. O Surrão é como se fosse uma bolsa, confeccionado em couro de carneiro, cobrindo uma estrutura de madeira, onde são presos chocalhos, estes possuem um ritmo rápido (são parecidos com os usados nas cabras, vacas, cavalos, etc), porém de tamanho maior. Sendo colocado na altura das nádegas, daí também chamar-se estas figuras de Bunda-alegre e Bunda-de-guiso, provocando um barulho forte e primitivo quando da evolução dos caboclos de lança..O maracatu rural possui percussão unissonora e acelerada do surdo, acompanhada da marcação do tarol, do ronco da cuíca, da batida cadenciada do gonguê, do barulho característico dos ganzás, um solo de trombone, e outros instrumentos de sopro que, juntos, dão ao conjunto características musicais próprias e bem diferenciadas dos maracatus tradicionais. O maracatu desfila num círculo compacto, tendo ao centro o estandarte, rodeado por baianas, damas-de-buquê com ramos de flores de goma, boneca (calunga) de pano ou plástico e caboclos de pena. Rodeando este primeiro círculo vem os caboclos de lança, estas lanças possuem mais de 2m de comprimento, feitas de madeira com uma ponta fina e uma enorme cabeleira de papel celofane, cobrindo o chapéu de palha, no rosto eles passam tinta de urucum ou outra tinta, usam um lenço estampado cobrindo a testa, as camisas e calças são de chitão, usam meiões e sapatos de lona. Os caboclos de lança se encarregam de abrir espaço na multidão, com seus saltos e malabarismos, com as compridas lanças, como a proteger o grupo e as lanternas de papel celofane que, geralmente vem representando o símbolo da agremiação. Destaque para alguns maracatus encontrados hoje em plena atividade nos canaviais de Pernambuco: Cruzeiro do Forte - fundado em (1929); Águia de Ouro (1933); Leão da Aldeia (1935); Cambinda Estrela de Paudalho (1935); Estrela da Tarde (1942); Estrela de Ouro (1963). VIVA OS MARACATUS RURAIS DOS NOSSOS CANAVIAIS!

Rosemary Borges Xavier-2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco

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