quarta-feira, 21 de abril de 2010

cabeças de Mariano,Pai véio e zepelin

   MARIANO,O ROBIN HOOD DO CANGAÇO


      Filho de um conceituado fazendeiro do Alto Sertão do Pajéu, o cangaceiro Mariano,era conterrâneo de Antonio Silvino( O Governador do Cangaço),ambos nasceram no município Pernambucano de Afogados da Ingazeira. Mariano Laurindo Granja,  nasceu em 1898.  Entrou para o cangaço,no ano de 1924. Era negro,muito forte,andava carregado de adornos  e jóias caras,e acompanhado da inseparável  palmatória de baraúna  dependurada na cintura,com a qual surrava suas vitimas e desafetos.Acompanhou Lampião por muito tempo,sendo uns dos poucos que cruzaram o Rio São Francisco,em agosto de 1928 com destino à Bahia. Esteve com Lampião na visita de Juazeiro do Norte,no estado do Ceará,quando Virgulino foi visitar o Padim Ciço e pedir sua benção; participou do massacre na cidade baiana  de Queimadas,onde foram mortos 7 macacos(soldados).Também participou do massacre em mirandela,distrito de Ribeira do Pombal,no Sertão Baiano.  Participou do ataque a cidade Sergipana de Aquidabã,em outubro de 1930. Depois,que aprendeu o caminho das pedras com Virgulino,resolveu,digamos,fazer carreira solo, e passou a chefiar o seu próprio bando. No primeiro combate com seu grupo ,enfrentou a ira do Tenente José Rufino no Raso da Catarina,num  dos combates mais célebres que se tem lembranças na campanha de repressão   ao cangaço. Nesse combate, o Tenente Zé Rufino e sua volante conheceram o Árabe abraão Benjamim,um cineasta amador libanês,possuído da mania de filmar um combate real e autêntico,entre as volantes e o grupo de Lampião. Abraão,movia o louvável desejo de fazer um documentário histórico,com a ambição comercial de ganhar dinheiro com a exibição do filme em cinemas de várias cidades. O Libanês recebeu a negativa do Tenente Zé Rufino  que não permitiu o registro dos combates.Após os duros combates, Mariano bate em retirada e segue com seu bando para o estado de Sergipe a procura da fazenda Cangaleixo de propriedade do coiteiro Pai véio que ficava entre os municipios de Porto da Folha e Garuru. o Tenente Zé Rufino e o soldado Ben-ti-vi ,que teve o seu pai assassinado por Mariano,desencandeavam uma ação implacável de perseguição ao cangaceiro e seu bando.E assim,seguiram as pegadas de Mariano. Depois de alguns dias de procura,localizam o grupo na Fazenda de Pai véio,onde encontram o bando acampado em barracas no meio da caatinga. na hora do ataque da volante, os cangaceiros do  bando de Mariano encontravam-se na jogatina,tão comum nas horas de descanço do cangaço.E não houve tempo para  reação, Mariano foi surpreendido e baleado. Bem-te-vi,como um louco,saca do punhal e escancha-se no quase cádaver  do cangaceiro e desfere dezenas de golpes,brutais. Era a vingança do filho estraçalhando o corpo daquele que abatera friamente,o autor da sua vida,sobre a recomendação do Tenente Zé Rufino de que tivesse cuidado com a cabeça,pois ele precisaría dela.Era a lei, terrivel e inflexivel das caatingas. Poucos acreditavam que Mariano fosse o autor da morte do Pai de bem-te-vi,diziam que era um dos mais humanos e benevolentes ,afirmam que era incapaz de uma crueldade,distribuía com os pobres os produtos de saques dos ricos e abastados. O Tenente José Rufino,com seu costumeiro sadismo,cortou as cabeças de Mariano,do coiteiro Pai Véio e de Zepelin,e expôs pelos sertões por onde passou,convencido de que a tirania levaria para o semi-árido nordestino a tão sonhada paz de que aquela gente tanto ressentia. 

William Veras de Queiroz  2010 D.C -Santo Antonio do Salgueiro-PE
     

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