segunda-feira, 26 de abril de 2010

     MOCINHA DE PASSIRA É UM CONDOR,NOS DES PÉS DO MARTELO ALAGOANO

     Aos nove anos de idade, ela se encontrou com o mundo da viola,bastou duas cantorias para aprender o idioma do repente. Aos 12 anos ganhou uma viola do pai,quando participou de um baião com o poeta Zé  Monteiro. Desde então se profissionalizou e o vasto mundo abriu as porteiras para aquele menina de apenas 16 anos de idade. e seguiu vida afora seguindo sua sina de violeira,fugiu da casa dos pais,foi morar na casa de Pinto do Monteiro em Caruarú,Pinto é considerado um dos maiores nomes da história do repente,ela considera Pinto ,um pai,um rei,um mestre. Maria Alexandrina da Silva,continua sendo uma das poucas presença feminina no mundo do repente e a única a viver exclusivamente da sua profissão. Mocinha,65 anos, boêmia incorrigivel,não dispensa um uisque por nada,namoradeira,fala palavrões e bate de frente com os marmanjos nos desafios de viola. Mocinha,escandalizou a sociedade agrestina na sua juventude,quebrou tabus nos anos 50, enfrentou as rígidas normas nordestinas estabelecida para as mulheres,foi a Leila Diniz do agreste.Teve muitos homens,mais poucos a tiveram,casou uma única vez com o Sanfoneiro Duda da Passira. acabou o casamento com o forrozeiro e viajou pelo pais inteiro,sempre enfrentando o preconceito e o machismo,desviando-se de cantadas,amor a primeira vista de homens com os quais não afinava e a misoginia dos colegas de profissão,fez o poeta Ariano Suassuna chorar  emocionado com os improvisos feito por ela,durante uma cantoria na pracinha do diário no centro do Recife. Em Salvador,encontrou com Jorge Amado,esse pediu um mote:"Se você casar comigo/vai ficar de Gravidez/vai acabar parindo/três menino de uma vez Mocinha na ponta da língua respondeu: Eu posso ter todos os três/são filhos tudo meu/o primeiro é do padeiro/o segundo do Ricardão/o terceiro de Oliveira/nenhum dos três é teu."  Jorge Amado Também chorou,porém,de rir.  A vida mundo afora,não foi fácil para a violeira,mas levou tudo em prosa e versos. Numa cantoria em Campina Grande,um delegado de policia se encantou-se por ela,que foi contratada por um empresário para tocar numa churrascaria,com a chegada do contratante entre carinhos e afagos,a autoridade atirou para cima e demarcou terreno,que ela era dele e de mais ninguém. na cidade de Chã Grande,quase foi sequestrada por um vereador  da cidade,apaixonado.foi salva por um cabo da PM  e o prefeito desafeto do edil,quando já estava sendo puxada para o carro.Essa Pernambucana da pequena cidade de Passira,terra de rendas e rendeiras,que trás das mãos habilidosas o sustento,tal qual a conterranea no dedilhar do pinho.Passira é encravada no agreste central do estado.Mocinha,tem muita história para cantar e encantar.diz ter verdadeiro orgulho pela profissão que abraçou ainda criança,ela nunca teve a sua  CTPS assinada,pois sempre viveu da sua arte,foi testada  na aurora da sua vida,e está aí para contar a história porque passou no teste que a vida impôs.

William Veras de Queiroz 2010 D.C  Santo Antonio do Salgueiro-PE.

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