sábado, 12 de fevereiro de 2011


BEATO JOSÉ LOURENÇO

No dia 12 de fevereiro  de 1946,falecia  no Sitio União, municipio de Exú,  Sertão Pernambucano,65 anos atrás,o  beato Zé Lourenço,vitima de peste bubônica. o corpo do beato foi enterrado em Juazeiro do Norte,sem o consentimento da igreja da época que fechou as portas do cemitério.Mesmo debaixo de uma  grande chuva que caiu sobre a noite do  Cariri Cearense,seus seguidores arrombaram uma das portas laterais do cemitério e enterraram seu lider. José Lourenço Gomes da Silva,  trabalhava para latifundiários  paraibanos como agricultor. Cansado do  trabalho árduo e mal remunerado, mudou-se para  Juazeiro do Norte, atraído pela devoção ao  Padre  Cicero.Em Juazeiro, conquistou a confiança do sacerdote e foi encarregado de liderar uma missão, para onde Padre Cícero enviaria os flagelados da região. José Lourenço então arrendou terras no sítio Baixa Dantas para iniciar a produção.A comunidade se desenvolveu rapidamente, o que despertou a fúria dos fazendeiros da região. Com o intuito de pôr a comunidade em descrédito, espalhou-se um boato de que os membros idolatravam o boi Mansinho como a um deus. A Igreja Católica, que já estava irritada com os supostos fenômenos sobrenaturais ocorridos em Juazeiro do Norte, pressionou Padre Cícero para que tomasse uma decisão. Para evitar maiores transtornos, Floro Bartolomeu ordenou que sacrificassem o boi e prendessem José Lourenço. O beato foi solto algumas semanas depois.  Depois da confusão, José Lourenço decidiu transferir a comunidade para o Caldeirão, um local mais afastado. Entretanto as perseguições continuaram e em 1937, a comunidade foi invadida e arrasada por forças estaduais e federais, com apoio do setor religioso e latifundiários locais. Caldeirão era uma comunidade auto-sustentável que dava abrigo às famílias camponesas que fugiam da exploração imposta pelos latifundiários, podendo ser comparada com a tragédia baiana de Canudos.Em 2008, a ONG cearense SOS Direitos Humanos ajuizou uma Ação Civil Pública na Justiça Federal do Ceará requerendo que a União Federal e o Estado do Ceará informem a localização da cova comum onde o Exército e a Polícia Militar do Ceará enterraram as vítimas do Sítio Caldeirão que massacraram em 1937. A ação foi extinta sem julgamento de mérito pelo juiz da 16ª Vara Federal de Juazeiro do Norte/CE, a pedido do MPF que em seu parecer disse que:
a) o massacre ocorreu há mais de 70 anos e estava prescrito,
b) nao há como encontrar os restos mortais pelo tempo que o crime ocorreu.
A SOS DIREITOS HUMANOS inconformada com a decisão do juiz apelou ao TRF da 5ª região em Recife/PE aduzindo que:
a) o crime de desaparecimento de pessoas é imprescritível,
b) os restos mortais estão em local árido, a Chapada do Araripe, e portanto podem ser encontrada, a exemplo da família do Czar Romanov que foi morta em 1918 e encontrada nos anos de 1991 e 2007.

VEJA MATÉRIA NO ARQUIVO DO BLOG / MARÇO 2010: CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO,UMA CANUDOS NO SERTÃO DO CEARÁ.

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