sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

                             
   


      85 ANOS DA BATALHA DA SERRA GRANDE


  Em março de 1926,Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) recebeu a patente de Capitão do Batalhão Patriótico de Juazeiro do Norte. Mesmo não a considerando legítima, o cangaceiro se tornou mais fortalecido e mais violento. Nesse ano, ocorreu uma série de atentados na região do Pajéu,com diversas mortes e sequestros,episódio que culminaram com a famosa Batalha da  Serra Grande,ocorrida em 26 de novembro,em Varzinha,distrito de Serra Talhada. O bando de Virgulino tinha sequestrado o inspetor da Standard Oil Company,Pedro Paulo Magalhães Dias.O evento ocorreu na estrada que leva a  cidade de Triunfo.Lampião pedia vinte contos de réis para liberta-lo. O resgate devería ser pago na Fazenda Varzinha.Quando o bando chegou a fazenda,foi direto à residencia de Silvino Liberalino,o qual tinha sido subdelegado de Vila Bela(serra Talhada),em1911.Logo que viu a tropa,Silvino não percebeu que estava diante  do bando de Lampião. Então saltou na calçada,com um rifle na mão,e começou o diálogo: 
- É  Lampião ou é força?
- É a força volante?
- Então podem entrar. Se fosse Lampião,ia comer bala. Os cangaceiros entraram e pediram água para beber,quando Silvino colocou a mão no pote para retirar água,os cangaceiros o seguraram e se  intificaram: - você está falando é com Lampião cabra. E o prenderam. A intenção do bando na fazenda varzinha era uma vingança  por um antigo assassinato,ocorrido no município de Floresta,cometido por José de Espiridião,que se mudara para Varzinha. O resgate foi levado por intermédio de Manuel Macário,homem de confiança de Cornélio soares ,no entanto,já na Fazenda varzinha,o portador foi flagrado pela força policial do sargento Manuel Neto.  O bando seguiu em direção à casa de José de Espiridião. Houve um grande  tiroteio.Logo após o ando colocou fogo na casa. Segundo o livro,o canto do Acauã de Mariloudes Ferraz ,na fazenda Varzinha o bando encurralou um rapaz que,sozinho,lutou até esgotar a munição. Tirburtino Estevão ainda tentou socorrer o amigo.Mas ,vendo que nada podia fazer,o homem  retornou a sua residência.
No dia seguinte,foram retirar o corpo de José de Espiridião para fazer o sepultamento e não foram encontradas  marcas de balas no corpo dele. A morte foi provocada por asfixia pela fumaça. José Pereira Lima,filho da vítima,com apenas  7 dias de nascido,foi baleado.O bando seguiu viagem rumo às ribeiras do tamboril,chegando até o Sitio dos Nunes no município de Flores,de onde voltaram. Ao chegar em Sitio Morada ,hoje município de Calumbi,Lampião estava ciente que a policia estava no seu encalço,portanto,ali mesmo,abasteceu o bando e pegou o rumo da Serra Grande. O sequestro de Pedro de Paulo Magalhães Dias e s fatos acontecidos na fazenda Varzinha foram interpretados como sendo um desrespeito às autoridades,por terem ocorridos na comarca de Vila Bela,na época, a sede do comando militar de combate  ao cangaço no interior de pernambuco.Portanto,foi preparado um destacamento com mais de 300 soldados,todos fortemente armados,muita munição. Tudo inspirava confiança e dava certeza da vitória. Lampião,que estrategicamente  com seus 68cangaceiros,subiu a serra e preparou uma emboscada.O combate durou quase um dia e a policia não conseguiu vencer a resistência o capitão Virgulino Ferreira e seus comandados. A localização dos cangaceiros era ótima e a dos soldados era extremamente precária. Arlindo Rocha recebeu um balaço no rosto que lhe fraturou o maxilar inferior,Manoel Neto foi baleado nas pernas, Luiz Careta de Triunfo faleceu com uma bala na cabeça,Euclides Flor recolocou ainda em combate as vísceras abdominais de Vicente Ferreira(Vicente Grande),tingidona altura do umbigo,o soldado Luiz José sofreu um ferimento na coxa. Pra provocar os policiais  o cangaceiro Genésio deu um aboio triste e sonoro. Os soldados se sentiram encurralados como gado. Antonio Ferreira não se conteve e se expôs  totalmente, gritando  como vaqueiro e o sargento Filadelfo Correia de Lima,lhe deu uma rajada de metralhadora. a partir de então, a policia acreditava que Antonio Ferreira tinha morrido em combate. Com a chuva de balas vindas decima da serra,os soldados ficaram desesperados. Portanto,aproveitavam a cobertura de fogo das metralhadoras para se debandar na caatinga,deixaram grande quantidade de armas,munições ,cartucheiras,cantis,bornais,etc. a Batalha da Serra Grande é considerada a mais violenta da história do cangaço. Segundo o historiador Frederico Bezerra Maciel.,morreram 26 policiais e 38 saíram feridos,no bando dos cangaceiros não houve registro de morte. Foram a Serra  Grande,verificar os fatos de perto,o Major Teófanes Torres comandante de Vila Bela, o juiz de direito Dr. Augusto Santa Cruze o promotor de Salgueiro.  Antes do regresso para Vila Bela, o tenente Higino ainda providenciou o sepultamento de sete corpos em uma única cova,no rancho de Pedro Rodrigues(proprietário Local). Tomaram parte da batalha os seguintes cangaceiros: Luiz Pedro,Maquinista,Jurema,Bom Devera,Zabelê,Colchete,Vinte e Dois,Lua Branca,Relâmpago,Pinga fogo,Sabiá,Bentevi,Chumbinho,Às de Ouro,Candeeiro,e seu irmão Vareda, Barra Nova, Serra do Mar, Rio Preto, Moreno , Euclides , Pai Velho, Mergulhão, Coqueiro , Quixadá , Cajueiro,Cocada , Beija-Flor e seu irmão Cacheado, Jatobá, Pinhão, Mormaço, Ezequiel e seu irmão Sabino , Jararaca ,Gato, Ventania , Romeiro , Tenente ,Manuel Velho , Serra Nova , Marreca , Pássaro Preto, Cicero Nogueira , Três Coco , Gaza, Emiliano ,Acuana ,Frutuoso , Felão, Bio , Cordão de Ouro , Genésio ,Ferreirinha , Lampião, e outros. No dia seguinte á Batalha de Serra Grande, Lampião, já na Fazenda Barreiros , entregou uma carta a Pedro Paulo Magalhães Dias , endereçada ao então governador de Pernambuco , Júlio Melo, propondo dividir o  estado em dois , com os seguintes limites : Governo o sertão até as pontas dos trilhos em Rio Branco (Arcoverde) , e vosmecê daí até pancada do mar no Recife .  O relato sobre a Batalha da Serra Grande encontra-se no processo criminal contra Virgulino Ferreira et al.,de 28 de novembro de 1926 , 1º Cartório de Serra Talhada PE. 
José  João de Souza-Recife-PE.
    

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