quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

                                                                                                   


CICLO NATALINO ,É TEMPO DE PASTORIL


O ciclo natalino inicia-se na véspra do Natal,24 de dezembro ,e vai até o dia de Reis,6de janeiro.A emoção do povo é revelada  nos folguedos natalinos através de sua ação dramática.Temos  vários folguedos natalinos,como o pastoril,o bumba-meu-boi,a cavalhada, a chegança,que fazem referência à Noite de Festas e ao  grande dia do nascimento do Menino Deus.Desses folguedos,o tipicamente natalino é o pastoril religioso,que tem em sua essência a temática da visitação dos pastores ao estábulo de Belém onde Jesus nasceu.  Há registros sobre o pastoril desde a idade média. Em Portugal são conhecidas as peças de Juan de Encina e Gil Vicente,baseadas em temas populares  anteriores,segundo o professor Roberto Benjamin. Como denominação popular do pastoril,temos lapinha,que desaparecera quase completamente,cedendo lugar aos pastores. Câmara Cascudo descreve que a Lapinha"era representada na série dos pequeninos autos,diante do presépio,sem intercorrência de cenas alheias ao devocionário.Os presépio foram armados em Portugal desde1391,quando as freiras do Salvador fizeram o primeiro. O presépio designa o estábulo ou  o curral,lugar onde se recolhe o gado,e representa as cena  do nascimento de Jesus em Belém.Há também uma diferença terminológica decorrente de sua  grandiosidade.ou seja,se  o era grande,rico e bonito,era chamado de Presépio; se era pobre e despojado,era uma lapinha. Mas ,o que ficou na tradição foi a queima da lapinha,no dia 6 de janeiro,Pois só por volta do século XVI,três centúrias após a criação da simbologia do presépio,teve inicio a dramatização da cena da Natividade,com contos populares ,danças e produções literárias anônimas,como registra Geninha Borges. Pereira da Costa relata que o pastoril era, a principio, a repreentação do drama hierático, o nascimento de Jesus Cristo, o presépio dos bailados e cantos próprios. Conta a lenda que São Francisco de Assis,querendo comemorar de maneira condigna o nascimentode Jesus,no ano de 1223,entendeu de fazer uma representação do maior acontecimento da Cristandade. Obteve licença do Papa e fez transportar para uma gruta um boi ,um jumento e uma  manjedora,colocando o menino Jesus sobre a palha,ladeado pelas imgens de Nossa Senhora e SãoJosé. Dentro dessa gruta,celebrou uma missa,assistida por um grande número de frades e camponeses das redondezas. Durante o sermão,pronunciou as palavras do Evangelho:"colocou-o num presépio,apareceu-lhe nos braços um menino todo iluminado,e a partir daí, a representação dos présepios tornou-se comum e espalhou-se portodo o mundo. O aparecimento do presépio em Pernambuco vem,talvez,do século VI,no Convento Franciscano em Olinda. Mário Souto Maior comenta que ,"com o passar dos anos,o presépio,que era representação estática do nascimentode Jesus Cristo,até os finsdo século VII,começou a ter a sua forma animada pelas pastorinhas cantando loas,coma participação do velho,do pedegueba". Câmara Cascudo define o pastoril como " cantos,louvações,loas,entoadas diante do presépio na noite de Natal,aguardando-se a missa da meia-noite." Representavam a visita dos pastores ao estábulo de Belém,ofertas,louvores,pedidos de benção. Os grupos que cantavam vestiam-se de pastores, e ocorria a presença de elemento praumanota de comicidade,o velho,o vilão, o saloio, o soldado ,o marujo,etc. Os pastoris foram evoluindo para os autos,pequeninas peças de sentido apologético,com enredo próprio divididos em episódios que tomava denominação quinhentista de "jornadas" e ainda mantêm no nordeste do brasil..." Nas jornadas,que eram um grande atrativo do pastoril,realça-se o estilo dramático,fazendo com que os partidários atirassem flores,lenços de seda e até chapéus.  OPastoril tem como corpo principal  grupo de pastoras,subdividido em dois cordõe(azul e encarnado). A Mestra dirige ocordão encarnado,e a contra mestra,ocordão azul. Há também o anjo,o pastor,o velho- personagem cômico,originário provavelmente do pastor - a Diana,que é a intermediária entreos dois cordões; a Borboleta,personagem faceira; a Jardineira,que canta e  dança uma jornada em  solo,referente às atividades da jardinagem; a Libertina,que é, em algumas variantes,a pastora tentada pelo demônio,o diabo,que vem tentaras pastoras;a Cigana,que representa o povo cigano que vem dizer o destino,a sorte de Jesus e que "às vezes,lê a sorte das pastoas e das pessoas da platéia,lendo a mão na tradição buena dicha para recolher o dinheiro. Trajando saias curtas  e rodadas,e corpetes ou blusas brancas,e usando um diamante enfeitado com fita,as  pastoras,com toda a  graciosidade,trazem na mão pandeirinhos ou maracás,adornados da  mesma  forma. OAnjo apresenta-se como  um  anjo de procissão,com asas de papel; a Cigana veste saia comprida e usa brancos,lenços,colares de moedas douradas;a Borboleta usa asas transprentes e antenas de papel colorido; e o pastor utiliza um cajado.Assistir a uma encenação do pastoril,que seduz e encanta,revelando de maneira maravilhosa a estonteante a beleza do CicloNatalino,traduzida nos rostos das pastoras ,é deslumbrar-se com um espetáculo único do povo  brasileiro. 

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