sexta-feira, 27 de abril de 2012

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CONFRARIA DO ROSÁRIO  DE FLORESTA DO NAVIO

Fundada a mais de 200 anos, a Confraria do Rosário de Floresta do Navio é uma irmandade religiosa criada por escravos africanos.Considerado um foco de resistência negra,ela é apontada como uma comunidade quilombola. Conta a história,que os negros da região só tinham um dia de descanso no ano(31 de dezembro),estes coroavam,na ocasião,um rei e uma rainha para mostrar aos brancos que também possuíam sangue nobre. Em seguida,o grupo partia para a missa na igreja do Bom Jesus dos Aflitos,atual igreja de nossa senhora do Rosário,e voltavam à casa da irmandade onde era distribuído almoço para todos.
" Era terminantemente proibido a organização dos escravos naquela época.Assim,a coroação era uma oportunidade de se reunir,de discutir questões da vida,sem a presença do homem branco", afirma João Luiz dos Santos,atual presidente da irmandade.
Não se sabe ao certo  a data da primeira celebração pela Confraria do Rosário de Floresta do Navio,mas consta em  registros que desde  1792 reis e rainhas negros eam escolhidoscomo representantes dos escravos na região.Na época,a coroação acontecia na igreja do Bom Jesus dos Aflitos,dentro da Fazenda Grande que posteriormente deu nome à cidade de Floresta,município situado no sertão pernambucano,no médio São Francisco do estado.
A tradição é preservada até hoje pelos 36 membros da irmandade. Todos os anos,no dia 31 de dezembro,há um roteiro de celebração,que começa às 8h,com  café da manhã para o rei,na casa de uma das juízas,as mulheres mais velhas da irmandade. Em seguida,os turistas,membros,moradores e curiosos acompanham a realeza até a igreja,onde é celebrada a missa.Logo após,todos se encontram com a rainha,na casa da confraria,quando é servido o almoço.Por último,há a coroação dos novos reis,que ocuparam o posto durante o próximo ano.

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