segunda-feira, 30 de abril de 2012






A LENDA DA COBRA-GRANDE

Conhecida como demônio das profundezas das águas, a este monstro os índios dão o nome de Paranamaia que quer dizer Parana=rio e maia=mãe.
Esta é uma das lendas mais conhecidas da região amazônica, esta lenda conta que uma índia de uma tribo indígena da região amazônica, chamada de Zelina e que estava trabalhando na beira do rio, sentiu uma dor no ventre, conta a lenda que esta índia foi engravidada pela Sucuri e que deu a luz as margens de um rio a um casal de gêmeos que eram na verdade duas cobras: seu primeiro desejo foi de matá-las, mas procurou buscar conselho com o velho pajé que mandou jogá-las no rio e no rio foram criadas, e algum tempo depois chamados de Honorato e Maria Caninana, o primeiro chamado de Honorato não causava mal nenhum, mas sua irmão Maria Caninana era muito perversa e quando visitavam sua mãe Zelina, Caninana era a mais preferida, que de tantas maldades praticadas, seu irmão Honorato não aprovando mais as maldades praticadas de sua irmã pôs fim às suas perversidades e acabou com Maria Caninana tirando sua vida.
Em Barcarena existe um lugar conhecido como buraco da cobra grande que é atração turística do município como em outros povoados e vilas, existe a crença de que as mesmas estão situadas sobre a morada de uma cobra grande, conta a lenda que em Belém, quando foi fundada estaria sobre a casa de uma enorme cobra-grande... E daí ocorre se a cobra-grande se mexe Belém estremece e se a cobra-grande sair de seu lugar Belém irá afundar com todos os seus habitantes.
Estudos mais aprofundados no assunto, contam que a tal lenda nasceu dos primeiros missionários, que ao chegar a Belém e ouvir falar da tal cobra-grande, resolveram esmagar colocando-lhe a cabeça justamente sob os pés de Nossa Senhora a Virgem Maria, segundo a lenda a cobra-grande que aqui foi esmagada tem a sua cabeça debaixo do altar mor da Catedral da Sé e a sua calda sob o altar da Basílica. Afinal os missionários que aqui chegaram tiveram que adaptar a cultura local, queriam conquistar novos crentes, tiveram que personificar a boiúna dos indígenas esmagando-lhe a cabeça e a colocando sob o altar, a Catedral da Sé, simbolizando com isso um sinal muito parecido a virgem esmagando a serpente que era a encarnação do demônio.
De qualquer forma o átrio que inicia na catedral e termina na basílica de Nazaré tem a crença ligada, que nos mostra ser muito simbólica  a comparação com a lenda da cobra-grande, que na madrugada de 12 de janeiro de 1970 quando ocorreu um tremor de terra, muitos disseram que a cobra-grande estava se mexendo e quando ela sair do seu repouso, Belém e seus habitantes serão tragados pelas águas da Baía do Guajará. Lenda ou não, o Círio de Nazaré é uma serpente humana, uma realidade formada por mais de 2 milhões de pessoas, que se curvaram e põe-se aos pés da virgem a padroeira dos Paraenses e esta é a lenda Paraense mais conhecida da cobra-grande. Porém há história de pescador que no arquipélago do Marajó uma enorme cobra grande que costuma virar embarcações de considerável porte, comendo ou levando para o fundo dos rios os passageiros, muito temida pelos ribeirinhos, e principalmente pelos rios regionais, esta boiúna que na palavra tupi quer dizer cobra negra tem os olhos como dois faróis, que na verdade é o forte mito desta extraordinária cobra, por isto mesmo chamada de cobra-grande.

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