domingo, 13 de maio de 2012

                                                                             



CANCÃO , O PÁSSARO POETA

Se vivo fosse,hoje o  poeta popular João Batista de Siqueira, completaria exatamente cem anos.Justamente no mês das novenas.Mês de  Maria(a mãe de Jesus,o Sumo Bem),de quem o poeta era supremamente devoto. Mas conhecido no Vale do Pajéu por cancão, ele nasceu no dia  12 de maio de 1912,em  São José do Egito,terra dos poetas,município encravado no Sertão do Pajéu,no estado de Pernambuco.Cancão foi um homem  simples,um homem comum  nos hábitos,no ritual da vida,na sucessão dos dias,no vestir,no gestual.Um homem da terra,um agricultor.No ano de 1950,Cansado da vida de violeiro errante, deixou de participar de cantorias de viola e  dedicou-se apenas à poesia escrita. A obra desse aedo popular já foi classificada pelos críticos como uma versão popular  à poesia de poetas românticos como Cassimiro de Abreu,Fagundes Varela ou Castro Alves. 
Cancão,  quase não teve oportunidade de frequentar os bancos de uma escola e foi ,também,oficial de justiça  na sua querida São José do Egito onde morreu a 5 de julho de 1982. Cancão deixou  três  livros "Meu Lugarejo","Musa Sertaneja " e " Flores do Pajéu"  publicados pela Gráfica Editora Nunes Ltda,Recife,em 1978. Lançou na Literatura de Cordel,três folhetos de sua autoria: " Mundo das Trevas", "Fenômeno da Noite" e  " Só Deus é quem Tem Poder". A Câmara de Vereadores de São José do Egito,realizará na segunda-feira(14)uma sessão solene em comemoração ao centenário do poeta João Batista de Siqueira-Cancão. A festividade,que acontece no auditório que recebe seu nome no Centro de Cultura Bernardo Jucá,às 20h,contará com a presença de diversos artistas e servirá de palco para a entrega  do  "Diploma Centenário do Poeta Cancão". Nove poetas e cantadores receberão a horaria: Valdir Teles,Vinicius Gregório,Nenen Patriota,Egito Siqueira,Delmiro Barros,Antonio Marinho,Antonio de Catarina,Adelmo Aguiar e Afonso Pequeno. 
Conforme o poeta,escritor e pesquisador Ésio Rafael :"De João, a João Batista,como qualquer brasileiro,veio a se transformar em poeta,incomum,escritor de uma linguagem metafórica,sideral e sofisticada.Portador  de uma habilidade que passava por cima das Academias de Letras,das teorias literárias saindo da "velha Grécia" sertaneja do Pajéu,até aportar no solo e na mitologia grega,de fato".



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