segunda-feira, 30 de julho de 2012

                                          

                                     ESTADO DO TOCANTINS


As manifestações populares como festas, crenças, superstições e danças são consideradas a alma da cultura tocantinense e traçam o perfil cultural daquele  povo. São festas coloridas, alegres e cheias de devoção. Seus participantes rezam, cantam, dançam e até simulam batalhas medievais. De origem conhecida ou anônima, as comemorações guardam em sua essência elementos de diferentes culturas, herança de nossa miscigenação étnica. As encenações vão desde guerras medievais, passagens bíblicas até as integras palacianas, numa recordação dos costumes dos colonizadores portugueses e africanos. É uma maneira alegre de contar a história. 
Viajando na história do Brasil, vamos encontrar os negros que foram trazidos da África (século XV ao XVIII) para a América. No que tange a história do Tocantins, a mão-de-obra escrava começou a ser introduzida na Chapada dos Negros, em 1736, no antigo Norte de Goiás, nas minas de ouro que deram inicio ao Município de Arraias. 
Os negros viviam nas senzalas, e a noite, apesar do sofrimento e dos maltratos, encontravam forças para venerar seus deuses com danças e rituais religiosos como umbanda e candomblé, numa forma de protesto da sua dor e amor a terra distante. 
É nesse contexto histórico e cultural, que surgem as manifestações culturais: lendas, danças, costumes, festas religiosas em conjunto com todas as correntes migratórias. O folclore do Tocantins é enriquecido pela cultura das nações indígenas existentes na região, presentes nas comidas, lendas, costumes e danças. 
As festas religiosas representam a devoção do povo. A do Divino Espírito Santo, uma das mais presentes, é celebrada em cidades como Peixe, Monte do Carmo, Santa Rosa do Tocantins, Conceição, Palmas e Almas. A crença diz que o Divino acaba com a fome e com a guerra. Sua bandeira traz benções, fortuna e alegria a comunidade. 
A celebração chegou ao Brasil no século XVI, introduzida pelos colonizadores portugueses. Em homenagem ao Divino, os tradicionais festejos folclóricos apresentam danças que, conforme a região, podem ser cavalhadas, sússia e outras. 
Outra festa de tradição secular é a de Nossa Senhora do Rosário. Em julho, ela acontece nas cidades de Taipas, Monte do Carmo e Tocantínia. O culto em louvor a Nossa Senhora do Rosário é uma tradição escrava, por ela ser considerada protetora dos negros. Em Monte do Carmo, a festa é acompanhada de congos e taeiras que saem pelas ruas cantando e dançando ao som de tambores e maracás. O rei e a rainha, escolhido entre a comunidade local, são o centro das atrações. 
Também da África veio a Congada (conhecida também como congo), considerada a principal manifestação cultural africana no período Brasil colônia. Realizada em todo o território nacional de diversas maneiras e mescladas a outras festas, a congada compõe-se de vários autos teatrais, formada pela coroação dos reis congos, lutas, desafios, prestígios e embaixadas, cantos e danças. 
A devoção aos santos é tradição nas comunidades tocantinenses que prestam homenagens aos padroeiros das cidades. Santa Ana, São Cristóvão, São José e outros santos são alvo de agradecimento. Em Araguacema, a Roda de São Gonçalo, restrita as mulheres, que simboliza a devoção ao santo protetor dos pobres e dos solteirões. Já em Paranã, a Procissão Fluvial homenageia o padroeiro São João Batista e o Divino Espírito Santo. Dezenas de barcos enfeitados sobem o rio Paranã até o Porto da Balsa, onde a multidão os aguarda. A procissão é recebida sob a aclamação dos fiéis e segue até a Igreja Matriz, onde é realizada uma missa. 
As festas em homenagem aos padroeiros têm ganhado um significado especial com a restauração das obras sacras, pela Secretaria de Estado da Cultura. Ao receber as imagens restauradas, a comunidade sente sua fé renovada. Tocantinenses iniciam um novo culto. Desta vez para homenagear a pessoa da Santíssima Trindade. O espírito santo será glorificado ao longo de 40 dias em rituais religiosos e profanos que vão culminar, no inicio de junho, na grande Festa do Divino, uma das mais importantes manifestações culturais do Estado. Os festejos começam no dia de Páscoa com a partida das "folias", grupos de cavaleiros cantadores que saem das principais cidades do interior do Tocantins rumos as fazendas e povoados, empunhados a bandeira do Divino. Em nome dela recolhem donativos para a igreja e convidam a comunidade para a grande festa. A pomba do Divino Espírito Santo estampada na alma de todos os tocantinenses, em especial dos que vivem no interior do estado. Mais em Natividade, cidade do sudoeste do Estado, que a tradição se manifesta mais forte, cantando e tocando instrumentos de corda e percussão, as "folias" visitam os moradores da região, de quem recebem alimentação e pousada. De volta a cidade, no quadragésimo dia, as "folias" se encontram para a Festa do Divino . Ela começa na igreja- com rezas de agradecimento e entrega dos donativos recolhidos - e termina na praça - com muita dança, música e licores de frutas regionais. Ao som da taieira, da súcia, do cateretê e da catira, sempre dançados em trajes típicos, a festa rompe a madrugada. NA CULTURA DO TOCANTINS, A RIQUEZA DE ALMA DE TODO O SEU POVO.

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